Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo 14

Embora o silêncio já reinasse ali e todos estivessem sob o manto do sono, Edward encontrava-se acordado. E não era por causa da sensação inquietante de ansiedade das noites passadas, quando pensou que perderia Jane. Na verdade, ele estava se sentindo muito bem, leve como uma folha que se deixa levar pelas mãos do vento. Ainda assim, ele continuou ali, na sala, lembrando-se do abraço de Jane e em como ela ficava linda em seus braços.

Tinha consciência de que precisava mudar se quisesse tê-la consigo e, por incrível que pudesse parecer até para si mesmo, ele realmente estava disposto a fazer aquilo, a mudar por ela.

Levantou-se e pegou a vela que estava na mesinha ao lado do sofá. Havia uma estante com alguns poucos volumes que ele preferia manter ali, pois conferia ao cômodo uma beleza sofisticada e ele seguiu até ela. Dentre esses volumes, estava uma linda Bíblia de capa dura, azul. Ele pegou-a, arrastou a mesinha para perto do sofá e tornou a se sentar.

Sob a luz bruxuleante, ele abriu o Livro numa página qualquer. Edward sentia-se tão estranho e um tanto ridículo como se buscar aquela ligação fosse inútil para alguém como ele. Não que Edward não acreditasse em um ser Superior, mas ele O havia culpado e ignorado por tanto tempo, desdenhado e debochado, se distanciado de todas as formas possíveis, que agora parecia muita insolência querer tentar reestabelecer algum elo com os Céus. Mesmo assim ele se pôs a ler:

"E o filho lhe disse: Pai, pequei contra o céu e perante ti, e já não sou digno de ser chamado teu filho. Mas o pai disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa; e vesti-lho, e ponde-lhe um anel na mão, e alparcas nos pés; E trazei o bezerro cevado, e matai-o; e comamos, e alegremo-nos; Porque este meu filho estava morto, e reviveu, tinha-se perdido, e foi achado... (Lucas 15:21-24)"

Os olhos de Edward arderam. Pareciam para ele, aquelas palavras. Como se Deus o tivesse ouvido e estivesse recebendo-o de braços abertos. Seu coração, antes seco, sentiu-se inundar por uma chuva de emoções que tomaram conta dele. Fechou os olhos por alguns segundos e refletiu. Aquele seria o começo de tudo que Edward mudaria em sua vida.

2 meses depois

O verão estava sendo uma estação realmente maravilhosa, embora trouxesse muita chuva. Edward olhou para o céu, mas sentiu que aquele dia seria bastante agradável e que conseguiria aproveitá-lo ao máximo. As nuvens pareciam estar a seu favor.

Ele acariciou o pelo macio de seu garanhão preto e sorriu, lembrando-se do dia em que encontrara Jane. Se alguém lhe dissesse que aquela mulher que ele carregava em seus braços um dia roubaria seu coração, ele certamente iria rir com incredulidade. Mas ali estava ele, parecendo um bobo, esperando-a com ansiedade.

- Estou aqui! - Jane anunciou, animada, fazendo com ele saísse de seus devaneios.

Ele voltou-se para ela e admirou sua figura. Ela vestia um vestido de montaria num tom azul escuro, de tecido acetinado; os cabelos estavam presos com apenas uma mexa de lado e, com uma das mãos, ela segurava com firmeza o chicote.

- Você está linda - disse enquanto diminuía a distância entre eles.

Edward tomou a mão delicada de Jane e trouxe os dedos dela até seus lábios, beijando-os, sem tirar os olhos dos dela. Jane se manteve sorrindo, enquanto sentia seu coração bater em descompasso.

- Que gentileza, meu senhor.

- Minha senhora - disse ele, categórico -, pode acreditar em mim quando digo que estou apenas falando a mais pura verdade.

Jane exibiu um sorriso completo, que fez com que ele sentisse cada parte sua formigar.

- Eu espero que aprecie o passeio - disse ele, e guiou-a até o cavalo que havia lhe sido preparado.

Edward ajudou Jane a montar e, em seguida, montou em seu garanhão. Pôs-se ao lado dela e ambos cavalgaram juntos. A vista de Worthen era sempre maravilhosa e por mais que Jane já estivesse bastante familiarizada com ela, não conseguia deixar de admirar aquele lugar e descobrir sempre algo novo.

- Acredito - disse Edward, fitando-a -, que a senhorita nunca visitou o lago.

- Lago? - Jane não conseguiu esconder a surpresa. - Eu não imaginava que aqui em Worthen houvesse um lago.

- Na verdade não há mesmo. - Ele riu e Jane franziu o cenho, interrogativa. - O lago está em Corn Lane. Mas eu tenho permissão para ir até lá. - Ele piscou.

Jane não conseguiu deixar de se perguntar se Anna já não conhecia aquele lugar, embora desconfiasse que ela jamais tivesse ido mais longe que os jardins principais de Worthen com Harrison sob os olhos atentos de todos os empregados que rodeavam a propriedade.

Na verdade, naqueles dois meses, Anna vinha se mostrando cada vez menos receptiva a Harrison e ele, percebendo que sua presença não era tão desejada à jovem, mesmo que ela fosse bastante discreta e gentil em sua recusa, ia cada vez menos visitá-la.

As folhas das árvores sacudiram, balançando os cabelos de Jane e brincando com os cachos negros de Edward. Ela olhou para o lado e fitou seu perfil, enquanto ele conduzia o passo de seu cavalo um pouco mais à frente, calculando o caminho. Jane sorriu ao pensar em como ele estava diferente. Todos os dias pela manhã, ele caminhava junto com ela e a algumas vezes ele a ouvia ler as Escrituras; noutras, ele mesmo lia para ela e ambos conversavam e meditavam sobre as passagens.

Em todo aquele tempo, Edward respeitou-a de uma maneira que só fez com que ela o admirasse muito mais. Ele jamais havia forçado, tentado ou insistido em coisas que ela não estava pronta. Ela apreciava seu gesto, mas precisava reconhecer que também sentia-se um tanto frustrada por ele ainda não tê-la pedido em casamento, quando era evidente que agora ela estava pronta para dividir sua vida com ele.

- Aqui estamos - disse ele e sorriu de canto.

Jane piscou os longos cílios e voltou sua atenção para frente. Os olhos cinza dela arregalaram-se um pouco e Edward não pôde deixar de admirar aquela expressão de encantamento. No centro de toda aquela natureza verde, havia um grande lago brilhante, de um azul diferente de qualquer outro que ela já tivesse visto.

- É incrível, Edward. - Ela mordeu o lábio.

- Eu sabia que você iria gostar - ele disse e piscou.

Ele apeou do cavalo e, como um perfeito cavalheiro, ajudou Jane a desmontar também. Ambos amarraram os animais a uma árvore e, entrelaçando os dedos aos dela, Edward trouxe-a para perto da margem, para que Jane pudesse contemplar melhor aquela beleza.

- Vamos caminhar? - Ele ofereceu o braço e Jane aceitou.

Enquanto andavam a beira do lago, Edward aproveitava para ouvir a voz de Jane falando animadamente. Estudava o rosto dela com atenção, enquanto acariciava o dorso da mão dela de maneira suave. Podia sentir o pulso de Jane acelerado e um pouco do nervosismo dela ao tê-lo fitando-a de maneira tão intensa.

- Se eu não estiver sendo indiscreta - disse ela e concedeu-lhe um sorriso amarelo.

- O quê? -Edward inquiriu confuso, estava tão distraído que as palavras demoraram a fazer algum sentido em sua mente. - Oh! Os pais de Harrison ainda estão vivos, mas moram em Manchester. Essa propriedade é deles, mas Harrison também trabalha muito e tem o seu próprio dinheiro. Ele é um grande homem.

- Não tenho dúvidas. - Jane sorriu.

Ficaram naquele passeio delicioso por mais algum tempo, até que decidiram que já estava tarde e voltaram aos seus cavalos.

O céu antes tão azul e limpo produzia agora nuvens escuras que ameaçavam formar uma grande tempestade. Jane e Edward cavalgaram um pouco mais apressados para voltar, pois não queriam se molhar. Sobretudo, Edward não queria que Jane se molhasse e adoecesse. As gotas já começavam a cair com força e os dois tiveram tempo de chegar à propriedade, mas não tiveram tempo de chegar a casa. Um temporal já se formava e os dois ficaram presos nos estábulos.

- Céus, que chuva! - exclamou Jane e riu.

- Sorte conseguirmos chegar ao menos até aqui - disse Edward e percebeu que não havia ninguém ali.

Como estavam sozinhos, Edward encarregou-se de guardar os cavalos. Enquanto ele fazia aquela tarefa, Jane encaminhou-se até uma das baias e sentou-se num amontoado de feno. Assim que terminou de tirar a cela dos cavalos e guardá-las, Edward aproximou-se de Jane e sorriu.

- Não acho que a chuva irá cessar tão cedo - observou.

- Então é melhor se sentar - ela sugeriu.

Sem hesitar ou protestar, Edward dividiu aquele pequeno espaço com ela. Por alguns instantes, o silêncio permaneceu entre eles com apenas o som forte da chuva. Edward parecia concentrado demais, fitando o chão como se ponderasse sobre algum assunto importante e Jane sentiu que precisava tirá-lo daquela reflexão. Ela aproveitou para sondá-lo sobre um assunto que Catherine havia lhe pedido quando ambas estavam sozinhas apreciando o chá.

- Edward - chamou, fazendo com que ele voltasse seus olhos cintilantes para ela. - Sua tia convidou-me a ir com ela a cidade amanhã. Nunca a vi tão empolgada desde que cheguei aqui. Acha que o viúvo Ashton tem algo a ver com isso?

Edward esboçou um sorriso.

- Acredito que ele seja inteiramente responsável por isso.

Jane analisou seu semblante com cuidado.

- Você não se recente pelo Sr. Ashton ter intenções mais sérias com sua tia?

- Minha tia é completamente diferente do meu pai. - Edward tentou reprimir o sentimento de mágoa que ainda carregava em seu peito por tudo que ele os havia feito passar, embora sentisse que ainda faltava muito para que conseguisse realmente perdoá-lo. - Eu ficaria sinceramente feliz que ela encontrasse alguém para amar... -Edward olhou fundo nos olhos de Jane antes de completar: - Assim como eu encontrei.

Uma corrente elétrica perpassou por todo seu corpo e Jane sentiu seus joelhos tremerem como sempre acontecia quando ele a tocava e a olhava daquela maneira.

- Jane. - Edward comprimiu o lábio, enquanto ela esperava por suas palavras. - Tem algo que quero lhe dizer há algum tempo e acho que esse é o momento.

Ele ergueu-se, ficando de pé e Jane o acompanhou com o mesmo movimento. Edward puxou as mãos dela, fazendo com que Jane aproximasse seu corpo do dele e deslizou os dedos pela pele suave do rosto dela até o queixo, erguendo-o para ele. Jane sentiu que seu coração atravessaria o peito. Edward a olhava com carinho e com algo mais que fez com que ela precisasse fazer um grande esforço para manter-se firme.

- Eu não queria que fosse aqui ou assim, mas sinto que não posso mais esperar.

Edward escorregou um braço até a cintura de Jane e envolveu-a, enquanto seus olhos brilhavam em chamas.

- Eu amo você, Jane, amo com a fé da minha infância e com um amor que me parecia perdido...

Eram as palavras do poema, Jane notou. Ela jamais as esqueceria. Sentiu seus olhos marejarem.

- ... e eu não posso mais passar um segundo sem saber. Jane, você me daria a honra de ser minha esposa?

Jane olhou para Edward e meneou a cabeça, incapaz de falar. Ele sorriu de uma forma que fez uma onda de sensações invadi-la e, lentamente, foi aproximando seus lábios dos dela até que se tocassem de leve. Os olhos de Jane estavam entreabertos como os seus e ele brincou com ela, beijando-a delicadamente nos cantinhos. Depois, Edward saboreou-os calmamente. Ele abriu os olhos por um segundo apenas para contemplar o rosto dela e sentiu-se abençoado por saber que aquela mulher seria sua. Então tornou a fechá-los intensificando o beijo. Os lábios de Jane eram uma loucura do qual ele não queria se ver livre nunca mais.

- Isso é um sim? - Ele riu, colando sua testa a dela, ofegante.

- O senhor ainda tem dúvidas? - Ela sorriu, acariciando o rosto dele. - Eu te amo Edward e digo mil vezes sim se for preciso para que você acredite que é verdade.

Radiante, Edward beijou-a mais uma vez. Ele e Jane ficaram abraçados até que a chuva cessasse. Quando finalmente o sol ressurgiu, ambos caminharam juntos. Lá fora, um lindo arco-íris se formava no céu, colorido e cheio de vida, como se o dia estivesse comemorando aquele pedido.

Os dois adentraram Worthen como namorados apaixonados e todo ar parecia exalar o perfume daquele amor.

- Devo contar à minha tia e você às suas irmãs - Edward sugeriu e Jane concordou. - Então diremos oficialmente a todos. - Ele mais uma vez levou os dedos dela aos seus lábios.

- Sr. Radford - pigarreou o mordomo atrás de si, um tanto sem graça. - Há uma carta para o senhor - disse e entregou-lhe rapidamente a missiva.

Subitamente, o sorriso que Edward vinha carregando morreu e Jane pôde garantir que a cor havia fugido de suas faces.

- Notícias ruins? - inquiriu com preocupação.

Recuperando-se depressa, Edward sorriu para ela e levou as mãos até as costas com toda naturalidade, como se aquele gesto fosse apenas um mero movimento.

- Não - negou ele, tentando manter a expressão impassível.

No entanto, Jane pareceu não acreditar. Ele sabia que o senso de percepção dela era forte e que, diferente de outras damas bobas e tolas, Jane possuía uma astúcia e uma inteligência muito aguçadas.

- São coisas de Aberdeen - informou e fez uma careta.

- E por que ele mandou uma carta em vez de vir até aqui? - ela franziu o cenho.

- Bom, ele está viajando e só deve voltar amanhã. Ao que parece, não pôde esperar por ser um assunto urgente.

Jane fez uma expressão de culpa pela evidente desconfiança e Edward se sentiu um patife por mentir para ela. Mas não queria falar sobre Annabelle. Aquela mulher fazia parte do seu passado e ele estava decidido a nunca mais vê-la novamente. Não havia motivos para angustiar Jane com aqueles assuntos.

- Espero que tudo dê certo - desejou Jane fitando-o de modo afável. - Eu o deixarei sozinho para que resolva seus problemas.

Ela o deixou e, assim que Jane desapareceu de sua visão, Edward caminhou até o escritório. Não abriu a carta. Em vez disso, ele rasgou-a e amassou-a. Não se daria ao trabalho de responder Annabelle novamente. Ela que o esquecesse de uma vez por todas.

Obrigada a quem chegou até aqui 💖

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro