Cap. 10
ACORDEI sentindo meu corpo dolorido, não me recordava do que havia acontecido na noite anterior e minha cabeça grava como se eu estivesse em uma profunda ressaca. Meus olhos doíam por conta da luz intensa que entrava no quarto, então demorei para processar onde eu estava e com certeza, não era o meu quarto.
Forcei minimamente a enxergar a decoração de onde eu estava, exibia uma lareira com um quadro pintado a óleo pendido na parede, as paredes tinham um tom vermelho com relevos circulares feitos a mão. Também tinha uma prateleira cheia de diversos tipos de taça e na parte inferior continham vários tipos de bebidas alcoólicas, desde o mais barato ao mais caro.
Me levantei na tentativa de sentar no sofá, minha mente girou e instantaneamente pus uma mão na cabeça massageando-a levemente.
— A bela adormecida acordou. — A voz ecoou por meus tímpanos, fazendo uma pontada correr por minha mente.
Levantei meus olhos e encarei o loiro agachado à minha frente.
— Onde estou? — Minha voz saiu tão arrastada quanto imaginei.
— Em minha matilha. — Arregalei os olhos.
— O QUE? — Gritei exasperada e imediatamente me levantei.
Uma decisão falha, visto que caí por cima de Danilo. O mesmo apenas me encarava parecendo se divertir com a situação, tentei sair aos poucos e me sentei ao seu lado para processar tudo o que está a acontecendo, até que me lembrei de algo.
— Onde estão minhas amigas? — Perguntei arqueando uma das sobrancelhas.
— Não sei. — Se sentou me encarando.
— Como assim "não sabe"?
— Você levou uma pedrada na cabeça na noite que aconteceu... — Apontou para o pescoço. — Isso aqui. Por isso não se lembra de muita coisa e, aparentemente você está fraca.
— Mas no que isso envolve o paradeiro das minhas amigas? — Questionei.
— Meu lobo tomou o controle, matou quem te machucou e viemos para cá. — Se levantou e caminhou em direção a lareira. — Portanto, não sei o que aconteceu depois disso e nem sei onde elas estão.
Disse tranquilamente, o que no fundo só me aterrorizou. Como ele havia matado alguém por minha causa? Eu comecei a me sentir péssima e uma pontada surgiu em minha mente.
— Outra coisa... — Pegou em meu pulso com força. — Por que você me mordeu?
— E-Eu não faço ideia, não estava emeu controle. — Falei tentando me afastar de seu aperto, recebendo seus olhos em uma linha como resposta.
— Você fez algo comigo depois dessa mordida e era lua cheia. — Meus dedos me apertaram ainda mais.
Me encolhi, eu não sabia o que estava acontecendo, Rubi também não mandava nenhum sinal e o desespero estava começando a se apossar de mim.
Seus olhos começaram a ficar vermelhos em minha direção, ele estava me pedindo por uma resposta que eu não sabia lhe dar. Senti meus olhos marejarem e lutei para que eu não me mostrasse tão fraca assim, eu me sentia totalmente vulnerável nessa condição. Minhas pernas estavam sem forças e não conseguia ficar em pé para tentar uma fuga.
— Merda! — Me jogou no chão e tremi.
Seus pés começaram a caminhar freneticamente pela sala em que estávamos, seus dedos adentram os fios de forma frustada e suas respiração era pesada.
— Cinco dias.
— Como? — Perguntei incerta.
— Foram cinco dias que você ficou desacordada, não sente nada de estranho, além da fraqueza? — Se virou para me encarar.
Comecei a me analisar antes de ficar exaltada, eu sentia muita sede, mas não era sede de água e eu também não sabia do que poderia ser.
Meus olhos se levantaram para o encarar e caíram onde meus dentes tinham o marcado.
Minha boca começou a salivar.
— Você estava me olhando assim naquela noite. — Cruzou os braços. — Se tentar algo, vou te amarrar com correntes de prata.
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