7° Escama - O tridente
O capitulo tão aguardado por muitos chegou ehehehehe
Demorei mais cheguei mostrando um Triton divo, vemos o que ele vai fazer... e segurem-se eheeheh
Rosnei erguendo aquele tridente quebrado fazendo a água se manifestar, ela ia de acordo com meus desejos era como se eu a dominasse, fosse a deusa, e como queria, elas atacaram Arkab que arregalou os olhos ao ser atingido por uma espécie de mão que o jogava longe. Sua lança caiu fazendo alguns peixes saírem de seus corais assustados, não desistindo, o Octopus rosnou alto virando-se em minha direção, porém, nada fez.
Seus olhos me fitaram, seguindo logo em seguida por algo atrás de mim, pisquei, apenas havia a água me rodeando furiosamente, estranhei ao vê-lo arregalar os olhos e mexer seus tentáculos, afastando-se.
- Triton... - Ouvi Aiken dizer.
Fitei-o sorrindo por vê-lo consciente ainda mesmo debilitado. Ele segurava a ferida enquanto tentava voltar a nadar, sem forças para se equilibrar. Pegando seu tridente, ele tentou se apoiar no objeto, em vão. Queria nadar em sua direção, verificá-lo e levá-lo para casa, porém, algo me incomodava.
Uma sensação fazendo um arrepio subir pelas minhas costas.
Arkab se afastou mais.
- Você... Você... - Arkab apontou para mim.
Piscando, olhei para Aiken, não entendendo e vendo-o também com suas órbitas vermelhas arregaladas, o que estava acontecendo? Seria pela água estar se manifestando em torno de mim?
A senti ficar cada vez mais forte e algo começar a se formar. Novamente virando minha cabeça foi minha vez de me surpreender agora com a visão nítida que tinha. Aquilo não era eu controlando a água, aquilo não era a água! E sim...
A Deusa.
Não acreditava no que via ganhando força diante de meus olhos, nunca presumi que a grande Deusa do oceano apareceria em minha frente, em frente a um sereiano mestiço e fraco... Por que ela ganhava força e me dava suas forças? Por que realizar justo meu desejo? E não Aiken, o seu escolhido?
A senti me fitar e, novamente um arrepio percorreu minhas costas, o que ela queria?
- Você... - Arkab voltava a gaguejar.
Virei-me para ele o qual ainda tinha uma expressão de espanto.
- Você é parte da Deusa... Como? - O ouvia dizer. - O que você é? - Gritou abismado.
O que eu era?
Parte da Deusa?
Um mestiço, metade sereiano, metade humano. Isso era o que minha pele dizia e todos sabiam...
O que significava ser parte da Deusa?
A fitei novamente sem medo e pude ver o vislumbre de um sorriso. Ela mesmo em um tamanho o dobro do meu, estendeu sua mão em minha direção, tocando seus dedos feitos de água em minha face. Era para sentir apenas a temperatura da água, sentir como se fosse a água me tocando, todavia, a sensação era outra.
Parecia algo tão vivo e quente. Aconchegante e carinhoso em seus atos.
Triton...
A ouvi dizer meu nome.
Mostre seu poder, use metade de minha arma. A lança dos deuses! E dê o equilíbrio aos pilares.
Do que ela falava?
Pilares? A mesma palavra que Aiken falou, e equilíbrio dos pilares? O que significava?
Confie em Aiken, ele saberá lhe guiar pelo caminho certo.
Disse antes de se misturar a água e seu corpo sumir.
Olhei em volta, sentindo que a água se acalmava em minha volta, fitei minha lança. O que deveria fazer agora? A resposta eu não sabia.
Decidi nadar rumo a Aiken que se apoiava em uma rocha suja, Arkab parecia perdido em seus pensamentos e não desejava importuná-lo ou saber o que passava em sua cabeça naquele momento. Sorri aproximando-me daquele rei idiota.
- Por que veio? Não sabe que você é o rei e precisa ficar seguro? - Gritei com ele.
Não queria admitir que estava feliz por ele ter aparecido quando precisei de sua ajuda, Aiken parecia saber quando era hora de aparecer em uma batalha, o que me deixava irritado era eu não conseguir lutar, não conseguir defender-me, como desejaria proteger aqueles que são importantes se nem um fio de meu cabelo conseguia defender? Não queria Aiken machucado por minha culpa, ele era o rei acima de tudo não podia arriscar sua vida por alguém como eu, com ninguém...
Baixei o olhar.
Estávamos em um nível totalmente diferente, em uma posição muito distinta.
Ele era o rei.
Eu, o filho de um conselheiro, sem status... Sem um verdadeiro nome.
Mesmo sendo filho do maior guerreiro do reino dos sereianos, eu apenas afundava a reputação, e status de meu pai o qual conquistou com as próprias mãos, ele lutou por isso e conseguiu. Precisava lutar também, mostraria de quem eu era filho!
Vi Aiken erguer as mãos em direção ao meu rosto e tocar-me delicadamente. Arregalei os olhos, vendo seu pequeno sorriso cálido.
- O conheço o suficiente para saber que dentro dessa cabecinha, meu Triton está se culpando e se achando fraco.
Como...?
- Quando o coração canta você entende melhor seu parceiro, consegue sentir algo como uma ligação. - Ele tocou em minha cabeça, bagunçando meus fios soltos da trança.
Resmunguei segurando sua mão a qual sentia tão quente. Fitei seus olhos vermelhos e aquele sorriso.
Corei.
Por que era tão difícil para ele entender que estávamos em posições muito distintas? Que ele era o rei e que não precisava se preocupar com o povo e herdeiros? Eu sou um odiado aos olhos do povo, sou um tritão, e um sem status, realmente um plebeu se não fosse por meu pai. Ele não enxergava isso?
Existem regras acima do cântico do coração, existem leis e hierarquias a serem seguidas!
Rei idiota!
- Eu não me importo. - Ele disse fazendo-me piscar.
O que ele tinha falado antes? Estava tão perdido assim em meus pensamentos?
- Sei o que está pensando e não me importo, não ache que vou desistir de algo que quero por regras e leis. - Ele tocou em meu queixo, erguendo minha cabeça.
Fitei-o vendo-o subir com seu sorriso.
- Eu sou o rei dos mares e quero você, Triton. - Disse. - Eu o quero...
Arregalei os olhos ao ser solto repentinamente, pisquei fitando a cena em minha frente na a qual poderia ser algo engraçado se não fosse a situação em que encontrávamos. Arqueei a sobrancelha vendo Oki batendo em Aiken. Ainda desconfiava que eles já se conheciam de algum lugar, muitas vezes agiam tão intimamente.
Fitei Arkab por cima de meus ombros, ainda estava no chão de areia fitando seus tentáculos escuros idênticos aos de Oki. O observei melhor, tudo em seu por físico e aparência lembrava Oki, seus cabelos também eram compridos e negros, mas diferente dos de Oki que metade ficavam presos em um rabo de cavalo, os de Arkab não. Seus músculos eram tão fortes quando os de Aiken, sua pele era um pouco escura e seus olhos agora mostravam pavor e sua expressão era de alguém perdido.
Fitei seu colar de conchinhas idênticas aos de Oki, ele tinha feito e dado ao irmão? Ou Arkab no fundo era diferente com Okita?
- Seu pervertido! - Ouvi Oki gritar atrás de mim, certamente ainda puxando os cabelos de Aiken e vice-versa. - Você nunca muda!
Pisquei, fitando-o de soslaio.
- Olha quem fala, polvo! - Aiken puxou seus cabelos.
Balancei a cabeça, por que eles brigavam, se isso poderia ser chamado de briga, em um local e situação dessas? Ainda me perguntava se realmente Aiken era um adulto e, para falar a verdade, quantos anos ele tinha?
- Você se apaixona por qualquer um! Não deixarei você machucar Triton! - A voz de Oki parecia mais séria.
Suspirei, mexendo minhas guelras.
Fitando o tridente quebrado em minhas mãos perguntava-me se teria todo aquele poder de antes ou se foi apenas a Deusa ajudando. Outra pergunta que não se calava eram os pilares nos quais ela falou, para que serviriam? Todos eram sereianos?
Existem três pilares, o terceiro seria eu? Aiken era um deles, e o último, quem era?
- Não vou deixar você machucá-lo! - Ouvia ainda Oki berrar furioso.
Eles teriam um passado? Oki mentiu ao dizer que eu tinha sido o primeiro sereiano que ele viu?
Pisquei pensativo.
Fitei Arkab que voltava a se mexer, erguendo a cabeça. Segurei firmemente o tridente em minha frente.
- Como me machucou.
Olhei para trás ao ouvir aquela voz fraca. Via Aiken desistir de "brigar" e Oki também, os dois continuaram a se encarar e eu não gostava da expressão que via em meu amigo, diferente de Aiken, Oki tinha um ar sombrio e ferido enquanto conseguia notar seu maxilar trincado e seus olhos em fúria analisando aquelas órbitas vermelhas, não sabia a história do passado deles, e isso me fazia ter mais medo que Oki quisesse se vingar de Aiken.
Arkab se remexeu em seu lugar, chamando minha atenção, o fitei erguer a cabeça e sorrir como um louco. Uma fileira de dentes um tanto pontiagudos era mostrada em seu sorriso, seus cabelos longos flutuavam não tirando sua elegância e beleza.
O vi segurar firme sua lança, porém, continuou imóvel em seu lugar. Fitando-me, ele sorriu mais ainda deixando meu corpo mais tenso, ele pretendia fazer alguma coisa, conseguia sentir isso. Firmei minhas mãos no tridente quebrado, não sabia lutar, todavia, aquela arma me dava o poder de controlar uma grande quantidade do mar.
- Entendo... - Ouvi ele falar.
Arkab sorria enquanto mexia em seus cabelos, porém, ainda algo dizia para não baixar a guarda com ele. Fitei Aiken e Oki de soslaio, vendo-os em silêncio enquanto seus olhares se dirigiam para qualquer coisa menos um ao outro.
- Vou fazer uma proposta a você, tritão albino. - Voltei-me para o Octopus, semicerrando os olhos. - Você quer descobrir como controlou aquela quantidade de água? Sobre sua pele? Até sobre sua mãe? - Ele sorriu vitorioso. - Se me deixar matar aquele maldito tritão ruivo e devolver-me Okita, eu revelo tudo que sei sobre você, além do mais, seu pai deve mentir muito para você.
Pisquei.
Meu pai estava mentindo para mim? Sobre o quê?
Eu era filho dele, minhas características físicas gritavam nesse aspecto, então o que ele mentia para mim?
Arkab sorriu, olhando rapidamente para Aiken.
- Então, Triton, quer descobrir toda a verdade? - Propôs ele novamente.
A verdade? Sim, eu queria saber por que tinha nascido com a pele branca, queria saber por que conseguia me locomover melhor que um sereiano nadador, sobre minha cauda e esses poderes. Seria tudo benção da Deusa?
Impossível.
Nem mesmo os heróis ganharam tantas bênçãos assim, nem meu pai o poderoso guerreiro Hardar o qual enfrentou Sharkans sozinho e liderou um exército pequeno e saiu vitorioso, ele era uma lenda, e nem ele conseguiu tantas bênçãos.
Não existem segredos entre meu pai e eu!
- Não... - Sussurrei.
Arkab arqueou uma sobrancelha curioso e vi pelo canto do olho Aiken observar-me, ele não demonstrava aflição ou medo de aceitar a proposta de Arkab, alguém como ele conseguiria sair vivo dessa batalha mesmo ferido, conhecia também sobre as histórias de Aiken, o abençoado da Deusa, o preferido.
- Não existem segredos entre meu pai e eu! - Berrei surpreendendo-o.
Por um breve instante, todos ali pareceram se calar, até mesmo conseguia escutar as batidas de meu coração o qual bombardeava rápido demais, sentia meus músculos ficarem mais tensos como se soubessem o que aconteceria assim se preparando. Mexi minhas guelras puxando o oxigênio por ali, não tínhamos narizes como os humanos, apenas um volume onde seriam localizados, mas isso mudava quando saíamos da água e nossos corpos transformavam-se idênticos aos dos humanos. Tudo em nosso corpo era diferente, nossa aparência humanoide poderia lembrar e ser muito semelhante, mas a verdade era que até nossos órgãos internos eram diferentes.
Lembro-me de odiar estudar sobre os humanos, principalmente por todos em minha volta me perguntarem se em meu coração havia quatro cavidades como os humanos, se até mesmo minhas brânquias eram idênticas as deles, ou minha língua. As memórias daquela época vinham à tona, a dor de ser chutado e ameaçado de ser aberto para apenas ver o que tinha dentro de mim, também. Foi a época que conheci Side, a época que ganhei um amigo e o único sereiano que não me olhava com desprezo e nojo, que selamos uma amizade grande, física e emocional, na qual tocava em nossa marca.
A trança de lado que sempre usava parecia imóvel ali, muito diferente dos cabelos de Arkab que flutuavam.
- Não existem, é? - Sua voz não parecia ser de interrogação, mas transbordava frieza. - Então sua resposta é não?
Assenti com a cabeça esperando seus movimentos, porém, o Octopus permaneceu imóvel.
O vi sorrir friamente.
- Você nunca saberá o que é sentir algo ser tirado de você, aquilo que você mais cuidou e glorificou com todo seu amor, que protegeu e cuidou. Você não sabe o que é algo precioso ser arrancado de você e logo em seguida colocado fora como uma pequena pedra sem objetivos a ser usada.
Semicerrei os olhos não entendendo onde ele queria chegar, nem o motivo de estar falando aquilo, fitei Oki de soslaio que mantinha sua cabeça baixa.
- Eu sou um Octopus general, eu vivo na vingança e no sangue e destruirei...
- Passado é passado, as vezes é melhor apenas esquecer e seguir em frente, meu irmão. - Ouvi as palavras fracas de Oki cortando as de Arkab.
O Octopus apenas piscou fitando em direção ao irmão, sua expressão parecia incrédula fazendo-me pensar o que tinha acontecido no passado deles, o quanto Aiken estava envolvido, mas ele apenas olhava em outra direção, por qual motivo?
- Você mesmo cometeu muitos erros, matou muitos inocentes, e eu apenas continuava a sorrir para você e falar que não era um monstro, quem mandava fazer isso era o verdadeiro monstro. - Oki suspirou. - O passado pode ser esquecido, depende de você.
Baixei o olhar pensativo, era tão fácil assim falar em esquecer o passado? Ser esquecido não era ainda mais quando você tinha as marcas.
- Alguns passados são mais difíceis, mas nunca deve deixá-los impedir de você continuar a caminhar e sorrir. - Seus olhos se fixaram em mim.
Sorri de leve.
- Não me peça para esquecer o passado! Apenas esquecerei quando completar minha vingança, meu objetivo. - Gritou suas palavras.
Vi ele mexer seus tentáculos lentamente.
- Você deve aprender que nem tudo devemos esquecer. - Foram as últimas palavras de Arkab antes de ver apenas um vulto passar por mim.
Arregalei os olhos, senti a vibração da água.
Arkab tinha usado seus tentáculos para ganhar velocidade enquanto batia-os no solo para logo em seguida sua lança fazer o restante do trabalho. Ele tinha parado a poucos metros de mim, porém, foi o suficiente apenas para ver algo negro passar perto de meu rosto.
O vi ficar surpreso, e virei-me.
Seu alvo era Aiken o qual parecia ter visto muito bem os movimentos do Octopus e tinha as mãos preparadas para pegar o objeto no qual foi impedido de prosseguir. Arkab se afastou voltando para o solo, vendo a cena com certo pavor em sua expressão.
Aiken retirou a lança que atravessou um dos tentáculos de Oki, vi o sangue flutuar se misturando com a água.
Gemendo baixinho, Oki recolheu em suas mãos o tentáculo mais ferido.
- Oki... - A voz de Arkab soou fraca.
O sangue continuava.
- Okita... - Arkab tentou se aproximar.
Não sabia se deveria perfurá-lo com minha arma, ou deixar aproximar-se de seu irmão. Sabia que o alvo nunca foi Oki e isso fazia-me hesitar.
Ouvi sons, gritos. Fitei em direção onde um grupo de sereianos passavam pelas muralhas com suas lanças em punho, certamente em proteção de Aiken.
- Oki, por quê?
Apenas vi Oki fitar seu irmão com ira enquanto segurava sua dor apenas para ele.
- Seu monstro! - Berrou no qual até mesmo me surpreendeu.
Oki dizia aquelas palavras com fúria e claras, seus olhos não negavam o que queria transmitir por sua boca. Arkab balançou seus tentáculos querendo alcançar Oki e não sabia se deveria impedir isso. O que deveria fazer? Nem mesmo Aiken se mexia...
- Desista Arkab.
Senti as mãos quentes em meus ombros em um apertão leve, a ondulação da água indicava que havia alguém atrás de mim, e sabia identificar muito bem aquele toque que tentava muitas vezes ser delicado.
A voz grossa de meu pai soou autoritária, fazendo até mesmo os soldados pararem onde estavam, longe e temerosos. Era de se admirar que um Ex conselheiro poderia ter mais autoridade que o general, colocar mais medo que qualquer Sharkan, esse era Hardar Schifino.
- Se retire ou iremos matá-lo, além do mais, estamos em guerra matar um general seria benevolente para nós. - Vi meu pai sorrir friamente o qual fez-me arrepiar.
Um sorriso que jamais vi, seria esse sorriso que fazia todos fugirem?
Arkab hesitou fitando entre meu pai e Oki que foi recebido por Aiken que tentava ver seu ferimento, a lança passou por um deles e feriu outros dois e isso era péssimo, como um sereiano, Octopus tinham um ponto fraco semelhante. Uma cauda ferida fazia ter lentidão, uma cortada poderia até nos levar a morte, e Oki sem seus tentáculos que se localizavam mais na parte frontal, seria um grande problema para se locomover.
- Acha que vou temer você? Um sereiano que quebrou regras? Matou reis? - Ele gargalhou.
Fitei meu pai ao escutar aquelas palavras, sabia que a regra deveria ser o fato de meu pai ter tido relações com uma humana, minha mãe, mas matar reis! Isso era um absurdo, um inimigo da coroa, um traidor!
Meu pai era um traidor? Ele mataria Aiken? Ou até ele ter utilidade não faria nada? Por que ele não se tornou então o rei até hoje?
- Tolo. - Vi meu pai erguer em mãos a lança de Arkab a qual deveria estar caída nos corais, e assim lançar em direção ao Octopus cravando no solo macio perto de seu corpo.
Arbak arqueou uma sobrancelha. Por que meu pai tinha jogado a arma para o inimigo que poderia revidar? A resposta logo veio.
O sangue começou a ganhar espaço na face de Arkab que ficou surpreso, não era de menos a velocidade que foi tacado, porém, nem mesmo Arkab sentiu a dor? Ele levou suas mãos até o ferimento superficial sentindo a dor e seu próprio sangue escuro, um sangue quase negro.
- Na próxima não serei tão bonzinho. - Vi aquele sorriso novamente.
Ainda senti o toque de sua mão esquerda em meu ombro e a outra roubando meu tridente quebrado. Arregalei os olhos, ele não sabia que as armas eram feitas de nosso corpo apenas seu usuário poderia controlar e tocá-las ou ela desapareceria, o caso que não aconteceu.
Meu tridente continuou firme nas mãos de meu pai que segurava como se fosse acostumado com ele.
- Não me subestime, criança. - Hardar o avisou.
Vi o Octopus trincar o maxilar pegando sua lança, tremi, entretanto, parecia que meu pai não se abalara com o inimigo tendo pego sua arma, apenas sorrindo começou a girar levemente minha arma e assim, uma bola de água começava a circular.
- Não se esqueça de como sou chamado. - Riu e assim levando seu braço um tanto para trás, fincou a lâmina naquela bola a qual sumiu, era como se algo comesse a ponta da arma.
Com os olhos arregalados, sentia a água vibrar fortemente e assim raios surgirem por todos os lados. Raios que não deveriam ser possíveis dentro da água atingiam agora Arkab e várias pedras e corais. Vi soldados fugindo com medo e o grito de dor de Arkab.
- O filho do trovão. - Fitei em direção a Aiken que sorria como se aquilo o divertisse. - Um dos poderes do deus da terra.
Arregalei os olhos e assim, senti meu corpo doer como se algo me atingisse, era como se eu estivesse no lugar de Arkab que caía agora ofegante. Abracei meu próprio corpo grunhindo baixo. Como se fossem lâminas me espetando, essa era a descrição do que parecia que sentia, porém, forte, forte demais.
Meu pai puxou-me para seus braços e vi os raios pararem e minha arma sumir de suas mãos. O oceano se acalmava e suas ondas também.
- Desculpe-me. - Ouvi sussurrar perto de mim. - Vai passar logo.
- O que.. Foi isso...? - Gaguejei.
Meu pai apenas me apertou mais, não respondendo.
- Preparem-se, vamos voltar. - Gritou. - Aiken leve o Octopus.
Pisquei, tocando em meus olhos.
- Pai... - Chamei ele, fracamente.
Nem eu mesmo conseguia escutar minha própria voz, senti Aiken se aproximar de mim, mas foi afastado e mandado cuidar de Oki. Pisquei novamente, me apoiava no corpo de meu pai, era tão quente e nostálgico, parecia que fazia pouco tempo que corria para aqueles braços quando queria o conforto e a segurança deles, era meu refúgio.
- Pai... - Tentei chamar mais alto, ele fitou-me curioso.
Seus olhos eram penetrantes, pareciam que arrancaria sua alma, a mesma cor dos meus, porém, sua pele escura era a única diferença entre nós.
- Você está mentindo para mim? - A pergunta pareceu fazer seu corpo estremecer.
Então era verdade? Ele mentia para mim? O quanto ele escondia? O quanto Arkab sabia?
- Saberá em breve o motivo. - Sussurrou.
Queria perguntar o motivo, e por que apenas em breve, mas seus dedos vindo em direção em meus olhos e fazendo minhas pálpebras fecharem fizeram minha boca parar de se mexer e apenas entrei em um sono escuro.
Quando descobriria os motivos das mentiras, de minha pele?
De tudo...?
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Hardar escondendo segredinhos de todos hem... Será que ele vai contar para o Tri? Ou nosso tritão fofinho terá que descobrir sozinho?
Tio Hardar colocando medo em todo mundo kkkkkkk Não mexam com Triton quem ta de olho nele hem :v eheheh Vão ter que enfrentar um tritão mais assustador que um Deus eheheheh
Espero que tenham gostado :3
Próximos capítulos, vai começar um treinamento rigoroso para um albino...
Obrigado a todos que indicaram Triton e Aiken no concurso <3
E Triton ganhou como melhor capa no concurso escritores de ouro! <3
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