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O grande dia se aproxima

Era primavera, estava um lindo dia, podia sentir a leve brisa passando entre meu cabelo, depois da aula de francês e do almoço as meninas e eu fomos nos sentar no jardim, sem afazeres, conversavamos tranquilamente.

- Kenna está pensando em que? - Perguntou Lola.

- Estava imaginando quando esta espera vai acabar, afinal já estamos nos preparando a anos, e nossa partida nunca chega! Estou ansiosa para conhecer a França.

- Se acalme não se esqueça que Mary tem apenas 15 anos agora - Disse Greer olhando pra mim.

- E pensar que Mary está sozinha no convento a esta hora, nós pelo menos temos umas às outras.  - Dei um sorriso para Aylee.

- Aylee tinha que ser você pra ver o lado positivo desta situação.

Ela não deixava de ter razão, mas não podia me conter eu esperava pela ida a França desde que cheguei aqui. Estava ansiosa ,e sei que quanto antes Mary retornar ao Palácio mais fácil será de conquistar o Princípe, homens são imprevisíveis e este casamento precisa acontecer, este país depende disso.

- Com licença miladys, desculpe interromper a Rainha regente convoca a presença de todas vocês a sala do trono imediatamente. - Anúncio um guarda.

Me levantei um pouco sobressaltada.
- Por quê? Aconteceu alguma coisa? Ela adiantou o assunto? - Não consegui conter minhas perguntas.

- Não mesmo, apenas ordenou que as chamasse imediatamente. Mas sua expressão mostrava preocupação, tenham caltela.

- Obrigada, estamos indo agora mesmo. - Garantiu Greer.

- Ótimo, não demorem.

Seguimos a sala do trono com certa pressa, a Rainha era muito ocupada, não era pra menos já que governava o país sozinha dês da morte do Rei, era muito raro vê-la, mesmo que de passagem pelos corredores do Castelo.

Chegando lá adentramos o salão, onde a Rainha se virou para nos ver, era de grande beleza, cabelos negros presos em um coque, o qual ostentava uma coroa, vestido preto com detalhes prateados que lhe cobria até o punho, era uma bela mulher, apesar de sua idade, trazia uma expressão cansada em seu rosto.

- Meninas, finalmente, por favor aproximem-se. - Ela saiu de perto da janela que observava o jardim e sentou-se em uma poltrona.

Nos aproximamos dela e fizemos as quatro uma reverência
- Majestade o que houve? Viemos assim que soubemos de seu chamado. - Disse Aylee.

- Então meninas vou ser direta, como todas vocês sabem escolhi cada uma de vocês a dedo para serem ladys de minha filha. - Neste momento meu coração deu um salto, com a expectativa do dia de ir pra França estar chegando. - Vocês são preparadas há anos, e terão uma importante missão, afinal minha filha esteve este tempo todo no convento.

- Majestade, perdão pela intromissão. - Falei. - Mas é o que estou imaginando? Finalmente vamos para França?

- Exatamente Kenna, partiram para França ao amanhecer de amanhã, já as coloquei no próximo navio e neste exato momento servas estão arrumando as coisas de todas. Suas famílias foram avisadas e as aguardarão no Porto para se despedir.

- Isto é incrível majestade! Mas o que aconteceu para que Mary retorne ao Castelo tão cedo? - Disse Greer como se esperasse que a resposta não fosse das melhores.

- Há pouco, houve um atentado contra a vida da Rainha, uma tentativa de envenenamento.

- Isso é horrível, mas presumo que esteja bem. - Conclui.

- Realmente está, mas vamos ao ponto, minha filha esteve reclusa a um convento, não sabe nada sobre como conquistar um homem, e ela precisa firmar a aliança com a França a Escócia depende disso. Será dever de vocês auxiliá-lá nisto.

- Certo majestade faremos o que nos foi ordenado mal podemos esperar para chegar a França.

- Ótimo meninas descansem e se despeçam do pessoal do Palácio, farei de tudo para que seja uma boa viagem. Estão dispensadas.
Com uma última reverência saímos da sala.

- Ah, vocês acreditam nisso? Finalmente vamos para a França!

- O lado bom é que assim Mary terá mais tempo para conquistar Francis. - Falou Greer.

- Como será a França? Estou tão ansiosa! Mas vou sentir falta da Escócia... - Aylee sorria, animada com a notícia.

- Mas tem alguém aqui que já está sentindo falta, não é Lola? - Coloquei a mão no ombro de Lola.

- Meninas ,me perdoem mas não posso deixar de pensar em Connor, nós estamos tão bem! E agora terei de deixá-lo.

- Você não tem escolha Lola, avisei que um dia isto aconteceria, eu lhe disse pra não se envolver com este rapaz.

- Greer tem razão, a única coisa a se fazer neste momento é se despedir Lola... - Falei, sabendo que a tristeza em seus olhos só aumentaria depois desta despedida.

- Infelizmente isso está acontecendo, passarei a tarde com Connor, para que ele sempre se lembre de mim, não sabemos quando vamos voltar.

- Claro... Fique com ele, nós vamos nos despedir de todos do Castelo. - Disse Aylee, Lola deu um leve aceno de cabeça e saiu com passos apressados pelo corredor.

As meninas e eu fomos direto para os nossos aposentos, na Escócia dividimos um quarto, ele é enorme e lindo, com 4 camas de casais, baús de jóias e vestidos, também havia uma sacada enorme com vista para os jardins, não posso negar que sentirei falta daqui... Não sabemos o que nos aguarda na França.

Servas estavam arrumando as roupas que usaremos amanhã, quando ouço as portas se abrirem, quando olho para trás vejo Lola entrar chorando e se jogar na cama.

- Lola venha cá. - Disse à puxando para um abraço.

- Foi horrível, olhar nos olhos dele e dizer que estava de partida, ele ficou tão bravo... - Lola chegava a soluçar.

- Ele vai amanhã no Porto?

- Não me despedi dele hoje, não sei o que será de nós agora.

- Se acalme, se for pra ser tudo dará certo, venha, tome um banho e se arrume para o Jantar, será nosso último jantar na Escócia, temos que causar uma última boa impressão.


No convento...

- O que houve? Por que a irmã estava sangrando?! - A freira me puxava pelo braço apressada.

- Acalme-se Mary! Lhe explicarei tudo, mas vamos para a enfermaria primeiro. - Disse a freira entrando comigo em uma sala reservada, que nunca tinha visto antes. - Mary sente-se irei examina-lá. Por favor deixe-me a sós com a Rainha. - Ela instruiu ao guarda que nos acompanhou.

- Estarei no corredor.

- Ótimo.

- Irmã me conte o que está acontecendo, por favor...

- Mary, aquela mulher foi envenenada em seu lugar, toda comida que você comia era provada antes, temiamos algum envenenamento o que aconteceu hoje.

- O que acontecerá agora?

- Vou examina-lá para ver se está tudo certo. A guarda real Francesa já foi chamada para garantir sua segurança durante mais uns dias. E Levá-la de volta ao Palácio.

- Mas já? Meu casamento ainda está distante.

- Receio que sim, sei que tem apenas 15 anos, mas você está pronta, tem que estar, seus inimigos já descobriram seu paradeiro. Temos de levá-la daqui. Não é mais seguro!

Eu não sabia o que pensar, ou o que fazer, nunca imaginei que um atentado fosse realmente acontecer.
A irmã passou a tarde me examinando para ter certeza de que eu estava bem.

Na hora do jantar sentei-me uma mesa separada, a minha comida foi provada, e tive de esperar alguns instantes pra comer. Mesmo sabendo que meu prato não estava envenenado, a fome havia me abandonado, por insistência da irmã comi um pouco, logo fui me deitar.
Trocaram meus aposentos, irei dormir sozinha esta noite, com dois guardas chamado as pressas a porta.

Logo pela manhã a irmã entra em meus aposentos, juntamente com duas garotas, uma trás o meu café e a outra carrega um lindo vestido.

- Mary querida, tome seu café tranquila, amanhã cedo partirá para a França. - Informou ela.

Tomo meu café lentamente, e em silêncio, não tinha nada para dizer, tudo aconteceu derrepente.

- Muito bem, lhe darei alguns concelhos, e ficarei aqui durante a tarde, a noite quero que você tome um banho e passe um pouco do preparado que eu trouxe no corpo.

- Por quê?

- Você é uma rainha, irá rever seu noivo, Francis, tem de causar uma boa impressão.

A tarde se passa com a irmã me dando instruções de como me portar, ao anoitecer tomo um banho demorado com pétalas de rosa, passo o preparado como ela me instruiu, e acabo adormecendo. No dia seguinte visto o vestido trazido pela irmã ontem, era de um tom verde turquesa, justo no busto, valorizava minha cintura, com uma pequena renda preta na borda próxima aos seios, delicada tiara acompanhava o vestido, juntamente com uma capa vermelha escura completava a produção.

Guardas me conduziam para fora do simples convento, logo na saida uma carruagem com o brasão Frances me aguardava, soldados em cavalos formavam minha escolta. Todas as meninas me aguardavam para a despedida.

- Mary tome cuidado. - Disse uma delas, entregando-me um terço.

- Querida não se preocupe estarei segura no Castelo, sentirei muita falta de vocês, jamais as esquecerei - Olhei de uma para outra, guardando os seus sorrisos.

Todas acenavam e sorriam, enquanto eu entrava na carruagem. Minha ida para França apenas começou...

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