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Capítulo 10




Olhando para o céu escuro, Edward reparou no brilho inconstante das estrelas. Elas pareciam piscar como se quisessem se comunicar de algum modo. Ah, se ele pudesse decifrá-las! Edward sentiu seu peito contrair-se numa dor profunda e inexplicável e ouviu os passos pesados de seu pai se aproximando. Sabia que deveria sair dali, evitar o confronto, mas não conseguiu. O desejo de enfrentá-lo era muito maior que a prudência.

Assim que o pai entrou na sala, Edward não conseguiu esconder a raiva que carregava dentro de si. Olhou-o com todo seu desprezo, mas em vez de ficar aborrecido, o pai pareceu achar graça naquilo.

- Venha aqui, garoto - chamou.

Edward hesitou, mas saiu de frente da janela, deixando que a cortina que segurava escorregasse, ocultando o mundo lá fora, e seguiu até à soleira da porta onde o pai estava parado.

- Você acha que já é um homem, não é mesmo? - perguntou com um sorriso zombeteiro.

O pai abaixou-se para ficar ao nível dele e ouvi-lo, mas Edward não respondeu. Ele continuou ali, o cenho franzido e os lábios crispados. Aquela conduta fez com que seu pai se zangasse.

- Responda, garoto! - ele exigiu, sacudindo o filho pelos ombros.

- Sim. - Ao menos, mais do que você, pensou, mas não ousou dizer.

Diferente do que havia imaginado, o pai pareceu bastante satisfeito com a resposta. Ele ergueu-se e sorriu com perversidade.

- Ótimo! Então penso que é chegado o momento de você conhecer meus amigos!

De fato, Edward nunca frequentava o ciclo de amizades do pai. Primeiro porque era considerado jovem demais; além disso, o que um garoto como ele teria em comum com aqueles homens? Tudo que sabia sobre eles é que sempre que estavam em Worthen Eleanor sentia-se ainda mais angustiada e aflita. Era bastante óbvio que ela não os apreciava e tampouco eles pareciam preocupados em ser um peso para ela. Edward não fazia questão alguma de conhecê-los.

- Vamos, garoto - a voz do pai não deixava margem para dúvidas. Ou ele ia ou seria pior.

Desse modo, a contragosto Edward o seguiu, passando pelos corredores pouco iluminados. Ao parar de frente a porta da sala, o pai a abriu e os risos que se faziam ouvir através daquelas paredes, cessaram. Os olhares dos homens ali presentes caíram sobre Edward que quase se encolheu.

Uma névoa e um cheiro desagradável pairavam no ar misturado ao aroma do álcool. O pai de Edward adentrou o cômodo e o pequeno caminhou ao lado dele, sentindo algo estranho, como se uma voz em seu coração estivesse dizendo para ele correr. Mas Edward não era covarde e não fugiria.

- O que é isso, Radford? - inquiriu um dos cavalheiros com espanto, soltando a fumaça de seu charuto. - Por que trouxe esse menino para cá?

- Meu filho já é um homem, Arthur, e achei que, sendo assim, ele deveria ficar conosco e aprender algumas coisas. - Ele riu como se tivesse contado algo muito engraçado.

- Nisso você tem razão, Radford! Certamente não há melhores professores que nós para ensinar ao garoto como se divertir! - Ele riu.

Edward ficou ouvindo aqueles homens rirem e falarem sobre coisas que ele realmente não desejava saber. O pai parecia se divertir com as piadas de péssimo gosto. Depois eles se reuniram ao redor de uma mesa para jogar cartas, enquanto outros apenas observavam e continuavam a beber.

- Tome um gole, garoto - Arthur ofereceu, estendendo para o pequeno um copo de uísque que ele rapidamente recusou. - Ora, mas, Radford, você tinha nos dito que tinha um homem e não uma florzinha! - debochou em alto e bom som e todos riram.

O pai de Edward torceu o lábio e pousou as cartas sobre a mesa, mas não sem antes ameaçar os adversários, advertindo-os que não tocassem nelas. Levantou-se com impetuosidade e caminhou até o filho. Sussurrou entre dentes:

- Vai permitir que falem assim de você? Beba logo, garoto! Isso não irá matá-lo!

Sob todos aqueles olhares que pareciam zombar dele, o pequeno acabou cedendo e bebeu um copo de uísque. Não ia deixar que aqueles homens duvidassem de sua coragem. O gosto da bebida era amargo e forte, mas não de todo ruim. Edward foi servido de mais outro e mais outro até que começou a ficar um pouco tonto e se sentir enjoado.

Então, a cena que se seguiu pareceu-lhe muito confusa. Viu quando todos se calaram e uma figura esguia, de cabelos claros, entrou pela porta e o puxou pelo braço. Edward cambaleou um pouco e pendeu a cabeça, admirando aquela mulher bonita que queria tirá-lo dali.

- O que pensa que está fazendo? - o marido inquiriu-a e tentou impedi-la.

Irritada, Eleanor ergueu a mão para bater nele, mas ele a deteve. Ainda assim, ela debateu-se e tentou desferir alguns golpes no esposo. Ela estava tão brava! Embora Edward tivesse presenciado a briga na biblioteca e tantas outras, nunca tinha visto-a tão fora de si.

Piscou os olhos tentando entender por que aquilo estava acontecendo.

- Você quer levar o seu filho daqui? Olhe bem para ele. - Ele fez com que Eleanor fitasse o pequeno. - Veja como está contente conosco! - Sem qualquer delicadeza, segurou o queixo dela nas mãos. - Querida Eleanor, mesmo que você queira negar, Edward tem o meu sangue e será inevitável que seja como eu.

- Sei que meu filho não será igual ao senhor, pois, ainda que tenha seu sangue correndo nas veias, Edward nasceu com caráter! É um bom menino e jamais deixará de ser! - ela disse convicta em suas palavras.

- Ora - o pai riu com deboche -, e de quem ele herdou o bom caráter? Porque até onde eu sei, senhora, você não é nenhum anjo! Mas se quer levar o garoto, então leve. - Radford largou-a e Eleanor não perdeu um segundo, pegou as mãos do filho e puxou-o para longe daquela sala.

Cambaleante, Edward foi levado para o quarto. Eleanor sentou o filho numa cadeira e ficou a andar de um lado ao outro, ele podia sentir a raiva dela e a decepção quando o fitou. Sentiu seu coração se partir por tê-la desapontado daquela forma.

- Eu irei pedir a Helen que prepare algo para você, Edward - disse sem fitá-lo.

Edward apertou os lábios.

- Depois disso eu quero que durma, pois amanhã teremos uma longa conversa - continuou e, em seguida, saiu.

Helen levou-lhe a solução e então ele dormiu. Acordou sentindo-se muito mal, mas lembrou-se de tudo. Esperou que sua mãe viesse ter com ele, mas ela não apareceu em seu quarto.

Desceu e encontrou-a ajoelhada na terra, arrancando os espinhos de algumas rosas do jardim. Ele se aproximou e sentou ao lado dela de cabeça baixa.

- Sabe, Edward - começou ela -, as rosas são lindas, não é mesmo? - ela sorriu e voltou-se para ele.

Embora ela estivesse sorrindo, Edward não conseguiu sustentar seu olhar no dela e tornou a baixar a cabeça. Eleanor pegou o queixo do filho com as pontas dos dedos para não sujá-lo de terra e ergueu-o para ela.

- Mas elas têm espinhos que precisamos arrancar antes que eles possam machucar. Eu não quero, Edward, que você seja como elas, que seja lindo, mas tenha espinhos que podem ferir profundamente - ela disse com firmeza e apertou uma rosa em sua mão, fazendo com que um filete de sangue jorrasse dela e manchasse de um vermelho intenso a grama.

Edward arregalou os olhos, assustado, mas entendeu porque sua mãe lhe fizera aquela demonstração.

- Que Deus me ajude! - ela exclamou com fervor. - Eu não vou permitir que você seja como ele. Por isso estou arrancando esses espinhos desde já. É triste, meu querido, o que irei lhe dizer, mas afaste-se dele. Ainda que ele seja seu pai. E saiba que você não precisa provar nada a ele e a ninguém.

O garoto fez que sim com a cabeça. Havia magoado sua mãe sem qualquer intenção e queria apenas demonstrar que era capaz de ser um homem e de defendê-la, mas talvez o pai estivesse certo e fosse inevitável que ele fizesse de outra forma. O sangue daquele homem mau corria em suas veias, afinal, e, ainda que sem intenção, ele acabara sendo como o espinho da rosa.

A noite anterior havia sido mesmo maravilhosa para as irmãs. Kimberly tivera a sorte de conhecer Jeremy, um jovem bastante interessante. Filho de um rico viúvo, com quem Catherine havia se entregado aos prazeres da dança e voltara por alguns instantes a ser jovem de novo.

Kristen e Ferderick haviam combinado que trocariam cartas e as enviariam constantemente um ao outro. No início, a irmã zombou, dizendo-lhe que ela não deveria aceitar tal coisa, pois Frederick só estava querendo usá-la. No entanto, Kristen estava encantada demais com a possibilidade de estar mais próxima de Frederick para considerar qualquer comentário maldoso por parte da irmã. Sabia que Kimberly era vaidosa demais e o que lhe doía era saber que o jovem poderia já não mais estar interessado nela.

Para Anna, a noite fora muito agradável, embora complicada, pois vencer as barreiras de sua timidez exigira dela um grande esforço. Anna dançara com outros cavalheiros além de Harrison e àquela manhã já havia recebido flores e convites para outros bailes e visitas, mas a verdade é que o coração dela não estava inclinado a nenhum deles. Nem mesmo Harrison conseguira conquistá-la. Pelo menos não da forma que ele esperava. Tudo que via nele era uma boa companhia e tudo que poderia lhe oferecer era sua amizade.

Charity havia se divertido bastante também. Apenas Emma não tirou grandes proveitos do baile. Suas intenções eram fazer com que Edward a tomasse como seu par àquela noite e estava pronta para conseguir aquela façanha, investindo todo seu charme para fazê-lo ficar perto dela. Todavia, depois da dança com Kimberly, ele havia sumido de modo que ela o procurou por todo salão e não conseguiu encontrá-lo.

Frustrada, Emma passou a noite tentando se esquivar dos vários cavalheiros que nutriam a esperança de dançar com sua figura jovem e reclamou todo o tempo em que estivera lá, dizendo que as rosas eram de um gosto completamente terrível, pois não combinavam com as cortinas; que Kimberly parecia uma gazela extravagante e que os músicos não possuíam qualquer criatividade, pois as canções que tocavam para ela soavam como uma continuação da anterior. E quando Harrison a convidou para ir a Worthen com ele no dia seguinte, Emma se recusou a acompanhá-lo, como se Edward a tivesse ofendido, quebrando um compromisso que só existia em sua mente sonhadora.

Mas Charity, que não tinha problemas com qualquer um dos moradores de Worthen, foi com o primo. Harrison queria passar um tempo com Anna e ela com sua amiga Jane. Quando chegaram, ele se dirigiu aos jardins onde a amada se encontrava, e Charity dirigiu-se a biblioteca.

- Eu trouxe o livro de poemas para que você o leia. - Charity entregou o volume a Jane.

Ambas estavam acomodadas no confortável sofá.

- Obrigada, Charity - agradeceu Jane e, embora não apreciasse muito poemas, prometeu que logo o leria.

- Os Bell têm mesmo o dom! São apaixonantes, Jane! - falou com entusiasmo. - Mas, conte-me, o que achou de ontem? Houve um momento em que a procurei e não a encontrei em lugar algum - reclamou.

- Bem, eu precisava me afastar um pouco, Charity, ou morreria por ter de pedir desculpas a cada casal do salão. - Ela riu.

- Que lástima sua noite ter sido tão ruim - lamentou a amiga e tocou a mão dela de forma afável.

- Não foi tanto assim - garantiu Jane.

Para falar a verdade, aquela noite havia sido diferente, mas de uma maneira boa. Edward havia compartilhado com ela um pouco de si mesmo. Ainda havia muito mais para se descobrir, mas ela acreditava que no tempo certo Edward lhe diria tudo que o perturbava.

Jane e Charity passaram um bom tempo conversando. Então, ela viu Edward adentrar a biblioteca, mas assim que os olhos dele deitaram sobre ela, Edward hesitou. Jane não estranhou o comportamento dele num primeiro momento, mas, ao perceber a ausência dele e notar que nas vezes em que compartilharam o mesmo cômodo, ele parava qualquer atividade que estivesse fazendo e se retirava com alguma desculpa qualquer, ela começou a desconfiar de que algo estivesse errado.

Deus, ele está me evitando, constatou. Ou talvez seja apenas impressão minha, disse a si mesma.

Mas algo lhe dizia que aquele comportamento não era apenas impressão.

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