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Triquetra


Um grande homem de cabelos negros e encaracolados, com seus fios brancos, assim como sua barba por fazer, escreve uma carta sentado em sua cozinha. Enquanto segura seu cigarro na mão esquerda, sente o alívio tomar seu corpo assim que dobra a folha, como se estivesse amassando seu passado. Abanando a cabeça de forma negativa, levanta-se para sair. Vê um retrato antigo de sua família e amigos na parede, da mesma forma que olha para a janela em reflexão.

Decide, então, dar meia-volta e sair de sua casa. No caminho para o bar, apenas sua respiração, sapatos e coração são ouvidos na silenciosa rua. Cada palpitação e suspiro é sagrado, assim como seus passos.

Entrando no recinto, senta-se em uma cadeira em frente ao balcão.

- Gostaria de algo? -

Olha para o homem de baixa estatura, mas não responde.

- Quer que eu traga alguma coisa? - Pergunta de forma impaciente.

- Não, estou bem. - Responde, permanecendo sentado e em silêncio por um tempo.

- Poderia entregar esta carta a um amigo meu? Seu nome é Handerson, mas o chamam de Har. Tem uma mancha na parte superior do seu olho, à direita. Tipo uma cicatriz, virá aqui mais tarde. - Diz ao retirar sua mensagem do bolso.

O homem sorri gentilmente, pega a carta e a esconde em seu casaco.

- Você teme a algo? - A pergunta parece intrigar o cliente.

A estranheza em sua face é visível, entretanto, responde astutamente enquanto começa a secar as louças que havia na pia - Não há nada que me assuste. Sempre foi assim comigo. -

- Não assusta saber que seu passado está sempre vigiando-o? - Vislumbra o rapaz. - Que tudo tende a se repetir, tudo depende de tudo para ocorrer. Nada pode existir isolado. -

O garçom pensa por um momento, olha para ele, murmura algo e vira sua cabeça, deparando-se com uma foto antiga pendurada perto do armário de bebidas, reconhece a foto de um de seus muitos verões, algo antes da guerra, que antecede os fatos ocorridos após o incidente. Logo após, vira-se para Mauro.

- Sente falta deles? -

- Como não sentir? - Seus tremores são evidentes, na medida que recupera suas lembranças, que preferia esquecer para o resto de sua vida. - Quanto tempo teremos que fingir que somos estranhos, Mikael? -

- Cala a porra da boca - Sussurra o homem que aparentava calmo. - Você sabe que não devemos nos identificar em público, e muito menos mostrar que nos conhecemos. -

Levantando-se, encara o barman. - Não tenho mais tempo, Mikael. Já faz tanto tempo... - Pausa enquanto se encosta na mesa e fraqueja ao falar, como se estivesse cansado.

- Não consigo. Desculpa, dê isso ao Har, por favor. - Fala, suspira profundamente e sai do bar às pressas.

Observa-o sair, sabe que sua vez está próxima. Passa pela porta que leva para os fundos do bar, há um forte cheiro de urina, alguns pedaços de papel e muito lixo eletrônico, como telefones e algumas televisões. Se lembra do que passou com seus companheiros. Treme e vomita depois de ter trazido as memórias à tona.

Pega seu celular com muita dificuldade do bolso e liga para um amigo.

- Handerson. Precisamos conversar. -

Permanece no mesmo lugar, em ânsia, por alguns minutos, depois volta para o bar. Enxerga o homem que chamara antes, sentado em uma cadeira. A preocupação é visível em seu olhar.

O garçom acena com sua mão. Levantando a pequena porta do balcão, se dirige para os fundos com Mikael.

Após explicar os eventos que aconteceram nessa noite, entrega a carta ao destinatário e pede-lhe que a leia em voz alta.


"Se permitisse que alguém veja que estou escrevendo esta carta, vai espalhar a notícia de que não sou mais meu eu habitual, meu antigo eu, meu eu feliz, e gerará um caos coletivo ao saber meus motivos.

Nos últimos 20 anos vi o mundo, ouvi o mundo. Estive e tenho estado contra todos, mas nada mudou. As memórias daquela noite não me abandonam, se soubessem o quanto eu queria ter apenas avisado a polícia do corpo que encontramos na praia e não investigado aquela Triquetra... Foi tudo um borrão após isso. Quando percebi, estávamos frente a frente com aquilo... Só de lembrar daquela coisa chamando-me, as pessoas clamando por ajuda. Quando olhei para aquela vastidão, que por apenas alguns segundos, sugara minha atenção e rastejava em nossa direção, isso foi real? Me pergunto todas as noites no que testemunhei naquele lugar. Não paro de pensar no que vi. As coisas que eu presenciei. As coisas que eu senti. Não consigo descrever a perturbação que carrego.

Sentirei falta de vocês, adeus."


Mikael chorava ao final da carta. Har, por outro lado, avistava com perplexidade e perturbação a familiar imagem da parede. Aquilo estava voltando, juntamente aos gritos que ouvira anos atrás. Mauro não mais clamava por ajuda.

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