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Part 1
Ouvi uma vez em algum seriado policial desses que meu pai costuma assistir o personagem principal dizer a seguinte frase "Conheça bem seus amigos e seus inimigos melhor ainda", não sei bem se isso se aplica ao caso Ethan mas me parece sensato a parte que diz que devemos conhecer bem as pessoas em volta de nosso ciclo social, está questão vem roubando meu tempo e pensamento desde o fim de semana.
- Devemos o vigiar! - anunciei minha brilhante ideia a Michel ao bater a porta do armário com mais força do que deveria atraindo olhares curiosos ao nosso redor.
- Hein calma ai gata, acho que deveríamos conversar sobre isto em um local mais reservado.
Ergui uma de minhas sobrancelhas sugestivamente ao encarar a bibliotecária de meia-idade se rencostar mais próxima ao acento da cadeira e fechar os olhos.
- Ótimo pode começar a explicar o que estava querendo dizer com "o vigiar"! - Michel cruzou os braços e arqueou uma sobrancelha me incentivando a começar a falar.
Tomei fôlego e me curvei sobre a mesa.
- Só achei que seria mais fácil para descobrir características sobre ele, como o que ele costuma fazer ás tardes?! Você faz alguma ideia?
Michel refletiu por segundos e me encarou sério antes de dizer:
- Você está apaixonada por Ethan Kliningy!
- Não! - retruquei indignada.
- Não foi uma pergunta e sim uma afirmação! Mas tudo bem não estava esperando que admitisse, quero que saiba que irei te ajudar nesta perseguição.
- Perseguição soa como se o que estamos prestes a fazer fosse algo do tipo criminoso. - respondi fazendo careta.
- Espero que consiga pular muros e correr de cachorros! - Michel piscou o olho com certo humor.
- Fiz ginástica quando criança, quanto a isso não se preocupe. - rebati lhe lançando uma piscadela seguida de um sorriso largo.
Ethan que me aguarde, pois irei descobrir seus segredos um por um.
- Quem é essa? - perguntei ao me aproximar de Michel.
Uma menina de estatura baixa e grandes olhos verdes envoltos de um óculos estilo "Vintage" me lançou um sorrisinho e aproximou sua mão esquerda, a cumprimentei e encarei meu amigo esperando o mesmo abrir a boca e começar a falar, após alguns segundos ele parece ter se tocado de algo:
- Minha prima, aquela que te falei que veio do Texas para passar algumas semanas lembra? - procurei em minhas memórias e acenei com a cabeça ao lembrar.
- Ta e porque diabos trouxe ela... - reparei na roupa de Michel e arqueiei a sobrancelha.
- E porque está vestido todo de preto sob um sol de 22° graus?
Ele me olhou como se tivesse perguntado a coisa mais idiota do mundo e balançou a cabeça com pesar.
- Nunca assistiu nenhum filme de espiões? Qual é Courtney! - disse e me encarou como se tivesse acabado de matar alguém.
- Que seja apenas vamos logo! - disse me virando e entrando no banco do passageiro.
Eles entraram em seguida, Michel colocou uma touca para complementar o visual e eu quase cai na gargalhada.
- O que iremos fazer? - a garota no banco de trás perguntou para ninguém em especial.
- Perseguir o cara de quem a Court está a fim!
Abri a boca e me virei no banco indignada.
- Nem adianta vir com desculpa esfarrapada okay! - Michel disse com um sorrisinho virando a esquina com o carro.
Preferi não dizer nada por enquanto e me inclinei para ligar o rádio sincronizei em nossa estação favorita e deixei o som preencher o carro.
- And so I cry sometimes when I'm lying in bed
Just to get it all out what's in my head
And I, I am feeling a little peculiar... - Michel começou a cantar junto a musica e eu sorri de lado.
- And so I wake in the morning and I step outside
And I take deep breath
And I get real high
And I scream from the top of my lungs
What's going on?... - cantei junto.
Um segundo antes do refrão e contamos até três mentalmente antes de irromper em um enorme barulho.
- And I say, hey, yeah, yeah-eah
Hey, yeah, yeah
I said, hey! What's goin' on?
And I sing, hey, yeah, yeah-eah
Hey, yeah, yeah
I said, hey! What's going on? - cantamos todos juntos o mais alto que conseguimos.
Quando a musica acabou e voltamos a agir normalmente, o clima se tornou mais ameno e ao menos percebemos que já nos encontramos do outro lado da rua da casa de Ethan, "Casa" o correto seria "Mansão" ou "Palacete".
Encarei pela janela e Michel jogou um binóculos em meu colo, apontando para a janela aberta na parte de cima, a janela do quarto dele.
- Da onde arranjou este binóculos? - questionei arqueando uma sobrancelha.
- Sotão! - respondeu sorrindo - Sabe aquele lugar empoeirado em que as pessoas guardam as coisas que acreditam não ter mais nenhum valor!
Assenti mesmo já sabendo de tudo isso e peguei o binóculos o apontando na direção da janela. Admito que a cena vista de fora possa parecer meio assustadora, o lance da espionagem e tal.
- Está vendo algo! - Michel questionou se aproximando e se apoiando em meus ombros.
Comprimi os olhos e uma silhueta se fez presente, e se eu posso dizer algo, conheço muito bem essa silhueta!
- Sim ele parece estar se arrumando para ir a algum lugar. -sugeri.
Pelo que posso observar da distância em que estamos, Ethan está nesse exato momento vestindo a jaqueta de couro e acabara de pegar um molho de chaves... pera o molho de chaves.
Abaixei o binóculos e olhei na direção de Michel com os olhos levemente arregalados disse:
- Algo me diz que ele esta prestes á sair neste momento.
- Ótimo a luz do quarto acaba de ser apagada.
Derepente me dou conta de que Michel pegou o carro do pai ao invés do seu, e a única diferença para com os dois e a cor do mesmo.
- Porque pegou o carro de seu pai?!
- Ethan provavelmente já deve ter visto meu carro, você não acha?! - questionou sarcástico.
- Não pensei nisso... - comentei olhando para um poste de luz apagado em frente a casa em que estacionamos .
- Claro que não!
E então Michel abaixou minha cabeça e se colocou sobre mim de maneira desconfortável, tentei o estapear mas foi envão, as vezes eu esqueço que ele ainda é um homem.
- Ficou louco! - gritei indignada.
- Xiii cale a boca, Ethan está saindo!
Resmunguei mais um pouquinho e fiz o que me pediu permanecendo em silêncio, uns poucos minutos depois Michel se levantou e engatou a marcha ré.
- Segurem firme meninas, estamos em uma perseguição!
Ignorei o quão rídiculo isso soou e apenas fiquei contente por ter retirado seu peso de minhas costas. A prima do Texas deu um gritinho me lembrando de que ela ainda estava ali e me recostei no acento.
Tudo pode dar errado, mais espero que não.
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