Capítulo 5 - CATARINA
Estaciono, muito mal por sinal, em frente a uma mansão amarela no bairro da Barra da Tijuca, desligo o GPS e tenho a ligeira impressão de que a tensão na qual me encontrava depois de ter dirigido até aqui jamais passaria. Deus foi bom comigo e não em deixou morrer em um acidente de carro. Amém.
Saio do veículo com as pernas ainda bambas. Remexo na bolsa que Lena me deu e retiro o celular para fotografar a fachada da mansão. Envio para o WhatsApp dela e imediatamente recebo a resposta:
Está de sacanagem? Somos uma revista de celebridades, não de arquitetura!
Ignoro, pondo o celular do Jornal no bolso da calça jeans e o meu celular particular no outro bolso. Coloco a bolsa do jornal dentro da minha, ponho-a no banco de trás e analiso o local. A rua deserta seria perfeita para uma festa escondida, se não fosse pelas luzes piscando por cima do muro e a batida alta tocando algum tipo de música sertaneja. Sei lá!
O que eu faço agora? Céus, me dê uma luz!
Olho de um lado e para o outro, escorada no carro, buscando alguma ideia, mas nada vem a minha cabeça. Bom, se o tal Soares está aí, uma hora ele terá que sair.
Um barulho alto me tira dos pensamentos. Trovão. Olho para o céu e vejo as nuvens pretas carregadas. O dia foi muito quente, então não é de se estranhar que durante a noite o tempo iria mudar. Permaneço próximo ao carro por meia hora e nada. Ninguém entra e ninguém sai.
Em seguida, um pingo enorme cai no meu nariz! Que merda!
A chuva aperta e sem alternativa, entro no carro novamente.
Já era! Eu fracassei. De novo! Fracassei! O que vou falar pra Ana novamente?
A raiva se torna tão grande que começo a bater no volante com toda a fúria do mundo!
Merda de vida! Merda de vida!
Sem conseguir manter o equilíbrio emocional, eu choro. Choro de raiva. Eu estou desistindo, desistindo de uma oportunidade! Mas cadê ela? Eu não sou repórter investigativa, não torno sites de fofocas como meus favoritos no navegador do computador e sempre troco os nomes dos atores! Isso não é para mim! Definitivamente, não é!
Chega!
Coloco a chave na ignição. Não tenho mais nada para fazer aqui. Vou devolver o carro, ir para casa e pedir desculpas ao Leandro e a Aninha por ser uma derrotada.
Giro a chave e, para a minha surpresa, o maldito carro não pega.
— Ah, não, não, não, não!
Não é possível! Muito azar para um dia só! Não!
Tento fazê-lo pegar, mas sem sucesso e recomeço a bater no volante, agora com mais raiva, até três batidas no vidro do carro me fazerem pular de susto.
Em meio ao dilúvio que cai do céu um homem parado ao lado o carro tenta falar algo. Que maravilha!
Agora vou ser assaltada e ainda vou ter uma dívida enorme para pagar esse carro!
Minha vontade é de continuar socando o carro até um milagre acontecer e eu estar em casa abraçando a Ana, mas o homem continua a bater no vidro.
— Ei?
Primeiro olho de soslaio, com um medo absurdo. Depois olho por mais tempo e percebo que, pelo menos, ele não aponta nenhuma arma para mim.
— O quê? — pergunto, ainda com o vidro fechado.
— Algum problema? — O homem berra.
Ele está ensopado.
— Você está precisando de ajuda?
Observo a rua ainda mais deserta a minha frente. Sem opção abaixo um pouco o vidro.
— Precisa de ajuda? — repete ele.
— Meu carro... — Minha voz sai sem força e arranho a garganta. — Meu carro enguiçou e...
Eu queria falar, queria contar, pôr para fora todo o dia tenebroso que estava tendo. Mas, ao invés disso, eu entro em prantos.
Choro tanto que não consigo segurar o soluço.
O homem faz um gesto de espera com a mão e vai para o outro lado do veículo, abre a porta e se senta no lugar do carona.
Imediatamente eu paro de chorar e grudo na porta ao meu lado, com medo daquele homem desconhecido dentro do carro.
Quando eu era mais jovem, toda vez que eu saia de casa minha mãe repetia uma frase de alerta que, mesmo sem querer, fixou na minha mente. Nesse instante a frase voa na minha mente, como um lembrete: Fuja de estupradores! Eu sempre achava aquilo meio exagerado, até hoje, afinal como eu iria prever algo desse tipo. Eu debochava mentalmente daquela frase. O que minha mãe achava? Estupradores não usavam uma placa no pescoço especificando sua índole perversa. Esse moço não tem plaquinha, mãe!
Observo o homem enxugar o rosto molhado com a mão e colocar o cabelo para trás, enquanto permaneço imóvel e apavorada. Até que ele se vira e me vê.
— Ei, acalme-se! Eu só quero ajudar. Tudo bem?
Sua fisionomia acolhedora me faz relaxar um pouco e penso que ainda há pessoas boas no mundo. Seus cabelos negros pingam e percebo que o homem é moreno e comparado ao meu tamanho dentro do carro, é alto.
Tenha fé, Catarina! Mas se ele levantar uma mão, CORRA!
Conto mentalmente até dez e tento controlar as batidas do meu coração.
— Parou do nada? — pergunta.
— O que?
— O carro.
— Ah, sim, claro. Hum. Foi. Eu... eu estava passando e... — minto. — Parou, de repente.
Contar a verdade será ridiculamente constrangedor.
Ele mexe na marcha verificando se está no ponto morto, gira a chave e nada.
— Acho que morreu mesmo. — Ele sorri. Um sorriso ligeiramente acolhedor, bonito e agora fico tão encabulada, que ajeito devagar os meus cabelos.
— É. Isso eu tinha percebido.
Ele respira fundo, bate uma mão na outra e me estende uma.
— Ah, nome é Jaime.
— Catarina.
— Catarina, eu acho que você precisa ligar para alguém. Você tem algum celular ou quer que eu faça alguma coisa? Desculpe, eu sou uma negação com máquinas, pelo menos na prática.
Eu tenho! Eu tenho um celular, mas ele é pai de santo: estou sem crédito e só recebo ligações!
Penso no celular do Jornal e no fato de que vou ter que pedir ajuda ao Marlon. De alguma forma eu queria evitar toda a vergonha que vem a seguir. Demoro tanto a responder sua simples pergunta que o homem faz um gesto gentil. É, acho que ele percebeu que eu estou mais dura do que casco de tartaruga.
— Hum, eu estou em uma festa, nessa casa... — Ele aponta para a mansão amarela onde ocorre a festa que o tal Soares está.
— Nessa casa? — questiono aturdida.
Ele aquiesce. Meu Deus! Eu pedi um milagre! Eu pedi! Esse homem é o milagre!
— Se quiser, posso levá-la até lá para fazer alguma ligação e, talvez, beber alguma coisa até o seu socorro chegar. O que acha? — Ele sorri com seu cavanhaque excepcionalmente bem cortado e percebo o quanto o homem é bem charmoso.
Mantenho os celulares nos bolsos e começo a repensar nos cenários futuros: eu me dando mal e não podendo evitar a vergonha de voltar para casa sem um tostão no bolso ou conseguindo pelo menos uma foto do famoso exibido Henrique Soares e finalmente conseguindo um emprego que pague as contas da minha casa. Eu precisava tentar essa segunda opção. Precisava. Por mim e pela Ana.
— Eu tenho celular, mas acabou a bateria — minto.
— Sem problemas, Catarina. Meu celular está lá dentro. Vamos?
Respiro fundo e concordo com a cabeça, um pouco acanhada por estar mentindo para um homem tão bondoso e solicito. É para um bem maior, moço! Falo para mim mesma.
Ele sai primeiro e eu o acompanho, deixando a minha bolsa e a do jornal no carro. Precisava manter a discrição. Os celulares estão comigo. Já é o suficiente.
A chuva diminuiu um pouco, mas ainda é suficiente para molhar minha roupa.
Tranco o carro e ele abre a porta da mansão, me convidando para entrar. A frente da casa está vazia e o enorme gramado verde com luzes em neon azul dá o ar requintado e um pouco extravagante para o meu gosto. Conforme caminhamos, a música se torna mais alta. Ao lado de Jaime, sinto-me pequena. Ele é realmente bem alto.
— Vamos. Meu celular está em uma mesa lá atrás. — Ele diz, me induzindo a segui-lo pela lateral da casa.
Chegando a parte de trás da mansão consigo observar perfeitamente a festinha. Alguns homens rindo em um canto com seus copos de cervejas na mão, luzes piscando, som alto, e dezenas de mulheres dançando na beirada da piscina. Algumas desfilando com seus biquínis. - Acho que é biquínis! – Céus, não é biquíni! Até que vejo algumas sem nada em cima, expondo os seios com a maior naturalidade do mundo.
Meu pai eterno, que festa é essa? Que povo depravado, eu hein!
Elas exibem seus corpos esculturais sem pudor.
Coloco a mão em meu cabelo tentando abaixar o volume. Ele estava feio, meio seco e meio molhado, um horror. A maquiagem que eu tinha feito antes de ir para entrevista deve ter vencido. Minha calça jeans meio surrada e a blusa de linho social um pouco molhada, destacam o meu visual desgrenhado, me deixando desconfortável e visivelmente deslocada. Eu não imaginava estar uma festa de ricos pervertidos no fim do dia. Não imaginava!
Alguns homens me veem, mas não se fixam muito na minha presença, enquanto outros estão agarrados com algumas mulheres. Festa pequena, agora entendi!
Observo atentamente para procurar o jogador de futebol no qual me interessa. É só ele que eu quero!
— Sente-se aqui — diz Jaime, puxando uma cadeira em uma mesa vazia, um pouco afastada dos homens. — Quer beber alguma coisa?
— Uma água — digo. Eu estava realmente com muita sede.
Ele se afasta e começo a procurar no meio do grupo. Não é ele! Não é ele! Não é ele! Que merda! Vejo um jogador que faz parte do time que o Leandro, meu irmão, é fanático. Ele iria surtar se estivesse aqui. Ele vai surtar quando eu dizer onde estive essa noite. Sorrio sozinha.
— O que foi? — pergunta Jaime já ao meu lado, me entregando um copo de água e o celular. — Desculpe, essa festa é um pouco...
— Íntima
— Sim, exatamente.
Apenas sorrio e em um canto vejo alguns homens rirem alto em meio a xingamentos. O papo devia estar bem engraçado.
— Não ligue para aqueles doidos. Estão curtindo um pouco. Bêbados.
Forço um sorriso e ele se senta, enquanto meus pensamentos ficam ligados em como encontrar o Soares nessa casa.
— Não quer alguma coisa pra comer ou uma bebida mais forte?
Arregalo os olhos. Uma bebida mais forte até que cairia bem.
— Não. Obrigada mesmo.
Bebo apenas a água e pego o celular para ligar para o Marlon. Eu não queria ligar. Queria ficar e ir em frente com a chance ímpar que consegui. Disco seu número sob os olhos atentos do Jaime e a ligação não completa. Yes!
É claro que isso vai acontecer.
— O que foi?
— Não está completando.
— Aqui o sinal é péssimo! Se quiser ir para frente da casa, fica à vontade, ok?
Assinto. Ficar à vontade? Claro!
Ele me encara e abaixa o olhar até minha blusa, bastante molhada. Quando os seus olhos fixam nos meus seios, ele vira um pouco o rosto.
Olho para baixo e vejo minha blusa levemente transparente. Cacete!
— Será que eu posso ir ao banheiro?
— Ah, claro! Desculpe. Acho que você deveria se enxugar.
Ele levanta e eu o acompanho. Entramos dentro da casa vazia e percebo que ela é ainda mais linda por dentro. Acho que nunca entrei em uma casa tão grande e tão cheia de aparelhos eletrônicos. Só a TV pendurada na sala é maior do que a parede da minha.
Subimos a escada e caminhamos por um corredor.
— Tem banheiros lá embaixo, mas os caras estão usando e não vão estar muito limpos.
Ele entra em um quarto e fico do lado de fora, olhando o corredor. Uma risadinha alta escapa de uma das quatro portas fechadas.
— Toma. Encontrei uma toalha. — Jaime sai e me entrega. — O banheiro é esse aqui. — Aponta para a porta atrás de mim. — Fica com o meu celular, talvez aqui em cima pegue sinal. Não tenha pressa. Estou lá embaixo, ok?
Faço que sim. Santa mãe! Eu não estava acreditando! Esse Jaime era mesmo o meu milagre!
Entro no banheiro e me seco rapidamente. Disco o número do Marlon novamente e a ligação completa.
— Alô?
— Marlon! Marlon... ouça...
— Catarina? É você?
— Sou eu, Marlon! Agora ouça que tenho pouco tempo. — cochicho.
— Conseguiu as fotos?
— Estou quase, mas aquela porcaria de carro parou. Estou enguiçada em frente à casa.
— Sério? Putz! Quer que eu vá te buscar?
— Não. Não agora. Ainda vou tentar conseguir as fotos. Agora, você tem certeza de que esse Soares está aqui?
— Você está dentro da casa?
— Estou!
— Catarinaaa! — Ele reage com surpresa.
— É, eu sei. Foi tudo muito louco, depois explico com calma. Agora só me confirma essa informação, ok?
— Sim! Soubemos através de uma fonte segura que o viu entrar.
— Bom, eu demorei a chegar aqui, você sabe, né? Não dirijo direito.
— Eu estava com medo de você nem chegar aí, Catarina. Então, você está no lucro.
— Engraçadinho. Vou fazer de tudo, Marlon. Está com Ana?
— Estou. Leandro foi correndo para a casa da namorada quando cheguei.
— Obrigada, meu amigo. Em breve te mando um recado para vir me buscar. Esteja pronto.
— Pode deixar.
— Deseje-me sorte.
— Toda a sorte do mundo, Cata.
Desligo o celular. Menos um problema. Agora vamos ao maior de todos. Deixo o celular do Jaime em cima da bancada. Saio do banheiro bem devagar e caminho pelo corredor. Verifico um quarto e confirmo que ele está vazio. Paro em frente a um com a porta fechada e grudo meu ouvido. Gemidos altos saem de lá. E agora? Tento olhar pelo buraco da fechadura e vejo um homem de costas totalmente nu, ao lado da cama.
Na hora, eu consigo captar perfeitamente seus movimentos. Uma ruiva está de quatro à sua frente gemendo insanamente. Ele entra e sai dela com tanta força e tão rápido que fico por alguns segundos tentando crer na cena. Ou isso está bom demais, ou ela está sentindo algum desconforto. Chego a ficar arrepiada e a mulher clama por mais. Eu estou aonde? Em uma festa ou um estúdio pornô?
Ela está é gostando. Não sei por quanto tempo fico vendo a cena. Eu já havia assistido à alguns filmes pornôs, mas confesso que isso aqui era melhor, para mim chegava a ser hilário.
O homem enrola o cabelo dela com uma das mãos e puxa cada vez que enfia mais fundo e com a outra dá tapas fortes em sua bunda.
Repreendo-me e minhas pernas tremem. Não sei se lamento pela cena patética em que eu me encontro ou se choro de inveja da mulher. Afinal, fazia alguns meses que eu estava na seca, sem sex0. Se eu contar para o Marlon ele irá me sacanear até o fim dos meus dias.
Tendo a certeza que o homem não é o Henrique Soares que vejo na televisão, verifico os quartos ao lado dando um passo de cada vez e estão vazios. Só falta um, no fim do corredor. Caminho até lá devagar e pela porta entreaberta, escuto vozes.
— Hoje sou eu que mando! — Ouço uma mulher falar, arfando.
Abaixo até sentar no chão com um medo absurdo de alguém entrar no corredor. Se o tal Jaime me pegar aqui, eu juro que morro de vergonha!
Era a hora de rezar. Rezar para Deus, Buda, Orixás, São longuinho... Nossa Senhora das mulheres desesperadas...
Meu coração bate tão forte que tenho medo dele me trair e informar onde eu estou para todos da casa. Respiro fundo e tento me acalmar.
Devagarzinho coloco o rosto na brecha da porta e vejo a cena: uma cama enorme, com lençol cor de vinho, um corpo moreno claro deitado nu, em uma das paredes, um enorme espelho que me dava a visão de boa parte do corpo do homem. Na posição onde me encontro eu não consigo ver o rosto dele, mas percebo seus pés presos por alguma espécie de tecido grosso. O que mais me deixa abismada é que o homem, visivelmente preso mostra perfeitamente sua excitação. Seu pênis grande e duro aponta para o teto.
Tampo minha boca com a mão e quase infarto. Até que uma mulher surge, andando devagar pelo quarto com um salto enorme fazendo barulho a cada passo, e para na beirada da cama. Seu cabelo loiro e esticado bate no meio das costas e, não posso negar, ela parece ser linda. A mulher deixa seus gigantes seios à mostra, veste apenas uma minissaia preta e um pequeno detalhe em sua mão me chama a atenção. Ela segura um chicote de couro. Eu não deveria, diante da situação, mas me sinto um pouco excitada com a cena.
— Isso é maldade! — O homem diz meio rouco e eu só observo. — Senta aqui na minha cara. Eu quero chupar sua bocetinha. Vem!
— Você quer?
— Quero, vem...
— Cala a sua boca! — A mulher grita e chicoteia uma das suas pernas um pouco abertas. Pela posição, prevejo que ele está com as mãos presas também.
— Porra, sua cadela! Isso dói!
— Já falei que quem manda hoje sou eu! Gostou da surpresa?
Ela caminha rodeando a cama e me escondo quando fica de frente para mim. Dá para ver a alegria dela ao machucá-lo. Quando cerro o olhar para a mulher safadinha fico estarrecida.
A loira é a mulher que faz uma novela! Meu Deus, que notícia fodástica!
Não adianta, não consigo lembrar o nome da mulher. Eu tenho péssima memória e sei que preciso melhorar isso. Mas é ela! A atriz! Ei, ela era a namorada do galãzinho do futebol! Soares! É ele! Só pode ser!
Lembro de que só falavam sobre o fim do relacionamento deles na TV há algum tempo.
Bingo!
Com as mãos trêmulas, retiro o celular que Lena me deu e tiro algumas fotos. Dá para identificar a atriz perfeitamente. Porém, o rosto do homem deitado na cama, com uma excitação imensa, não saí na foto.
Eu preciso fotografar seu rosto! Eu preciso provar que é ele.
Ela se debruça na cama e, ao que me parece, o beija, trilhando as carícias até sua barriga. Os gemidos do homem se intensificam, e de uma só vez ela pega seu pênis, olha para ele e o engole, fazendo o homem arquear e soltar um gemido ainda mais alto.
— Puta que pariu! — Ele arfa alto.
Ela faz o movimento constante e sorri para ele. Com uma das mãos, ela intensifica a ação, massageando seu membro seguindo o ritmo da sua boca.
Sinto fisgadas entre as pernas. Eu estava excitad.a e fico paralisada vendo a cena de sex0. O que eu estou fazendo?
Seu delírio em chupá-lo é visível e o dele é audível.
— Isso! Engole tudo vai... — pede o homem em êxtase.
A mulher para na hora. Dava para sentir a tensão entre eles. Ela volta a chupá-lo até ele gritar.
— Não morde forte, caralho! — A atriz sorri.
— Então, quieto! Esqueceu que só eu mando hoje, Henrique?!
Yes! É isso aí! É ele!
Agradeço mentalmente a sorte que resolveu dar as caras! Isso é perfeito!
Tento me recompor. O filho da mãe além de ser um tesão de bonito, era um tesão na cama. Bom, pelo menos aparentava ser. Imagina sentir?
Sinto uma gota de suor escorrer entre os meus seios. Eu estava quente, fervendo.
Fotografo mais algumas vezes e lembro-me das instruções dadas antes de sair do Jornal: tirar a foto e enviar imediatamente. Seleciono apenas duas fotos: ela de pé na beirada da cama com o chicote na mão, dando para perceber o homem deitado na cama com um mastro levantado e ela montada nele. Ignoro a foto dela fazendo boquete e envio. Seria maldade demais, não é?
A mulher se posiciona entre as pernas dele e o massageia mais algumas vezes, antes de pegar algo ao lado da cama. Ela se vira um pouco e me escondo por completo. Respirando fundo. Quando volto a olhar ela lentamente coloca sua saia para cima.
— Isso, vai, senta no meu pau, sua vadia!
Nesse momento um barulho faz a loira parar e rapidamente sair de cima dele, impedindo-a de avançar na diversão. Ela vai até uma bolsa que está pousada em cima de uma poltrona floral, sem pensar duas vezes.
— Meu celular.
— Foda-se o celular! Desliga essa porra e volta! — Soares reclama.
Ela remexe na bolsa e pega o aparelho.
— Ei! Você está me ouvindo? — ele pragueja alto. — Quando você me tirar daqui....
A loira ignora e atende.
— Ah, oi! Não! Não, não! Eu... calma! Eu... você está falando besteira! Calma, eu... — Dá para perceber o quanto ela se assusta falando ao telefone e desliga logo em seguida.
— O que foi agora? — pergunta ele.
Ela passa a mão nos cabelos soltos, pega sua blusa no chão e começa a se vestir.
— O que está fazendo?
— Preciso ir! — ela diz pegando sua bolsa.
— Precisa ir? Que porra é essa?
— Meu namorado!
— Namorado? — Soares questiona, muito puto. Queria ver seu rosto nesse momento, mas não consigo, nem através do espelho.
— O ator que trabalha comigo. — Ela conta com naturalidade.
— Cara, você é louca? Você disse que era mentira essa relação e...
— Eu disse que ninguém chega aos seus pés, querido. Não disse que não tinha namorado. Como se você se importasse com isso.
— Porra, Luciana! Você sabe a merda que isso pode dar para mim!
Luciana! Sim! Esse é o nome dela: Luciana Santana! Como pude esquecer?
Bato mais umas duas fotos dela se arrumando e envio rapidamente. Segundos depois recebo um torpedo:
Essa é a Luciana Santana?! PERFEITO! Está contratada!
Seja bem-vinda a Fatos & Fotos.
Minha vontade é de gritar. Gritar de felicidade! Mas logo sou interrompida por um discursão para lá de calorosa do casalzinho selvagem.
— Sinto muito, Henrique. Vamos ter que terminar nossa festinha depois. — Ela se desculpa e sai em direção a porta. Eu me arrasto até o outro lado do batente, pronta para correr para o banheiro.
— Ei! Ei — ele grita bem alto. — Estou preso, caralho!
Ela para, remexe no canto da saia preta e joga algo para ele. Não dá tempo de me esconder. Luciana passa como um foguete sem prestar atenção na parte de trás do corredor. Ela estava mesmo com muito medo de ser pega traindo o namoradinho. Que safadinha!
— Luciana! Luciana! — ele continua a berrar, mas ela não está nem aí e desce as escadas sem vacilar.
Volto a olhar pela porta, agora um pouco mais aberta e consigo ver o queixo dele. Soares se chacoalha na cama, como se quisesse se soltar.
— Filha da mãe! Você me paga, Luciana!
Eu preciso de uma foto dele também. Preciso provar que sou boa nisso e que é o Soares na cama.
Rastejando devagar entro no quarto. Sei que ele não consegue ver. A cama é alta e preso será impossível.
Vejo uma porta no outro lado do quarto e acredito que seja a suíte. O que eu faço? Levanto, tiro uma foto e saio correndo? Céus, isso é ridículo! Não conseguiria sair dessa casa impune.
Ele permanece em silêncio por alguns segundos e tento chegar até a porta no outro lado, sem saber ao certo o que fazer. Talvez se eu chegasse a uma posição melhor, conseguiria ver seu reflexo no espelho.
Meu coração pulsa forte. A adrenalina está a mil.
De repente, um barulho forte dele se sacudindo me dá um susto. Tento voltar ao corredor para que ele não me veja, mas meu pé se prende a quina da poltrona que ruge alto sendo arrastada.
Fecho meus olhos e meu coração quase para entrando em pane.
— Quem está aí? — Ele grita nervoso. — Pode parando com essa brincadeira de mau gosto, Luciana! A chave que você jogou caiu no chão. Acabou a palhaçada! Me tira daqui agora mesmo, senão você vai sofrer as consequências disso!
Com a poltrona no meio do caminho, fico sem saída. Já era! Agora lascou de vez!
Em milésimos de segundos penso nas minhas opções. Sair correndo daqui sem a prova perfeita que é o jogador Soares que estava pulando na cama junto com a atriz famosa ou levantar, tirar a foto e sair correndo de qualquer forma. Não aguento mais ter que escolher as piores alternativas.
— Quem está aí? Eu não vou perguntar novamente! — Soares continua gritando.
Respiro fundo e escolho a pior opção. Eu preciso de provas. Preciso ver o sorriso da Ana quando contar que já consegui um bônus no novo trabalho . Se eu correr depois da foto, posso sair sem que ninguém me veja. O som lá fora continua alto e irá demorar para ouvirem ele gritando. Terei que ser rápida. Tipo o Flash.
Mas, inerte a situação e sem seguir a minha tática, levanto-me devagar com os olhos fechados e o celular com o aplicativo da câmera já no gatilho. Eu sou louca. Louca! Louca!
A cena é no mínimo constrangedora. Eu, na ponta da cama, com um homem nu e... abro um dos meus olhos primeiro e dou de cara com a ereção dele ainda bem ativa. Abro meu outro olho e enfim consigo ver seu rosto.
Sua testa franze e seus olhos ficam arregalados.
— QUE PORRA É ESSA?
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