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♛ Chapter 02 ♛

" Quem se importa com o que eu faço?
Quem se importa com o que eu digo?
Eu sou assim, então vou continuar, nunca vou mudar."
- Camila Sodi - A quien le importa

Valentina Zenere

Não aguentei as pessoas me encarando e cochichando ao meu respeito.

Eu sabia muito bem que se eles soubessem da minha origem me tratariam como se valesse menos que eles.

Por isso desde que entrei no colégio fingi ser rica pra não ser alvo de bullying como muitos outros alunos de baixa renda.

Karol era a única que me conhecia, então foi mais fácil fingir, afinal ela guardou o segredo e me ajudou em tudo.

Automaticamente retirei os mais altos do pé e corri sem rumo pra fora, ignorando o chamado da minha madrinha e a Karol.

Senti os pingos de água fria caindo sobre a minha pele, uma forte chuva começou e não tive nem um trabalho pra me esconder.

As minhas lágrimas se misturavam com a água da chuva, tenho certeza que estou num estado horrível nesse momento.

Parei de andar ao perceber que havia me perdido no local, estava na frente de um terreno baldio e as pessoas passavam correndo me encarando.

Tenho certeza que estou num estado horrível, mas resolvi ignorar aquilo, apenas me sentei na calçada e a imagem da humilhação repetia frequentemente na minha mente.

A chuva parou de cair em cima de mim, mas percebi que ao meu redor ainda estava chovendo.

Olho pra cima vendo que tinha um guarda chuva transparente sobre o meu corpo e tinha um belo jovem rapaz segurando.

Ele era rapaz alto, pele bronzeada, olhos castanhos e os cabelos também.
Estava usando um bobojaco preto, calças jeans num tom escuro que havia detalhes de rasgo no joelho e um coturno preto.

Não sei porque, mas quando ele sorriu senti que metade dos meus problemas tinham sido resolvidos.

- Moça - me chamou, fazendo que eu despertasse dos meus pensamentos - Não devia ficar na chuva desse jeito, vai acabar tendo uma pneumonia - falou num tom preocupado.

- Nessa altura da minha vida não me importo com mais nada, hoje tudo desmoronou, era pra ser o meu melhor dia, mas foi um total pesadelo - desabafei.

- Na vida as vezes acontece coisas ruins, mas não é pra você desanimar - falou com um certo otimismo - Porque você ficou assim? - perguntou.

- Acabei de sofrer a maior humilhação da minha vida, fiquei mal falada na frente dos meus colegas - falei me lembrando.

- Sabe o que você faz com essa humilhação? - perguntou.

- Eu me vingo? - perguntei como se fosse óbvio.

- Uma mulher tão bonita como você, não precisa se vingar de ninguém, a vida fará isso por você - respondeu - Apenas encare tudo com um grande sorriso no rosto - falou.

- Obrigada pelas gentis palavras - agradeci, forçando um sorriso pra ele.

Me levantei e percebi que a minha roupa estava encharcada e tenho certeza que a minha maquiagem está um desastre.

Não sei o porque me deixei levar pelo o que fizeram comigo, esse rapaz abriu os meus olhos e de certa maneira me ajudou bastante com suas sábias palavras.

Ele me entregou o seu guarda chuva, retirou o seu bombojaco colocando em meus ombros.

- Onde a senhorita mora? - perguntou.

- Num cortiço chamado Santa Luz, não sei se conhece, está um pouco longe daqui - respondi.

- Irei lhe levar pra casa - avisou.

- Não precisa, vou ver se pego um ônibus - falei - Só preciso achar um ponto - avisei.

- Esse bairro é perigoso, não irei deixar você sozinha aqui - falou.

Senti que poderia confiar nele, meu estado era horrível, não tinha dinheiro e nem celular pra ligar a alguém, ele era a minha única opção.

Caminhei com ele em direção ao seu carro, me surpreendi ao ver que era caminhonete vermelha, último modelo.

Ele era um rapaz muito rico, imaginei que não seria boa ideia sentar molhada no banco do seu carro.

- Não se preocupe, pode entrar no meu carro - falou.

Entrei no carro com muita vergonha por estar deixando ele todo ensopado, no caminho não conversamos, abracei a sua blusa que me emprestou pra tentar sentir menos frio.

Olho pela janela percebendo que ainda chovia e muito forte, aos poucos vi o bairro onde moro.

- Valeu pela carona - agradeci retirando o bobajaco dele e lhe entregando - Me desculpe pelo banco - pedi, retirando o meu cinto.

- Não se preocupe com isso, leve o guarda chuva pra não se molhar mais - pediu lhe entregando.

- Eu não posso aceitar - falei.

- Fique é um presente - falou - Se cuide, viu anjo? - pediu.

- Tá bom, muito obrigada por tudo que fez por mim hoje - agradeci novamente.

Peguei o guarda chuva e levei comigo, realmente iria me molhar até chegar no andar da minha casa.

Antes de eu ir, ele pegou na minha mão deixando um beijo, aquela atitude dele me pegou de surpresa e ao mesmo tempo envergonhada.

- Não precisa me agradecer, sempre estarei disposto a ajudar uma bela dama como você - falou com um belo sorriso no rosto.

Ao descer do carro, olhei pra trás vendo ele fazer um "tchau" com a mão, ele era o tipo de pessoa que fazia caridade para os pobres, por isso me ajudou, como um verdadeiro príncipe.

Enquanto subia as escadas do cortiço, percebi que a chuva havia diminuído um pouco, me lembrei que não havia perguntado o nome dele, mas tenho um pressentimento que nós veremos novamente.

A porta estava encostada, vi a minha irmã Valéria usava um pijama de vestido azul claro e percebi que ainda deitada no sofá assistindo TV.

Ela não era tão parecida comigo, puxou para o lado da família do meu pai, seus cabelos eram castanhos claros lisos com uma franja reta, olhos azuis e a pele clara.

Ao perceber a minha presença, ela pausou o que estava vendo e ficou o seu olhar em mim.

Meus pais não estavam em casa, se não, minha irmã não estaria aqui vendo TV tão tarde, novamente estão fazendo hora extra no trabalho.

- Valu - falou - O que aconteceu? Porque tomou toda essa chuva? - perguntou preocupada.

Ignorei sua pergunta colocando a sombrinha aberta para secar.

- Oi, Valéria - falei - Depois a gente conversa, irei tomar um banho - avisei - Quando ir para o nosso quarto quero você, lá viu mocinha? - mandei.

Vejo ela fazendo apenas um sinal positivo com a cabeça.

Fui em direção ao banheiro, tomei um banho quente pra tentar relaxar um pouco.

Realmente aquele dia não foi nada fácil pra mim, só queria esquecer de toda a humilhação.

Desliguei o chuveiro, enxerguei com a toalha e depois vesti o meu pijama, que era mais como uma camiseta grande rosa e em seguida enrolei os meus cabelos na toalha.

Valéria chegou no nosso quarto com um secador na mão.

- Obrigada maninha - agradeci.

Comecei a secar os meus cabelos, por serem mais finos foi bem rápido a secagem.

- Vai me dizer o que aconteceu lá na formatura? - perguntou curiosa - Ainda é 10 horas da noite, você não viria tão cedo se algo não tivesse dado errado - justificou.

Minha irmã é uma garota muito inteligente, ela era uma das pessoas mais sábias que eu conhecia, apesar de pouca idade ela sempre me dava os melhores conselhos possíveis.

- Mentia no colégio que os nossos pais eram ricos durante 3 anos, aí a Giovanna descobriu tudo e colocou num telão na festa de formatura, pra que todo mundo visse - falei com a expressão cheia de ódio - Por sair na chuva achei ficando naquele estado e por sorte achei um colega que me deu uma carona - menti a última parte, sabia se falasse que peguei carona com um estranho, ia me xingar.

Não iria mais chorar e sim seguir o conselho do rapaz que me ajudou, eu iria fingir que nada aconteceu e no final, a vida me daria oportunidade de pagar na mesma moeda.

Vi algumas lágrimas brotarem nos olhos dela, pela primeira vez a vi decepcionada comigo.

- Realmente você tem vergonha da gente? - perguntou confusa.

- De vocês não e sim de estar nessa maldita pobreza - falei, aproximando a minha mão no seu rosto e secando as suas lágrimas.

- Tenho certeza que um dia nossa vida irá mudar - falou toda confiante.

- Quando me casar com um cara rico, vou tirar vocês da pobreza - falou.

- Dinheiro não é tudo na vida, sabe muito bem disso Valu - me lembrou.

- Não vamos começar a discutir, já estou cansada desse papo - falei.

- Boa noite, Valu - desejou.

Sinto um beijo na minha bochecha e vejo ela apagando as luzes.

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