Capítulo 03
03 Semanas Depois
Tudo havia acontecido tão rápido, GW havia tirado a minha virgindade, estávamos ficando a alguns dias, Rebecca sempre ficava com TG ou Franciele, a namorada ou mulher de TG.
Já anoitecia, estava saindo do mercado quando ele estacionou a moto em minha frente, Rebecca começou a chorar, assustada.
- Opa - Ele desceu da moto.
- Shh... Você está louco?
- Dá ela aqui - Ele tomou Rebecca de meus braços e balançou-a, ela logo parou de chorar - Fala ai, novinha.
Ele beijou os meus lábios de uma forma nada discreta, percebi vários olhares se voltarem para nós.
- Tá indo para onde? - Perguntou, grosso.
- No momento para casa - Respondi.
- Hum... Vai lá, mais tarde te busco.
- Ok - Falei tímida, ele me entregou Rebecca e observou-me partindo.
- Tá olhando o quê porra?! - Ele gritou com um homem - Abaixa esse shorts, Lana!
Envergonhada abaixei o shorts sem olhar para trás.
Chegando em casa, dei um banho em Rebecca e coloquei-a em minha cama, não demorou muito e meu padrasto Billy chegou.
- LANA! - Gritou, entrando em meu quarto.
- O-O que aconteceu? - Gaguejei, um pouco surpresa.
- O que aconteceu?! Nada demais, apenas estava com os meus amigos quando descobri que a minha enteada é na verdade uma puta! - Gritou avançando sobre mim - O que te deu, garota, para querer dar justo para o dono do morro?!
- Me solta - Tentei tirar os seus braços de meus cabelos - Você está me machucando!!
- RESPONDE! - Gritou.
Ele segurou em minha cabeça e acertou o punho em minha face, gritei.
- Ahhh! - Gritei.
- VAGABUNDA, NÃO ESTOU TE CRIANDO PARA FICAR DANDO PARA MACHO NENHUM! - Gritou - TU VAI ME SUSTENTAR, MAS VAI SER RALANDO, LIMPANDO PRIVADA E NÃO SENDO PROSTITUTA!
- EU NÃO SOU PROSTITUTA! - Gritei.
Iniciaram-se a sequências de chutes e socos.
- VAGABUNDA! VADIA!! - Gritou, esmurrando o meu rosto.
- AHH! - Gritei, sentindo o meu corpo sendo espancado, Billy me puxou pelos cabelos em direção a escada, me arrastando degrau abaixo.
Escutei o rugido da porta demonstrando ter sido arrombada, em seguida entraram TG, alguns caras e GW.
GW abriu a boca espantado, sem reação, os caras correram para tirar Billy de cima de mim.
- É PARA ELE QUE VOCÊ TÁ DANDO, NÉ VAGABUNDA? EU DEVERIA TE FODER PARA APRENDER A... - Antes que ele terminasse, GW socou o seu rosto.
- O que está acontecendo aqui? - TG perguntou, correu até mim e me avaliou - Caralho, GW! Acho que ela quebrou algo.
- Re... - Tossi - Rebecca.
TG encarou um vapor que correu escada acima, voltando com Rebecca nos braços.
- Fala para ele parar - Falei, me referindo com GW, que enchia Billy de porrada.
- Deixa, ele merece - TG falou, mas suspirou diante do meu olhar e foi até GW, ele me encarou rapidamente e soltou meu padrasto, que caiu imóvel no chão.
- Vou te tirar daqui - GW me pegou habilidosamente do chão e subiu as escadas comigo, me colocando sob a minha cama, ele já havia estado aqui umas duas vezes. - Como se sente?
- Eu morri? - Fiz graça.
- Morreu, eu sou o anjo Gabriel e vim te buscar - Ironizou - Vamos que vou te levar no postinho.
- Obrigado por me ajudar, mas não quero ir no postinho - Forcei um sorriso - Trás a Rebecca aqui para mim?
- Você deve estar louca se está pensando em ainda ficar nesta casa. - GW falou alto.
- E para onde você acha que eu poderia ir? Eu não tenho nenhuma família! - Coloquei as mãos no rosto, chorando.
- Enquanto tu for minha, eu tenho responsabilidade de cuidar de ti, por isto mesmo que vou ceder uma casa para você e para Rebecca.
- Não, Gabriel, você não tem nenhuma obrigação de cuidar de mim. - Falei
- Vai tomar um banho - Falou - Eu vou buscar a Rebecca.
- Ok.
Me levantei e entrei no banheiro, tomando um susto ao ver a minha aparência. Meus olhos estavam roxos, a maça de meu rosto inchada, lábio cortado, e meu cabelo horrível, chorei.
- O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO NA MINHA CASA?! - Escutei o grito de Billy... Ai não
Sai do banheiro e me deparei com uma cena horrível, GW mantinha Billy imóvel sobre a parede, com uma arma sob a sua testa.
- Gabriel... - Sussurrei prendendo o cabelo.
Ele me lançou um olhar rápido.
- Tu tá se achando demais para quem não é nada, eu sou o dono do morro, eu estouro você em dois pipocos! Tu mexeu com a minha mulher, só não arrebento você aqui e agora por causa da Rebecca, se você voltar a mexer com ela eu te mato, ouviu bem? - GW ameaçou.
- Sua mulher? A Lana é o seu brinquedinho!
- Cala a boca! - GW atirou perto de seus pés.
Billy ficou quieto, GW segurou o meu braço e me puxou para dentro do quarto, fechei a porta e escorreguei na parede, caindo no chão.
- Cadê a Rebecca? - Perguntei.
- Ali na cama - Respondeu, ajoelhando-se ao meu lado - Por que tá chorando? Eu tô aqui contigo.
- Obrigado pelo que fez... Mas agora vai piorar as coisas - Solucei - Ele só vai esperar você sair e...
- Quem disse que vou sair do teu lado? - Ele sentou ao meu lado e me puxou para o seu colo, beijando o meu rosto.
- Hum... Quer dizer que você vai morar aqui? - Cruzei os braços.
- Quer dizer que você vai morar em uma de minhas casas - Falou.
- Hum...
Por curiosidade, levantei a sua camisa revelando o cano de sua arma, em seguida a peguei, examinando, GW me encarava com curiosidade, os olhos brilhantes.
- Se você me ensinasse a atirar... Seria melhor - Falei com um sorriso de lado.
- Vou pensar no teu caso - Ele tirou a arma de minha mão a jogando de lado, em seguida me ajeitou em seu colo - Gostosa - Apertou minha bunda.
- Agora não... - O empurrei - Preciso ver Rebecca.
- Ela tá dormindo em cima da cama - Falou e em seguida tocou em um dos meus machucados - Dói?
- Não, nossa! É muito bom - Falei sarcasticamente.
Ele revirou os olhos.
- Fiquei puto quando vi Billy te machucando, mataria ele de porrada! - Falou com fúria.
- Já passou, e mesmo fazendo tudo isto, ele ainda é meu padrasto - Falei.
- Tu é muito trouxa, ele falou até em te fuder!
- Fica quieto, Rebecca está dormindo.
- Tá bom - Ele levantou as mãos em sinal de rendição.
- Vou tomar um banho rápido, já volto - Beijei os seus lábios.
Tomei um banho rápido e vesti apenas um short de moletom vermelho com bolinhas e uma regata preta, GW odiava que eu vestisse este shorts, mas eu ficaria em casa, não vi problema algum.
- Pô, Lana - GW me puxou em sua direção - Já não mandei tu tacar esse shorts fora, caralho?
- Eu vou ficar em casa - Falei.
- Não vai não, tira esse shorts agora - Mandou.
- Gabriel! - Grunhi
Ele me fuzilou e rapidamente puxou o meu shorts, rasgando-o em dois, em seguida puxou o meu cabelo aproximando os nossos rostos.
- Quando eu mandar tu fazer algo, tu cumpre, beleza? - Se afastou, caminhando até a saída.
- Onde você vai?! - Perguntei com medo, tentando cobrir a minha calcinha.
- Vou resolver o negócio da casa, já mando um vapor te buscar. - Falou pausadamente e bateu a porta.
Passei as mãos nos cabelos e fui preparar o jantar, optei por um macarrão ao molho, em seguida separei algumas mudas de roupas minhas e de Rebecca, em seguida vesti um shorts e fui arrumar Rebecca e fazer o seu leite.
Eu estava ansiosa apesar de tudo, nunca havia estado na casa de GW. Escutei umas buzinas e a seguir Billy apareceu na porta de meu quarto, gelei.
- Teu cliente veio te buscar, filhinha? - Soltou em sarcasmo.
Agradeci quando um vapor apareceu, fazendo Billy voltar para o seu quarto.
- E ai novinha - O vapor acenou - Me chama de RR.
- RR - Sorri - Sou Lana e essa é Rebecca.
- Linda sua irmã - Elogiou.
- Obrigado - Mordi o lábio - Pode levar a bolsa?
- É claro - Respondeu.
Peguei Rebecca e desci as escadas, encontrando um carro parado em frente a minha casa.
- Vamos? - RR abriu a porta do carro e jogou a bolsa dentro, entrei a seguir.
Ele dirigia em silêncio, o que agradeci.
- O patrão deve gostar muito de ti - Falou, me olhando pelo retrovisor.
- Que nada, ele é possessivo com as propriedades dele - Falei me desvalorizando, não poderia deixar que algum vapor saiba algo de GW.
- Sei não hein, acho que alguém vai virar fiel - Zombou.
Revirei os olhos.
Ele parou o carro em frente a um enorme sobrado, na frente estava GW, ele fumava encostado no portão, estava de bermuda e uma camiseta azul sem mangas.
- Chegamos ao paraíso - Zombou RR.
Ignorei e desci do carro, segurando Rebecca e a mochila, Rebecca ainda tinha quase quatro meses, e dormia quase a tarde toda, quando não estava com febre ou outro sintoma.
- Gabriel! - Sorri para GW, por algum motivo estava feliz em vê-lo, quase pulei em seus braços.
- Entra - Falou frio, RR me lançou um olhar irônico.
Lancei-o um olhar incrédulo, minhas pernas fraquejaram e senti vontade de chorar, engoli o choro e peguei Rebecca, desviando o caminho entrando em uma viela.
- LANA! - Escutei o grito de GW, vários caras nos encaravam.
- O que foi? - Perguntei rude, pousando a bolsa pesada no chão.
- O que foi é o caralho, onde pensa que vai, cacete? - Perguntou rude, apertando o meu braço.
- Prefiro mil vezes morrer espancada do que ser humilhada! - Falei no mesmo tom.
- Vai se foder garota, tô te ajudando e ainda vem de k.o? - Ele se aproximou mais.
- Não entendo você, GW! Do nada estava carinhoso comigo e agora vem me tratar assim? - Chorei.
- Entenda uma coisa - Ele apontou o dedo - Tu não é minha fiel, não é minha mulher, é apenas a minha vadia, e quando eu mandar, tu obedece!
Suas palavras fizeram mais estragos do que Billy sequer podia fazer em mim.
- Se é assim, a partir de hoje não sou mais nada sua! - Virei as costas.
- E quem disse que tu decide algo aqui? Anda, antes que eu te arraste pelos cabelos! - Ele pegou Rebecca dos meus braços e passou a me arrastar.
Várias pessoas olhavam, me sentia humilhada, me sentia uma qualquer, uma puta sem valor.
Quando percebi, estava chorando desesperadamente, GW parou assustado, já estávamos dentro de sua casa.
- Lana?! - Ele colocou Rebecca em uma espécie de colchonete, que ali havia.
- Me deixa em paz, GW! - Gritei o empurrando - Eu não quero mais isso!
- E o que aconteceu para mudar de idéia, hein?! - Gritou.
- Meus sentimentos, GW! Passaram a ter importância.
Ele permaneceu em silêncio.
- É isso que tu quer? - Perguntou após um tempo.
Meus olhos se encheram de lágrimas.
- Eu não posso continuar em um relacionamento sem futuro... Ou soma, ou some.
Ele suspirou, passando as mãos nos cabelos.
- Beleza - Falou, caminhando até a porta.
- Gabriel?!
- "Nóis" se vê por ai - Falou, batendo a porta.
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