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Capítulo 33 - CATARINA


Seria piegas admitir, mesmo que mentalmente, que nunca tinha tido uma transa como aquela na vida? E que a palavra malcomida combinava com todos os homens que passaram pela minha vida?

Tudo bem, tudo bem, Catarina, sua lista de homens não são tão diversificadas assim! Mas eles não deveriam saber o que estão fazendo?

O incrível é perceber que mentir um gozo só para acabar com o sexo não era tão normal assim. Agora eu sabia exatamente o gosto de uma relação unívoca, onde todos os envolvidos estão ali, dando e recebendo prazer na mesma intensidade.

Dentro do carro, eu suspiro sozinha, enquanto dirijo até o jornal. Passo uma das mãos no pescoço e sorrio. Ainda consigo sentir sua mão em meu corpo.

Eu poderia nunca mais vê-lo novamente e ele não saberia as mudanças que havia feito dentro de mim. Soares não seria esquecido. Como se isso fosse possível diante das insistentes lembranças em todos os meios de comunicação. Porém, as lembranças iam além das fofocas de jornais. E a maior delas era a descoberta do prazer. O carinho recebido. As palavras que ainda ecoam na minha cabeça: quero apenas que se delicie. Eu só quero venerá-la. Eu te quero, como nunca quis ninguém.

Eu estava deslumbrada com todo o carinho que recebi, com a delicadeza, com as declarações. Apaixonado! Essa foi uma das suas declarações. Eu não queria bancar a garota durona e dizer: ah, beleza! Segura essa sozinho, bonitão!

Henrique mexeu comigo, mexeu em vários aspectos, da raiva à paixão. Se for julgar pelo que sinto hoje... hoje eu também me sinto apaixonada. E, nada de drama, nada de achar que aquilo é para sempre ou que fui usada. Eu fiz o que quis, dei porque quis. Talvez tivesse essa curiosidade desde o dia em que o vi com a Luciana na cama. Sou mulher, solteira, dona do meu próprio nariz e não tinha porque me martirizar. Pelo contrário, eu tenho mesmo é que estar nas nuvens.

Um calor sobe pela espinha. Aumento a intensidade do ar condicionado do carro.

Céus, eu preciso me controlar!

E a cara dele quando aquele jogador foi convidá-lo para um aniversário? Como se eu não soubesse da sua vida boemia. Mesmo depois do convite, ele foi atrás de mim para se despedir.

Ele não é um homem tão superficial como eu tinha imaginado. Pelo menos não foi comigo. Será que com as outras é assim também?

Não! Ignoro esse pensamento. Prometi a mim mesma que não ia remoer isso. Esse não era o fato que eu tinha que me preocupar. Ele era do mundo.

Pouco tempo depois eu estaciono no jornal.

Ajeito meu vestido novo e pego minha bolsa. Eu sabia que tinha uma tarefa árdua: transformar aquelas poucas palavras do Henrique em uma entrevista que preste.

Entro no jornal e logo sou interceptada por Lena.

— Onde estava?

Arregalo os olhos. Seus cabelos curtos, cor de mel, estão meio bagunçados.

— Eu?

— Sim, você!

— Eu estava... estava...

— Liguei para você várias vezes ontem e hoje pela manhã. Estamos ansiosos para saber se correu tudo bem na entrevista.

O celular do jornal! Lembro que o mantive no fundo da bolsa.

— Deu tudo certo, Lena. — Passo por ela, indo em direção à sala do Milano.

Lena está atrás de mim.

— Calma, garota! — fala, antes de eu entrar. — Já editou? Passou pela revisão?

Nego com a cabeça. Iria fazer isso agora.

— Então, nem vá falar com Milano. Ele está uma arara!

— Comigo?

— Não, você é a nova queridinha. Querem diminuir a verba da Fatos & Fotos.

— Mas tenho uma entrevista do Soares na mão — sorrio, saudosamente.

— Tem, mas ele quis manter em off, está cozinhando a diretoria. Quer dar um tapa na cara deles, sabe?

— Não vão diminuir.

— Claro que não vão, seria a terceira no ano. Da última vez, negaram a compra de carros para os jornalistas.

— Hum.

— Eu não diria que você tem sorte por ter ficado com aquele carro velho.

— Ah, pelo menos ele me traz aqui e me leva de volta à Caxias.

— Antes dele ser seu, aquele carro era meu, Cata! — sorrio com o apelido. Ela deve ter ouvido Marlon me chamar assim. — Perdi as contas de quantas vezes fiquei enguiçada com ele.

— Bom, já contabilizo uma e não diria que foi azar. — Relembro do dia em que conheci pessoalmente o Deus do Futebol.

Ela ri.

— Se começou a contar, ferrou. — Rimos juntas. — Vamos. Eu vou te ajudar nessa edição.

Lena segura meu braço e caminhamos para o lado oposto da sala do Milano. Quando elevador do andar abre vejo Marlon e Ana.

— Mãe!

— Ana! — Abraço minha filha, surpresa por ela estar aqui. Não poderia ser melhor. — Como você está, meu amor?

— Estava com saudade, mamãe. Onde você estava?

— Eu? — É a segunda vez que me perguntam isso em menos de dez minutos. Olho para Marlon que levanta as sobrancelhas e Lena, que está ansiosa pela resposta. — Estava trabalhando. Marlon não te falou?

— Falou, mas eu não gosto de dormir sem seu beijinho de boa noite.

— Oh, meu anjinho, prometo não deixar isso acontecer novamente, ok?

Ela sorri e meu coração se alegra.

Aninha está com o seu uniforme vermelhinho e com seu cabelo solto nos ombros.

— Trouxe Ana para conhecer o jornal — diz Marlon, dando uma piscadela para mim.

Não era só por isso que ele trouxe. Leandro está trabalhando e não tem ninguém para ficar com ela. Sussurro um 'obrigada' para ele, abraçando Ana. Os olhos do meu amigo estão risonhos. Ele estava louco para saber tudo o que aconteceu.

— Vou levar Ana para a minha sala, para você concluir o texto da sua entrevista. Acho que ainda não teve tempo para isso, não é?

Faço que não com a cabeça. Ele entende e aprova.

— Já vou até lá, Aninha. Eu te amo. — Beijo a testa da minha filha e vou com Lena para outra sala.

Assim que entramos na sala vazia, Lena indica a mesa com um computador para mim.

— Deu tudo certo na entrevista mesmo? — Sua pergunta me pega desprevenida.

— Não entendi. Eu disse que vou editá-la.

Eu entendia perfeitamente o que ela queria dizer. Ela se senta na cadeira ao meu lado.

— Só se fala sobre isso no jornal e, sem querer sem indiscreta, dormir fora depois de um encontro desses é bandeira vermelha.

Engulo a seco. Ela estava certa, porém tinha que fingir indignação.

— Você está sendo indiscreta. Fiz a minha entrevista e fui sair com um namorado novo. Algum problema nisso?

— Só queria te alertar que esses famosos adoram levar jornalistas para cama.

Nesse momento, eu pouco me lixava se essa afirmação era correta. Eu também o queria levar para a cama e foda-se! Eu só não queria que esse fosse um fato público.

— Desculpa, Lena, mas eu tenho uma entrevista para editar.

Ela assente com um sorriso apertado.

— Não estou falando por mal, Catarina. Apenas vejo que você não está acostumada com esse mundinho pantanoso dos famosos.

— Eu não tenho nada a ver com esse mundinho.

Odeio ser o centro das atenções. Lena não aparenta ser uma má pessoa e apesar de ser competitiva profissionalmente, vejo que está realmente preocupada comigo.

Ignoro Lena e pego o gravador. Aquele gravador havia gravado áudios extras da entrevista. Fora de cogitação escutar perto da Lena. Pego um fone de ouvido e ouço tudo, inclusive a hora em que fomos ver o pôr do sol. Sorrio sozinha. Fico olhando para a tela do computador por uma hora, antes de digitar a primeira letra. Mas, quando isso acontece, é questão de minutos para a matéria estar sendo lida por Lena.

O nome do século: Henrique Soares.

Será que alguém sabe quem é Henrique Soares? Talvez você não entenda muito de futebol, mas acompanha novelas para assistir as diversas propagandas que ele faz, ou talvez nem saia tanto de casa, mas quando abre a janela dá de cara com um outdoor mostrando todo o corpo do rapaz. É quase impossível não saber o significado do nome Henrique Soares. Em cada canto está o jogador conhecido como playboyzinho dos campos.

Muitos famosos mantêm o sucesso contando inúmeras vezes a sua história de vida, com entrevistas, dando motivação e mostrando que é possível vencer, mas isso não se encaixa a vida de Henrique Soares.

Aos 25 anos, o jogador de futebol mais bem avaliado do mundo e o ganhador da bola de ouro do ano é bastante reservado. Mantém sua fama sendo o melhor na profissão e estampando centenas de revistas todos os meses.

Na entrevista cedida a Fatos & Fotos, ele mostra que não é apenas um rostinho bonito, é dono também de uma personalidade forte e objetiva.

Ao ser questionado sobre sua infância é bastante categórico. Principalmente quando o assunto é sobre seu irmão gêmeo. Heitor faleceu na adolescência, em um assalto há 10 anos, pouco antes de Henrique embarcar para a Espanha, sendo a promissora aposta do clube europeu.

"Se você acha que jogar profissionalmente dá mais expertise do que jogar uma pelada com a molecada na rua, está enganado. Na rua se aprende muito mais. A diferença é uma boa bola, um campo gramado e dinheiro no bolso." Declara ao ser questionado sobre sua carreira ter se iniciado tardiamente, sem passar por nenhum time brasileiro.

Assuntos sobre dinheiro e compromissos ficam por conta do seu irmão mais velho e empresário, Jaime Soares. É dúvida para alguém que o jogador só quer curtir a vida?

Quando Soares tem folga é visto com frequência em Ibiza, a capital mundial da balada e uma das ilhas mais calientes do planeta. Mesmo sendo jovem, a lista de beldades com quem o jogador já foi visto circulando é vasta, estando presente as tops Kendall Jenner, Kate Upton e a protagonista da novela Caminhando contra o tempo, a atriz Luciana Santana. A atriz foi a única mulher em que ele confirmou relacionamento. O namoro midiático durou apenas 3 meses, marcado com muitas confusões. Luciana teve que ir a mídia confirmar o fim do relacionamento depois que algumas fotos do jogador com outras mulheres foram divulgadas.

Ao ser questionado sobre Luciana, ele afirma que continua a ter uma relação de amizade com a ex-namorada, que possui um carinho muito grande por ela e pela primeira vez fala sobre as fotos de Luciana seminua que foram publicadas pelo jornal Foco.

"Não. Não era eu. Eu não sei exatamente de onde as pessoas estão tirando isso." Declarou o jogador.

Sobre estar estampado em várias revistas no mundo inteiro, falando sobre sua vida pessoal, ele diz: "Eu sou o que sou, não o que os outros falam. Vivo a vida do meu jeito e não do jeito que os outros querem que eu viva."

Henrique também é conhecido por financiar festas intimas para os amigos. Para quem não se lembra, ele foi vítima da divulgação não autorizada de um vídeo íntimo, na qual fazia sexo com uma mulher em uma dessas festinhas. Na época, a situação do jogador no Barcelona ficou estremecida por conta dá má reputação, sendo apontado em vários meios de comunicação, como o Rei das orgias.

Em resposta a figura negativa que criaram, o jogador aumentou seu desempenho e não só venceu a UEFA, campeonato europeu, como também foi indicado ao prêmio de melhor jogador do mundo, ganhando a bola de ouro, desbancando ídolos como Messi e Cristiano Ronaldo.

Ao ser questionado sobre sua exposição pessoal e o rendimento na sua carreira, ele diz: " Sou o melhor jogador e o mais bem pago do mundo. Será que atrapalha? "

O nome Henrique Soares está em ascensão. A cada dia, cada hora, o jogador é mais falado e aplaudido, conquistando não só crianças e adultos que admiram um bom futebol, mas também mulheres mundo à fora com cada piscadinha de olho na televisão.

Não é estatística, é fato: Henrique Soares é o nome do século.

Pouco tempo depois e muitas pesquisas no google e histórias que Lena me contava, a entrevista estava editada e revisada.

— Perfeito! Milano vai surtar.

— Mais?

Ela ri.

— Surtar no lado positivo. Sabemos o quanto esse garoto pode ser monossílabo. Você fez milagre.

Sorrio, satisfeita. Entrego a entrevista a Milano na sala dele e não dá outra. O homem sorri de orelha a orelha, mostrando satisfação.

— Sabia que você ia fazer a diferença nesse jornal!

Cerro os olhos. Que mentiroso! Sabia nada! Quis me dispensar nos primeiros minutos que me viu.

— É claro que sabia — sorrio, animada.

Eu queria poder esfregar na cara daquela mulherzinha que estava na reunião. Ela disse que eu não seria capaz. Chupa!

Metade de mim estava feliz, feliz com a noite que passei, feliz com o jeitinho que o destino proporcionou para que eu continuasse no trabalho, mas a outra metade estava angustiada. Faço uma nota mental para ligar para o advogado o quanto antes para saber mais detalhes sobre a notícia que me deu ontem e faço cálculos.

No próximo sábado será o aniversário da Ana. Por mais que eu a tenha convencido de que não haveria nada muito exorbitante, preparei uma surpresinha em família. Ela não perde por esperar e eu não poderia deixar passar em branco.

— Catarina! — Marlon me chama da sala dele.

Só Deus sabe o que Ana está aprontando nesse jornal!

Assim que entro na sala dele, vejo Ana sentada em uma das cadeiras giratórias, rodando sem parar e Jaime de pé. Jaime. O que ele faz aqui?

— Você tem visita!

— O irmão do Henrique, mãe! — fala Ana, rodando mais uma vez.

— Oi Catarina.

— Oi Jaime, como vai? — Tento parecer normal. Será que ele já sabe que eu e o Henrique...

— Estou bem.

— Esse é meu amigo Marlon. A Ana você já conhece — digo.

— Já nos apresentamos — diz Marlon.

— Eu o encontrei no corredor a sua procura. As pessoas já estavam cochichando, por isso trouxe ele aqui — explica Marlon.

— Peço desculpas por isso.

— Não peça. Esse andar é da Fatos & Fotos, então... dá para imaginar, não é? Fofoca rola solta.

Ele sorri.

— Na verdade eu só queria saber como Catarina estava depois daquela cena no Copacabana Palace. Henrique foi...

Olho para Marlon e ele torce a boca. Jaime olha para Ana e volta para mim.

— Grosseiro — sussurra ele para mim.

Não. Ele não sabia de nada!

— Eu só queria ter uma palavrinha com você.

— Se quiser, eu posso levar Ana para ver a sala de edição.

— Sai para lá, tio! Quero ficar aqui. Aqui está mais legal! — Ela gira mais uma vez.

— Pode deixar, Marlon — Jaime sorri.

— Vou falar com o Milano sobre a edição de amanhã e agora que meu trabalho começa de verdade — informa meu amigo. — Está liberada?

Concordo com a cabeça. Antes de sair ele me abraça e sussurra no meu ouvido:

— Não disse que os irmãos estão na sua cola? Você é uma filha da puta sortuda!

Não sorrio. Não tinha graça. Jaime era legal, mas era Soares que me deixava louca.

Ele sai depois de cumprimentar Aninha e Marlon.

— Tio Marlon não vai lá para a casa hoje, mãe?

— Não. Hoje ele tem muito trabalho, amor.

Ela gira mais uma vez e fico tonta por ela.

— Ana! Para de girar! Você vai acabar vomitando!

— Quer sair girando igual a um peão?

— O que é peão? — Ela gira mais uma vez, desobedecendo-me.

— Depois te explico. — Sorrio para Jaime. — Ela é da nova geração.

Acho que peão nem é da minha!

— Tô com fome, mamãe!

Chego perto dela e paro a cadeira com uma mão.

— Chega!

Os olhos delas ficam rodando e um sorriso bobo estampa seu rosto.

— O mundo tá doido, mãe! Tá tudo se mexendo!

— Ainda bem que está com fome, senão teria colocado tudo para fora — fala Jaime, cruzando os braços.

Sorrio.

— Bom, está tudo bem, Jaime. Pelo menos consegui a entrevista.

— Henrique é muito teimoso, Catarina. Quando ele cisma com uma coisa vai até o fim, por isso estava preocupado. Ia ligar, mas como estava perto do jornal, pensei em convidá-la para tomar um café.

Ele tentou me levar para cama e conseguiu! Realmente ele é muito teimoso.

— Pode ser para comer um sanduíche? Estou com fome — continua Ana.

— Ana! — chamo sua atenção.

— Sem problemas, Ana! Conheço um lugar ótimo aqui do lado e tem até um parquinho!

— Mãe! Vamos! Vamos, por favor!

Respiro fundo. Eu não poderia dar brecha para Jaime, não agora.

— Estou cansada, Aninha, desculpe Jaime, mas...

— Por favor, mamãe! Sexta é o meu aniversário e eu sei que não vai ter festa — Ela fala tristinha. — Pelo menos me leva nesse parquinho, vai! Por favor, mamãe!

Jaime sorri animado.

— Tudo bem. Só poderei ficar pouco tempo, Jaime.

— Sem problemas, Catarina.

Pego minha bolsa e seguro Ana pela mão. O meu desafio agora era conseguir mostrar para ele que não iria rolar nada entre a gente, nada além daquele beijo impensado. Ele era legal demais para deixar isso ir adiante.

Assim que descemos o elevador vejo a chuva que está caindo lá fora. O tempo virou e o dia lindo deu lugar a noite e a chuva.

— Eu trouxe um guarda-chuva — diz Jaime, prevenido.

— Está chovendo muito. Acho melhor deixarmos esse lanche para depois.

— Mãe! Eu vou morrer de fome! Não dá para esperar chegar em casa. Estou perdendo a força das pernas e tudo.

Cerro meus olhos para Ana. Ela é uma verdadeira atriz-mirim! Como sempre digo: a Globo está te perdendo!

— Vamos fazer o seguinte, eu levo Ana no colo e a gente se espreme no guarda-chuva, ok? Nem precisamos do carro, é aqui do lado mesmo.

Ana sorri e dá pulinhos. Cadê a fraqueza nas pernas?

— Tudo bem, mas temos que correr!

A cena é até engraçada e não tem como rir. Ana no colo do Jaime e os três comprimidos embaixo do guarda-chuva.

Assim que chegamos à lanchonete, Ana pede seu sanduíche e vai até o parquinho brincar.

— Eu não sei o que está acontecendo com o Henrique. Ele anda muito louco com a história das fotos.

Meu coração dispara. Pelo que ele confessou para mim, entre quatro paredes, o motivo é por estar apaixonado.

— Desculpe fazer a vida de vocês uma bagunça.

Eu não era a pessoa certa para falar isso.

— Não foi sempre assim. Acho que depois que Heitor morreu...

— Irmão gêmeo do Henrique, não é?

— Ele não falou sobre isso na entrevista?

— Não. Ele evitou. — Só sei disso por que pesquisei na internet.

— Era de se esperar. Ele não fala sobre o assunto. Parece que resolveu excluir o irmão da sua vida, sabe? Já faz tanto tempo.

— Talvez seja porque assim dói menos.

— Pode ser. Tento me apegar a isso. Mas desde que ele foi assassinado, Henrique evita relembrar. Acho que por ter sido algo tão cruel e na frente dele.

— Nossa, deve ter sido muito difícil para vocês.

— Foi e ainda é.

— Acho que cada um reage de uma forma com a perda. Eu não deixo de pensar nos meus pais um dia sequer.

— Sinto muito pela sua perda.

— Já faz mais de um ano. Minha mãe era o nosso alicerce. Só consegui concluir a faculdade e criar Ana porque tive a ajuda dela.

— É, sei como é não ter um alicerce dentro de casa.

— Complicado, mas temos que nos adaptar à nova realidade. Talvez Soares sinta tanto por ter sido um irmão gêmeo.

— Eu entendo. Juro que entendo. Só não queria que ele fosse tão deslumbrado com tudo, achando que a vida pode acabar amanhã e que todos os seus desejos são uma ordem. Às vezes fico cansado.

— Eu imagino.

— Desculpe falar sobre isso com você. Eu só queria que entendesse que ele não é má pessoa, apenas é muito mimado e prefere ignorar tudo que o faz lembrar do Heitor.

— Deve ser muito complicado. E, não se preocupe, acho que Henrique percebeu que eu não vou entregar as fotos.

— Tomara. Bom, eu estava ansioso por vê-la novamente, Catarina.

Ih, lascou!

Apenas sorrio.

— Desculpe não retornar a sua ligação. — Sim, ele havia me ligado umas duas vezes na semana e resolvi não atender. — Foi uma semana cheia de trabalho.

— Eu entendo. A minha também foi, ando com alguns problemas e Henrique parece não querer compartilhar comigo.

— Alguma coisa grave? — pergunto e ele me olha como se percebesse que ali estava a jornalista.

— Algumas, mas espero que logo seja solucionado. Mas, eu não te convidei para falar dos problemas. Na verdade, eu acho que você já percebeu as minhas intenções. Eu só queria poder conhecê-la melhor, mostrar como eu sou. Quem sabe assim você não me deixa entrar na sua vida?

Engulo a seco. Já estava arrependida por ter aceitado esse convite! Ana é fogo! Para minha sorte, o nosso lanche chega e logo chamo Ana.

Eu não quero criar uma situação constrangedora aqui. Ele ficará chateado quando souber que eu e Henrique tivemos um envolvimento e não quero ser causadora de atrito entre irmãos.

Ana e Jaime conversam bastante. Difícil encontrar alguém que essa menina não se dê bem.

A chuva passa e logo quando Ana sai para o parque novamente o celular dele toca. Ele pega e verifica.

— Mensagem do nosso amigo, Fábio.

Fábio? O jogador amigo do Henrique?

— Algum problema?

— Henrique. Em plena segunda já está indo para a farra. — O quê? — Fábio me convidou para uma festa e disse que já está a caminho com ele. Férias, não é? Não posso nem questionar. — Ele levanta os ombros

Quer dizer que Henrique foi a tal festa?

Sem conseguir controlar, eu rio. Uma mistura de raiva com decepção.

— O que foi, Catarina?

— Nada. Nada, não! Apenas lembrei que tinha um aniversário para ir também e esqueci — minto. Não queria parecer louca.

O que eu queria? Que agora ele seria um santo e seria meu porque disse estar apaixonado? Ele não iria ficar em casa! Ele não iria ficar em função de Catarina Mendonça, uma zé ninguém.

O celular dele toca. Ah, agora deve ser o Henrique ligando para contar ao irmão como foi fácil pegar a jornalista chata!

— Quando? — Ele diz ao telefone. — Estou a caminho. — Jaime desliga o celular segundos depois. — Desculpe, Catarina, eu preciso ir, agora sim é um problema.

— Posso ajudar em alguma coisa? — pergunto, percebendo que ele estava sério.

— Minha mãe, eu... eu preciso vê-la.

Mãe? Pensei que eles tivessem perdido a mãe também! Pensei que fossem sozinhos. Não encontrei nada na internet sobre isso.

—Ah, sim, claro. Tudo bem. — Limito a dizer, não queria perguntar diante da sua cara de espanto.

— Você está de carro?

— Ah, sim! Estou. Pode ir tranquilo.

— Desculpe.

— Não precisa se desculpar.

— Eu... eu queria ter mais uma oportunidade para falar tudo. Será que podemos marcar outro encontro?

Forço um sorrio e olho para o lado.

— Hum... — Henrique na festa! Henrique já transando com outra! Eu com cara de idiota enquanto ele canta musiquinha melosa para outra! — Quem sabe um dia.

— Não faz isso, Catarina, eu vou provar que sou um cara legal.

— Não duvido disso, Jaime.

— Só isso que eu quero.

Ele me dá um beijo na bochecha e antes de sair vai até o parque se despedir da Ana.

Nos meus pensamentos, só passa uma frase: vá à merda, Henrique Soares!


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