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Dia 12 • Peggy

SABIAS QUE você só descobre que está tendo uma crise existencial quando está deitada na sua cama, presa ao celular que rola vários vídeos de ASMR de garrafas rolando das escadas e se espatifando no chão no Tik Tok e não consegue dormir à noite toda por medo de ter o mesmo pesadelo que da noite anterior, e consequentemente você fica gritando para o espelho o seu nome, e a sua mãe entra e te acha uma maluca porque você está se chamando no espelho e até ameaça sobre uma futura visita num psiquiatra local e você só da um joinha e se deita novamente na cama tomando a Coca normal e acha que a vida não tem mais sentido.

Sim, isso era sobre mim e sim, eu gritei pelo nome da Stephanie durante toda noite e a desgraçada não apareceu nem por um segundo, a senhora Walker entrou e me disse que estava estranha e que devia pensar em fazer terapia com o psiquiatra local, no caso, um senhor barrigudo de bigode farto que eu achava que ele mesmo devia fazer terapia pela maneira que se comportava e seu jeito de ser.

Eu não estava maluca e estava longe de estar pirando, eu apenas queria saber o que estava acontecendo, ao mesmo tempo que queria esquecer e ao mesmo que eu estava totalmente exausta de pensar muito.

Nós, os adolescentes, sempre pensamos em demasia. É como se toda aquela curiosidade da infância fosse aguçada, mas, num sentindo mais maduro e amplo, como se todos os nossos problemas, medos e aflições fossem o tema de conversa entre os nossos divertidamente na cabeça.

Nem me apercebi quando o sol nasceu e eu ainda estava com o mesmo vestido de ontem. A jaqueta no meio do chão do quarto. A Coca-Cola estava a meio e essa era a terceira lata que eu bebia.

O celular da Stephanie descarregou no instante que eu rolei para outro vídeo e acho que a partir desse dia a minha for you ia ser só baseada nesses vídeos.

Mas vi outras coisas além disso, até porque a parte fofoqueira que mora dentro de mim e era a mais aguçada possível estava me batendo na cabeça quase gritando: Fuxica a vida dos outros, sua fofoqueira mirim!

E foi o que eu fiz. Não sabia que a Stephanie seguia o Gregory e eu visitei o seu perfil na madrugada. Ele tinha fotos simples, mas daquelas que se ele fosse uma estrela de cinema, provavelmente mil meninas comentariam por segundo sobre a sua tamanha beleza. O Greg era muito bonito mesmo e eu não me dei muito conta disso. Quem eu queria mentir? Lógico que eu achava ele muito bonito, tipo, bonito para caralho, como aqueles bebés fofinhos, mas também como um Vinnie Hacker ou um Manu Rios. Talvez a junção dos dois, mas com cabelo cacheado e um estilo mais retrô?

E pelos vistos ele logo após me deixar em casa e me perguntar um trilhão de vezes se eu estaria bem, foi também na festa do Trainor. Pelos vídeos nas suas story's, o Dylan estava com a loira do banheiro — a Sasha — e estavam bem juntinhos como se fossem um casal. A desgraçada da minha melhor amiga que nem me ligou durante a noite para saber se eu estava bem, bem abraçada ao forte, gostoso e estúpido do seu namorado, o Luke, e Timothee era o único que parecia estar sozinho.

Ainda nos perfis deles, deu para ver que se divertiram imenso, enquanto eu rolava o Tik Tok e criava uma fanfic inteira na minha cabeça desenvolvendo o sonho para um filme de Thriller que nem o Stephen King um dia iria conseguir escrever.

— Você está horrível — Matthew falou assim que abriu a porta e eu olhei para ele assustada. — Nem me olha assim, você está aqui desde que chegou e já são quase quatorze horas.

Eu dormi (ou fingi) por quanto tempo mesmo?

— Obrigada pela sua preocupação, mas se você não percebeu, eu estou bem, melhor do que nunca! — Fingi animação, me levantando da cama e quase caí do chão pela pressão que caiu do meu corpo.

— Uou, acho que você não está lá tão bem assim — Matthew emendou, ao me segurar e eu bufei de frustração. — O que houve com você, Molly?

— Acho melhor nem comentar — respondi, me soltando dele e dei alguns passos até o guarda-roupa.

— A Emily está lá embaixo a tua espera. Disse que a Peggy veio visitar a família — Matthew disse e eu quase caí novamente quando me virei para ele.

Uma estranha felicidade tomou conta de mim e eu sorri como uma maluca — algo que eu quase virei nessa madrugada.

— Ok, ok. Diz a ela que estarei pronta em questão de segundos e... E estou indo tomar um banho! — Gritei a última parte entrando às pressas na casa de banho do quarto.

Ouvi a porta do quarto ser fechada e liguei o chuveiro, que em questão de segundos molhava o meu corpo inteiro e me fez voltar a realidade.

Peggy era a irmã mais velha da Emily, que consequentemente virou também minha figura de parentesco do mesmo tamanho. Ela era uma rapariga decidida, linda, com olhos azuis marcantes e lábios finos. Ela era loira, como a sua mãe e a Emily que vivia mudando a cor cabelo. Peggy era um exemplo a se seguir, Peggy carregava coisas que dariam inveja a qualquer menina. Eu, mesmo com vergonha, já quis ser a Peggy mesmo sem sabendo o que ela fazia longe de nós, mas não dava para relacionar coisas erradas com Peggy, apenas coisas positivas.

Os pais da Emily eram muito calorosos com suas filhas, daqueles que só faltavam comprar um pote caro e gigante para guardar as suas filhas e mima-las e admira-las. Só que o pai da Emy baixou um pouco o afeto por Peggy quando ela contestou a sua vontade e se tornou uma pasteleira.

Aquela noite em que ela contou aos seus pais sobre a decisão de ter uma pastelaria em Paris e cozinhar os melhores doces do mundo foi um terror. Eu e Emy estávamos no quarto da minha amiga abrindo os presentes que os pais dela trouxeram para nós da sua viagem para Espanha quando ouvimos o primeiro vaso sendo quebrado.

Quando saímos do quarto da minha amiga e ficamos no corredor observando o que estava acontecendo, ouvimos a voz da Peggy bem alta na casa toda:

— Foda-se você e a tua empresa, pai!

Foi a primeira vez que ouvi um palavrão vindo dela. E o primeiro foda-se na minha vida.

Na semana seguinte, Peggy já estava na França vendendo bolos no meio da rua sem apoio do seu pai, e não foi porque ele não quis dar, longe disso. O senhor Steel tentou por muito ajudar a primogénita, mas ela era tão orgulhosa e tinha um gênio tão duro quanto o do pai que não aceitou nem um tostão vindo do empresário bem sucedido. Solução dessa equação: Peggy tinha uma pastelaria que lhe rendia bom dinheiro e servia em muitos eventos de moda e estilo lá em Paris, nunca precisou do auxílio dos pais e não casou até os dias de hoje por dizer que uma mulher precisa ser independente. Mas eu acho que o amor não nos torna dependente, mas Peggy era um pouco intensa demais certas vezes. E o nome dela não era Peggy, isso era apenas uma alcunha, ela se chamava Mayline Steel. A alcunha apereceu quando o seu porco de estimação com o mesmo nome morreu e o luto que ela preferiu ter com o animal foi de ser chamada com o mesmo apelidinho.

Quando saí do banho, me sequei e quando estava procurando algo para vestir, encontrei o calendário, o que me lembrou que eu desperdicei um dia por causa de um sonho estúpido e que a missão de hoje era justamente sobre a irmã da minha melhor amiga que viria hoje. Tinha um brunch marcado para essa tarde por sua presença na casa dos pais e o pai do Parker obviamente ia ser chamado.

O senhor Jackson, o pai do meu ex-namorado ou o que ele era naquele momento, tornou-se o mecânico das nossas famílias quando eu comecei a me engraçar com o filho dele e a partir daí ele começou a concertar o meu carro, o da minha mãe, da mãe da Emily, do pai dela e de repente, era o mecânico das empresas dos nossos pais.

Se tornou um amigo próximo do meu pai e do pai da Emily e eu acho que ele sente a culpa do filho nesses momentos porque talvez a filha do amigo morreu por causa do acidente que o seu rapaz causou. Eu estava morta e o pior dos meus problemas era o sonho, que nem era real, mas parecia tão real. Dizem que coisas do "ontem" não importam, mas será que eu tive o que chamavam de trauma?

— Stephanie? Stephanie? — Chamei no espelho, depois de vestir um macacão jeans curto com uma blusa azul-marinho de mangas compridas.

Novamente o espelho só emitia a minha expressão. Ainda me lembrava das suas primeiras palavras do dia em que eu apareci na sua vida e ela disse que para viver o final feliz eu deveria seguir tudo o que ela dissesse. E por que ela sumiu durante esses dias?

Seria melhor se ela tivesse me deixado descansar em paz como o restante dos mortos fazem ao invés de me acordar e dizer: Oh menina, eu errei e agora você tem que conquistar a bosta do deu teu ex que troca sorrisos com a tua insegurança no corredor da biblioteca.

Prendi o meu cabelo com ganchos de pérolas num rabo de cavalo e passei o gloss pois combinaria com o clima quente que tinha no dia.

Quando desci as escadas, encontrei a minha melhor amiga sentada no sofá. Ela estava vestindo um vestidinho branco curto até o meio das suas pernas, a saia tinha pregas (marca registrada dela) e a parte de cima era tomara-que-caia. Diferente de outras vezes, o cabelo da minha amiga estava loiro, a sua verdadeira cor e estava sem maquiagem. Ela estava natural, minha amiga estava mostrando a sua beleza esbelta que herdara da sua mãe e do seu pai.

— Meu Deus, Emy! Você descoloriu o seu cabelo! — Eu disse animada, me aproximando dela para a abraçar.

Minha amiga fungou o meu pescoço e me apertou ainda mais no abraço. Quando eu me afastei dela para a encarar com mais vagar, pude ver que ela tirara os demais acessórios que sempre usava e apenas manteu os anéis nos seus dedos.

— Como? O que aconteceu? Uau, você está maravilhosa — falei e minha amiga riu baixinho.

— Eu conversei com o Luke ontem e ele me fez perceber que eu sou bonita sem ter que mudar e parecer as garotas mais interessantes da internet ou da escola — minha amiga disse com um sorriso enorme no rosto. — Então, com ajuda dele, quando voltamos da festa, descolori o cabelo, guardei os colares e as pulseiras que por muito tempo eu pensei que me deixavam bonita, mas era só para me enganar. Ainda não me sinto lá tão confiante, mas já é um avanço — minha amiga limpou uma lágrima que escorreu do seu olho direito e eu retornei a abraçá-la.

— Uau, isso foi bonito — ouvi a voz do Matthew atrás de nós e quando eu virei-me para o encarar, ele tinha um sorriso no rosto. — Quando eu crescer, quero ser como você.

— Isso não é uma brincadeira, Hogwarts — eu disse a ele, que me olhou confuso.

— E quem disse que eu estou brincando? Aqui ninguém me ouve mesmo — murmurou, subindo as escadas e Emy olhou-me esperando uma resposta, mas eu dei de ombros.

— Eu acho que a Peggy vai adorar conhecer essa versão antiga da irmã novamente — eu disse a minha amiga quando estávamos a sair de casa.

Ao fechar a porta, percebi que eu tinha perdido boa parte do dia na cama e caros amigos ou amigas, nunca se permitam ter uma crise existencial, falo por experiência própria.

— Eu também acho, Molly — minha amiga disse, mas eu senti que foi mais para si mesma do que para qualquer outra pessoa.

Ao entrarmos no seu carro, eu baixei os vidros e me permiti sentir o ar fresco da cidade e o vento soprar entre os fios imensos de cabelo que estavam na minha cabeça. Quando a Emy ligou o som do carro e Bad Blood da Taylor Swift começou a tocar, eu aumentei o volume e no caminho até a casa da minha amiga eu fiz um dueto e tanto com a discografia da Swift.

Minha amiga parecia estar muito feliz e eu também estava. Eu era a única pessoa que sabia o real motivo de ela ter mudado tanto, de ter se camuflado no azul, no roxo e em todas as cores possíveis que ela usou na sua cabeça e vê-la feliz consigo mesma encheu-me o coração.

Ao entrarmos na mansão do Steel, minha amiga estacionou o carro em frente a enorme e quando descemos da viatura, uma lufada de ar atingiu os nossos corpos e foi muito gostoso sentir o ar contra mim.

Atravessamos o caminho de pedra que levava para o lado de trás da casa, onde ficava a enorme piscina que tinha um escorrega aquático e infelizmente estava vazio, já que eu e a Emy crescemos e provavelmente poucas crianças visitam a mansão.

Deu para sentir o aroma de churrasco vindo da churrasqueira e vários funcionários estavam naquela área com uniforme de buffet cinco estrelas da cidade. O lugar estava cheio de serviçais e os pais da Emy estavam sentados numa mesa enorme apenas com os mais próximos, no caso: a minha mãe e o meu pai que aparentavam estarem felizes, o pai do Parker e uma moça jovem, três ou quatro anos só mais velha que eu e minha amiga pela sua aparência e o assistente da mãe da Emily, o Jammily, um excêntrico coreano muito alegre e divertido que já foi nosso babysitter em algumas situações.

— Onde está a Peggy? — Perguntei para a minha amiga e logo ouviu-se um grito vindo da entrada do jardim.

Quando nos viramos para trás, conseguimos ver a loira mais velha tirar o óculos escuro do rosto e balançar a cabeça, os fios de cabelo dançando suavemente com o seu movimento. Ela estava linda do que nunca.

Estava vestindo um vestido curto azul, até os joelhos com a saia rodada e com mangas curtas e um decote em coração. Ela só tinha um colar de pérolas que continha florzinhas e corações verde-aqua e rosa e a sua pulseira na mão direita era igual.

Ela era magra, alta e com umas pernas lindas de se ver. O seu perfume instalou-se por todo o jardim e o olhar de todo mundo prendeu-se ao dela.

— Cheguei! — Peggy gritou, vindo em nossa direção com os braços abertos.

Abraçou com força a sua irmã mais nova e pude ouvir risadas da Emily e algumas palavras que saíram baixas pelo seu tom de voz. Então, quando elas se soltaram eu também a abracei com força e pude sentir o desconforto da sua parte.

— Ok, você abraça forte pessoas que não conhece, amiga da Emily? — Peggy perguntou e eu afastei-me dela confusa. Oh, corpo da Stephanie.

Mayline, está é a Stephanie Walker, uma amiga minha e da Molly que infelizmente não convivia muito connosco, mas sempre foi uma companheira nossa — Emily apressou-se a me apresentar e eu abanei a cabeça confirmando também nervosa.

— Ah, a Molly, tenho tantas saudades. Ela era mesmo uma irmãzinha para mim — Peegy lamentou com um sorriso fraco. — Mas, prazer em conhecê-la, Stephanie.

Afastou-se de nós e foi cumprimentar os seus pais. No instante após isso, eu vi Parker entrar no jardim, lindo e deslumbrante, com uma camisa de linho branca que ficava apertada nos seus músculos e eu tive certeza que ele fazia isso para chamar atenção. Vestia uma calça igualmente de linho, mas preta e chinelos brancos. Os seus fios de cabelos estavam para trás num penteado de gel dos anos 50.

Atrás dele, vinha ela, a miúda negra de lábios carnudos e olhos amendoados extremamente bonitos. Morley.

Ninguém poderia dizer que Morley era feia e estava longe de ser feia. Morley estava vestindo uma roupa parecida com a do Parker. Uma blusa curta até acima do umbigo, com um decote extremamente exagerado de linho, e saia branca de pregas até os joelhos dela.

Nos pés ela tinha um par igualzinho de chinelos do Parker. O meu estômago embrulhou-se e tive uma súbita vontade de ir embora.

— Olá, pessoal! — Parker falou alto, ao aproximar-se de nós e entrelaçou a sua mão com a da Morley.

— Parker! Há quanto tempo! — Peggy respondeu no mesmo volume, indo dar um abraço apertado no loiro.

— Você sabia disso? — Perguntei rispidamente para a minha amiga, que tinha um sorriso nervoso no rosto.

— Se eu te dizer que não fui em quem o convidou, você acredita em mim? — Emily respondeu e eu soltei o ar que prendia de tão zangada que eu estava.

— Temos que tirá-la do caminho já, Emy. Só tenho dezoito dias aqui e estou longe de realizar tudo que está no calendário se ela manter-se aqui — resmunguei.

Emy afastou-se de mim quando os Ratos de Academia também entraram no jardim. Greg estava vestindo um macacão jeans com uma camisa azul e tênis branco, algo diferente do que ele vestia no dia-a-dia.

Dylan e Timothee estavam vestindo camisas vermelhas como se tivessem combinado e ambos tinham calções, só que a diferença era apenas que  calções do Dylan era de caqui e do Timmy era jeans.

Luke estava mais apresentável que os outros, com uma camisa de gola polo preta e calça caqui da mesma cor. Talvez por ser a primeira vez que ele ia conhecer a sua cunhada.

— Essa é a banda que você tanto falou, não é? — Peggy perguntou a Emily assim que ela apresentou-os a sua irmã.

— São eles e pedi-lhes que fizessem uma apresentação hoje para você — Emily disse a irmã que abriu um sorriso e a abraçou.

— Estou ansiosa por isso. E é um prazer finalmente conhecer você pessoalmente, Luke. A minha irmã está tão feliz com você que o meu peito fica em paz com isso — Luke assentiu com a cabeça.

Greg parou ao meu lado e sorriu para mim. Eu retribui o gesto montando um sorriso forçado no meus lábios.

— Você está estranha, Stephanie. É a presença do Parker? — Greg questinou-me e eu olhei para ele confusa.

— Por que você acha que isso tem a ver com o Parker? — Indaguei e Greg deu de ombros, me olhando profundamente.

— Você esteve estranha o dia de ontem por causa dele. Eu acredito que seja a presença dele hoje. E você parecia ter um interesse romântico por ele, no dia do concerto.

— Eu?! Não! — Menti urgentemente, sentindo o meu rosto ganhar um tom mais vermelho que o habitual e as minhas bochechas esquentarem.

— Sério que você vai negar algo que eu já sabia? — Greg perguntou e eu fingi indignação, colocando as mãos no peito.

— Estou totalmente desapontada com você, Peterson. O que o levou a pensar dessa forma?

— Bem, comecemos pela festa do Trainor onde você estava bem agitada pela presença dele até eu...

— Derramar a tua bebida em mim? — Eu o interrompi e ele assentiu, revirando os seus olhos.

— Isso mesmo, e no dia em que íamos compor uma canção, o Luke ficou a contar-me depois que era para você ter ido lá no cinema, pois, foi quem o chamou para se juntar a si e a Emy. Naquele dia do parque, eu vi o Parker sair depois de você, com uma bicicleta também e para finalizar, você quase que derretia no jantar na sexta-feira.

Eu arregalei os olhos com toda a explicação do Greg e levei uma mecha de cabelo que soltou-se até atrás da minha orelha.

— Você ficou conectando os pontos na sua cabeça? Tipo um detective? Espero que não tenha sido numa madrugada, enquanto fumava um charuto e ouvia Elvis Presley no rádio.

Greg riu e apontou para Parker e Morley que também riam de alguma coisa e se olhavam com ternura.

— Digamos que não cheguei a esse ponto, mas cheguei a conclusão que talvez você esteja se afundando numa imaginação fértil demais, já que obviamente ele namora com a Morley.

Parker e a Morley namorados? Era bem provável que um dia acontecesse, mas...

— Como você pode ter certeza? — Eu indaguei para Greg, que estalou a língua na boca.

— A forma que eles olham um para outro, como se comportam na aula de inglês, sabia que eles beijaram-se enquanto fingiam ser Branca de Neve e o Príncipe na aula de literatura?

Eu chacoalhei a cabeça depois de imaginar isso e esperei Greg continuar, mas ele calou-se.

— Você tem certeza do que está falando ou só queria brincar com a minha cara?

— Por que você se importa? Se você não está afim dele, provavelmente isso não tem importância para você. Não é?

— Tens razão, não me importa — me apressei a dizer. — Só quero saber o porquê de você me contar.

— Porque eu me importo com você, Stephanie. Somos melhores amigos e o Ursinho é o herói de todos.

Ri com sua resposta e Greg também riu.

— Obrigada — agradeci e Greg abanou a cabeça em positivo.

— Steph e Morley venham comigo, a Peggy vai precisar de ajuda na cozinha! — Emy chamou-nos na porta traseira que dava acesso a cozinha da casa e eu despedi-me de Greg com um aceno.

Peggy fez um maravilhoso pato com laranja que tinha um aroma maravilhoso para o prato principal. Depois fez as entradas que se resumiam a tortilhas de carne moída e couve e para a sobremesa fez um bolo de chocolate com uma calda de cacau puro e baunilha, fez também um gelado de creme de leite e Oreo e cupcakes de limão e morango.

— Emily! — Chamei a minha amiga, quando estávamos arrumando a mesa com as travessas do prato principal e entrada.

— O que foi, Molly? — Emy ergueu o seu olhar até mim.

— O Parker e a Morley estão namorando? — Perguntei e ela negou com a cabeça.

— Pelo o que eu saiba eles nunca expuseram um namoro, mas não seria nenhuma novidade também se eles dissessem que estão a namorar — Emily falou, deixando o último prato no seu lugar. — Eu se fosse a ti, Molly, deixaria de rodeios e falaria logo com o loiro, pois talvez o calendário esteja a nos atrasar.

— Você está dizendo que devemos desistir do calendário?

— Não dessa forma, mas sim, talvez ele esteja empatando algo que você possa fazer naturalmente. Conquista o Parker a tua forma, sem estares presa as missões bobas que colocamos naquela folha A4 e viva o seu tão sonhado final feliz.

— Uau, isto foi você mesmo? A criadora do calendário me dizendo para o inutilizar? — Perguntei para a minha amiga, que sorriu e foi embora até a cozinha.

Será que realmente era uma boa ideia abdicar do calendário? Até porque se já fiz o que fiz até agora foi graças a ele. Mas também me prendi tanto a ele que nem fiz as coisas naturalmente, fiz tudo planejado, e talvez por estar tão ocupada em arquitetar a minha vida que tive a crise nessa madrugada. Nem sempre temos o poder de controlar as nossas vidas e não era um bocado de papel que iria ditar as regras a seguirmos.

Depois de almoçarmos e todo mundo comentar o quão boa era a comida da Peggy, os meninos foram levar os seus instrumentos no carro da Andrea e no carro do Dylan e improvisaram um palco em frente a parede de folhas e flores que os pais da Emy construíram bem perto a churrasqueira e tinha várias luzes douradas de natal decorando o local.

Como já estava escurecendo, ficou ainda mais bonito.

— Boa noite a todos, somos os Ratos de Academia e preparamos está apresentação para a irmã da nossa agente e namorada do nosso baterista, o Luke, e esperamos que a Peggy apaixone-se pelas canções da banda — Greg falou posicionando a sua guitarra no colo.

Quando todos já estavam sentados nos banquinhos de madeira e nós o público, nos sofás do jardim, eles começaram a tocar.

Começaram com uma apresentação de Cupido Sombrio, uma canção dolorosa e uma aversão a todo amor do cupido e de seguida cantaram Eu Me Apaixonei, que era uma bem ao contrário da primeira e a composição mais romântica e feliz da banda. Encerraram a cantoria com Se Fosse Possível que era uma das minhas favoritas da banda.

Peggy levantou-se do pufo branco e foi abraçar cada membro da banda exalando a sua felicidade para todo mundo. Eu também gostei muito, só que estava difícil demonstrar após assistir Parker e Morley em troca de afectos ao lado de mim quando a banda estava a cantar Eu Me Apaixonei. Poderiam ter feito isso talvez na parte de Cupido Sómbrio ou se eles tocassem Quase Nunca e Jogo Suicida, mas não! Prefiriram fazer logo na mais romântica que a banda tinha.

Quando Greg cantou o coro eles se olharam e sorriram e eu senti o enjoo crescente dentro de mim. Sim, eu estava com ciúmes e Timothee e Gregory me avisaram, eu que quis pensar de outra forma.

— Espero que você tenha gostado — Greg falou ao meu lado e eu dei um pulo de susto, por ele ter me tirado dos meus pensamentos.

— Ah, sim, claro que gostei — eu falei nervosa, me recuperando do susto.

— Eu acho que você devia falar com ele — Greg falou e eu olhei para ele confusa.

— Falar com quem, Ursinho? — Eu questionei e ele apontou para Parker com a sua cabeça. — Por que eu falaria com ele?

— Eu vi como você se comportou quando eles estavam de chamego ao seu lado. Eu senti que você não gostou.

— E não é da conta deles se eu gostei ou não, até porque eles fazem mesmo um casal muito lindo — custou-me admitir mas era a mais pura verdade.

Parker e Morley faziam um casal maravilhoso e eu tentava mudar isso na minha cabeça porque no final ele sempre me escolhia. Mas dessa vez a menina bonita de olhos castanhos e cabelo negro até as suas costas estava morta. Quem estava aí era a esquisitona loira que viralizou como a menina da bolada e pensou que ia conseguir o cara mais cobiçado da escola.

— Está bem, se é desse jeito que você pensa. Mas saiba que você merece muito melhor que esse loiro — Greg disse eu ri com o seu comentário.

— E quem seria melhor, você? — Provoquei e ele assentiu, com um sorriso enorme.

— Sim, eu canto, tenho músculos na medida certa, não no exagero como ele, sou romântico e... Escreveria um álbum totalmente sobre você e todo mundo saberia o quanto amei você — Greg falou e eu bati a sua cabeça, rindo alto.

— Está bem, Gregory Swift. Mas eu não casaria com você e nem ficaria com você.

— Por que?

Aquela pergunta me pegou de jeito, mas eu me recompus e tentei formular algo que ele levaria na brincadeira, como a sua sugestão de ficar comigo foi.

— Porque eu nunca me casaria com o Shrek em versão humana — respondi por fim e Greg riu.

— Está bem, essa foi boa, Rainha do Gelo. Mas saiba que seria uma boa combinação. Imagina só, a Let It Go e o mostro mais feio da floresta? Meu! Teríamos filhos lindos e todos eles seriam filhos de ícones mundiais.

Eu ri tão alto que chamou a atenção de todos, mas eu estava nem aí pois a conversa com o Greg estava realmente boa e a sua risada era muita boa de ouvir. Gregory mostrou-se muita mais que o chato que eu conheci no meu primeiro dia como Stephanie. Ele era temperamental, assim como eu, mas era muito engraçado e fofoqueiro como eu nas horas vagas.

Quando já eram oficialmente vinte e duas horas, eu e os meninos da banda nos despedimos de Mayline e Emily me puxou para um canto para puder falar comigo.

— Nós precisamos de falar com a Stephanie, porque o Parker parece estar muito apaixonadinho pela Morley.

— Até que falaríamos com ela, mas já fazem dois dias que ela não aparece, desde o pesadelo e eu só falto enlouquecer e perder os cabelos.

— Vamos falar bem amanhã sobre isso, mas temos que dar um jeito de resolver as coisas.

Eu concordei com ela e lhe abracei uma última vez, antes de me dirigir até a saída da sua casa, quando a minha mãe me chamou.

— Stephanie, não é? — Minha mãe perguntou-me e eu abanei a cabeça confirmando. — Eu gostei dos looks dos rapazes na festa da inauguração e queria que você ficasse com o meu cartão. Temos muito interesse em trabalhar com você para a nossa próxima coleção teen — disse ela, tirando um cartão de visita da sua bolsa e mo entregou.

— Obrigada pela atenção, Sra. Mackenzie e irei ligar para a senhora para dar uma resposta o mais rápido possível — eu disse eufórica, e queria aceitar de caras, mas tinha que mostrar que não era lá assim tão fácil. Aprendi com ela.

Minha mãe sorriu e voltou a colocar o óculos escuro e foi em direção ao carro do meu pai.

Uma chance de trabalhar com a Sophia Mackenzie. A minha mãe.


























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