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Capítulo dezesseis

Alguns dias passam tão devagar que mal sentimos o tempo desenrolar. O sol nasce e se põe a cada virada de vinte e quatro horas e, mergulhados em uma rotina tediosa, monótona e pouco excitante, conferimos o calendário por nada além de convenções sociais para garantir que os compromissos estão em dia, que a agenda está preenchida e todas as responsabilidade cumpridas. Então, ao fim de um dia de trabalho, voltamos para casa, para nada além de um jantar compartilhado e algumas horas de ócio gastas com um livro ou programas de TV que fornecem apenas um merecido descanso.

Para algumas pessoas, essa é a própria descrição de seu inferno particular. Para mim, nada mais é do que o vislumbre do paraíso.

Tédio é bom. Uma rotina automática em que nada de dramático sobressaia aos olhos, é bom. Parar por um segundo e me perguntar qual foi a última vez que alguma coisa fora do ordinário aconteceu, e não ser capaz de encontrar nenhum momento recente, é exatamente o que procuro. Dias tranquilos. Quase irrelevantes. Pacatos e deliciosamente enfadonhos.

É como sei que minha mente não está me pregando quaisquer peças, porque nenhum cérebro que se preste perderia tempo criando uma realidade irreal onde nada de interessante acontece. A perfeita ausência de paranoias, preocupações desregradas, vozes instáveis e sensação de estar afundando em areia movediça vez ou outra aquece minha pele como assistir o mais sereno dos pores-do-sol. Acordar pela manhã apenas para constatar que tive uma noite livre de perturbações e encontrar nada além dos meus próprios pensamentos maçantes tem o gosto tão doce quanto os bolos de chocolates açucarados demais que voltaram a fazer parte da minha rotina desde que Rebecca voltou.

E depois pararam de fazer de novo, porque, sem sentir, os dias viraram semanas, meses, e, seguindo a rotação da Terra, Rebecca seguiu seu rumo, finalmente de encontro ao homem que detém seu coração por tanto tempo. Foi uma mudança agridoce, é verdade. O alívio de vê-la finalmente resolvendo a tão complicada história que arrumara para si veio acompanhado de lágrimas traiçoeiras de Jéssica ao ver a amiga ir embora novamente.

Rebecca foi, mas apenas para alguns estados de distância, com a promessa de visitas constantes que se cumprem com frequência demais para que sequer seja possível sentir falta dela para começo de conversa.

Então, quando novembro chega, trazendo seu aniversário, o primeiro que passará oficialmente ao lado de Calebe, não me surpreendo quando chego no trabalho e encontro-a pendurada na minha mesa, em uma conversa animada com minha estagiária.

É com um revirar de olhos que apoio minha pasta em cima da mesa e contorno-a, bagunçando seu cabelo no caminho até à pequena geladeira no canto do cômodo, em busca de água.

— Rique, s Rebecca disse que vai me ajudar com os trabalhos de campo — Melissa, agora no último ano da sua graduação, praticamente quica na cadeira de animação, os olhos escuros arregalados.

Sorrio, balançando a cabeça.

— Rebecca não devia estar no Rio de Janeiro cuidando do trabalho dela ao invés de se despencar para Rio Grande para roubar minha estagiária? — pergunto, voltando para outro gole de água.

Becca me mostra a língua e volta a dar atenção à Melissa, ignorando minha presença por completo. Sinto o celular vibrar no bolso da calça; apanho-o, deparando-me com uma mensagem de Calebe. Os dois chegaram há uns dias ao Rio Grande do Sul; seguiram direto para Canoas, já que Rebecca foi visitar os pais que moram lá e ele tem negócios sempre pendentes para resolver na cidade. Chegaram à cidade ontem à noite, e nada posso fazer para evitar que minha casa agora seja ponto de encontro do grupo que acidentalmente viramos.

Acordei com a cama vazia essa manhã, sem me surpreender com a mensagem de Jéssica avisando que tinha saído para correr com o amigo, nesse treino para vai saber que maratona os dois decidiram competir dessa vez.

Respondo-o, concordando com o convite para almoço; digito uma mensagem rápida para Jéssica avisando onde vamos estar e pedindo para pelo amor de Deus vir buscar a amiga ou não vou conseguir trabalhar. Coisa que ela faz; aparece na sala poucos minutos depois, mas não para me ajudar. Apenas puxa mais uma cadeira e passo a ter três mulheres conversando animadas ao redor minha mesa.

Qualquer possível reclamação morre quando Jéssica lança seus olhos travessos na minha direção, um repuxar de lábios atrevido que cabe tão perfeitamente no seu rosto. Rendo-me, indo até ela, acomodando-a no meu colo e mergulhando na discussão sobre a praia que Melissa quer ir para coletar material para análise, e sei que não vou escapar de ir também.

Deixo um beijo suave no seu ombro, acaricio seu antebraço, e Jéssica se acomoda um pouco mais contra o meu peito, oferecendo-me um sorriso curto e um beijo na ponta do nariz. Volta a apenas percorrer a ponta dos dedos no dorso da minha mão; entre risadas altas, sugestões apressadas e animação crescente, me deixa momentaneamente de lado para conversar com as amigas.

Sorrio, feliz por ela realmente ter parado de orbitar ao meu redor.

Agradeço com um acenar de cabeça a escolha de restaurante de Calebe: vazio e quieto.

— Como você está? — pergunta assim que se senta do outro lado da mesa, os olhos claros alternando entre mim e o menu. — Jéssica parecia feliz essa manhã. E com uma energia do cão, tenho certeza que não vou conseguir andar amanhã de tanto que me fez correr.

Rio baixo, balançando a cabeça. Tentei acompanhá-la algumas vezes, mas foi impossível, mesmo que Jessi tenha claramente pegado leve comigo. Quase vomitei no meio-fio. Nunca mais cometerei esse erro.

— Realmente espero que ela esteja — declaro com um sussurro, decidindo por um dos pratos de frango e deixando de lado o menu. Cruzo os dedos em cima da mesa e o encaro, sentindo o nervosismo começar a me atingir pela primeira vez desde que me apropriei um pouco da impulsividade de Jéssica e tomei essa decisão. — Quero te pedir uma coisa.

Calebe arqueia uma sobrancelha para mim.

— Não me leva a mal, eu sem dúvidas me casaria com você, mas não acho que a Rebecca vá querer me dividir — diz, um sorriso pequeno cruzando seu rosto.

Estalo a língua.

— Uma pena. Nós faríamos um ótimo casal.

Ele ri, balançando a cabeça; mas dura pouco. Logo seus olhos atentos se apertam e ele tomba a cabeça de leve para o lado.

— Você parece feliz também — determina, descaradamente tentando me analisar. — Mais... — Move a mão, como se buscasse a palavra certa.

Posso, facilmente, completar a frase para ele: mais leve, menos afundado dentro de mim, menos preso aos meus próprios demônios. É isso que acontece quando se tem Jéssica na sua vida, quando se tem Jéssica em toda sua plenitude, língua afiada, risadas debochadas, inteligência e impulsividade. É isso que acontece quando se reaprende a viver, a amar depois de tanto tempo. Quando, finalmente, deixa no passado qualquer problema que a ele pertença, quando se para de deixar que o medo controle seus passos e suas ações.

Pedi a Jéssica que me amasse; a mim, apesar da esquizofrenia, e não à esquizofrenia em si. Insisti que não daria certo de outra forma, e sigo tendo certeza disso. No meio do caminho, descobri também que não há como dar certo se eu não fizer o mesmo. O passado ao passado pertence, e quaisquer que tenham sido as consequências desastrosas da combinação tóxica entre imaturidade, um transtorno mental não medicado e minha recusa em aceitar ajuda, também fazem parte somente daquela parte da minha vida. Não fazem parte de quem sou hoje. E é quem sou hoje que está vivendo cada segundo de vida que tenho; e cada segundo desperdiçado remoendo feridas que nada posso fazer para amputar é um instante de felicidade que não terei aproveitado ao lado da minha mulher.

E não quero desperdiçar mais segundo algum.

— Não é você que pretendo pedir em casamento — digo por fim, recostando na cadeira de madeira, os braços cruzados na frente do peito.

O sorriso aberto de Calebe se espalha pelo seu rosto, os olhos quase sumindo de tão apertados.

— Já não era sem tempo — declara.

— Não estamos juntos nem há um ano — defendo-me, mas sem esconder o sorriso também.

Calebe ergue um dedo, negando.

— Pelas contas da Rebecca, são quase cinco.

Meneio a cabeça, incapaz de negar que a considero parte tão fundamental da minha vida provavelmente por tanto tempo quanto.

— Quando? — ele pergunta após fazermos os pedidos e o garçom se afastar.

— Pensei em esperar até janeiro, para completarmos um ano de fato, mas...

— Você não está ficando mais novo — brinca; sorrindo, concordo com a cabeça.

Fiz quarenta há poucos meses; não é como se estivesse no fim da vida, mas a verdade é que pego-me ansioso demais para finalmente começar a nossa. Sei que Jéssica já mora comigo, que esse passo foi dado até rapidamente demais; sei que qualquer papel assinado é nada além do mais puro simbolismo, porque não há qualquer parte minha que não a pertença, e sei que o coração dela é meu. Ainda assim, quero vê-la carregar um anel no dedo, quero eu mesmo carregar um no meu; apenas um simbolismo, mas que sei que adicionará mais uma camada de segurança nessa história.

É a representação física de que não estou sozinho, de que nosso amor é real, de que posso confiar nela quando for incapaz de confiar em mim mesmo. É a promessa que posso fazer de me esforçar diariamente para ficar bem, por ela, por nós dois; que, mesmo sentindo-me tentado algumas vezes, não vou abandonar o tratamento, não vou me sobrecarregar, e que ela pode contar comigo para fazer o que puder para fazê-la a mulher mais feliz do mundo.

— Ela vai precisar ir para o Chile por uns meses como parte do projeto de doutorado no começo do ano que vem. Quero propor antes.

Calebe ri.

— Demos sorte, meu amigo — diz, balançando a cabeça, e sei que está se referindo à Rebecca e os quase dois anos que ficaram afastados.

Demos sorte, é verdade.

Apaixonamo-nos por mulheres grandes demais para cidades tão pequenas, que merecem o mundo e vão buscá-lo para si; e que voltam, sempre voltam para casa, porque é aqui que seus corações estão. Não há nada que me deixe mais orgulhoso, e sei que qualquer saudade é muito bem justificada. Mas quero que Jéssica vá com esse anel no dedo, não como qualquer garantia, mas para que saiba que tem, e sempre vai ter, uma casa em mim. Bagunçada, imperfeita e problemática muitas vezes, mas uma casa que sempre me esforçarei para manter aberta e amorosa.

Então, coloco em palavras, digo em voz alta a dúvida que vem me rondando há alguns dias, desde que finalmente comprei o anel:

— Acha que ela vai aceitar?

A comida chega antes que ele tenha a chance de responder; demora alguns bons segundos a mais antes que diga qualquer coisa. Quando fala, surpreende-me:

— Você não gostava de mim — declara, beliscando com o garfo um pedaço do peixe que pediu. Desvio o olhar, encarando minha própria comida. Não gostava. Não desgostava, mas não gostava. Nunca tive nada contra Calebe, mas tinha muita coisa contra a intimidade dos dois quando se conheceram. Não estávamos juntos na época, Jéssica e eu. Calebe e Rebecca também não.

Jéssica, firme no discurso de que éramos apenas amigos com benefícios ocasionais, era livre para fazer o que bem entendesse com quem bem entendesse, então, ver os dois juntos me causou mais ciúmes do que gosto de admitir. Fomos viajar juntos, os quatro. Uma viagem ao sul do estado que organizei durante um feriado prolongado por sugestão da minha psicóloga, em um exercício para que fugisse da minha zona de conforto e tentasse aprender a me sentir confortável em ambientes fora do meu controle.

Nós passamos a noite juntos naquela viagem; não pela primeira vez, mas foi... estranho. Pareceu errado. Jéssica mal me olhou no dia seguinte, recusou-se a falar comigo por alguns dias, fugiu de mim como o diabo foge da cruz, e peguei-me culpando Calebe por isso.

Fazia sentido na minha cabeça, e notei cedo que na verdade, não fazia. Que estava trilhando um caminho perigoso, criando paranoias sem sentido. Então, quando ele tentou se aproximar, quando se mostrou receptivo e descomplicado, contrariei o instinto arraigado de acreditar que ele tinha alguma motivação escusa por trás da aproximação e aceitei-a.

Foi quando contei a ele. E falar em voz alta ajudou a tirar o peso das costas, ajudou-me a encontrar de novo caminho ainda não perdido totalmente de volta à realidade que ameaçava me fugir. Arrisquei, sem saber como ele reagiria ao saber. Não estranharia se qualquer possibilidade de amizade se encerrasse ali; não seria a primeira vez que veria alguém sumir da minha vida à menção do palavrão começado com e. Não foi o que aconteceu, contudo.

Bons oito anos mais novo que eu, naquele momento Calebe foi o adulto da situação. Perguntou como podia ajudar, e o fez. Não se afastou de Jéssica em momento algum, não fez nada para favorecer ou tolerar o delírio. Agradeço por isso, porque odiaria interferir de qualquer forma na vida dela. Jamais iria querer fazer isso. Ele também nunca a contou, nem nunca falou sobre isso de novo nesses quase três anos que se passaram desde então.

Então, ao invés de dizer qualquer coisa, apenas recosto na cadeira. Calebe pousa os talheres no prato, apoia os cotovelos na mesa, cruzando os dedos.

— Você não gostava de mim — repete. — Mas hoje você é como um irmão que nunca tive. Por quê? — pergunta, e franzo o cenho.

Como se explica amizade? Como se explica qualquer relacionamento, amoroso ou não? Relações são construídas, lentamente. Não há um único motivo para algo existir. Antes que seja capaz de formar qualquer resposta, ele se adianta:

— Jéssica — explica. Demora um segundo, mas compreensão vem.

Não existe nada que eu não faria por ela. Isso inclui buscar por ajuda no momento mais vulnerável. Amor não cura doenças, jamais curará, mas é, sem dúvida, um belo incentivo para que eu sempre me esforce para ficar bem, tanto quanto tudo está sob meu controle permita. E o que não está, é o amor que faz com que seja um pouco mais fácil de lidar; que me faz não estar sozinho.

— Ela vai aceitar — ele conclui.

É sexta-feira, então chego em casa um pouco mais tarde, como é de costume. Meia hora mais tarde do que de costume, já que a consulta com a psicóloga demorou mais do que normalmente demora.

Tínhamos muito o que conversar depois que Calebe disse que não ia se meter e eu que me entendesse com Jéssica se quisesse que ele fosse meu padrinho. Desejou-me toda a sorte do mundo para convencê-la disso, e sei que vou mesmo precisar. Se ela aceitar.

A psicóloga está satisfeita com a medicação nova, e eu também — dosagens muito reduzidas quando comparadas a esse mesmo período no ano passado. As coisas têm estado sob controle, entre as consultas até frequentes, terapia cognitivo-comportamental e o fato de eu ter aparentemente conseguido encontrar o equilíbrio ideal de trabalho que posso aceitar sem comprometer minha estabilidade mental — menos turmas significa um salário um pouco menor, mas vale a pena; não há dinheiro no mundo que pague pela minha paz.

Nunca me importei com os remédios em si, mas os efeitos colaterais podem ser tão incômodos que não consigo realmente julgar quem abandona o tratamento e decide viver à própria sorte.

Então, sem dúvidas a primeira coisa que notei foi a diminuição da boca seca e eventual vista embaçada, assim como dos tiques — língua, olhos, dedos. Tenho dormido melhor também.

Quando fecho a porta, organizo minhas coisas em cima da mesa e sigo para a cozinha, encontrando Jéssica de pé com os cotovelos apoiados no balcão enquanto assiste a algum vídeo no celular, uma camiseta longa deixando à mostra a curvatura da sua bunda, sorrio, comemorando a diminuição (ao menos momentânea) de outro efeito colateral.

Ela dá um pulinho no lugar quando a envolvo por trás, enlaçando-a a cintura. Movo seu cabelo do lugar, depositando um beijo longo em seu pescoço quente. Ela cheira à limpeza, ao sabonete de perfume delicado que gosta de usar. O cabelo ainda molhado denuncia o banho recente. Jéssica relaxa contra o meu peito um segundo depois, jogando a cabeça para trás, apoiando-a no meu ombro.

— Que susto, criatura — reclama. Solta uma risada baixa quando minha outra mão encaixa em sua bunda. — Alguém teve um bom dia? — implica, girando nos meus braços para ficar de frente para mim. Enlaça meu pescoço e me beija, delicada, suave, macia e quente. — Eu prometi a Becs que vou fazer o jantar de aniversário dela aqui amanhã — murmura, a ponta dos dedos passando pela minha nuca. — Tudo bem? Só nós quatro.

Beijo-a de volta, arrastando o nariz no seu.

— É sua casa também, Jéssica — declaro, acariciando sua cintura.

— Se eu soubesse, teria convidado vinte pessoas — implica, acomodando o rosto em meu ombro.

— Infelizmente vou precisar te despejar — respondo, apertando-a contra mim. Ela ri, seu corpo tremendo contra o meu.

Acaricio seu cabelo sedoso, brincando com as pontas um pouco mais curtas. Jéssica resolveu cortar e alisar o cabelo de vez há uns meses, e sinto um pouco de falta das ondas grossas, mas não dá para negar que essa mulher fica absolutamente deslumbrante de qualquer jeito.

— Vem pra cama comigo? — chamo, embrenhando a mão por dentro da camiseta, e ela não mostra qualquer resistência a ser levada para o quarto.

Deito-a no colchão e me encaixo entre suas pernas. Beijo-a suavemente, absorvendo seu suspiro satisfeito. Sem qualquer intenção de quebrar nossa rotina diária, pergunto:

— Como foi seu dia?

Jéssica empurra meu tronco até conseguir me fazer deitar com as costas no colchão, montando sobre minhas pernas, as mãos indo à barra da minha blusa.

— Vivi ligou mais cedo — diz, puxando o tecido para cima. Ajudo-a a me livrar da peça. Finjo uma careta quando ela belisca a protuberância discreta na minha cintura; Jéssica sorri e se inclina para deixar uma mordida ali, como gosta de fazer. Ganho de peso sempre foi um dos benditos efeitos colaterais dos remédios, e sempre estive alguns poucos quilos acima do meu peso ideal, mesmo tomando cuidado com a minha alimentação. Ela nunca pareceu se importar. Seja lá pelo que se apaixonou em mim, não foi pelos músculos definidos que não tenho. — A única coisa boa foi que ela ligou bem no meio da reunião com o capiroto e me salvou daquela tormenta.

Seguro as mãos dela que passeiam pelo meu peito, beijando-lhe as palmas.

— Aconteceu alguma coisa? — questiono, tanto pelo telefonema da prima, quanto pela menção ácida ao coordenador.

Ela revira os olhos.

— Aquele homem tem o prazer de me tirar do sério. Parece que quer me irritar de qualquer jeito — bufa. Pressiono os lábios, contrariado, porque nós dois sabemos muito bem que não é só isso que ele quer.

— Jessi...

— Vivi ligou só para tentar puxar assunto mesmo — desconversa, voltando a arrastar as unhas bem-feitas pelo meu peito.

Puxo-a para mim, fazendo com que deite sobre meu tronco. Desde a morte da tia, as duas andam se estranhando. Não sei bem o que aconteceu entre elas, mas estão estremecidas.

— Quer conversar? — ofereço, e ela ri.

— Tu está bem louco se acha que vai continuar vestido por mais cinco minutos inteiros — zomba. Estica o corpo até abrir a gaveta da mesinha de cabeceira e jogar sobre o colchão o que precisa (a cartela de remédio e uma camisinha, ainda que não lembre qual foi a última vez que realmente usamos uma). As mãos descem, então, até a barra da minha calça.

— Você é impossível — murmuro, subindo as minhas por dentro da camiseta que usa, encontrando seus seios livres, macios e arrebitados. — Amo você — sussurro contra a sua boca.

— Acho bom que tu ame mesmo — desafia, sugando meu lábio. — Não tô pretendendo ir a lugar nenhum.

Lanço os olhos para o guarda-roupas, onde a caixinha com o anel está devidamente escondida, esperando a oportunidade certa.

Torço, com todo meu coração, que ela realmente não vá a lugar nenhum.

VOLTAMOS! E só tenho uma pergunta: esse casamento sai ou não sai?

Amo vocês!

Até breve <3

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