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002 | BROOKLYN

— Então... — falei e ele começou a olhar para. — Qual é o seu nome mesmo?

— É a quarta vez que você pergunta isso em menos de uma hora. Você sabe muito bem o meu nome. — disse e eu fiz careta. — Casa legal.

— Não mente, cara. Essa casa tá um lixo desde que o papai foi preso. — murmurei e ele me olhou espantado. — Bem vindos á família, meu amigo.

— Onde ela está? — perguntou cruzando os dedos. A mesma coisa que eu fazia quando estava nervosa.— A sua mãe.

— Entrevista de emprego. — respondi desconfiada. — Por que você acha que é o meu irmão?

— Ah, não sei. Talvez seja porque meus pais adotivos falaram, esteja na minha ficha de adoção. Coisa pouca. — Respondeu irônico. Esse garoto com certeza é o meu irmão.

— Me conta a sua história. — pedi cruzando os braços.

Ele suspirou e tirou a mochila das suas costas. Coçou os olhos e começou a falar:

— Quando eu tinha 10 anos meus pais adotivos morreram. Eu fui morar com a "minha tia". Ela me contou que eu era adotado e eu fiquei arrasado. Comecei a perguntar sobre os meus pais verdadeiros e ela nunca sabia responder. Até que eu achei minha ficha de adoção embaixo da cama dos meus pais quando foram demolir a casa. Lá estava falando sobre a minha vida. Não tinha nada dos meus pais  só um nome. Brooklyn Donovan. Eu fiquei procurando você por quatro anos e aí consegui te encontrar.

— Caraca, você me procurou por quatro anos? Tô impressionada. — falei e ele sorriu.

Escutamos um barulho de porta sendo aberto e logo minha mãe — e talvez a mãe de Ian. — apareceu com uma expressão de cansaço. Assim que percebeu a nossa presença, se assustou e olhou sério para Ian.

— Quem é a visita uma hora dessas, Brooke? — ela perguntou olhando sério para o garoto em minha frente.

— Sou Ian. — respondeu. — Talvez Donovan.

— Pelo que parece ele é o meu irmão perdido.

Ela mudou sua expressão rapidamente. De cansada e séria foi para assustada e desorientada. Ela sentou ao meu lado totalmente confusa.

— Mãe, você está bem? — perguntei preocupada. Ela respirou fundo e assentiu.

— Quantos anos você tem? — perguntou.

— Quinze. — do nada, minha mãe começou a chorar e eu arregalei os olhos totalmente confusa.

Eu e Ian nos levantamos ao mesmo tempo e ele me olhava assustado. Minha mãe limpou as lágrimas e voltou a olhar para Ian.

— Você tá bem? — ele estava muito mais assustado que eu.

— Eu finalmente te reencontrei! — ela abraçou o moreno fortemente. Ele grunhiu mas não demorou para que ele começasse a chorar também. — Eu nem acredito que você está vivo!

— Eu tenho um irmão? — perguntei desacreditada. Minha mãe parou de abraçar Ian e assentiu sorridente para mim. — Sério mesmo?

Ela assentiu animada, eu sorri e abracei Ian tão forte. Ele também me abraçava, ainda mais forte.

Depois de todo esse reencontro familiar, todos nós nos sentamos para ouvir a história da adoção de Ian.

— Quando Brooklyn tinha dois anos, eu fiquei grávida de você. — começou. — Seu pai não gostou nada nada e queria que eu abostasse, mas eu... Eu não queria. Eu sonhava em ter vários filhos, você era só o começo. Eu dei continuidade na gestação, e o pai de vocês já era metido na pesada. Você nasceu e foi uma alegria. Você e Brooklyn tinham uma ligação tão forte. Você parava de chorar assim que ela tocava em você. Ficamos um ano juntos, até que um dia eu fui trabalhar e você já não estava mais em casa. Seu pai havia dado você para o orfanato. Um orfanato que ele nem sabia o nome. Eu procurei você por anos e anos. Seu pai me traiu, foi preso e eu entrei em uma forte depressão. — contou. Meu pai não so assassinou uma família inteira como tirou a minha felicidade e a felicidade da minha mãe. Fez com que meu irmão mais novo crescesse sem mim é uma mãe de sangue.

Ele não era o meu pai. Ele era um monstro.

Amanhã é dia de visita na prisão? — perguntei tentando controlar a minha raiva.

— sim.

— Amanhã os filhos dele irão fazer uma visitinha. — Ian completou e nós sorrimos cúmplices.

Ele é o meu irmão e eu vou recuperar todo o tempo perdido.
Ian é família.

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