
♛ Chapter 04 ♛
"Não preciso de permissão
Tomei a decisão de testar meus limites
Porque é da minha conta
Deus é minha testemunha, vou começar o que terminei
Não preciso hesitar
Vou tomar o controle desse tipo de situação
Estou travada e carregada
Completamente focada, minha mente está aberta"
— Dangerous Woman ‐ Ariana Grande
No dia seguinte......
Valentina Zenere
Acordei com o sol batendo diretamente em meus olhos, vejo que era a minha mãe abrindo as cortinas do meu quarto.
Minha mãe era alta, pele clara, loira de cabelo comprido e olhos verdes.
Usava um vestido azul claro de mangas finas e os seus chinelos rosa.
A família da minha mãe era dona de uma fábrica muito famosa de ternos quando ela era adolescente, mas infelizmente faliu e acabaram perdendo tudo por uma bendita hipoteca.
O meu avô não aguentou tudo aquilo e se suicidou, então na época minha mãe veio morar nessa casa com a minha avó.
Ambas tiveram que começar a vida do zero, foi aí que a minha mãe conheceu o meu pai.
A história deles está longe de ser um conto de fadas, mas foi tudo muito rápido, aos 17 anos ela engravidou de mim e ele veio morar aqui, na época ainda a minha avó estava viva.
Mesmo com tão pouco, ambos eram muito felizes e apesar de toda a necessidade que passamos nunca faltou amor.
— Ah, mãe — falei num tom irritado — Sabe que eu odeio que me acordem assim — a lembrei — Que horas são? — perguntei esfregando os olhos com as pontas dos meus dedos.
— Já é 1:00 hora da tarde, filha — respondeu — Você já dormiu o bastante e a propósito Amélia e a Karol estão aqui — avisou.
Realmente estava muito tarde, nunca acordei nesse horário, mas devido os acontecimentos de ontem, até é justificável.
— Elas falaram porque estão aqui? — perguntei curiosa.
Afinal, não combinei nada com elas e também não queria que meus pais ficassem sabendo do ocorrido de ontem.
— Já me contaram tudo que aconteceu na sua formatura de ontem, realmente sinto muito por tudo que aconteceu — falou acariciando os meus cabelos com carinho.
— Não quero falar sobre esse assunto — falei me levantando da cama rapidamente.
Minha mãe nunca me entendia, vi a decepção no seu olhar por descobrir a minha mentira.
Abri o meu guarda roupa e procurei por uma roupa confortável, não iria aparecer de pijama na frente delas.
Escolhi uma camiseta branca de mangas longas e um short rosa claro.
— Filha, não achei certo, você tentar fingir ser o que não é, pra ser aceita pelos seus colegas — falou — Se forem pra ser seus colegas devem lhe aceitar como é, assim como a Karol — justificou.
Eu não queria levar um sermão, já estava muito chateada pelo o que aconteceu comigo ontem.
A única coisa boa da noite foi ter conhecido aquele belo rapaz.
— Eu odeio com todas as minhas forças ser pobre, principalmente odeio o fato de morar nessa maldita vila — falei irritada.
— Devia agradecer a Deus, por ter um teto para morar e nunca faltar comida na mesa para você e sua irmã — falou num tom irritado — Nem todo lar que é rico tem tanto amor quanto o nosso — me lembrou.
— Prefira ter dinheiro, do que esse maldito amor que a senhora tanto fala — falei sem medir a minha frase.
Apenas senti uma forte dor na minha bochecha esquerda, ela tinha acabado de me dar um tapa na cara e percebi que ela ia chorar a qualquer momento.
Ignorei aquele tapa, vendo ela sair do meu quarto sussurrando um pedido de desculpas, pra mim aquilo sempre foi normal, nunca me dei tão bem com a minha mãe mesmo, só meu pai que me entende nessa casa.
Fui até o banheiro, fiz as minhas higienes básicas e troquei de roupa.
Segui em direção à sala como se nada tivesse acontecido, não iria dar um show na frente de ninguém.
Karol estava conversando com a minha irmã, ambas estavam muito animadas, pelo jeito era um bom assunto, já que ambas estavam interligadas.
É muito lindo ver a maneira que ambas se dão bem, até parece que somos uma grande família.
Minha irmã estava usando um vestido amarelo de alcinhas finas e estava descalça.
Seu cabelo estava solto, mas ao mesmo tempo todo bagunçado.
Karol estava usando um macacão de saia jeans e uma camiseta vermelha.
Seus cabelos estavam presos em um coque alto e usava uma sapatilha preta.
Já a minha madrinha estava usando uma camiseta verde com estampa de cachorrinho, calças jeans num tom claro e uma salto alto preto.
— Boa tarde, Karol — falei dando um beijo na bochecha dela e em seguida fui em direção à minha madrinha — Boa tarde madrinha — falei dando um beijo em sua bochecha também.
— Boa tarde, Valu — falou depositando um beijo na minha bochecha — Você está bem, querida? — perguntou.
— Estou sim — respondi, me sentando ao lado dela no sofá — Não se preocupe comigo, ok? — pedi.
Percebi que a minha mãe não estava aqui, provavelmente está na cozinha preparando algo para elas.
— Ficamos muito preocupadas com você ontem — Karol falou me encarando — Fomos atrás de você, mas não te vimos em lugar nenhum — contou.
— Peguei um táxi e vim para casa — menti, minha irmã me encarou confusa, mas mesmo assim não disse nada — Melhor não falarmos sobre isso, não me importo mas, o mais importante é que me formei no melhor colégio da cidade — falei forçando um sorriso.
Não queria que ninguém soubesse que peguei carona com um estranho, iriam me dar um sermão sobre os perigos que me submeti.
O clima estava um pouco tenso, por sorte vi a minha irmã dando menção que falaria algo.
— Valu, ganhei uma promoção da rádio para ir no show da Roller Band, a banda que o Ruggero é empresário — falou toda animada.
Minha irmã era o tipo de pessoa que entrava em todo tipo de sorteio que via pela frente, à maioria das vezes conseguiu ganhar algo.
Me lembrei que o Ruggero era produtor que a pouco tempo estava no mundo da música, se não me engano essa banda era de universitários.
— Ah que legal, irmãzinha — falei — Mas por ser menor de idade não vai poder ir sozinha — a lembrei.
— Não ganhei somente um ingresso, então chamei a Karol para ir comigo e ela topou — falou toda animada.
— Ah que bom — falei mostrando pouco interesse.
— Você também vai comigo,nem precisava lhe chamar, já que são três ingressos — falou toda animada.
— Não estou em clima pra ir em shows — falei, recebendo o olhar de reprovação da minha irmã — Tenho que estudar para ver se consigo ganhar a bolsa na Universidade — a lembrei.
— Irei pagar pelos seus estudos como prometido — Minha madrinha falou tocando no meu ombro.
— Quero tentar ganhar uma bolsa numa faculdade pública mesmo — falei.
— Você sabe que é como uma filha para mim, então quero que se forme numa faculdade de prestígio e seja alguém importante na vida — Minha madrinha me lembrou.
Minha madrinha era uma ótima mulher, sempre desejou o melhor pra mim e sou grata por tê-la em minha vida.
— Muito obrigada por tudo que fez e fez por mim, madrinha — agradeci lhe dando um forte abraço.
— Você mima muito a minha filha — Minha mãe falou aparecendo com uma bandeja de biscoitos.
— Amo como uma filha, então como não vou mimar? — falou fazendo um leve carinho na minha cabeça novamente.
Apenas sorri pra ela, não iria deixar ela pagar a minha faculdade, meus pais jamais aceitariam e eu sei como pode ser caro.
Vejo a minha madrinha indo em direção à cozinha junto com a minha mãe, provavelmente para pegar chá ou café para acompanhar os biscoitos.
— Valu, você foi a aluna número um do colégio, não precisa estudar tanto, pelo menos saia com a agente essa noite — Karol insistiu.
Resolvi ceder ao pedido dela, fazia tempo que não ia à um show, vai ser bom pra mim distrair um pouco.
— Então porque não me disse antes? — perguntei olhando pra minha amiga e a minha irmã.
— Você e a Karol só falavam da formatura, não achei uma brecha pra mim poder falar com antecedência — Minha irmã explicou.
Realmente nos últimos dias, não parei em casa, quando vinha a Karol ficava aqui comigo e ficávamos discutindo sobre vestidos, unha ou penteados.
— Melhor começar a me arrumar então — Karol falou se levantando e juntando suas coisas — Mãe, vamos embora — gritou.
— Já vou, filha — Minha madrinha respondeu, saindo da cozinha ao lado de minha mãe.
Karol e a minha madrinha se despediram de nós dando um abraço em cada uma.
— Mais tarde passo pra irmos juntas — Karol avisou.
— Tá bom — Eu e a minha irmã concordamos.
Fui em direção a cozinha para almoçar, estava morrendo de fome.
Vi que só tinha duas panelas no fogão, o destampar vi que a minha mãe tinha feito macarrão a bolonhesa e tutu de feijão.
Me servi com um pouco de cada coisa e ao abrir a geladeira vi que tinha suco de acerola.
Quando estava comendo, ouvi a minha mãe falar pra minha irmã não ir no show e deixar o ingresso dela pra outra pessoa.
Não acredito que a minha mãe disse isso, sabe o quão animada ela estava para o show.
Quando meu pai chegar irei falar com ele e tenho certeza que vai deixar ela ir.
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