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𝒗𝗶𝗻𝘁𝗲 𝓷ove. azul da cor do mar

❛ na vida a gente tem que entender que um nasce pra sofrer, enquanto o outro ri. mas quem sofre sempre tem que procurar, pelo menos vir achar, razão para viver. ver na vida um sonho todo azul, azul da cor do mar ❜
azul da cor do mar, tim maia













Uma vez brinquei com Jude que ele é o guerreiro que nunca desiste. Geralmente, o salvador da pátria que marca gols nos acréscimos. Mas dessa vez, nessa final entre a Inglaterra e Espanha, pude ver o quão esgotado ele estava em tentar ser essa pessoa onde todo o ambiente não o favorecia. Eu notei o momento em que ele soube que não poderia ser o homem que salvaria o jogo.

O jogo foi suado. Espanha já era a favorita desde a fase de grupos, e a Inglaterra vem enfrentando péssimas partidas, por mais que ganhas, já que o objetivo do futebol é sim fazer gol. Mesmo com um elenco brilhante que se destacou em todas as ligas possíveis, havia algo que não os unia como os melhores para o seu país. O próprio Jude abriu seu coração comigo sobre ele não ver a química que ele sentiu dentro do Real Madrid. Mas agora, no final da partida, é ainda mais doloroso vê-lo cansado de tentar - junto com muitos jogadores esforçados - fazer dar certo.

O jogo chega ao fim, e o triunfo é da Espanha. A premiação acontece, os jogadores ingleses ganham suas medalhas de prata, Jude consola seus amigos - fala com alguns parceiros do Real Madrid que jogam pela Espanha - e por final, desconta sua raiva escondida em um cooler já vazio de bebidas energéticas. Do lado de cá, abraço Denise e Mark, sabendo que sentiam a dor do filho como eu sentia. Muito tempo depois, Jude vem, caminhando com um cansaço visível e quase com vergonha no olhar. Ver o seu medo de decepcionar os pais cortava o meu coração. Deixo que tenham o momento deles e me afasto um pouco. É nessa hora que ele levanta o olhar do abraço com a sua mãe e encontra a minha pessoa.

Ele pede um momento aos pais e vem me abraçar. Sinto que Jude poderia se jogar em meus braços e pediria que eu o sustentasse, se não fosse tão teimoso. Eu faria, se precisasse, até porque ele merecia todo o cuidado e atenção agora, mas ele só me segurou como uma criança segura seu bicho de pelúcia quando está com medo. Aperto meus dedos sobre sua pele mas o homem não chora, ainda não deu o braço a torcer como fez em campo, sozinho.

— Tem algum problema ficar no apartamento com você? — Pergunta, ainda no abraço. Ele se refere ao apartamento alugado em Berlim.

— Nenhum problema. Vamos, eu te levo. — Nos afastei um pouco, passando a mão em suas costas em um conforto.

Já não bastava o Brasil sendo eliminado daquela forma, mas agora ver Jude desse jeito, estava sendo o suficiente de derrotas para mim. E a sua resposta foi concordar com a cabeça. Eu sabia que hoje a chuva de ódio contra ele seria tremenda, então precisava do apoio. Ele conversa com os pais sobre ir comigo, levando apenas a mochila que estava com ele naquele momento, mas de qualquer forma, nós quatro nos guiamos para fora do local.

Pegamos o carro de Jude com o motorista. Pelo jogador estar esgotado demais para dirigir, o seu segurança nos leva até o local. A viagem é resumida em: o garoto ao meu lado - que segura minha coxa como alguma forma de contato - observando a vista como normalmente faço, com o braço apoiado na janela e a mão esquerda no rosto, pensativo. Minha mão segura a sua, em um carinho. O apartamento não fica tão longe do estádio, então em um curto tempo, estamos adentrando na propriedade. Ainda em silêncio, guio o caminho até o quarto em que estou. Deixo que ele tome seu banho livremente.

Saio do quarto enquanto ele usa o tempo que quer para se limpar e organizar. Durante isso, traço meus passos até a cozinha e decido fazer alguma coisa para ele comer. Panquecas doces, alguns chocolates que comprei no centro e suco de caixa. Imagino que o tempo que levei foi suficiente para Jude estar pronto, então bato na porta do quarto. Ele pede que eu entre logo em seguida.

O garoto está sentado no chão, na frente da cama, usando a mesma calça de moletom que o vi usar esses dias, mas dessa vez, com uma camisa branca. A parte de cima do conjunto está em cima dos lençóis. Deixo o prato de comida e o copo em cima da bancada, vendo Jude tirar seus olhos do celular ao escutar meus passos. Me sento ao seu lado, passando minhas pernas por cima das suas e abraçando o seu corpo. Ele prende seus braços nas minhas coxas e abaixa a cabeça até encosta-la em meu joelho. Apoio meu rosto em sua nuca e começo a acariciar suas costas em um carinho, tentando fazer com que seu alívio chegasse.

— Você quer que eu diga alguma coisa? — Sussurro, sem conseguir observar sua expressão escondida.

— Tem alguma coisa bonita pra aliviar meu coração? — Ele finalmente levanta a cabeça, a apoiando na cama atrás de si e me encarando com os olhos vermelhos, com um sorriso frouxo.

— Eu posso pensar em alguma coisa. Você mais que ninguém sabe que por você eu declaro poesia. — Minhas palavras fazem ele rir, felizmente.

— Eu quero te escutar. — Ele concorda com a cabeça, o maxilar preso de tanto segurar sua dor.

— Tudo que posso dizer é que tenho orgulho de você, sua família também, o seu país também. Orgulho de ver que você não desiste. Você faz por todo mundo que sonha isso com você, e até aguenta suas dores por isso. — Minhas mãos sobem dos seus braços até a nuca, passando pelos ombros. — É triste, mas não pode perder a fé.

Ele não responde de primeira, por mais que esteja tão atento a cada palavra minha que sinto vontade de proteger de todo o mal. Ele não olha com nada além de pura atenção genuína, quase inocente. Por fim, concorda com a cabeça, respirando fundo. Jude desgruda o olhar do meu, encarando a TV desligada em nossa frente.

— Eu só queria provar que eu posso. — Por mais que o foco seja na tela, não acredito que esteja prestando atenção em nada além dos próprios pensamentos.

— Mas você pode, só não pode jogar por todos, nem pelos seus parceiros, nem pela equipe técnica. Você é um, Jude. — Ele pode não ter o olhar em mim, mas o meu não sai dele por um segundo que seja. — Você sustentou muita coisa para chegar até a final. Agora é hora de se recompensar pelo esforço. Se cuidar, tirar a mente desse lugar.

Novamente, o silêncio pensativo, usando do tempo para processar minhas palavras e provavelmente absorver. É difícil superar uma derrota, então mesmo que os conselhos fossem bons, é necessário muito trabalho para entender de verdade que não é sua culpa e não da pra se martirizar pra sempre. Ele mexe a cabeça positivamente depois de um tempo, finalmente me olhando com um sorriso amarelo. Talvez pra esquecer um pouco a dor ou tentar me convencer de que está bem. Mas não vou pressiona-lo.

— Você está certa. — Sustenta aquele sorriso cansado.

— Eu sempre estou. — Brinco um pouco com ele, deixando um beijo em sua bochecha. Jamais me aproveitaria de um momento tão sensível seu.

— Claro que está. — Ele ri, um pouco distraído. — Podemos comer na cama e assistir alguma coisa?

— Claro que podemos, bebêzão. — Mesmo concordando, faço piada com o fato de que Jude agora deveria ser cuidado como um neném. Ele se levanta do chão, coloca o moletom no corpo e então deita. Pego a sua comida e coloco em seu colo.

— Eu vou tomar banho, e na volta a gente assiste o que você quiser. — Aviso.

— Ok.

Direciono meus passos até a mala, tirando de lá o mesmo conjunto de moletom que combinamos coincidentemente alguns dias atrás, aquele que Jude está usando nesse momento. Levo ao banheiro e tomo um banho rápido e quente, cuidando da minha pele e meu cabelo, vestindo a roupa e voltando para a cama. O homem tinha tanta fome que já tinha acabado tudo do prato. Deixo a louça suja em cima da bancada e me aconchego no seu abraço, o vendo nos cobrir e então pegar o controle da TV.

— Você quer pedir alguma comida? — Sugiro, olhando levemente para cima, onde sua feição estava.

— Que tal uma pizza? Estou finalmente de férias e mereço comer besteira. — Ele está procurando um filme.

— Pizza vai ser.

Faço o tal pedido pelo telefone e então nos concentramos na TV a frente. Fico feliz que ele esteja mais tranquilo e confortável agora. Óbvio que sua dor não passou, mas era melhor assim do que chorando a noite inteira. Jude escolhe "O Poderoso Chefão" - filme que eu nunca assisti e ele já algumas milhares de vezes. Não prestei muita atenção nas cenas, estava preocupada demais com o que o garoto que me abraçava estava sentindo.

Em alguns minutos de filme, nossa encomenda chega e Jude me acompanha até o hall do prédio para que eu não vá sozinha. Ele paga pela comida e voltamos ao elevador. Eu de um lado, ele do outro. Percebo que estou sendo muito encarada e então sorrio para ele. Jude atravessa o pequeno elevador em um passo e me beija, profundamente e de tirar o fôlego.

Isso tudo segurando a caixa de pizza com uma mão.

— Isso sim cura a derrota. — Ele diz quando desgruda nossos lábios, já que o andar havia chegado.

— Posso fazer esse coração curar quantas vezes quiser. — Sorrio, pegando sua mão e o levando até a porta.

Sentados na cama, continuamos o filme de onde paramos e aproveitamos para comer a pizza ainda quente, respirando fundo como se o cansaço do dia finalmente tivesse chegado. Jude, então, que jogou 90 minutos quase dobrados no esforço, deveria estar acabado. Comemos em silêncio, escovamos os dentes e voltamos a deitar juntos. Aproveito o momento para mandar uma foto dele para o grupo de amigos, que estava preocupado com ele.

— Vini disse que é pra você relaxar em uma praia no Brasil, agora. — Desligo o celular, olhando pra ele.

— Eu mereço. Um banho de mar, beber com vocês e só isso pra encher minhas férias. — Ele abraça o meu corpo com um braço, olhando o teto. — Até dizem que as mulheres brasileiras são as melhores.

— Vai se fuder. — Dou risada do seu comentário, negando com a cabeça ao passo que ele me aperta ainda mais, rindo e deixando beijos pelo meu rosto.

— Eu tô brincando!

— Mas não tá errado. Eu aposto que vai se encantar por milhares. — Também estou olhando para o teto agora, evitando encara-lo porque sinto que me observa.

— Você acha mesmo, é?

— Acho, claro. Uma mais bonita que a outra. E você é arrumadinho, né? Jogador. Mulher brasileira gosta de um jogador. — Faço comentários como se não me importasse com o fato de vê-lo com outras brasileiras.

Eu não me importo verdadeiramente, mas sei lá. Um sei lá bem grande preenche minha cabeça.

— Só você que detesta a gente, então?

— Eu não detesto, só acho que todos são galinhas. — Dou risada, reafirmando esse dilema como se ele fosse me salvar de alguma desilusão.

— E é por isso que as brasileiras gostam? Porque são todos galinhas?

— Acho que elas gostam de sofrer um pouco. Você vai dar prejuízo no Brasil, tô te falando. — Era como se eu tivesse já me protegendo de tudo aquilo que estava óbvio para mim.

Posso até imaginar. Estamos em uma boate qualquer, ou até na praia. Uma garota chega até Jude, ou ele a olha de longe. Eles trocam números, ou se beijam na própria festa. Ele fica encantado porque geralmente eles sempre ficam e não querem mais ir embora do Brasil. Um europeu solteiro no meio de brasileiras podia ser uma situação bem perigosa.

— Sei lá... — Ele começa, aproximando o rosto do meu pescoço. — Vou tá ocupado demais, não tá sabendo? — Jude deixa um beijo na área sensível que arrepia o meu corpo inteiro, sabendo que aquele tom de voz, tão perto do meu ouvido, fazia coisas.

— Ocupado? — Pergunto manhosa.

— Uhum... — Ele continua com os beijos singelos que faziam minha barriga tremer de ansiedade. — Com a minha brasileira.

Ele completa com selo de ouro, derretendo cada cerca de segurança que tentei construir nos minutos passados. Jude sabia sempre como me derrubar dessa forma, em um jogo tão perigoso, mas que fazia um bem danado para o coração. Ele chega a aquecer a noite fria em Berlim, como se fosse uma manhã quente no Rio de Janeiro.

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