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Capítulo 7 - CATARINA


Eu estava correndo como uma louca para bem longe daquela casa. Eu consegui! Consegui as fotos!

Chego até uma avenida movimentada e pego o primeiro taxi que aparece com destino certo: casa.

Pego o celular do Jornal e vejo as fotos do jogador de futebol galante. Seus músculos incrivelmente definidos e sua ereção imensa me fazem arrepiar. Sorrio sozinha dentro do táxi e seleciono as fotos.

Antes de enviar minha consciência pesa. Sua voz impregna meus pensamentos: essa foto pode acabar com a minha carreira, sabia?

Eu sabia disso. Ele pode até ser um exibido, malandro, cafajeste e ter insinuado que eu seria uma daquelas garotas com índoles suspeitas, mas ainda sim possui uma carreira, é novo e uma foto como essa...

Revejo as fotos.

São pesadas demais. Coloco minha mão na boca para prender o gemido que ameaça sair, ainda sem acreditar no que fiz. Céus, que doideira!

Vejo a paisagem mudar conforme o táxi avança em direção à Baixada Fluminense. Era longe de todo aquele glamour, do outro lado da cidade. Aqui foi onde nasci e fui criada.

Hoje crio minha filha na casa dos meus falecidos pais. Moramos junto com Leandro, meu irmão. O bairro é extremamente simples, mas a sensação de conforto e de estar em casa é inevitável. O bom mesmo era os vizinhos e conhecidos, o apoio e proximidade com todos da rua, as festinhas, as ajudas de última hora. Eu gostava dali.

A arquitetura mudou. As mansões da Barra da Tijuca já não existem e conforme vou chegando mais próximo, certa aflição toma conta de mim. O dia de hoje foi repleto de mundos diferentes.

E a tal da Luciana? Essa já era! A foto dela já estava com o Jornal e fico com uma pontada de arrependimento.

O custo para conseguir um emprego pagando bem é passar por cima das pessoas? Eu não estava confortável com isso. Enquanto fico pensando, meu celular toca e atendo.

— Catarina?

— Oi, Marlon.

— Onde você está?

— Indo para casa. No táxi.

— Já soube que conseguiu uma bomba! Hugo Milano acabou de me ligar. Você está contratada!

Fico calada. Não sabia se comemorava de novo ou chorava.

— Cata? Está tudo bem?

— Não, Marlon. Vou acabar com a carreira dessa mulher. Estou com uma culpa do tamanho de um elefante.

— Ah, não, Catarina! Não fique assim! Se soubesse as barbaridades que ela já fez, ih... fora a sua arrogância com os jornalistas...

— Mas mesmo assim. Isso não justi...

— Olha, Aninha está feliz. — Ele me corta. — Ela já sabe da novidade e está animada para comemorarmos o seu novo emprego. A vaga era para cobrir a estagiária, mas resolveram te contratar logo de cara. Você entrou em uma festinha íntima de jogadores de futebol! Ninguém iria conseguir isso.

— Tive sorte. — Era verdade. Graças a minha audácia e, principalmente, ao tal do Jaime. Ele me salvou quando foi me ajudar com o carro enguiçado. Lembro do carro. — O carro ficou lá, e agora?

— Sem problemas, amanhã mandamos um reboque. Ninguém está se preocupando com isso. Talvez até deixem guinchar.

— Ah, melhor.

— Agora me diz, ninguém sabe quem você é, né?

— Não. Bom, não sabiam que eu era jornalista e nem que eu estava ali exatamente por isso. — Sorrio um pouco, relembrando. Pelo menos o Jaime não sabia. O gostinho de ter conseguido algo é bom. Hoje, a sensação de incompetência não teria vez. — Eu não disse meu nome nem nada...

— Fantástico!

— Espera! Puta que pariu, Marlon!

— O que foi?!

— Minha bolsa! Esqueci minha bolsa na porcaria do carro!

— Mas sabem que o carro era seu?

— Ah, sim. Acredite! Foi graças a ele que entrei naquela festa e consegui as fotos.

Será que Soares irá contar ao tal Jaime das fotos? Lembro-me do medo dele de ser flagrado naquela cena bizarra. Mesmo se não contar, Jaime irá falar que eu sou uma mulher desconhecida que ele encontrou na rua, com o carro quebrado e ofereceu ajuda.

— Então você tem que voltar.

— Nem pensar!

— Você acha que vão pegar sua bolsa?

— Eu não acho, Marlon! Eu tenho certeza.

E agora?

— O que tem na sua bolsa?

— Minha carteira, a câmera do jornal. Meus documentos, Marlon. Foto da Ana!

— Não se preocupe tanto. Amanhã resolvo o reboque e acho que ninguém irá arrombar um carro, não é?

Eu queria acreditar nisso, mas as fotos eram sérias demais. Se fosse eu, quebraria as janelas e pegaria a bolsa sem pestanejar.

— Vou torcer para que pensem assim também.

— O mais importante foi feito. Eles queriam mesmo era foto do Soares, mas as que você mandou vai aguçar a curiosidade das pessoas e, minha amiga, elas irão render muito dinheiro ao Jornal e a você. Agora me conte... era o Henrique Soares na cama com a Luciana Santana ou era outro jogador?

— Eu não sei Marlon, não deu para ver — minto. Ainda preciso pensar nas consequências que teriam se eu divulgasse as fotos mais comprometedoras e, principalmente, as consequências na minha cabeça.

— Poxa! Posso apostar que era ele. Festa de jogadores e logo ela na cama com um? Bom, não duvidaria se fosse outro também. Quem não vai gostar nem um pouco é o novo namorado dela. Já vai sair na edição de depois de amanhã na Fatos & Fotos.

Eu sou mesmo uma filha da puta! Ainda tinha o namorado da loira na parada. Coitado!

— Eu vou destruir um relacionamento.

— Você não vai nada, Cata! Ela é uma vadia que se faz de santa na frente das câmeras. Relaxa! Viu o Soares em algum canto pelo menos?

— Não. Acho que não.

— Então era ele mesmo na cama!

— Talvez eu o tenha visto com alguns outros caras, mas não tenho certeza.

Eu estava com pena. Pena de um homem que eu nem conhecia. Pena e com medo do estrago que poderia causar na sua carreira. Eu não deveria me sentir assim, não é? Ele é rico, sem pudores e um esnobe, talvez não fosse digno de pena e estou me martirizando à toa.

— Ah, Catarina! Eu te conheço como as linhas da palma da minha mão. O que aconteceu?

— Marlon, por favor, já estou aqui na rua, será que você poderia me emprestar cem reais para pagar o táxi? — Mesmo se eu estivesse com a minha bolsa não conseguiria pagar o táxi com dois reais.

— Senhorinha Catarina Maria Mendonça! Você não vai escapar de me contar essa história inteirinha. Estou indo para o portão.

Desligo o celular sabendo que Marlon não iria me deixar em paz até saber tudo.

Será que todo o dia difícil era um aviso dos céus para que eu não chegasse até o jornal?

Marlon aparece e paga o taxista. Ele era o meu melhor amigo, o único que sobrou depois que engravidei precocemente. Nós nos conhecemos ainda no ensino médio, e nem preciso dizer a dificuldade em estudar grávida. Os olhares de julgamento dos professores, pais e alunos, passando da menina estudiosa à garota de má reputação do colégio. Sobreviver a isso foi difícil e graças ao Marlon não abandonei os estudos.

Ingressamos juntos na faculdade de Comunicação Social. Ambos bolsistas cem por cento, criamos um vínculo maior diante de tantas pessoas com mundos tão diferentes do nosso. A verdade é que ele me ajudava bem mais do que eu a ele. Era complicado conciliar estudo, trabalhos temporários em lojas de shoppings, um bebê pequeno e a descoberta do câncer avançado da mamãe, que sempre foi o alicerce da casa. Eu devia a conclusão do meu curso a ela e a ele. Jamais esquecerei essa época e Marlon estava ali, sempre ao nosso lado.

Ele era a parte divertida da nossa vida. Ana, na maioria das vezes, não sentiu falta do pai ausente porque sempre teve a presença constante de Marlon e do meu irmão Leandro.

Marlon se descobriu gay após anos com os sentimentos conflitantes. Ainda adolescente, nas baladas ele se mostrava o maior pegador do bairro. Com seus cabelos claros espetados e um belo par de olhos azuis, ele seguia conquistando. As mulheres mais bonitas sempre eram dele. Ele sabia que era charmoso. Mesmo com algumas preferências meio esquisitas como amar Sandy & Júnior, principalmente o Júnior e ser fã de carteirinha da Britney Spears.

Há apenas alguns anos Marlon confessou para mim a sua preferência. Eu o apoiei, claro. E mesmo ficando receoso em se abrir, a nossa amizade só melhorou. Agora posso me trocar perto dele e pedir opinião sobre os caras com que fico.

Seus pais superconservadores, fingiam que não sabiam e cobravam uma namorada. Teve uma época em que eu até fingi ser para que eles ficassem felizes. Mas Marlon desistiu da farsa para que eles se acostumassem com a realidade. Eu sou sua confidente leal e ele é o meu maior apoio.

Saio do táxi e sou enlaçada por ele em um abraço apertado.

— Tão bom estar em casa depois de um dia desse.

— Sem essa, Cata, sem down. Você ganhou uma nota por causa daquela foto e agora está empregada. Temos que comemorar! Põe agora mesmo um sorriso no rosto que a Ana está a sua espera toda animada.

Sorrio recebendo outro abraço.

Abro o portão de ferro já meio enferrujado e avisto a Ana, que está no quintal e corre em minha direção. Pego-a no colo e a abraço bem apertado. Seu cheirinho e sua pele tão fininha encostada a minha é mais do que reconfortante.

Ela me solta e me dá um beijo na bochecha. Ainda no meu colo, me olhando com os olhinhos cor-de-mel mais lindos do mundo, ela sorri.

Esse sorriso é o centro do meu mundo.

— Que saudade, minha princesinha.

— Eu já estou sabendo da novidade, mamãe!

— Ah, é?

Olho para Marlon que sorri ao nosso lado.

— E o que a senhorita está sabendo?

— Que agora você é rica!

— Marlon! Mentindo para a menina?

— Ih, eu não falei isso não, hein! — Ele se defende.

— Não falou, não, mãe. É porque tio Marlon disse que você agora tem um emprego. E eu feliz pra caramba. Parabéns, mamãe!

Nesse momento meus medos dão lugar a uma força descomunal. É a famosa lei da selva, Catarina! Tantos empregos dependem da desgraça alheia. Donos de funerárias, bancos cobrando os juros altíssimos dos seus clientes e eu seria apenas uma fofoqueira de plantão. Tenho que me convencer de alguma forma. Eu precisava desse emprego e consegui.

— Obrigada, Aninha. O que você acha da mamãe ligar para aquela pizzaria que amamos e pedirmos uma pizza enorme só para a gente?

— Só se for de calabresa!

— Fechado! Mas... — Olho para Marlon.

— Tudo bem! Eu trouxe o cartão de débito — diz, entendendo meu olhar. Eu não tenho um tostão furado.

— Te pago logo.

Ele revira os olhos.

Coloco Ana no chão, recebendo mais um beijo estalado e ela corre para dentro de casa e Marlon me abraça novamente.

— Viu como ela está feliz?

Concordo com a cabeça e enxugo uma lágrima do rosto.

— Então, agora me conte! O que mais rolou nessa festinha?

— Agora só consigo pensar na minha bolsa, nos documentos...

— Vamos recuperá-la, acredite em mim. Fique tranquila.

Repenso mil vezes antes de contar a Marlon que algumas fotos comprometedoras de Henrique Soares estavam no meu celular.

— Ah, não é possível que você está assim por causa da atriz vaca?

— Não. Não é por isso.

— Você não me engana, baby.

— Marlon. — Viro-me para ele. — Preciso te contar uma parada bem sinistra.

Marlon fazia parte do jornal. Trabalhava lá fazia alguns anos e agora era assistente de um editor chefe. Ele sabia exatamente como tudo funcionava. Mas, antes disso, ele era meu amigo. Precisava compartilhar as loucuras da noite, todas as desventuras "quase" sexuais.

— Conta logo!

— Eu vi o tal Soares.

— Viu? E não tirou foto? — Ele quase sorri.

— Não... quero dizer, sim. Tirei e é por isso que estou assim.

— Manda logo para a Lena, Cata!

— Não! Eu... eu não me sinto confortável com isso...

— Como assim?

— Acho que você só vai entender quando ver as fotos.

Pego meu celular no bolso traseiro da calça jeans, mexo em alguns botões e mostro a ele a fatídica foto. Henrique Soares deitado nu e...

— MAS O QUÊ.... — Ele tapa a boca. — Ele é... hum...

— Hum, sim... eu sei. Ele é bem afeiçoado.

— Afeiçoado? — Ele ri do meu comentário.

— Ele é bem-dotado mesmo. Estou passado! Como você conseguiu isso?

— Foi tudo uma grande loucura. Primeiro, eu não sabia que me tornaria repórter investigativa.

— Investigativa? — Ele ri novamente da minha cara.

— Não piore as coisas, Marlon! Eu quero encontrar motivos para continuar nisso. Quer que eu fale o que? Repórter de jornal sensacionalista? Ou melhor, uma fofoqueira de celebridades?

Ele continua rindo e me dá um tapinha nas costas. Era exatamente isso que eu seria.

— Você sabe que tem uma pequena fortuna nas mãos, não sabe?

Faço que sim. Tanta coisa mudaria.

— Ele está nu! — Enfatiza ele, sem acreditar, olhando mais uma vez para a foto.

— Eu sei. E é exatamente por isso. Nem preciso comentar novamente os apetrechos das fotos, né?

— Ele estava preso?

Faço que sim, sorrindo, lembrando da cara de espanto dele.

— Você foi para a cama com ele?

— O quê? Claro que não!

— É o que parecendo vendo essa foto. O ângulo de onde tirou é no mínimo bem dedutiva.

— Claro que não, Marlon! Ele estava com a Luciana.

— Poxa! Ficaria feliz se fosse você — diz descontente. — Tirar a teia de aranha com um cara desses... seria... uh... — ele se abana.

— Vai se catar, Marlon! Eu sou muito bem resolvida.

— Hum, eu não disse que não era. Só falei que um sexo sem compromisso poderia ser muito bom.

Reviro os olhos. Ele só fala merda.

— Olha... vou te dizer que ele até tentou, viu. Como seria com qualquer uma, claro — confesso.

— Ei, espera. Agora vou repetir o que você fez: o quê? Ele te chama para transar e você nega? Na boa, não estou mais entendendo nada.

— Falou o senhor do sexo sem compromisso.

— Sou mesmo. Agora, para de bobeira e pode confessar para mim que depois que pegou o filho da sua dentista, não transou com mais ninguém.

Cerro os olhos na sua direção, negando um pouco com a cabeça. Marlon estava certo. Foi com ele a última vez que fiz sexo e já tinha quase um ano. Tive alguns encontros depois dele, mas nada que eu deixasse ir adiante. Estar desempregada me deixou deprimida e sem verba para passeios noturnos.

Minha lista de homens que fui para cama era no mínimo sem graça. Contando com o traste do pai de Ana e o filho da dentista, foram ao todo quatro. Dois nesse meio tempo. Todos sem importância. Até mesmo o pai da Ana, fora ser pai dela, ele nem era merecia classificação.

Pego o celular da mão do Marlon e vejo a foto novamente. Um calor sobe através da minha espinha ao relembrar a cena.

Marlon estava certo.

Talvez eu esteja mesmo começando a subir pelas paredes.

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