Capítulo 6
(Laura)
O gosto, tão familiar e ao mesmo tempo tão saudoso, o prazer requintado, a mão pesada na minha cabeça, meu suspiro gemido soou alto até mesmo para meus ouvidos, a ponta dos meus seios estavam duras, eu sentia o gozo descendo entre minhas coxas. Minha boca cheia, um leve gosto de pré-sêmem, amargo, prazeroso.
A fantasia fazia todo meu corpo arrepiar, eu chupava cada vez mais forte aquele pau delicioso, com desejo, com fome, eu queria encher até minha garganta. Minha outra mão foi até minha buceta molhada demais, eu não conseguia encontrar a posição correta para sentir como eu queria, enfiei dois dedos dentro em busca de atrito enquanto continuava chupando forte. Minha cabeça a mil, depois de tanto tempo isso era tudo que eu precisava, e tudo o que eu queria era sentir finalmente como eu mesma.
- Laura... Meu amor, mais devagar querida... - Phillip disse meio gemendo.
E então retornei para a realidade, como se estivesse saindo de dentro de um poço de fantasia e sido empurrada totalmente dentro da realidade.
Eu estava chupando Phillip, mas estava na minha fantasia eu estava chupando Jacob... Não estava certo, o gosto, a espessura do pau, o pau de Jacob chegava a fazer minha boca doer com seu diâmetro. Jacob estaria puxando meus cabelos e me mandando chupar com mais força. Meu corpo pegava fogo e eu queria mais, eu queria ser possuída com a mesma selvageria que Jacob me possuía, sinto falta das mordidas que deixavam marcas no meu corpo, da forma como ele queria que todos soubessem que eu tinha dono. Que eu pertencia a ele...
Tirei o pau de Phillip da minha boca. Me deitei ao seu lado na cama, ele correu as mãos pelos meus seios, tentei me concentrar no aqui e agora. Mas, seu toque era macio, leve... Eu precisava de aspereza, de força, de domínio...
Para ter orgasmos com Phillip sempre tinha que fugir para as fantasias com Jacob. Mas, depois de tê-lo beijado, tudo ficou tão real e agora não estava mais conseguindo embarcar na fantasia enquanto transava com Phillip. Mas, ele é o certo para mim, ele me compreende, é leal e nunca me trairia, temos o mesmo estilo de vida, nós somos médicos, temos gostos em comum, lemos os mesmos livros, participamos das mesmas palestras, temos o mesmo círculo de amigos. É tudo tão certo, como uma máquina bem oleada, e tudo tão perfeitamente articulado, que deveria ser o certo. Por que não é o certo? Por que não posso ser normal?
Novamente, tentei beijar Phillip, fui para cima dele, dei um beijo mais forte. Esperei que ele me empurrasse na cama, pedi que ele me segurasse com mais força, acho que fiquei frenética buscando algo que não estava ali.
- Laura... - Phillip falou ofegante - Pare... Vamos conversar...
Eu me afastei imediatamente constrangida - Desculpe... Não sei o que estava pensando...
- Querida, eu entendo, tudo que aconteceu com seu pai, voltar aqui... Sei que isso mexe com você, mas você não é assim... Gosto da sua docilidade, do sexo suave que nós temos... Não estou entendo porque você está assim... - Ele disse me olhando com uma expressão de dúvida.
Eu suspirei novamente, levantando-me da cama, enrolando-me com um lençol, corri para o banheiro. Meu Deus!
-Laura... - Phillip me chamou do outro lado da porta.
- Está tudo bem querido. - Respondi com minha voz mais doce - Vou tomar um banho e visitar minhas primas está bem?
Ele hesitou um instante e respondeu - Tudo bem...
Não demorou muito tempo e ouvi a porta do quarto se fechando e soltei um suspiro de alívio quando vi que ele saiu do quarto.
Meia hora depois estava num táxi meio sem rumo, apesar de dizer que queria visitar minhas primas, fiquei na dúvida, aquelas meninas que eu cresci estavam tão diferentes, as coisas tão confusas agora. Decidi ir a casa de Jared, mesmo que ele não estivesse lá eu tenho a chave e poderia ficar lá sozinha, mas não foi bem assim quando cheguei.
- Ei cachorrinho você já está de volta? - Disse Alice vindo pelo corredor - Ah... Oi... - Ela sorriu meio incerta quando me viu, não sabia que você também tinha a chave, pensei que era Jared...
- É... - Eu falei olhando para ela meio incrédula, cachorrinho? Pensei... Jared?
- Amber, Laurinha está aqui... - Alice chamou, acho que meus olhos não poderiam se arregalar mais.
- Oi Laurinha! - Amber veio toda feliz e me deu um abraço apertado, correspondi meio incerta e logo depois sentei no grande sofá de Jared e coloquei as mãos no rosto e falei - Acho que estou em algum episódio daquela série antiga "Além da imaginação", vocês lembram?
Elas me olharam como se eu tivesse duas cabeças.
- Vocês não assistem coisas antigas?- Falei suspirando.
- Não- Alice disse - Estou feliz que você está aqui prima, finalmente vamos poder conversar em paz, sem toda a família ao redor, a família pode ser cansativa às vezes.
- Só é cansativo porque você vive sendo ameaçada de morte pelo nosso pai o tempo todo Alice. Você nunca dá uma pausa? - Amber falou olhando para ela e sentando-se ao meu lado.
- Papai só faz isso porque ele sabe que não pode me controlar... Sou uma ótima mistura do papai com a mamãe... - Ela sorriu indo ao pequeno bar e pegando uma bebida.
- Você é tão convencida... Aff... - E olhando para mim - E então Laurinha, aquele médico seu namorado é um gato, como estão às coisas em Nova York?
Eu suspirei desanimada...
- Ele não é bom de cama... - Alice falou da cozinha.
- Alice! - Amber reclamou - Nem tudo tem que ter a ver com sexo!
Suspirei novamente, e então Amber olhando para mim disse - Ele não é Jacob...
Eu apenas assenti com a cabeça.
Alice voltou da cozinha com uma caixa de bombons e me ofereceu enquanto engolia um.
- Tudo tem a ver com sexo. - Alice continuou - Por melhor e mais legal que o cara seja, se ele não for bom de cama, que graça tem?
- Phillip é ótimo - eu defendi - A culpa é toda minha.
Levantei e fui até a janela e admirei a vista que dava para um belo jardim e crianças brincavam, cachorros passavam.
- E vocês? - Virei-me olhando para elas - O que é isso que vocês estão fazendo?
Amber suspirou por sua vez e respondeu - Eu amo Jared...
Olhei para Alice que simplesmente deu de ombros.
E você Alice? - Perguntei.
- Eu acho que o amo também... Não sei... Nós três estamos decidindo isso, mas não temos pressa, já tem quase três anos que estamos assim, está tudo bem... - Ela disse com um sorriso como se tudo fosse uma grande diversão.
Olhei para Amber que deu de ombros e disse - A vida não é perfeita, nós não temos que ser...
- A nossa família quer que todos sejam perfeitos. Sempre foi assim... - Eu disse sentando-me ao lado dela novamente.
- A coisa mais importante do mundo é a família - Nós três dissemos juntas e sorrimos, essa frase foi repetida tantas vezes pelos nossos pais enquanto estávamos crescendo.
- Pare de ter medo Laura... Nós todos somos adultos agora e podemos fazer o que quisermos a família que se dane! - Alice disse.
Amber olhou para mim e disse - Não concordo. E não consigo entender porque vocês todos agem como se os nossos pais fossem pessoas terríveis, você, John, Jacob... Isso é tão cansativo...
- Sabe o que eu acho? - Alice falou levantando-se - Acho que nós deveríamos ligar o som e beber muita tequila!
- Não... - Eu respondi já me levantando para ir embora .
- Simmm... - Alice disse me segurando.
Amber sorriu e disse - Vai ser divertido Laurinha!
Olhei para elas e sorri - Okay...
- Isso! - Elas gritaram juntas!
- E que a diversão comece! - Alice gritou ligando o som bem alto.
E essa noite estava só começando...
(Jacob)
Eu definitivamente preciso de uma bebida, e mais, preciso estar com meus irmãos, meus primos, meus melhores amigos.
Noite de quarta-feira, liguei para Jared que topou na hora e logo depois para Johnny, que veio com a historinha que ele vem de vez em quando falando que está com muito trabalho e que seria impossível. Não dei chance para ele continuar, falei que era uma emergência e que já que ele ainda estava no trabalho não tinha importância, iria encontrá-lo no Bar Happy Hour perto da Harrisson Petrolífera. Dei um sorriso com o jeito estupefato, que conhecendo ele como conheço, sabia que estava no seu rosto, e desliguei o telefone antes que ele tentasse inventar mais alguma coisa.
Cheguei antes dos dois, e sentei-me numa mesa afastada perto do pessoal que estava jogando sinuca, pedi um whisky puro, hoje era o dia perfeito para me embebedar.
Não demorou muito e Jared chegou, passou as mãos pelos cabelos que ele insistia e deixar levemente mais compridos e que sempre acaba caindo pela sua testa, ele franziu o cenho quando me viu, sentou-se em frente a mim, o garçom logo apareceu e ele pediu também um whisky com gelo e soda.
- E então? - Ele perguntou olhando para mim e novamente empurrando os cabelos para trás - Você vai falar?
Eu tomei um novo gole do meu malte, senti-o queimar por dentro e dei um suspiro olhando ao redor, me recostei no assento enquanto fazia isso e Jared como sempre paciente, tomou um gole de sua bebida e ficou olhando para o copo.
Logo eu vi o cara entrando, um loiro alto, não tão alto quanto eu e meus primos, mas alto o suficiente, corpo atlético, ele se dirigiu direto ao bar e logo depois de pegar sua bebida foi para o canto oposto perto das mesas de sinuca e se sentou, mexendo com o celular.
Dez minutos depois, Johnny entrou no bar, seu olhar como sempre sério, seu corpo rígido como se tivesse que entrar numa luta a qualquer instante, sua aparência é sempre preocupada, como se estivesse carregando sempre o mundo nas costas, ninguém consegue precisar quando essa mudança em Johnny aconteceu, mas ele se transformou ao longo do caminho enquanto estávamos crescendo, aquele cara alegre, despreocupado e brincalhão deu lugar a esse cara inacessível e que fazia questão de mostrar para todos que era muito diferente do seu pai.
Ele nos avistou, mas não perdi o lance quando ele olhou rapidamente para o canto das mesas de sinuca, se colocou com sua pose de CEO, que normalmente ele usa quando quer intimidar, mas isso não valia porra nenhuma para mim ou para Jared.
Johnny puxou a cadeira, pediu seu suco com vodca de sempre, e sentou-se em frente a mim, com um suspiro exasperado começou - Então, tenho trabalho a fazer, muito em que me ocupar, posso saber qual é a grande urgência?
- Por que você bebe essa porra de suco com vodca? - Eu perguntei - Por que você simplesmente não assume que você bebe vodca como água?
Johnny não se deu o trabalho de me responder dando de ombros, enquanto Jared como sempre tentando apaziguar voltou a falar - E então? Notícias do caso? Já sabe quem atirou no meu pai?
- Esse é um dos motivos que chamei vocês para conversar, é uma merda muito louca que simplesmente não dá para compreender e prefiro morrer antes de pedir ajuda ao meu pai. - Disse exasperado.
- Você pode explicar? - Johnny perguntou rispidamente.
- É loucura e não sei se vocês vão gostar de ouvir o que tenho para dizer, na verdade nem eu mesmo estou acreditando nesta merda toda, a porra está toda bagunçada, mas... - Eu suspirei me recostando na cadeira novamente.
- Mas... - Jared continuou.
- Como está Laura? Ela pretende voltar para Nova York quando? - Perguntei.
- Foda-se Jacob, você me tirou do trabalho para essa merda com Laura novamente? Você já fodeu tudo que tinha que foder do relacionamento de vocês, que porra você quer mais? - Johnny perguntou virando o copo de suco e fazendo menção de se levantar da mesa.
- Foda-se você Johnny! - Respondi no mesmo tom - Porra de trabalho nenhum, eu sei bem o porque da sua pressa.
Ele se voltou para mim e ficou lá de pé, olhando para mim com sua pele empalidecendo e ficando lá como se petrificado.
Jared levantou também e encarando a nós dois perguntou - Que porra está acontecendo com vocês dois? O que vocês não estão me contando? - Ele olhou para nós dois e depois falou novamente para Johnny - Senta aí caralho!
Johnny novamente sentou passando as mãos pelos cabelos e me encarando, o garçom se aproximou e ele pediu uma nova dose de vodca, agora sem o suco.
- Porra! - Ele suspirou balançando a cabeça nervosamente e olhando para mim - Há quanto tempo você sabe?
- O que interessa? - Eu disse - Isso não é importante, você é um idiota se pensa que isso seria importante assim.
- Ei! - Jared gritou para nós - Sem segredos entre nós! Que porra que está acontecendo?
- Sem segredos? - Eu disse com um sorriso de escárnio - Depois de três anos fodendo minhas irmãs e tentando esconder isso da família toda você diz isso para mim Jared? Foda-se!
De repente do nada Johnny começou a rir, eu e Jared nos olhamos meio atônitos, porque Johnny era um cara que não sorria há muitos anos, e ele não apenas sorriu, ele gargalhou e foi como se nós estivéssemos com dezessete anos outra vez, quando nada era tão importante assim, então comecei a rir também e logo Jared nos acompanhou nesse riso meio maníaco.
Quando finalmente terminamos de rir até lágrimas brotarem, respirei fundo e falei sério - Nós nos separamos... - Eles olharam para mim e continuei - Em algum lugar do caminho, nós deixamos de ser o que nós éramos, costumávamos saber tudo da vida um do outro, nos ligávamos a qualquer hora, por qualquer coisa, nós sempre estivemos lá um para o outro, mas os segredos começaram a nos separar no caminho. E acho, aliás, tenho certeza que um dos maiores culpados disso foi eu, no momento em que eu e Laurinha...
- Não a chame assim, você não tem mais esse direito. - Jared disse me interrompendo com uma voz triste.
Suspirei e continuei - Quando Laura e eu nos separamos a forma que foi...
- Sim, foi uma pena que seu pai não te matou naquele dia - Jared finalmente disse o que sabia que ele vinha querendo dizer há muito tempo.
- Tenho muito que falar sobre isso Jared... - Comecei.
- Fale para quem dá uma merda para isso. - Ele disse me cortando. - Só me diga o que você sabe sobre o tiro que o meu pai levou. Será que devo falar com tio Jake? Ou simplesmente deixar que a polícia com sua incompetência resolva isso?
- E você Johnny? Precisou meu pai levar um tiro para que você começasse a dar alguma importância para a nossa família... - Jared continuou implacável.
- Você não sabe porra nenhuma - Johnny disse para Jared - Eu não tenho tempo para esses momentos sentimentais, tenho trabalho a fazer, quando você efetivamente souber alguma coisa de importante sobre quem atirou no tio James, Jacob, pode me chamar. - Ele esboçou levantar-se novamente e então o interrompi - Pressa para falar com Mike?
- Foda-se Jacob! - Johnny gritou para mim - Você quer falar, então fale! Conte para Jared e para toda a família, eu poderia me importar menos com tudo isso, ser parte dessa família na realidade é algo sufocante e todos nós fomos sufocados por esses sobrenomes e essa necessidade de ser perfeito, de sermos sempre os melhores, estou farto!
- Não estou apenas fodendo suas irmãos Jacob - Jared interrompeu a fúria das palavras de Johnny e nós dois olhamos para ele, eu sentando e Johnny em pé, então ele continuou - Eu amo as duas.
Johnny sentou-se devagar, com uma postura derrotada na cadeira, colocando uma das mãos sobre o queixo.
- Do que porra você está falando Jared? - Johnny finalmente se deu conta da situação.
- E de que porra você está falando Johnny, o que Jacob pode contar para nossa família? - Jared perguntou olhando para ele. - Qual o problema com nossa família? Todos eles fizeram o melhor para nós, claro que no seu caso Jacob, ser filho do tio Jake teve uma intensidade maior, mas porra Johnny, tio John e tia Meggie sempre colocaram você numa redoma, não foi difícil assim para nós sermos os melhores em tudo, é como nós somos...
- Merda! - Johnny respirou - Eu nunca falei em voz alta isso, porque é uma parte da minha vida tão escondida, que é como se não existisse, e agora está tudo tão confuso...
- Como você ama as duas? - Perguntei para Jared, sim, nossas conversas são completamente sem sequência lógica.
Jared virou-se para mim - Não sei, não existe uma escolha, não posso dizer não a nenhuma delas, cada uma me completa de um jeito...
Johnny olhou para Jared como se tivesse nascido uma segunda cabeça nele - Que porra é essa?
- Ele está transando com minhas irmãs... - Falei tomando um gole da minha bebida, informando como se fosse a coisa mais natural do mundo.
- Eu não estou transando... - Jared começou e eu dei um olhar duro para ele - Sim, eu estou, mas não é assim.
- E como é? - Perguntei - Mudou a forma e eu não soube? - Falei sarcasticamente.
- Foda-se Jacob! - Ele suspirou novamente cansado - E olhando para Johnny - Quem porra é Mike?
- Porra! - Johnny suspirou por sua vez - O cara que eu fodo. Okay?
- Puta que pariu! - Jared.
- Puta que pariu! - Falei junto com Jared, porra eu sabia que ele fodia o cara, e que também fodia mulheres, mas porra, ouvir assim foi foda.
- Como assim? Porra! Você é um viado? - Jared perguntou alto o suficiente para uma boa parte do bar encarar a nossa mesa, inclusive o loiro Mike sentando na outra ponta.
- Não porra! - Johnny também gritou - Eu fodo mulheres, porra, eu não consigo decidir essa caralho... Gosto dos dois...
- Bissexual. Simples, fala a porra da palavra - Eu disse. Tudo bem que quando descobri esse lado do Johnny não foi assim fácil de entender, mas tive tempo de elaborar, ele continua sendo o mesmo de sempre, independente de quem comia, e o amo como o irmão que ele é para mim, não to nem aí para quem porra ele faz e com quem.
Johnny olhou para Jared com sua postura afiada e disse - E você está transando com as gêmeas. O tio Jake já sabe?
- Foda... - Jared tomou sua bebida toda de uma vez - Nós três somos tão fodidos...
- A tia Rachel, há duas semanas atrás visitou um cara na prisão... - Disse olhando para eles - Esse cara foi solto há uma semana... Porra, não sei como dizer essa merda, mas, esse cara corresponde muito com o cara que atirou no tio James.
Finalmente nossa mesa silenciou.
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