Capítulo 29 - CATARINA
Abro os meus olhos, mas a escuridão não me deixa enxergar nada, apenas percebo que estou deitada em uma cama bem confortável. Céus, onde estou?
Sento e minha cabeça gira. Respiro fundo e sinto enjoo.
— Catarina?
Alguém fala ao meu lado e me assusta. Grito. Fico tão espantada que chuto em direção ao ruído.
— Merda! — A voz berra e logo uma luz do abajur é acesa.
Olho para Soares completamente transtornada. Ele havia caído no chão, no outro lado da cama.
— Porra, Catarina! Essa doeu!
Ainda assustada, presto atenção no quarto e lentamente levanto o lençol que ainda está me cobrindo, para ver a que ponto eu pude chegar. Deus, não permita que eu...
Estou apenas de calcinha!
— Seu filho da puta! Você se aproveitou de mim!
— Ei, ei! Eu cuidei de você!
— Meu Deus! Eu estou quase nua.
— Seu vestido rasgou, porra!
Meu vestido rasgou? Minha mente vagueia.
Bar com Marlon, shots de tequila, sertanejo que nunca ouvi na vida, Wesley dançando coladinho, Soares jogando ele longe...
Soares!
Meu medo de ser fotografada com ele. Meu vestido preso no carro e ele me ajudando. Soares me ferrando ao rasgá-lo de vez. Ele sendo gentil, ele me deixando louca. Seu beijo... Céus, eu o beijei, seu carinho, seu toque em meus seios, suas provocações! Ele me deixou insana!
Ele vai até uma mesa e pega o meu vestido.
— Está vendo? Ele rasgou, eu só quis que...
— Eu já me lembrei de tudo — digo mais calma.
Ele bufa aliviado e senta na ponta da cama.
— Não fizemos nada, se por acaso tem dúvidas.
— Não eu... eu... preciso ir.
— São 5h da manhã, o dia ainda nem nasceu.
— Mas... — Levanto, envergonhada, com a coberta sobre o corpo.
Eu não poderia, em hipótese alguma, ter dado brecha. Por que eu bebi?
Ajeito meu cabelo e percebo o quanto ele está armado. Eu estou um bagaço!
Enquanto meu aspecto é assustador, Soares está exuberante. Veste uma calça clara com um tecido fino e uma camisa branca.
— Eu deixei um comprimido para dor de cabeça e água aí na mesa.
Agradeço com um aceno. Eu estava mesmo constrangida. Tomo o remédio e bebo a água. Eu estava mesmo muito bêbada. Passo a mão no meu rosto, tentando limpar algo que talvez esteja sujo. Ainda estou sob o efeito do álcool e qualquer atitude tem que ser pensada.
Ele não se aproveitou e por mais que eu tenha me assustado quando acordei, lembro perfeitamente que estava pronta para que ele fizesse comigo algumas das peripécias que já me peguei imaginando.
Pego minha bolsa na mesa e peço para ir ao banheiro.
Ele informa com a mão a porta e diz que teria algumas toalhas, se eu quisesse tomar uma ducha.
Agradeço novamente e vou até lá. Precisava me recompor. É o banheiro mais luxuoso que já entrei na minha vida. Demoro até a entender como se abre a torneira. Após algum tempo lavo meu rosto na pia e tento me acalmar um pouco. Arrisco em pentear meu cabelo com as mãos, sem sucesso, escovo meus dentes com uma escova portátil que tenho na bolsa e percebo que o cabelo continua uma verdadeira bosta. Resolvo então seguir a sua dica. Tomo uma ducha rápida e me sinto um pouco melhor da ressaca. Volto para o quarto arrastando o lençol.
Agora observo o quanto o quarto é enorme. Só aquele espaço era do tamanho da minha casa em Caxias. As obras de artes espalhadas são de ótimo gosto, o tapete é exótico e o lençol que mantenho enrolado no corpo deve ter pelo menos uns mil fios de algodão egípcio.
— Eu estou mesmo no Copacabana Palace?
Ele desfaz o semblante triste e sorri, voltando a me olhar.
— Sim — Soares levanta da cama e vai até a imensa cortina e a abre puxando-a para o lado.
A visão de toda Copacabana iluminada pela lua é linda. Fico emocionada. Eu estou mesmo aqui.
— Se quiser, pode ver o nascer do sol também.
Meu Deus, o que esse homem está fazendo comigo? Por que faz isso?
Puxo um pouco o enorme lençol para não pisar e caminho até ele, próximo à janela. Fico ao seu lado.
— Eu quero muito que você fique — pede, perto de mim.
Respiro fundo e nego com a cabeça.
— Por quê? Por que você está fazendo isso, Henrique? — Eu não queria mais brigas com esse homem. Era hora de parar com essa palhaçada. De fingir algum sentimento que não existia.
— Catarina...
— Isso tudo não faz sentido para mim. Isso... — aponto para o quarto todo e por fim, para a exuberante vista. — Não é real para mim. Isso é só sonho... e nem todos se realizam.
— Hoje eu só quis te ajudar e...
— Ajudar? E, tudo o que aconteceu antes? Todas as confusões e mal-entendidos? Quando você vai entender que eu não vou divulgar aquelas fotos? Não precisa brincar de sedução por causa disso.
— Você ainda acha que é por causa delas que quero ficar perto de você? — sua pergunta é direta.
Não consigo decifrar a expressão enigmática de Soares e sinto um aperto no coração.
— Nunca foi. — ele completa, prevendo minha objeção.
— Mas...
— Catarina, eu não consigo parar de pensar em você desde o dia em que te conheci. — Sinto as batidas do meu coração tão acelerado que tenho medo de que Soares também esteja escutando-as. — Quando procurei saber de você e fui atrás, percebi que naquele momento tinha quebrado uma promessa que havia feito para mim mesmo.
— E qual foi? — questiono, com medo da sua resposta.
— De nunca me deixar enlouquecer por alguém.
Ele dá um passo à frente e pega uma das minhas mãos. A outra mantenho segurando o lençol.
— Eu não sei como agir com você. Minha maior loucura foi ceder uma entrevista e exigir que você me entrevistasse só para ter uma chance de revê-la.
— Você só pode estar de brincadeira comigo.
— Catarina, não faça essa cara. Eu sei que você sabe das minhas farras, mas nem por isso estive deslumbrado por alguém. A vida traz surpresas e você foi uma delas. A melhor delas.
— Você já olhou para mim? Sério! Sem demagogias, ok? Não estou me fazendo de santa. Não sou dessas, pode apostar, mas... por favor, não faça essa maldade. Eu... eu sou eu e só.
Ele ri. Ele ri, levantando a minha mão e a beijando, me mantendo cativa sob seu olhar.
— Como não consegue enxergar? O que mais me encantou foi esse seu jeito de ser. Você é direta, não faz joguinhos. Tudo em você me fez ficar meio perdido: seu rosto de boneca, seu sorriso, sua boca, esse modo de falar, seu jeitinho estressado, a sensação do toque em sua pele, seus foras e respostas na ponta da língua. Preciso de mais motivos para me sentir assim? Tão... tão apaixonado?
Apaixonado?
— Meu Deus! — Solto a minha mão da dele e ou um passo para trás. —Veja bem, Soares, quem nasceu para figurante, nunca vai roubar a cena — declamo completamente chocada. — Eu não sou do seu mundo.
— Adoro as suas frases de efeito também. — Sem aguentar eu rio. Aprendi com a minha mãe. Desfaço o sorriso na mesma hora. Eu deveria levar isso a sério. — Catarina, se você confessar que não sente algo por mim, além da repulsa que gosta de mostrar, eu paro de te atormentar e vou me manter distante. Prometo. Você me quer longe?
Sua pergunta me faz ficar petrificada. Meu silêncio é ensurdecedor. Soares parece sincero, mas não tenho palavras ou coragem para expressar o que sinto. Eu queria estar livre disso tudo, mas ao mesmo tempo me sentia completamente acoplada a ele. O que está acontecendo comigo?
— Catarina... — Ele pede alguma resposta, acariciando meu cabelo — Eu só quero venerá-la.
A luz do luar iluminando seu rosto o deixa ainda mais bonito. Talvez eu não tivesse uma pedra dentro do peito, como Marlon me disse uma vez, mas ainda não me sentia segura para expor algo tão pessoal. Eu poderia estar sonhando e a qualquer momento a realidade surgiria. Resolvo não responder a sua pergunta.
Eu o queria. É óbvio que sim. Ainda mais depois de ouvir um homem desses declamar algo romântico. Era estranho. Nunca havia ouvido um homem dizer que estava apaixonado por mim. Com todos os outros foi tudo tão vago, tão sem sentimento.
Eu estava aqui, parada, sob os olhos atentos dele. Era só eu dizer sim.
— Diz alguma coisa... — ele diz, baixando o olhar. Seu rosto ficando avermelhado.
Ah, que se dane!
Nesse instante eu resolvo apenas desfrutar das oportunidades que a vida for colocando na minha frente.
Solto o lençol, ficando apenas de calcinha, levanto seu rosto até o meu e coloco sua mão em minha cintura. Eu encosto meu corpo no seu. Ele gruda sua testa na minha e respira fundo.
— Eu amo o seu cheiro...
Concentro-me em acalmar o meu coração, mas é inevitável e sinto minhas pernas tremerem.
— Me beija — peço baixinho.
Ele puxa um sorriso de lado. Ele sempre ri e eu sempre fico encantada com seu sorriso.
Henrique acaricia minhas costas e beija minha boca vorazmente. O beijo mais excitante que já recebi. Da boca, vai até a bochecha e beija todo o meu pescoço.
Ele toca e mordisca meu ombro nu e desce até os meus seios. Minha cabeça cai para trás e sua língua passa por cada centímetro deles, acariciando-os de forma minuciosa. Ele sabia o que estava fazendo.
Minha pele queima. Queima de tesão, excitação, de desejo. Depois dele se deleitar com os meus seios e eu quase gozar em apenas ser tocada neles, Soares volta a ficar de pé e retira rapidamente a sua blusa e me coloca de costas.
Ele prende meu cabelo com uma das mãos e beija minha nuca. Sinto seu membro duro encostado nas minhas costas e fico ainda mais louca. Era muito fácil esquecer as confusões e as incertezas no casulo seguro daqueles braços fortes.
— Você é tão linda — murmura baixinho, mordiscando o lóbulo da minha orelha. — Tão linda que dói.
Ele passa sua barba pelo meu ombro e pescoço, fazendo-me arquear.
Antes que eu pudesse piscar, Henrique me coloca de frente e me puxa em seu colo. Sua mão forte segura possessivamente minhas coxas, enquanto me ancoro contra o seu corpo.
Sua boca toma a minha novamente. Um beijo tênue, extremamente sexual. Henrique me coloca deitada no centro da cama.
Sua mão passeia pelo meu pescoço, seio, barriga e arqueio novamente. Até que ele chega na linha superior da calcinha e com apenas a ponta do dedo vai alisando o local de um lado para o outro.
— Você me quer, Catarina? Agora? Está pronta para mim?
Sua pergunta é respondida com um gemido quando ele, ainda por cima da minha calcinha, deixa o seu corpo cair sobre o meu, fazendo seu pau duro como uma pedra encontrar a minha maior excitação. Henrique segura minhas mãos em cima da minha cabeça.
Eu era uma mulher a ponto de explodir. Eu já estava molhada e ele nem tinha ainda se aventurado nas minhas partes mais íntimas
— Sim. Eu... eu estou — respondo, quase sem voz, em um ruído repleto de deleite.
O que eu mais queria nesse momento, era sentir ele dentro de mim.
— Diga o que devo fazer, Catarina. Não quero estragar nada. Quero que nossa primeira vez seja nada menos do que perfeita.
Ele empurra mais uma vez seu membro na minha vagina e eu me esfrego a ele a procura de mais. O intuito era me provocar e eu já estava louca.
— Isso... isso... — rebolo um pouco mais e ele instiga a minha investida. — É perfeito.
Eu estava encharcada, podia sentir a meu tesão por todos os poros.
Ele sorri, mostrando alegria em receber as minhas palavras. Se aquilo já era primoroso eu não sei qual o nome daria para a ação completa.
— Farei tudo o que estiver em meu alcance para que seja perfeito para você, meu amor.
Fecho meus olhos. Apenas apreciando a explosão de sensações. O sexo puro e meticulosamente impiedoso estava por vir. Não havia dúvidas, existia uma tensão sexual que cismava em querer se saciar.
Ele disse que iria me venerar. Eu já poderia prever com toda a sua maestria em apenas no seu toque. Todo o seu carinho iria me fazer sentir além da veneração. Eu seria adorada da forma mais deliciosa possível.
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