Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Um bom casal apaixonado

Quando chegou no apartamento de Virgínia, Samuel notou que a porta estava entreaberta. No mesmo instante, ele começou a imaginar que ela fosse maluca, como já pensou diversas vezes. Como uma pessoa em sã consciência deixa a porta da casa aberta?

Mas seus pensamentos logo foram desviados ao escutar uma voz extremamente desafinada, cantando alguma música de Sandy e Junior, que ele não fazia ideia de qual fosse, já que conhecia apenas os cantores, não suas músicas.

Enquanto decidia entre dizer a ela que a cidade não era tão tranquila, e que podia ser arriscado deixar a porta de sua casa aberta, ou tocar a campainha, ele escutava àquela jovem mulher cantando tão desafinadamente um refrão, que tudo o que ele conseguiu compreender foi:

Você desperdiçou o amor. Partiu e nunca mais ligou. Você me complicou, usou. Fugiu com a minha paz.

O rapaz teve certeza de que aquele refrão poderia ser muito bem Virgínia querendo dar uma indireta bem direta no ex-namorado.

Samuel não sabia se era correto atrapalhar aquele momento tão... tão... ele não conseguia descrever aquele momento. Mas preferiu continuar do lado de fora, apenas assistindo de longe, enquanto ela cantava e arriscava alguns passos.

O rapaz não entendeu como aquilo aconteceu, mas ao se dar conta, ele já estava com um sorriso brincando em seus lábios. Apesar de parecer completamente maluca, aquela moça era encantadora. E cantando e dançando daquele jeito, como se realmente estivesse começando a se alegrar, ela ficava ainda mais encantadora.

Quando olhou para a porta, Virgínia arregalou os olhos, se assustando com o rapaz que a observava, sem que ela soubesse. No mesmo instante, suas bochechas se converteram no mais forte tom de vermelho, assim como as dele também começaram a ficar coradas.

Os dois realmente não sabiam o que fazer. De um lado, ele estava completamente sem graça por ter sido flagrado enquanto a observava, do outro, ela ficou profundamente envergonhada por saber que alguém, principalmente esse alguém sendo Samuel, a viu em um de seus momentos mais constrangedores.

— S-Samuel. — Ela disse, em uma falha tentativa de fingir que estava bem com toda aquela situação. — E-eu não sabia que você já tinha chegado.

Ele também não sabia o que dizer. Era extremamente constrangedor ser descoberto daquela maneira. Mesmo assim, se esforçou para dizer algo.

— Eu... eu cheguei agora a pouco.

Os dois ficaram em um silêncio nada agradável, o que era bem estranho, já que o silêncio não era muito constante quando Virgínia estava por perto. Samuel conhecia a jovem a menos de uma semana, mas nesse curto tempo, já deu para perceber que quando ela não estava falando mais do que o necessário, sempre interrompendo quando ele tentava concluir alguma frase, ela estava chorando ou destruindo as músicas de Sandy e Junior.

— Certo. — Disse ela, em uma tentativa desesperada de interromper aquele silêncio. — A minha mãe saiu para comprar pimentões. Ela odeia comida sem pimentão e eu odeio comida com pimentão, então nunca compro aqui em casa e, observando isso, ela fez questão de sair para comprar os pimentões para pôr na comida. — Virgínia logo se deu conta de que estava falando demais e tratou, imediatamente, de fechar sua boca, mesmo que fosse tarefa quase impossível manter a boca fechada quando ela estava nervosa.

A coruja em cerâmica que enfeitava a sala da sua casa, parecia ser um ótimo atrativo para conquistar toda a atenção do seu olhar.

— Eu não sei como é almoço com a família da “namorada”, porque todos os meus namoros foram passageiros, nada sério. — Ele tentou desviar o assunto para quebrar aquele momento tão constrangedor, mas acreditou que também estava prestes a falar demais. Virgínia não tinha interesse de saber sobre seus namoricos sem compromisso e o olhar um pouco desconcertado dela mostrava isso. — Mas o meu irmão, ele namora há um ano, e disse que é gentil levar flores para a mãe da namorada, mesmo que a namorada seja apenas de mentira.

— Ah, obrigada, a minha mãe vai adorar. Ela adora receber flores.

E mais uma vez, o silêncio se fez presente na sala da casa de Virgínia. Não que eles quisessem ficar em silêncio, mas parecia que todas as palavras do universo, que poderiam ser ditas, desapareceram da mente de ambos.

— Samuel, você já chegou! — Virgínia quase abraçou a mãe, quando a mulher apareceu. Pelo menos agora ela não iria se sentir tão constrangida. — Fico feliz que você seja pontual, algo que aquele ex-namorado da minha filha não era.

— Mãe, o Samuel trouxe essas flores para a senhora. — Ela apontou para o buquê de flores na mão do rapaz.

— Que gentil. Eu adoro receber flores, faz com que eu me sinta com vinte anos, outra vez. Bons tempos, eu era tão paquerada, sempre fui bem diferente da Virgínia, porque eu sabia aproveitar a vida, beijava muito e...

— Chega, mãe. — Virgínia interrompeu, corando outra vez. Ela não aguentava mais ficar com as bochechas vermelhas de tanta vergonha. A sua cota de constrangimento já tinha esgotado, naquele dia. — A carne ficou por sua conta, lembra? Acho que faltam apenas os pimentões para que ela fique pronta.

— É claro. Vou deixar vocês dois namorando a sós, um pouquinho. E façam tudo o que eu faria, caso tivesse a idade de vocês. — A mulher caminhou em direção à cozinha, com um leve sorriso no rosto.

Se aquela mulher não fosse sua mãe, Virgínia tinha certeza de que iria querer esganá-la.

— Desculpa pela minha mãe, ela quase nunca sabe quando frear a língua. Acho que eu herdei dela esse meu dom de não saber calar a boca na hora certa.

— Fica tranquila, eu gostei da sua mãe.

— É, as pessoas geralmente tendem a gostar mais dela do que de mim.

— Isso eu vou precisar discordar. Gosto da sua mãe, mas eu também gosto muito de você.

Virgínia não sabia exatamente o motivo, mas ela sentiu uma alegria sem tamanho, após escutar o rapaz falando aquilo. É claro que ficou um pouco envergonhada também. Ela nunca soube como reagir a elogios, principalmente se o elogio viesse de uma pessoa que ela conhecia a tão pouco tempo, mas já sentia como se fosse uma eternidade.

Felizmente, o silêncio constrangedor não voltou mais a reinar naquela casa. E nem poderia, já que a mãe de Virgínia sempre tinha alguma história para contar.

Após muitas horas conversando, como se eles já fossem íntimos, a mulher olhou pela janela, percebendo que a claridade do dia já estava indo embora, trazendo a lua para iluminar o céu já escurecido.

Estava óbvio que nenhum dos três havia reparado que já tinha se passado tanto tempo.

— Vocês deveriam ir se divertir. Olha só este céu estrelado. A noite está tão linda, ótima para casais apaixonados. — A mulher desviou o olhar da janela, repousando os olhos nos dois jovens à sua frente.

— E a senhora? — Virgínia questionou. — Vai ficar aí sozinha?

— É claro que não. Eu não sou como você, Virgínia, já fiz questão de estreitar os laços e fazer amizade com essa gente tão hospitaleira de Santa Esperança.

— É claro, caso contrário, não seria você, não é, mãe? — Virgínia comentou, erguendo os lábios e formando um sorriso que encantou Samuel. Ele realmente gostava quando ela sorria.

— Vá, aproveitem a noite como um bom casal apaixonado.

Virgínia encarou os olhos castanhos de Samuel. No fundo, bem lá no fundo mesmo, ela gostaria sim de aproveitar a noite ao lado dele. A jovem queria conhecer um pouco mais sobre aquele rapaz que ela não sabia quase nada à respeito, mas tinha uma leve certeza de que era uma ótima pessoa.

Mas no fundo, ela temia se envolver novamente com alguém. Talvez fosse cedo demais para pensar em se interessar por outra pessoa, principalmente se a tal pessoa não demonstrasse interesse por ela. Virgínia não queria se magoar outra vez. Já estava sendo difícil demais, superar o fora que levara a uma semana atrás.

— Acho que é melhor...

— Anda, Virgínia —, ela se apressou em interromper a filha, mais uma vez —, vá logo, aproveite o seu namorado. Você não vai ter vinte e três anos para sempre.

Ela voltou a olhar para Samuel, que assentiu com a cabeça, encorajando a moça a seguir o conselho da mãe.

Talvez, aproveitar o início de noite com aquele rapaz, realmente poderia ser muito bom.

Ela só esperava que não acabasse se envolvendo sentimentalmente, algo que seria bastante difícil, caso Samuel insistisse em agir como se fosse ele mesmo, porque sim, Virgínia estava se encantando exatamente por quem ele é, um rapaz que, apesar de todas as topadas que levou da vida, não era tão mau humorado quanto ela pensava e se mostrava cada vez mais, ser uma excelente companhia. Ou até mais do que apenas uma excelente companhia.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro