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JISU NARRADO
A vida perfeita é desejada por todos, não importa qual seja a sua definição de vida perfeita, você irá querer isso, e para muitos é necessário muitos sacrificios para conseguir a tão desejada vida perfeita, mas, eu fui agraciada e não precisei de nada para tê-lo. Me chamo Choi Jisu e tenho uma vida perfeita. Sou milionária, tenho tudo o que desejo, sou bonita, tenho um corpo perfeito, tenho vários amigos, uma melhor amiga perfeita, um namorado bonito, rico e perfeito. Além de cantar bem e dançar bem. Eu sou perfeita, isso, eu sou perfeita e tenho uma vida perfeita... tenho? tenho...
- Finalmente em boneca! - Jihyun se anima ao me ver chegar. Ele estava rodeado dos meus outros amigos.
O lugar estava cheio, podre e barulhento como sempre. Não gosto de lugares assim mas todos eles gostavam então eu ia.
- Estava ocupada com uma seção, onde está Karina? - procuro por minha melhor amiga pelo local.
- Está ali dançando com o filho daquela atriz famosa que fez um filme recentemente.
- Lee Su-Ji?! - fico surpresa e encaro Karina que realmente estava fazendo isso.
- Ela sempre consegue os caras mais ricos - Alice comenta.
- Mas não supera a Jisu - Haram me bajula e eu sorrio.
- Inclusive cadê o seu prometido? - Jihyun questiona.
- Eu o chamei e ele disse que estava a caminho.
E sem demoras ele aparece, vem até mim e senta ao meu lado beijando minha bochecha. Hwang Hyunjin, era filho de pessoas famosas e era extremamente famoso, além de muito bonito e gentil. Ele é o namorado perfeito, o meu namorado perfeito. Estávamos a quatro anos juntos e sempre ficamos em alta. Somos a dupla perfeita, bonitos e ricos.
- Jisu como você pode ser tão sortuda? Bonita e rica, além de ter o Hyunjin como namorado, você é incrível! - elas comentam.
- Não sou sortuda, eu só mereço - brinco e elas riem.
Logo Karina volta e me comprimenta.
- Eu vi em - a encaro com um olhar malicioso e ela joga os cabelos para trás, satisfeita.
- Foi só uma dança. - ela se senta a minha frente cansada.
- Uma dança? - Jihyun a questiona. - Vocês dois só faltaram se comer na frente de todo mundo.
- Cala a boca, idiota chato.
- Amor, eu vou ao banheiro - Hyunjin se levanta.
- Tudo bem querido. - sorrio para ele.
- Até para cagar seu namorado precisa te avisar? - Jihyun debocha.
- Quando a sua inveja irá acabar em, Jihyun? - comento e ele faz careta.
- Gente me deem licença, vou ao banheiro, estou tão cansada. - Karina se levanta.
- Qualquer coisa é só me chamar - aviso e ela sorri.
E assim se passaram 20 minutos e nenhum dos dois voltaram, acabei ficando preocupada e fui atrás deles. Talvez Karina tenha passado mal e ele a ajudou.
Ao chegar no banheiro feminino a procuro em todo o lugar mas não a encontro, começo a me preocupar e saio do banheiro para procurá-la. Ao passar por uma porta escuto um barulho estranho e suspiros, sei que não era da minha conta mas há algo me chamando para abrir, ao pegar na maçaneta meu celular toca e ao achar que era Karina ou Hyunjin eu atendo.
"Senhorita Kim, seu pai passou mal de novo, solicito a sua presença"
Deixo tudo o que tinha para fazer e corro para a minha casa. E sem demoras para chegar vou em direção ao seu quarto onde o mesmo estava deitado em sua cama com os olhos fechados e um médico e duas enfermeiras ao lado.
Já faz um tempo que a pressão do meu pai anda piorando.
- Doutor, como meu pai está?
- Ele está melhor agora mas vocês precisam prestar mais atenção a sua pressão.
Ele junta as suas coisas e sai.
Mesmo que meu pai não ligue para mim, ele é a única familia que eu tenho.
Saio de seu quarto e me dou de cara com minha madrasta e sua filha, Jiyoon. A maldição que aconteceu em minha vida.
- Como pode deixar isso acontecer? Você não passa todos os segundos da sua vida como um cachorro ao lado do meu pai? - a questiono.
- Nem mesmo você que é sua filha não sabe de sua condição, não culpe ninguém por suas falhas - ela me responde com deboche.
- Papai nem ao menos a vê como filha, irmãzinha - Jiyoon fala cínica.
- Não o chame de pai, ele não é o seu pai!
- Ele é mais meu pai do que seu - ela me empurra.
- Muito lindo se vangloriar por algo roubado, você não poderia falar isso se a sua mãe como a vadia que é não tivesse se dado e feito meu pai trair a minha mãe, se ela estivesse aqui você nunca teria pisado nessa casa!
- Cale a sua boca! - Minji, minha madrasta finalmente fala.
- Calar a minha boca? Eu sou uma Choi de sangue, vocês não são nada, tentam ser alguma coisa roubando e mentindo. Vocês nunca serão metada do que minha mãe foi para essa família! E Jiyoon, não use meu pai para substituir o seu pai falido que a abandonou, até porquê ninguém a suporta - a empurro assim como fez comigo e vou embora.
🌻
Minha mãe estava me colocando para dormir, meu pai ainda não havia voltado do trabalho e eu percebia o quão incomodada minha mãe estava. Ao terminar de cantar a música em que tanto amava eu fecho meus olhos pronta para dormir e ela achou que eu tinha dormido. Escuto um soluçar mas continuo com os olhos fechados. Percebo os soluços se intensificarem.
- Meu amor... - ela tenta falar mas o choro não deixava. - Me de-desculpa, mamãe não fez por mal. Seja forte, eu amo você.
Escuto a porta fechar.
Fiquei incomodada o resto da noite, queria saber se minha mãe estava bem então me levanto e vou até seu quarto. Talvez meu pai esteja voltado e esteja consolando ela.
A casa estava escura, silenciosa... eu estava com um péssimo pressentimento enquanto caminhava pelos longos corredores.
No meio do caminho escuto um grito e corro para o seu quarto assustada. Ao abrir a porta me dou de cara com a minha mãe pendurada pelo o pescoço por uma corda. Ela agonizava, os olhos esbugalhados, tentava puxar a corda mas era em vão. Seus pés chutavam o ar. Me desesperei e corri até ela, não sabia o que fazer. Comecei a chorar em desespero.
- Mamãe... mamãe! Mamãe, o que está fazendo! Pare!
Ela para e pela última vez me encara e eu vejo uma lágrima cair de seu olho direito e seu último suspiro.
Minha mãe havia se suicidado na minha frente.
Acordo em desespero tentando recuperar o ar perdido. Demoro alguns minutos até recuperar. Meu corpo tremia sem parar. Tenho o mesmo pesadelo quase todas as noites. Encaro a foto da minha mãe me abraçando quando eu era mais nova, a foto ficava ao lado da minha cama.
- Por que você fez isso mãe? Por que me deixou?
Ao me recuperar vou ao banheiro e me arrumo para ir a empresa.
Ao chegar no prédio vou a sala do designer responsável pela aliança que mandei projetar para pedir Hyunjin em casamento. Já tem um tempo que estou pensando nisso e acho que já está na hora, quero fazer acontecer, eu realmente o amo.
( ⚠️ gatilho - assédio )
Ao entrar na sala marcada acabo me dando de cara com Choi Sang-Hun, meu tio. O desespero toma conta do meu corpo e em alerta eu me viro para ir embora.
- Nem pense nisso, eu já estou de saída - ele fala.
Paro de uma vez e o espero sair mas somente o escuto mexer nas coisas.
- Escutei que seu pai passou mal ontém a noite, como ele está hoje?
- Melhor.
- Isso é bom.
O sinto se aproximar.
- Você disse que ia sair.
- Não vai cumprimentar seu tio direito? Se vire e olhe para mim. - não o respondo. - Choi Jisu, não seja mal educada.
Ele pega em meus ombros me virando para encará-lo e me joga na parede. A dor se instala em minha coluna e cabeça.
- Eu sou o seu tio, você me deve respeito. - uma de suas mãos seguram meus braços sobre minha cabeça e a outra acaricia minhas coxas por baixo da saia.
Eu sentia enjoos e meu coração apertava em desespero, eu queria vomitar, queria me soltar. Me debatia o máximo que podia e desde a última vez, aprendi que gritar não ia adiantar de nada. O desespero tomava meu corpo assim que suas mãos começaram a subir.
- Por favor, sobrinha, seja gentil. - seu rosto se aproximava do meu.
- Você é nojento! - cuspo as palavras em seu rosto me debatendo cada vez mais.
Ele tenta beijar meu pescoço e eu consigo alcançar seu ombro com minha boca e o mordo com força, com tanta força que era possível sentir um gosto metálico entre meus dentes.
Ele me solta de uma vez e eu corro para fora da sala.
Droga.
Meu coração estava para sair pela boca, estava sem ar, meu corpo tremia tanto. As lágrimas desciam devagar enquanto eu tentava me acalmar. "Está tudo bem, Jisu, vai passar. Respire... respire", falo para mim mesma. Eu não aguento mais isso... não aguento mais.
Depois de ter me recuperado um pouco mais eu vou embora como se nada tivesse acontecido, como se o meu tio nojento não tivesse se aproveitado de mim.
Ao passar por um grupo de estagiários da empresa, eu acabo escutando meu nome. Então paro e tento escutar sobre o que falavam.
- Vocês viram que a chefinha está aqui? - uma garota fala com deboche.
- Ela se acha a dona da empresa mas não faz nada, o que ela faz exatamente? Ela acha que dinheiro é uma profissão.
- Ela tem tudo em suas mãos, o mal de pessoas ricas é isso. Elas não sabem o que é acordar cedo, enfrentar ônibus lotado, não sabe o que é dar duro para conseguir as coisas. Ela tem uma vida perfeita, não sabe o que é dificuldade.
Já falaram tanto isso que... estou começando a achar que é realmente verdade. Por que as pessoas tiram de seu tempo minutos para abrir a boca e julgar a vida de alguém? Beleza que você vê em algum lugar que isso acontece, mas generalizar? Você não está todos os dias com aquela pessoa, não sabe o que acontece fora dos holofotes. Todos tem uma vida diária diferente e limitações diferentes, não importa o que você faça. E para ser sincera, eu realmente tenho tudo de material em minhas mãos, mas o resto é como se fosse poeira, em segundos voa com o vento, sem deixar resquício algum.
Do que adianta ter tudo o que tenho, se nada é verdadeiro.
Nem mesmo se eu fosse como elas, elas deixariam de opinar em minha vida, sempre terá um para falar até seus dentes caírem e sua língua enrolar para fundo da boca.
🌻
Meus amigos me convidaram para sair, mas no final eu sabia que era para conseguir algo. É sempre assim, saímos juntos e eles ganham novos presentes. Gasto mais dinheiro com eles do que comigo.
- Olha como essa pulseira é linda! - Alice dá pequenos pulinhos animada.
- É o último lançamento da cartier, ela está muito famosa, todos os idols usam - Seo-ri comenta.
- Ah... que pena que já gastei toda a minha mesada. - Alice choraminga.
Ela ainda não recebeu sua mesada.
- Lia... olha como é linda, não acha? - ela abraça meu braço e eu já percebo.
Eles não costumam me chamar de 'Lia'.
- Pegue, eu pago - pego minha carteira.
- Você é sempre tão gentil, temos sorte de tê-la como amiga. - ela beija minha bochecha.
Eu ou meu dinheiro?
Depois de gastar o máximo que podia com eles volto para casa, estava cansada. Cansada dos elogios falsos, das bajulações forçadas, cansada de tudo. Não aguento mais viver a mesma coisa todos os dias.
Entro em meu quarto e encontro Karina retirando dezenas de fotos em minha penteadeira. Forço um sorriso para ela e ela vem até mim, me abraçando.
- Minha princesa parece tão abatida, o que houve?
- Nada... só não ando dormindo direito - ela faz massagem em meus ombros, e ela é péssima nisso. Mas nunca falei.
- Continua com os pesadelos? - confirmo com a cabeça.
- Aproveitando que você está aqui, me ajuda a escolher um dos modelos que o designer me mandou - pego meu ipad.
- Modelo das alianças? Jisu, me desculpa mas... acha mesmo que é uma boa ideia se casar com o Hyun?
- Por que não seria? - paro e me viro para ela. - Estamos juntos a tanto tempo, e eu realmente gosto dele.
- Eu sei que sim, você é afim dele desde o ensino médio. É que... é estranho uma garota pedir o cara em casamento.
- Da onde? É super tranquilo, desde quando isso é uma regra somente para homens? É alguma lei? Por que não devemos nos levar pela emoção também?
- Tenho medo de você se arrepender.
Sorrio e vou até ela a abraçando. Ela sempre se preocupa tanto.
- Eu não vou me arrepender, prometo.
Ela pega um travesseiro jogando em meu rosto assim gerando uma guerra de travesseiros.
Após nos divertirmos bastante ela foi para casa e eu fui chamada para o jantar. Eu odiava esse momento do dia, e era o meu preferido qando era mais nova. Meu pai voltava do trabalho e se sentava comigo e minha mãe, comiamos e conversávamos sobre nossos melhores momentos do dia, tudo parecia perfeito, e era perfeito. Agora...
- Como foi o seu dia, amor? - Min-ji pergunta a meu pai e eu sinto vontade de vomitar.
- A mesma coisa de sempre, muito trabalho e papeladas. - ele falava seco, como sempre.
Se meu pai amava mesmo minha mãe ou não, era notório o quanto ele sofreu quando a perdeu e o quanto ele sente falta dela até hoje. Ele sabe que nada é como antes e assim como eu, prefere o passado, ele não está feliz e nunca mais será.
- E você minha linda, como foi o dia? - ela pergunta a jiyoon.
- Foi ótimo mãe, ao terminar a faculdade fui a minhas aulas de teatro e adivinha, peguei o papel principal! - ela fala animada.
Jiyoon é somente uma ciança que foi criada da forma errada e teve que crescer vendo tudo o de pior em sua frente e sendo forçada a achar que tudo aquilo era certo. Ela ainda solta algumas reações que demonstram sua criança interior, mas ainda se treme de medo do julgamento de sua mãe.
- Isso é ótimo, mas você deve focar em conseguir aquele papel em que falei para você.
- O que foi designado a Jisu? Está tudo bem se eu pegar o seu papel, irmãzinha? - ela tenta me irritar.
- Sem problemas, eu não aceito projetos ruins. Já havia dispensado mesmo, pode ficar.
- Tudo bem então, prometo fazer um trabalho melhor que o seu. De qualquer forma, acho que o diretor não iria querê-la de qualquer forma, depois do último projeto que fez deu tanto errado. O que aconteceu mesmo em... Ah! foi eleito como o pior filme da Córeia. Todos ficaram decepcionados.
- Assim como aquele seu desfile patético em que trouxe prejuízo a marca, ela disse que nunca mais a chamaria para nada. Assim como aquele Mv daquele idol que virou motivo de chacota por conta da sua dança patética, e ah! Ainda tem aquele dia em que você inventou de cantar, ainda tenho os memes até hoje. Um patrimônio cultural da comédia Coreana.
Ela se levanta de uma vez quase derrubando a cadeira de raiva.
- Mãe! - ela faz birra.
- Choi Jisu! Young-Chul, controle a sua filha!
- O que eu fiz? Estou somente falando que nem todo artista nasceu acertando, terá sempre os seus altos e baixos.
- Não seja sonsa, Choi Jisu - meu pai perde a paciência.
- Pai... - o encaro incrêdula.
- Você vive menosprezando sua irmã, quando irá parar com esse seu comportamento infantil?
- Comportamento infantil? - respiro fundo. - Ok, escqueci que provoquei sua protegida, que nem filha sua ela é! Eu sou sua filha, sua filha de sangue!
- Você tem que entender que tanto Minji como Jiyoon agora faz parte da família, elas também são uma Choi.
- Não! Elas não são, e nunca serão. Quando irá parar de ser manipulado por elas? Você sabe tudo o que aconteceu e mesmo assim fica do lado delas, você é mais podre que elas. Você e essa vadia mataram a minha mãe!
Não pude falar mais nada, somente sentir a ardência em minha bochecha. Meu pai havia me batido, para proteger a amante e sua filha bastarda.
Me levanto e sem dizer mais uma palavra, somente observar o sorriso de satisfação das duas eu vou ao meu quarto.
(⚠️ gatilho - crises de transtornos )
Ao me trancar grito o mais alto que posso para esvaziar a raiva mas não sendo o bastante eu jogo tudo o que havia na mesa ao lado no chão. Meu corpo inteiro tremia e eu sentia ânsias de vômito. Meu corpo inteiro formigava, eu o coçava sem parar. Eu devo estar enlouquecendo, sim, estou enlouquecendo. Eu não posso estar enlouquecendo não... não. E sabia que poderia ser coisa da minha cabeça mas mesmo assim sentia que eu estava para morrer, eu não conseguia respirar. Parecia que eu estava sendo sufocada, que alguém estava me matando. Mas a única me matando era eu mesma... Eu estava me matando aos poucos. Começava com uma refeição pulada por não sentir fome ou estar "enjoada", era pelos cabelos caindo sem parar ou a forma como me feria sem parar com minhas unhas ou meus dentes. Eu estava morrendo e eu sabia disso, nem mesmo o meu coração era o mesmo. Os zumbidos no ouvido sem parar, a boca seca e as dores fortes em meu peito
Estou tão cansada até mesmo ao dormir, não tenho mais paciência para nada, está tudo uma bagunça sem fim, o que eu poderia fazer em minha vida? O que tem para fazer? Tudo dá errado, eu sou péssima em tudo. Até mesmo ao respirar sou criticada, o que eles mais esperam de mim?! O que mais eu tenho para dar a eles se eles já tem até mesmo minha alma.
É tanto malabarismo emocional que fazemos para não desagradar alguém, que a gente mesmo se faz mal por não dizer o que tem que ser dito e não fazer o que tem que ser feito.
São tantas coisas em uma só, tantos pensamentos em um só que no final, me sinto tão tonta a ponto de cair no chão. De todo o peso em que segurava cair sobre mim e me esmagar no chão, sem forças alguma para me manter acordada.
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[ se você tem esses sintomas vá a uma psicóloga urgentemente! não deixe para depois até ser corroido por inteiro. ]
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Cara... 3000 no primeiro capítulo... isso aqui vai ser babado
Mais uma vez quero agradecer as minhas bebês que me ajudaram e foram responsáveis por escolherem essa fic para ser lançada, amo vcs family Scarlett 💋
Espero que tenham gostado e segurem que será o próprio casos de família
Espero que tenham gostado, bjss💋
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