Dia 18 • Regina George
Por mais incrível que pareça, eu acordei feliz comigo mesma. Não que isso já não acontecesse, mas parece que falar com Parker libertou uma dor, um rancor feroz que eu carregava no meu coração.
E parece que perdoá-lo e entender a sua situação, me fez pensar em múltiplas coisas que estavam acontecendo na minha vida.
Como por exemplo, o facto de eu só ter doze dias em terra, ou também que eu estava perdidamente apaixonada por Gregory.
Eu estava apaixonada por Gregory desde o maldito dia em que ele ofereceu-me os cupcakes, desde que ele levou-me para brincar com as crianças no hospital e me ajudou quando eu estava tendo uma crise de lembranças más. Desde o dia em que eu encontrei Parker e Morley na biblioteca e ele levou-me para sua casa e quase nos beijamos.
Ele contou-me que me amava — a Molly no caso —, será que ele ainda poderia me amar?
Estava me encarando no espelho, enquanto penteava-me de uma maneira diferente e sem querer já tinha escrito o nome de Gregory diversas vezes com batom sobre a minha imagem reflectida.
Se isso era o que as pessoas diziam sentir por estar apaixonadas, eu gostaria de puder guardar tudo isto num pote e relembrar-me dessa fase maravilhosa num futuro distante, pois é uma sensação gostosa demais.
— Molly, nós vamos sair daqui a nada — Matthew disse ao abrir a porta, o que me fez dar um pulo de susto e bater a cabeça contra o espelho. — Por que o nome do Gregory está impregnado no espelho e escrito por batom?
— Isso não é da sua conta! — Respondi rispidamente. — E não me chame de Molly por favor, nem todos precisam saber a verdade.
— Está bem, Stephanie — Matthew pronunciou o nome devagar de propósito. — Mas nós vamos deixar você se continuares a idolatrar o Greg no espelho. E ah, o Dylan está apto pra ir a escola mas não se encontra de bom humor.
Matthew tornou a fechar a porta e eu suspirei.
Dylan estava melhor do que a dois dias atrás e pelo menos riu comigo ontem à noite quando estávamos assistindo um reprise fora de época de Sozinho em Casa e contei-lhe algumas fofocas da escola e meio que ele me contou que terminou com a Sasha — a loira do banheiro — e que isso tinha completado o seu mau humor durante esse tempo.
Mas deu para o perceber e mesmo que eu não conhecesse bem a sua relação amorosa com a Sasha, talvez ele a amasse de verdade. Não tinha certeza e nem podia afirmar suposições da minha mente.
Ajeitei o meu vestido preto que ia até aos joelhos e não tinha mangas. Por cima tinha o meu casaco jeans e os All Star de sempre nos pés.
Me certifiquei de colocar tudo na mochila e antes de sair do quarto beijei o espelho sobre as repetições do nome de Gregory e senti o meu coração aquecer.
Se estar apaixonada por alguém era uma droga, eu estava totalmente viciada.
Saí do quarto com os fones de ouvido bem altos, Katy Perry cantando Last Friday Night (T.G.I.F) e eu abanando a minha cintura a cada degrau da escada que eu descia.
— Bom dia, pessoal! — Falei animada, dando um beijo na bochecha da Sra. Walker que sorriu pra mim e retribuiu o gesto na minha testa.
Dei um choca aqui com o meu punho para o Mason e abracei o meu querido Dylan que sorriu para mim e desejou um bom dia.
— Alguém está mesmo feliz — comentou a Sra. Walker e eu revirei os olhos com um sorriso enorme nos lábios. — Podemos saber o motivo de tamanha alegria?
— Bem, no momento não posso vos falar tudo — eu disse a eles. — Mas só posso dizer que o meu coração está pulando como se estivesse num concerto de uma cantora pop.
Comi as torradas que se encontravam na mesa e bebi o sumo de maçã e mel que estava super bom. Dylan avisou que estava na hora de irmos para escola e nos despedimos todos da mãe deles.
Ao sairmos de casa, eu vi um camião de mudanças bem em frente a nossa casa e algumas caixas sendo levadas da casa do Sr. Rupert até a viatura.
O idoso em questão, encontrava-se vestido seu cardigan de lã cinza e calças de linho da mesma cor. Os sapatos mocassim nos seus pés eram pretos, como o seu chapéu.
— Bom dia, Sr. Rupert — eu cumprimentei-o e ele olhou para mim e sorriu. — O que é isso?
— Oh, bom dia, Stephanie! — Disse ele, se aproximando de mim. — A Gretta não está mais entre nós — falou baixo quando já estava perto de mim e longe o suficiente para ouvir-se no carro de Dylan. — E eu estou preparando a minha ida. Mas eu só vou embora daqui quando você contar o segredo.
Engoli em seco me lembrando da minha promessa.
— Sr. Rupert, eu...
— Não — ele interrompeu-me. — Eu sei que você é capaz, mais capaz do que qualquer um de nós. Se for dos meus lábios a Lindsay nunca irá acreditar em mim, mas de ti, a filha modelo que todos pais desejam ter, ela irá aceitar fielmente cada palavra dita por si.
— Está bem — cedi. — Farei tudo ao meu alcance para contar a ela. Mas eu só espero que não corra mal tudo isso e que fiquemos num clima pesado.
— Não importa se ficará um clima pesado ou não. Por vezes a verdade nunca é como nós queremos, mas no final teremos que aceitar como as coisas são — Sr. Rupert emendou. — Bem, é melhor ir, o teu irmão não está com cara de bons amigos. Tenha um bom dia, Molly.
— Para si também, Sr. Rupert.
Ele sorriu para mim e eu forcei-me a retribuir o gesto.
Fui para o carro e entrei no banco de trás, me ajeitando ao lado do Matthew. Dylan olhou para trás.
— O que ele queria?
— Contar-me que vai se mudar daqui a nada. Apenas isso — respondi e ele assentiu voltando a olhar para frente.
Gregory!
— Molly, todos nós já percebemos que estás apaixonada pelo Greg, mas porra, já chega, não? — Emily indagou e eu abri os meus olhos assustada.
Estávamos no refeitório e me perdi por alguns minutos nos meus pensamentos enquanto me fantasiava num casamento paradisíaco em Maldivas com o Gregory e ele estava no altar todo sorridente e eu caminhando com o meu pai até ele.
— Mas eu apenas estava pensando — rebati e Emily revirou os olhos.
— Você murmurou o nome dele a cada trinta segundos e até escreveu com ketchup no seu prato — olhei de relance para o prato e encontrei a obra de arte feita e com um coração no final.
Mas eu não me lembrava de ter escrito e de ter falado alto o nome dele.
— Uau, acho que estar apaixonada nos deixa um pouco fora de área — eu falei e Emily riu.
— Realmente, mas você mesmo sem estar apaixonada é um pouco fora de órbita — Emily disse gargalhando e eu não consegui me segurar.
— Não é para tanto, Emy — rebati. — Eu sou uma menina muito sã. Mas tipo, desde ontem eu só penso nele, desde sempre pensei muito nele, mas comecei a aceitar os factos ontem. Você tinha que ver como ele estava lindo no clube de poesias, a maneira que se expressava e encantava todo mundo presente naquela sala.
— Nem parece que você lhe odiava nos primeiros dias — Emily brincou e eu neguei com a cabeça.
— Acho que não fui compatível com ele desde o princípio porque somos muito parecidos. Acho que somos almas gêmeas. Sabia que ele gostava de mim? — Emy negou com a cabeça. — Pois, fomos feitos um para o outro. Apenas o meu cupido que errou, mas o amor quando é verdadeiro, minha amiga, ele é mais forte que tudo.
— Oh meu Deus! O que fizeram com a Molly maluquinha? Quem trocou ela pela Molly Lover?
— Para, por favor — pedi, me rendendo as risadas.
— Vejo que estão muito felizes hoje — Luke comentou ao sentar ao lado da namorada e o restante da banda ocupar os lugares vazios.
Gregory se sentou ao meu lado e acho que o meu coração estava com uma corda de saltar pois acelerou tanto que eu senti o meu peito subir e descer com muita força. Os meus olhos brilhavam, não os via, mas eu sentia e um sorriso involuntário surgiu, mesmo tentando me conter eu não conseguia esconder.
Greg abriu os seus lábios e eu abri mais o meu sorriso, esperançosa pelas suas palavras.
— Uau, gostei da arte no teu prato — Greg comentou e eu senti que a minha alma saiu do meu corpo e voltou várias vezes.
Senti vontade de virar uma mosca e voar daí para fora. De me teletransportar até o polo norte e me esconder.
Antes mesmo de eu conseguir limpar o prato, todo mundo olhou para ele e me olharam de seguida.
— Obrigada, mas definitivamente não era você — sorri nervosa. — Mas também podia ser, não? Não tem problema algum.
— Claro que não. Eu adorei — Greg comentou e levou o dedo até o ketchup e de seguida levou até a sua boca rindo.
Senti como se um peso morto tivesse desaparecido de dentro e voltei a ficar leve como uma pena.
— Nós viemos ter convosco porque temos uma ideia — Dylan disparou. — Greg contou-me o eu quis logo contar para vocês em primeira mão. Hoje vamos gravar o videoclipe do primeiro single dos Ratos de Academia, Quase Nunca!
— Oh, Céus! Isso é maravilhoso — Emily disse. — Já têm tudo pronto ou podemos ajudar?
— Eu e os rapazes combinamos de vestir calças pretas e camisas xadrez, pois vamos gravar num bar de motoqueiros perto da saída da cidade. Fechei com o dono ontem e foi uma pechincha. Já temos alguns instrumentos alugados por lá e a câmera, bom, vamos usar do celular da Emily ou do Timothee por serem os de última geração — Greg sugeriu. — A parte de edição é simples, minha mãe disse que falará com um designer da Mackenzie que cobrirá toda essa parte para nós de graça, apenas vai usar sua marca de água, o que não tem problema algum. Depois disso, com o teaser pronto, nós podemos falar com a diretora Kimberly e apresentarmos algumas músicas ao vivo na final do campeonato que acontecerá neste sábado e passar o trailer e algumas partes do behind the scenes no telão para divulgar. Não é a maior receita do sucesso, mas é um passo à frente. Portanto, a vossa ajuda será na divulgação, Emily pode cuidar dos assuntos com designer, já que és a nossa empresária e a Steph pode cuidar das camisetas e do merchandising do single — Greg concluiu o seu plano. — Até devia ser no jogo de hoje, mas no próprio sábado do jogo é impossível e nem temos o videoclipe gravado. Portanto, podemos ir para casa nos arrumar, até porque escola no sábado é do pior!
Sim, estávamos na escola num sábado, mas não por aulas normais, mas por estarmos perto da semana de provas alguns professores criaram horários de estudos e qualquer um que quisesse ir, poderia participar.
Eu fui apenas para poder falar pessoalmente com Emily, já que ela perdeu uma aula e veio reforçar e Dylan também perdeu, portanto, todos viemos aqui e foi bom para podermos falar sobre o single.
— Você tem mesmo boas ideias, Ursinho — eu disse a ele quando estávamos saindo do refeitório.
Caminhavámos um ao lado do outro.
— Um super-herói sempre precisa salvar o dia, Rainha do Gelo — brincou Gregory, com um sorriso travesso nos lábios. — E sei que posso contar com você para arrasar na criação do merch da banda.
— Pode apostar todas as suas fichas em mim! — respondi, com um sorriso determinado, pronta para o desafio.
Eram quinze horas quando chegamos ao tal bar em que Gregory fechou para a gravação. Era uma construção em decadência, com varias motas gigantescas estacionadas no lado de fora.
As paredes eram bege, mas não de pintura natural, mas sim, um branco que sumiu e coloriu-se de poeira e humidade.
A porta dupla era de madeira escura e velha, ouvia-se o ranger desde do início da estrada e consequentemente dava para ver o interior do bar a partir de fora.
Entramos no estabelecimento, que era tomado por um castanho-claro lindo, dava para ver que a pintura estava em dia. Tinha mesas da mesma madeira da porta espalhadas ao redor. Várias pinturas lindas, daquelas que parecem ser autênticas, vindas de Espanha e México com referências a restaurantes da antiguidade.
O piso era de madeira, tal como o balcão onde se encontravam vários homens bigodudos e outros com muito barba tomando cervejas, vestindo apenas coletes e calças de licra, outros de ganga.
Várias tatuagens no corpo e poucas mulheres, mas muitas delas pareciam ser prostitutas pela forma que se comportavam, se vestiam e umas estavam de conversinhas bem íntimas com alguns dos motoqueiros, mas também tinha adolescentes bebendo e um casal comemorando o teste positivo de gravidez com um mini bolo. Gregory tinha nos levado definitivamente para o fundo do poço da cidade. O lugar poderia ser bonito, mas não era um dos melhores a se frequentar em toda Broken Hill.
— Que porra é essa, Peterson? — Timothee indagou, após um rato passar entre nossos pés e eu ter saltado para os braços do Dylan.
— O lugar onde iremos gravar o nosso primeiro sucesso — Gregory sorriu ao abrir os braços como se estivesse apresentando a sétima maravilha do mundo. — É lindo, não é?
— Lindo até que é, mas frequentável, acho que não — respondi ainda observando o ambiente e a música Country que tocava ao fundo. — Mas enfim, o importante é se filmar o vídeo.
— Gregory, que bom vê-lo! — Falou um senhor barrigudo, de pele morena e olhos verde-claro.
Ele tinha um avental branco com manchas e os seus pés estavam calçando sandálias de couro.
— Sr. Luigi! Como vai? Estes aqui são os meus amigos, a Emily e a Stephanie são as produtoras disso tudo, e os rapazes são os que tocam comigo — Greg explicou apontando com o dedo para nós.
— Ah, que maravilha. É muito bom ver adolescentes se engrenando em coisas boas. Espero que tenham um bom trabalho — desejou o sr. Luigi e voltou para o balcão.
Eu e Emily nos sentamos em uma mesa próxima ao palco improvisado que tinha no estabelecimento, enquanto que os rapazes transportavam todo o material de gravação para dentro do bar.
Basicamente era uma ring light, a maquiagem da Andrea e os looks que eles usariam para o vídeo.
Enquanto faziam todo o trabalho de trocar de roupa, checar o som, ver os ângulos e etecetra, eu peguei um caderno de desenho que comprei e comecei a planejar a merch. Mas eu não podia negar que o lugar era muito inspirador, criar uma coleção country, com uma vibe do Speak Now da Taylor Swift, ou até mesmo uma Dolly Parton.
Looks inspirados em Barbie, rosinha e outros roxos, mostrando que uma mulher também pode cavalgar um cavalo.
Me perdi na minha imaginação e até o momento da gravação iniciar, eu já tinha mais de quinze desenhos feitos no caderno, todos sobre a coleção country que eu imaginara.
— Molly, estamos para começar — Emily falou-me no ouvido e eu fechei o caderno e levantei-me da mesa.
Uau, os rapazes estavam deslumbrantes. Luke estava com uma camisa azul-claro xadrez e calças de ganga pretas e um chapéu de cowboy igualmente preto. Timothee, como sempre o mais estiloso, tinha uma camisa bege xadrez sem mangas e calças de ganga azul com muitos rasgões. Dylan estava de all-white, desde a camisa até calças, e Gregory, oh meus Deus! Estava vestindo uma camisa preta com os botões de cima abertos, calças de ganga azuis pouco justas e botas de cowboy pretas com detalhes dourados. Ele estava sem chapéu, com os fios de cabelo bagunçados e brilhantes.
— Prontos? — Emily quis saber, aprontando a câmera do seu iPhone quatorze pro max para início de gravação. Gregory fez um joinha.
— Câmeras, luzes, take one, ação! — Emily gritou e iniciou o vídeo.
Os rapazes cantavam ao som da música que tocava nos altifantes do estabelecimento. E isso atraiu a atenção de muitas pessoas, já que começaram a se aproximar e assistir de perto, mas Emily pediu que não houvesse gravações daquilo pois não podia vazar na mídia antes do jogo do sábado.
Houve muitos takes realizados, alguns fora do bar, outros até no balcão e por incrível que pareça, uma menina ruiva ajudou, fazendo de par romântico do Dylan e acho que isso não o deixou bem, já que se encontrava desconfortável em uma cena em que quase se beijaram e acho que ele teve déjà vu dele com a Sasha.
As gravações acabaram quase para as dezanove horas e nos abraçamos todos juntos quando tínhamos tudo necessário para a curta metragem.
— Uau pessoal, nunca pensei que gravaríamos o nosso primeiro videoclipe para o nosso primeiro single oficial! — Gregory exclamou após bebericar um gole de cerveja.
Estávamos sentados todos na mesa perto do palco e algumas pessoas vinham pedir autógrafos e tirar fotos de vez em quando.
— Isso foi insano e maravilhoso. Não vejo a hora de mostrar ao meu pai o primeiro demo que tivermos — Timothee comentou enquanto cortava um pedaço do seu bife.
— Emily! — Ouvi uma voz feminina chamar em voz alta nem atrás de nós. — Há quanto tempo, linda!
Ah sim, era ela. Jenna estava atrás de nós, ao lado do seu namorado, Lincoln. Ela esbanjava a sua beleza natural, com lábios carnudos e cabelo cacheado até os ombros. A sua pele negra linda como sempre. Os olhos amendoados azuis e as suas pernas lindas que ela sempre fazia o caso de exibir vestindo sempre vestidos curtos.
Lincoln estava vestindo calças de ganga e cardigan azul-claro. Os seus fios de cabelo loiro ajeitados num penteado de gel e os seus óculos de grau enormes no seu rosto.
— Jenna, Lincoln. Realmente faz muito tempo — Emily cumprimentou-os com apertos de mãos. — Sentem-se por favor.
O casal sentou-se nos lugares vagos e chamaram o garçom para fazerem pedidos.
— Você sumiu do nada, miúda. A Sasha e o Trevor comentaram até sobre o teu distanciamento do grupo — alfinetou a cacheada.
— Que Sasha, a do Dylan? — Luke quis saber e Dylan encolheu a cabeça.
— Eles terminaram — contestei e Dylan me olhou incrédulo. — Espera aí, ninguém sabia?
— Você terminou com a Loira do Banheiro? — Gregory indagou.
— Você namorava uma assombração, cara? — Lincoln perguntou confuso.
— Gente! A Sasha é outra, uma amiga minha e da Mo... Jenna — Emily corrigiu-se às pressas. — E não, Lincoln, a ex-namorada do Dylan não é uma assombração. E sim, Gregory, eles terminaram, e desculpa, Dylan, por ter-se revelado a tua situação amorosa.
— Então, Emily, quem são eles? — Jenna perguntou-nos olhando com certo desprezo. O que aconteceu com aquela doce menina?
— Ah, está é a Stephanie Walker, minha querida amiga — Emily apertou a minha mão e me olhou com ternura. — Este grandalhão aqui é o Luke, o meu namorado. O ruivinho é o Timothee, você o conhece. Dylan é o irmão da Stephanie e o queridinho aqui de camisa preta é o Gregory Peterson, o vocalista da banda Ratos de Academia.
— Que lindo. Vocês podem tocar uma música para nós? — Jenna quis saber. — De preferência uma longa.
— Claro, podemos sim. Que música você quer ouvir? — Gregory prontamente quis saber.
— Qualquer uma da Ariana Grande. De preferência do álbum Sweetener — Jenna respondeu quase que de uma forma ríspida.
Os rapazes levantaram-se alegres e foram posicionar-se nos instrumentos musicais. Iniciaram a música No Tears Left to Cry da Ariana Grande, o que gerou um alvoroço de pessoas animadas, dançando e cantando ao som da banda.
— Você desceu de nível de uma forma astronómica, Emily — Jenna comentou, bebericando a água da sua garrafa de vidro personalizada com corações púrpura. — Agora anda com esses Zé ninguém, sabias que te chamam de "patética" por estares sempre com a... — Jenna olhou para mim com desdém e eu me senti atacada. — A coisinha aqui de quem nem me lembro do nome, nem quero saber. Só sei que você devia voltar a andar conosco, manter o que já tinhas com às pessoas da escola.
— Desculpa, Jenna. Eu não sei de onde surgiu essa arrogância toda, mas eu me sinto mais confortável com esses "Zé ninguém" — Emily fez aspas com os dedos, visivelmente chateada. — E meio que eu não preciso da atenção das pessoas da escola e nem preciso manter nada. Você está diferente, nem parece a garota doce de antigamente.
— Céus! Você continua a mesma, querendo manter o papel de boa menina. Emily, por favor, você sempre foi má, tão malvada quanto a tua falecida líder, Molly Mackenzie. Ninguém suportava aquela garota, meu Deus! Não concordas comigo, Lincoln? — Jenna olhou para o seu namorado à espera de aprovação e eu quase lancei a jarra de água para o rosto daquela vaca.
Quem ela pensava que era para falar de mim daquele jeito?
— O que a Molly fez para ser tão insuportável? — Questionei-a e a Jenna ajeitou-se na cadeira e aproximou-se de mim numa tentativa de me intimidar.
— Ela era a mais chata. Sentia-se a líder do grupo, queria que fossemos simpáticos com todo mundo e ela pousava como a vilã dos filmes. Quem nasceu para ser Cady Heron nunca será Regina George. E bem, ela morreu antes mesmo de transformar o mundo com a sua energia negativa— Jenna contorceu os seus lábios como se estivesse amuada. — Oh, coitadinha. Não conseguiu cumprir com os seus desejos.
O meu sangue estava fervendo e a minha mão coçando para dar um tapa na desgraçada em minha frente.
— Olha aqui — apontei com o dedo para o rosto dela. — A Emily fez bem em trocar vocês — eu fiz um sinal para os dois. — Por nós, pessoas que a amam de verdade e se preocupam com ela, porque se vocês realmente gostassem uns dos outros, não estariam a falar calúnias de alguém que já nem está viva. Uma pessoa que pensou que tinha os melhores amigos possíveis na vida dela — senti o meu peito pesar de dor. — Mas olha, vocês se saíram melhor que a encomenda, além de mentirosos e falsos, também são bons atores. Tenha cuidado em falar sobre a vida dos outros, e eu não sou uma coisinha, eu sou a Stephanie Walker — Eu sou a porra da Molly Mackenzie! — Uma menina mais integra que você, vadia desmiolada.
Joguei a cerveja de Gregory para cima dela e quando estava para tacar o prato de bife do Timothee, senti duas mãos fortes agarrarem-me.
— O que está acontecendo aqui? — Gregory perguntou, enquanto envolvia seus braços sobre mim e me afastava da Jenna.
Ela estava fazendo esforço para se soltar do namorado e parecia querer vir para cima de mim. Não teria problema, sei ser educada, mas também sei partir para luta e rolar o chão inteiro puxando o cabelo dela.
— É ela que estava falando mal da Molly! — Gritei tentando me recuperar das emoções fortes. — Mal se alguém que sempre gostou deles.
— Jenna, por favor, vá embora e nunca mais fale comigo — Emily pediu. — Lincoln, você ainda é sensato, eu sei, leve a sua namorada e vaza daqui.
Lincoln assentiu e levou Jenna para fora do bar e eu sentei-me novamente na cadeira. Gregory entregou-me um copo com água enquanto fazia carinho nas minhas costas.
— Obrigada — murmurei e bebi longos goles do líquido.
Greg envolveu a sua mão na minha e eu senti uma certa electricidade passar do seu corpo ao meu. Os meus olhos subiram até os dele e pude observar ele sorrindo para mim.
— Ainda bem que não partiste pra violência com aquela miúda. Odiaria ver você com hematomas. Quero-te segura — Greg disse para mim e eu sorri para ele.
— Desculpa interromper os pombinhos aqui, mas uma certa senhorita tem que ir para casa agora comigo — Dylan cortou o clima entre mim e o seu amigo me puxando pelo braço.
— Pombinhos? — Greg indagou com as bochechas vermelhas e os olhos brilhando.
— Podem ser corvos se quiserem — Dylan sugeriu e eu dei um soco no seu braço. — Aí.
— Vamos embora, ex de assombração — brinquei e ele riu forçadamente.
— Tá, já chega. Adeus pessoal, até amanhã — Dylan despediu-se de todo mundo e eu também.
Saímos do bar e entramos no jeep dele.
Quando chegamos em casa, eu fui tomar um banho e quando ia arrumar os ganchos que tinha usado para prender o cabelo na penteadeira novamente, encontrei um cartão de visita.
Ateliê Sophia Mackenzie.
Abri o meu caderno de desenho e tive certeza apenas de uma coisa a se fazer naquele momento. Digitei o número no celular e fiz uma ligação.
— Alô? — A voz de minha mãe atingiu os meus ouvidos.
— Alô, Sophia Mackenzie? Aqui é a Stephanie Walker.
Notas do Sérgio:
Oi pessoal, tudo bem?
Estou tão orgulhoso desse capítulo! Quem está amando a Molly Lover? Eu estou adorando ela! E ah, quem diria? Estamos no capítulo 18 lovers, que emoção! Faltam doze capítulos, doze! para essa história acabar e termos o final que a Molly está na luta. Oh, Céus! Vote agora e comente para eu saber se está amando 30 Dias ou não!
Da mesma forma que a Sophia Mackenzie foi rápida a atender ligação, também será rápido o tempo que nos veremos no próximo capítulo 💗
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