Capítulo 2 - HENRIQUE SOARES
Rio de Janeiro
https://youtu.be/BFpnWDFYJm0
A música previsível toca alta no carro conversível que Jaime conseguiu alugar para mim, enquanto estaciono na praia do Pepê, na Barra da Tijuca.
É o meu primeiro dia no Rio, minha cidade natal, e já tinha planejado quase todos os dias das minhas férias. Parado não dá para ficar!
Saio do carro sobre os olhos dos banhistas do local, ajeito meus óculos escuros e, para não perder o costume, aprecio meu incrível reflexo no carro de cor vermelho vivo. Eu amo isso!
— Olha só quem resolveu se juntar a ralé! — grita Fabinho, levantando-se da cadeira no quiosque.
— Fala aí, Fabinho!
— Pensei que você não viesse, brow!
— Eu disse que vinha! Você acha que vou ficar em casa? Vim curtir, mané! Curtir essa vidinha mais ou menos.
— Cara, você é pica! Chega aê!
Sou apresentado às pessoas à mesa, que estão com sorrisos imensos e meus olhos pairam em uma morena de cabelos encaracolados. Pronto! Agora sim estava iniciada a minha férias.
Engato uma conversa animada e, como sempre, não consigo passar despercebido.
Fábio, um típico carioca malandro, é meu amigo desde o início da minha carreira. Atualmente é um jogador da terceira divisão. Seu desempenho decaiu depois da péssima imagem que deixou sendo pego traindo sua esposa no carnaval do ano retrasado. Sempre gargalho da cena.
Peço um chope gelado e num canto do quiosque vejo um homem mirando sua câmera na minha direção.
— Maldito paparazzi! — pragueja Fábio. — Não tem mais o que fazer, não? — Ele ameaça levantar, mas eu o impeço.
— Deixa pra lá. — Pego meu copo de cerveja estupidamente gelada e bebo de uma única vez.
Retiro minha camiseta vermelha e a minha bermuda sob os olhares das pessoas, ficando apenas de sunga.
— Preciso de um banho de mar.
Aponto para o homem que tira fotos insistentemente e sorrio.
— Quer pose também? — pergunto em um tom mais alto para que ele ouça.
Não espero a resposta, corro na areia e mergulho de cabeça por cima da onda cristalina. Eu sempre me sinto revigorado quando tomo banho de mar, e a sensação no momento é de renovação.
Ao sair da água percebo a aglomeração à minha espera. Algumas meninas pedem para tirar fotos e atendo aos pedidos. Queria falar: meninas, eu estou de sunga. Posso pegar minha bermuda? Mas elas não me dão brecha para isso. Algumas trazem pedaços de papéis e eu dou meu autógrafo, outra pede para eu escrever acima do seu seio. Sorrio maliciosamente enquanto gritos histéricos me deixam quase surdo.
Soares! Soares, tira uma selfie comigo? Eu te amo, Soberano! Casa comigo, Soares? Lindo, tesão, bonito e gostosão!
Não vejo quem inicia, mas logo vira um coro. Confesso que fico um pouco encabulado, embora faça um bem danado para o meu ego.
Vinte e cinco anos, solteiro – claro! - moreno, alto e forte. As horas de malhação foram bem gastas. Agradeço mentalmente a minha personal trainer espanhola.
Assim que termino de atender a todas as meninas, Fábio me socorre e consigo me desvencilhar da multidão. Ele fica feliz quando uma delas pede seu autógrafo também.
Volto para o quiosque e a morena sentada à mesa estende uma toalha. Sorrio e dou uma piscadela.
O paparazzo observa o momento e tira foto.
— Ei! Garantiu um trocado. Agora dá para me deixar em paz um pouco? — digo, diretamente para ele.
O homem levanta o polegar e agradece.
— Cara, você não se cansa? — Fábio pergunta visivelmente put.o.
— Que nada! Faz parte.
Na maioria das vezes até gosto.
Levanto meu braço pedindo mais uma bebida ao garçom, coloco meus óculos escuros e me sento à mesa, até que sinto uma mão quente nas minhas costas.
— Pensei que o jornalista não fosse embora.
Olho para trás e vejo quem me toca: Luciana.
Forço um sorriso.
Não é difícil imaginar como minha ex-namorada me encontrou aqui e imediatamente olho para o Fábio que mostra um sorriso amarelo.
— Olá, Henrique. — Sua voz demasiadamente conhecida entra nos meus ouvidos.
Ela afasta a morena que estava ao meu lado com um gesto com a mão e a observo se aproximar, com seu shortinho branco e top deixando sua barriga à mostra e seus seios avantajados. Luciana carrega uma pequena bolsa, põe no chão e vejo um pequeno cachorrinho colocar a cabeça para fora e me assusto.
— O que faz aqui, Luciana? — pergunto observando o seu cruzar de pernas na minha direção.
— Essa é Marie! — aponta para a cachorrinha. — Nova integrante da família. Estava me sentindo muito só. — Ela faz beicinho.
Luciana remexe seus cabelos loiros para o lado e me observa através dos enormes óculos escuro, pega o copo que o garçom acabou de colocar na mesa e bebe, deixando uma gota cair entre seus seios. Logo me remexo na cadeira.
Ela sabe exatamente como me seduzir!
— Está um calor danado, não é? — diz Fábio, que está com o queixo caído observando a cena. — Bom, acho que é a minha vez de um mergulho! Vamos comigo rapaziada? — Fábio induz a todos a saírem da mesa e em questão de segundos ficamos a sós.
Filho da put.a!
Eu e Luciana Santana já fomos considerados o casal do ano. Namoramos por apenas cinco meses, entre idas e vindas, mas foi o suficiente para me estressar a ponto de não pensar em me amarrar a ninguém nos próximos dez anos.
Luciana é modelo e atriz. No início era apenas uma coadjuvante das telinhas, mas depois do nosso envolvimento, emplacou nas revistas nacionais e internacionais. É destaque da novela no horário nobre e, ainda menciona meu nome a cada entrevista que cede.
Loira, alta, corpo extremamente sexy. A melhor coisa que tínhamos em nosso relacionamento era o sexo. Para ela, não havia pudores entre quatro paredes, o que eu achava e ainda acho certíssimo. Tínhamos uma vibe boa. Foi bom para o ego estar ao lado de uma das mulheres mais desejadas do mundo. O problema veio depois.
Eu percebi que ser fiel não era meu forte e que me prender a alguém que está no outro lado do mundo era demais para mim. Ela aqui no Brasil e eu na Espanha não deu certo. Não nasci para o celibato, foi quando as minhas inúmeras puladas de cerca foram parar nas mídias. Ela, por sua vez, tentou se sair por cima e dava entrevista dizendo que estávamos separados, mas por debaixo dos panos, eu recebia alguns xingamentos pelas traições, até que resolvi por fim no relacionamento, mesmo com a insistência dela para permanecermos juntos. Era bom para ela também, claro.
— Saudades?
— Talvez. — Inclino meu corpo um pouco para frente para ter uma visão melhor dos seus seios.
— Não atende os meus telefonemas. Seu papagaio não te avisou que liguei para ele?
— Não fale assim do Jaime, Luciana. Sabe que ele fica put.o da vida.
Ela levanta os ombros, com desdém.
— Ele pensa que manda em alguma coisa.
— Você sabe que ele organiza minha vida. Se não fosse ele... — Reviro os olhos. Estaria agora em uma reunião.
— Só não gosto quando ele se mete na sua vida pessoal.
— Ele é meu irmão e meu empresário. Se mete até onde eu deixo.
Ela torce a boca.
— Então porque você não me atende, ao invés dele que só me dá desculpas esfarrapadas?
Olho para ela por debaixo dos óculos escuro.
— Preciso responder?
Seu sorriso cessa.
— Você é muito escroto, sabia? Não é o rei da cocada preta!
— Não? Então o que faz aqui?
— Eu estava apenas caminhando.
— Hum, tem certeza que não foi o Fábio que te falou?
— Onde já se viu se eu preciso de informante? Poupe-me, Henrique. Moro aqui perto, você sabe.
Confirmo sabendo que a danada é boa atriz.
— Cadê o topetudo? — pergunto. — Não poderia deixar barato.
Segundo li na internet, ela e o seu par romântico na novela estariam tendo um caso amoroso.
Ela faz uma careta.
— O que foi? Li hoje essa notícia.
— Ciúmes, Henrique?
Luciana é o tipo de mulher que precisa de afirmação o tempo inteiro. Era justamente isso que me deixava irritado. Eu não tinha ciúmes dela antes, agora muito menos. Ignorando-a peço mais duas bebidas.
— Você sabe, né? Depois do Soberano Soares é impossível se satisfazer com qualquer um.
Solto uma risada.
— Você que está dizendo. — Ela sabe que é verdade.
Luciana coloca a mão no alto da minha perna e me alisa.
— Sabe o que mais detesto em você? – Sua voz agora é sexy.
Faço que não, observando o seu morder de lábio que me deixa excitado.
— O quê?
— Sua falsa modéstia.
Eu não era modesto. Conhecia exatamente as minhas habilidades. Sabia do que era capaz em todas as áreas da minha vida e não era a primeira vez que ouvia uma mulher dizer isso, mas em respeito aos meses que ficamos juntos, tento ser menos ousado.
Quando sua mão sobe um pouco mais eu coloco a minha por cima e a faço parar.
— Luciana, Luciana... — sussurro. — Não faça isso, mulher. Não brinca com fogo. Sabe que é um perigo, não é?
Ela se aproxima do meu pescoço.
— Você já deveria saber que amo me queimar. Amo o perigo, ainda mais quando envolve você entre as minhas pernas.
Que filha da put.a! Já estou duro!
Marie, sua cadela, late e me assusto. Olho para um lado e para o outro e consigo perceber alguns fãs e transeuntes de olho em nós dois e tento me afastar, ajeitando a sunga discretamente.
— Você não tem jeito, Luciana.
Ela ri, maliciosamente. Fábio chega com a sua cara de p.au enorme e senta-se ao nosso lado.
— E aí, fechado hoje à noite?
Repreendendo-o com o olhar. Fábio está de sacanagem comigo? Hoje será uma festa bombástica em comemoração à minha chegada e chamar Luciana é pedir para dar merda. Porra, é merda na certa! Não estou tendo controle do meu p.au agora na luz do dia, no meio da rua, ainda mais a noite com ela soltinha. Fábio me paga!
— Não faça essa cara de poucos amigos, Henrique. O Fábio já tinha me convidado – diz Luciana.
Reviro os olhos e bebo um gole da minha bebida enquanto Fabinho faz cara de pateta. Ele sempre me disse o quanto era caidinho da Luciana que, óbvio, se aproveita da situação.
Viro-me para ela, que ri. Chego próximo ao seu ouvido.
— Você sabe que acabou entre a gente, não sabe? Eu quero curtir essa festa.
Ela sorri, jogando o cabelo para o lado.
— Querido, isso é o que eu mais quero também. Agora, esconda essa ereção porque está visível demais e quem sabe eu não volte a fazê-lo feliz.
Pego minha camiseta e coloco sobre o colo.
Put.a que pariu!
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