Capítulo 21
Já era cedo quando acordei com a porta batendo fortemente, peguei no celular e vi que eram 08h da manhã. Revirei os olhos e desci as escadas, abrindo a porta.
- Mamãe! - Rebecca correu para os meus braços.
Encarei GW, que entrou atrás com algumas sacolas e logo se aproximou.
- Bom dia, princesa - Roubou um selinho meu.
- Tá fazendo o que aqui tão cedo? - Falei cobrindo a boca e pegando Rebeca no colo, nem havia escovado os dentes ali.
- Vai se arrumar - Falou, tomando Rebeca de meus braços.
Assenti e subi as escadas novamente.
Entrei no banheiro e tomei um longo banho, lavando os cabelos. Vesti um cropped preto deixando a minha barriguinha de fora e um shorts de tecido azul. Penteei os cabelos e desci novamente, encontrando GW mexendo nos armários e guardando as coisas que havia comprado.
- E então, vai me responder? - Falei, colocando Rebeca na cadeira e a água no fogo.
- Mamãe, a tia Neide me deixou assistindo Barbie ontem - Rebeca falou animada.
- É princesa? - GW sentou do lado dela, ajeitando seus cabelos - Mais tarde vamo tomar sorvete comigo?
- Sim papai! - Rebeca passou os braços pelo pescoço de GW.
Olhava a cena super apreensiva, por que GW estava fazendo isso agora?
- Gabriel, você pode vir aqui um instante? - Perguntei, entrando na sala.
Ele abriu maior olhão e me seguiu até a sala.
- Tá tudo bem? - Passou a mão pelo meu cabelo.
- Eu que te pergunto. Tá fazendo o que aqui?
Ele Suspirou.
- Reclama que eu não faço nada! Quando eu faço reclama também!
Levantei às sombrancelhas.
- Não é sobre fazer algo, faz meses que você não fala direito com a gente - Falei.
Ele Suspirou, tirando o boné da cabeça.
- Loirinha, tu tá ligado que me preocupo demais contigo. Eu erro demais, mas tá ligado que dou minha vida pela tua e da Rebeca... E agora do nosso pivete - Passou a mão sobre minha barriga.
Meus olhos marejaram.
- Não quero me machucar mais do que já estou - Sussurrei - Não quero mais ser humilhada, Gabriel. Eu te amo demais, só que não sei se aguento mais receber xingamentos seus.
Ele apertou os lábios.
- Me desculpa mano, vou melhorar tá ligado - Falou - Agora vem.
Segui-o até a cozinha, um pouco contrariada. Estava disposta à terminar tudo contando que ele não iria se importar e tudo ficaria bem, porém ele tornou tudo mais difícil, mais uma vez.
****
- Mama, tomar sorveti! - Rebeca pediu.
Ja eram 16h da tarde e faziam algumas horas que GW havia ido embora. Sorri ironicamente, ele quem havia colocado isso na cabeça de Rebeca, e agora havia sumido.
- Vamos, amor - Falei, olhando para o celular toda hora.
Havia feito uma entrevista dias atrás, e esperava ansiosamente pela resposta. Era realmente muito difícil encontrar um serviço aos 17 anos, ainda mais agora que estava grávida. Porém eu precisava tentar.
Substitui minha roupa por um vestido de cor clara, realçando a minha linda barriga de 6 meses. Estava ganhando as coisinhas com o tempo, e ainda buscando um nome para ele, sabia que não podia contar com GW.
Passei em frente a boca, enquanto caminhava até a sorveteria, quando Rebeca saltou em meus braços.
- Titio! - Gritou.
Olhei para o outro lado e vi TG fumando um baseado com alguns caras em frente a boca. Observei ele passar o baseado e caminhar até nós.
- Oi gatinha! - Colocou ela no chão e beijou seu rosto - Como você tá?
Observei GW sair da boca e seguir em direção à nós.
- Vou tomar sorveti! - Falou, batendo palmas.
- E aí - GW se aproximou, olhando fixamente para mim.
Um olhar bobo estava presente em sua feição.
- Papai, sorveti!
- O pai vai comprar pra você, gatinha - Falou - Lana, na salinha.
Revirei os olhos pensando se iria ir, porém TG já estava longe com Rebeca.
Suspirei e o segui para a sala, talvez se ele me tratasse mal mais uma vez eu não olhava mais em sua cara.
Ele estava encostado ao lado da porta, quando entrei ele fechou a porta e se aproximou.
- O que você quer?
Ele segurou em minha cintura.
- Caralho, tu tá linda demais com meu filho na barriga, ainda mais do que já era - Falou completamente bobo.
Um sorriso preencheu meu rosto.
- Pois é, sua amante tá grávida - Comentei.
Seu sorriso morreu, e ele coçou a nuca.
- Tu tá ligado que você só é minha amante na sua cabeça né? - Falou, olhando para longe.
- Como assim?
- Pra geral tu é minha patroa, minha mulher - Falou, ainda sem me olhar - Coloca isso na tua cabeça, papo reto mermo, nunca me apeguei com ninguém como me apeguei em você.
Abaixei a cabeça, sentindo um sorriso rasgar o meu rosto e o encarei.
- Eu te amo, Gabriel - Falei - Mas eu preciso dar um jeito na minha vida. Não posso mais viver dependendo de você.
Ele segurou minha mão.
- Caralho Lana, você é minha patroa, precisa trabalhar não! E tu tem só 17 anos, coloca isso na sua cabeça.
Coloquei a mão na testa, sentindo uma dor no pé da barriga, me fazendo fechar os olhos por alguns instantes.
- O que tu tem?
- Dor - Falei, sentando em sua cadeira.
Ele me encarou preocupado, colocando as mãos em minha barriga por alguns instantes.
- O que eu posso fazer? - Perguntou - TG, chama o médico do postinho lá!
Suspirei.
- Não precisa - Falei, sentindo a dor aliviando - Já tá passando.
Ele se ajoelhou em minha frente, colocando meu rosto entre suas mãos.
- Vai pra casa, mais tarde dou um pulo lá - Falou.
Me levantei, e ao olhar para ele novamente, ele já havia assumido a famosa carranca no rosto. Revirei os olhos.
- Tão olhando o quê?! - Escutei sua voz atrás de mim, conforme saia de dentro da boca.
TG estava do outro lado da rua com Rebeca, que tinha um sorvete nas mãos. Olhei para GW e atravessei a rua.
- Vamos embora, Beca - Falou, pegando-a nos braços.
- Sorveti - Falou, colocando-o em meus lábios.
- Calma - Dei risada, dando uma mordida no mesmo - Me sujou toda!
- Mãe, o titio falou que tem um bebê na sua barriga - Rebeca falou.
Sorri.
- É vida, tem sim - Concordei - Agora vamos embora por que tenho que fazer a janta.
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