Gabriel - 1
Trabalhar em uma empresa multinacional sempre foi meu sonho e estar na Ribeiro me deixa orgulhoso.
Sempre batalhei muito para chegar onde estou, foram noites e mais noites sem dormir e diversos trabalhos complementares na faculdade para finalizar o curso, mas valeu cada segundo.
Com o tempo fui conquistando espaço, e com isso, tudo foi melhorando, Vitor e Luíza, nem parecem donos da empresa e isso me faz sentir parte da equipe.
Com tudo que tenho hoje, nunca me faltou dinheiro, carros e mulheres, porém, já estou ficando velho e decidi que preciso sossegar. Não estou falando de casamento, apenas preciso ter uma namorada para me acompanhar em eventos e dormir de vez em quando em casa.
Aí entra a senhorita Costa, mais conhecida como Beatriz.
Vou começar do início...
Temos praticamente o mesmo tempo de empresa, e lembro-me que quando ela chegou me chamou atenção, afinal ela é muito bonita, mas nunca trocamos mais que algumas palavras, ela faz o trabalho dela eu faço e meu, e assim tocamos a vida. Se tem algo que aprendi com Vitor, é que não se mistura trabalho e vida pessoal.
O problema é que de um tempo para cá, estamos trabalhando juntos com frequência, e Luíza têm feito de propósito, afinal, ela nunca marca reunião em restaurante sem aparecer e tem feito isso direto.
Claro que sempre tem a desculpa de William ou Carlos, mas algo me diz que está tramando, mesmo quando saia para resolver suas coisas pessoais remarcava sua agenda ou me mandava ir sozinho, foi assim que conheci umas mulheres de alta sociedade bem quentes... Mas não vem ao caso agora.
O problema é que ela nunca me chamou atenção por ser muito tímida e sempre ficar no seu lugar, diferente das mulheres com quem saio, ela é quieta e certinha, parece ser aquele tipo de mulher que só curte mamãe e papai no sexo, só que, pensar em sexo e Beatriz na mesma frase vem judiando do meu pau nos últimos meses.
Ela é tímida, como disse, e agora que estamos saindo com frequência para umas reuniões, pude notar que toda vez que a toco, mesmo que sem querer, ela fica vermelha de vergonha e fica ainda mais bonita. Isso tem se tornado cada vez mais difícil de controlar, pois, toda vez que me lembro da imagem dela ficando vermelha, meu corpo reage de forma diferente, fico louco para saber como seria a reação dela se eu a beijasse sem roupas.
Será que seu corpo todo ficaria vermelho? Será que os bicos dos seios dela são rosados ou mais marrons?
Essa linha de pensamento está me deixando louco, e tem monopolizado tanto minha mente que as noites têm sido complicadas, me sinto um colegial se masturbando no chuveiro pensando na garota gostosa.
Nem mesmo sair com outras mulheres para dar uma aliviada tem dado certo esses dias, por conta do trabalho o que tem me deixado num humor desgraçado.
— Senhor Romano? — Bela entra em meu escritório.
— Que foi agora Bela? — digo irritado por mais uma noite mal dormida.
— Senhor, a Bia quer saber se está tudo OK para o almoço de hoje? Luíza não poderá ir com vocês, ela disse.
— Que inferno! — Grito socando a mesa. — Luíza está de graça com minha cara, só pode! — Bela dá um salto para trás, espantada. — Diz para me encontrar na recepção no horário, vamos resolver essa... — Reprimo um palavrão a tempo. — Desculpa, Bela você não tem culpa do meu humor... Ou da falta dele. — Sorrio para ela, tentando me acalmar.
— Nem a coitada da Bia, senhor, mas pelo visto é o que ela vai ter que encarar. — diz pensativa. — Precisa de mim também?
— Não, Bela. — respiro fundo.
Realmente, Beatriz não é a culpada, na verdade é sim, mas não sabe disso e não pode levar a culpa.
— Preciso de você aqui caso o Duarte ligue, ele está me deixando quase sem cabelos e não resolve aquela porra... Desculpa, Bela. — Preciso me acalmar. — Enfim... Preciso de você aqui, a senhorita Costa vai comigo para resolver o problema. Com certeza, Luíza a instruiu sobre o que fazer...
— Coitada da Bia. — diz Bela me dando uma leve bronca. — Você precisa dormir Gabriel, está parecendo exausto.
Bela está comigo há quase dez anos e tem quase a idade de ser minha mãe, por isso se sente como tal.
— Vou tratá-la como uma dama, Bela, prometo. — Sorrio para ela, que relaxa um pouco. — Depois deste contrato vou tentar relaxar, prometo.
Estou fazendo promessas demais para quem não consegue cumprir a porra da promessa de parar de pensar em Beatriz, respiro fundo, depois de tanto trabalho, vou foder tanto que Beatriz vai sair da minha mente.
— Você diz isso sempre, menino. — diz saindo da sala.
Ela tem razão, estou precisando de férias, urgente.
Desço e encontro Beatriz na recepção e para acabar de vez com meu controle, a garota está debruçada sobre o balcão, falando com uma das meninas e empinando aquela bunda deliciosa para mim. Sinto meu pau latejar e escondo com a pasta na frente.
— Senhorita Costa. — chamo, ela se endireita rapidamente e vira.
— Senhor Romano, desculpe.
— Vamos?
— Claro.
Essas são as poucas palavras ao qual trocamos desde sempre. Vou à sala de Luíza e raramente aviso quando vou entrar, então sempre nos cumprimentamos com "bom dia" e pronto. Só que agora estamos conversando sobre negócios e começo ver algo que ainda não conhecia. Beatriz não tem só um corpo delicioso e uma carinha bonita, a mulher é inteligente.
Tivemos que vir com meu carro, ela não tem um, e Luíza realmente não veio, mas Beatriz deve estar mesmo querendo foder com meu cérebro. Não que ela tenha noção disso, claro. Durante o percurso foi conversando comigo sobre as pautas da reunião e durante a reunião ela se comportou como uma secretária mais que eficiente, só que ao chegar no carro, além de continuar mostrando o quanto é inteligente, ela senta e cruza as pernas mostrando parte da coxa para mim, já que sua saia é curta, não satisfeita, pega um espelho e começa retocar o batom e fica fazendo bico.
Como se só o cheiro dela ao meu lado já não me deixasse desconfortável.
Ela não cuida dos negócios e nem fala diretamente com nossos clientes, é uma profissional excelente, me auxilia lembrando as pautas e anotando o que foi tratado, então, ninguém conhece esse lado que eu vejo.
— Senhor Romano, passo para a Bela por e-mail assim que chegar a Ribeiro. — diz digitando no celular.
— Não precisa tanta pressa senhorita Costa, não sofro de amnésia. — Brinco, e ela me encara sorrindo, vejo mesmo concentrado na estrada.
— Só faço meu trabalho. — Ela desvia o olhar ao notar que estou a observando. — A propósito... Luíza pediu para marcar com os Hethings, e pediu que o senhor estivesse presente.
— Ela disse. — afirmo, olhando a estrada. — Que dia?
— Não sei sua agenda. — diz escrevendo algo. — Vou falar com a Bela, e ver o dia disponível.
— Sei minha própria agenda, senhorita Costa, e estou livre sexta-feira, a noite.
— Achei que saia sextas à noite. — diz quase sussurrando, mas escuto. — Vou marcar um jantar na Brant's, pode ser? — diz me encarando.
— Está me convidando para um jantar, senhorita Costa? — Brinco, ela enrijece.
Foi apenas brincadeira é verdade, mas somos adultos. Até onde eu sei, ela não está com ninguém e eu estou morrendo de vontade de vê-la sem roupas, mesmo que seja papai e mamãe, por um dia me sacrifico... Além do que, será apenas uma noite de sexo e se ela aceitar vou adorar essa oportunidade.
Não se mistura trabalho e vida pessoal. — Minha mente grita.
É uma verdade e até agora tem dado muito certo, mas preciso parar com essa coisa louca... Olho Beatriz ainda me encarando sem dizer nada e prossigo.
— Será um prazer, senhorita Costa, dizem que a comida lá é excelente.
— Desculpa, senhor Romano. — Sua voz sobe um pouco e engole em seco. — Está enganado se acha que sou seu tipo, estou apenas marcando sua próxima reunião e quem vai com o senhor, é Luíza. — Parece irritada.
— Calma Costa, só estava brincando, relaxa. — digo ainda sem compreender o motivo de tanta hostilidade.
— Olha Gabriel. — diz meu nome e dou, graças a Deus, por estar estacionado ou teria perdido o controle. — Não sou como suas mulheres. — Passa a mão sobre o rosto, esfregando. — Não saio com chefes para conseguir promoção — arregalo os olhos, nunca pensaria tal coisa —, então esse tipo de brincadeira, não faz meu tipo. — Séria, abre a porta e coloca as pernas para fora. — Mando daqui a pouco o relatório, senhor Romano. — sai e bate a porta.
Fico perplexo com o assunto, e só então noto que nem ela mesma notou ter me chamado pelo nome.
Dias se passaram e desde o dia em que Beatriz se alterou no carro e me disse "suas mulheres", como se fosse algo nojento, eu simplesmente não consigo sair para um bar e pegar a primeira gostosa que aparecer, de alguma maneira me sinto sujo.
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