Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Dia 10 • O dia do concerto

FINALMENTE ERA O DIA DO CONCERTO e o trabalho da Emily e dos Ratos de Academia ia ser visto pelos empresários chatos e ricos amigos do pai dela e do meu pai.

Quando acordei e abri as cortinas, foi impossível não soltar um sorriso pela manhã linda do dia. O céu estava com leve tom de rosa e resquícios de laranja, parecia quase um por-de-sol e foi fantástico.

O ar cheirava a doces e oh meu Deus! Eu não sabia onde estavam a fazer doces, mas agradeci por terem feito o açúcar sobrepor o cheiro nauseabundo que as vezes tem no bairro.

Tomei um banho no banheiro da Stephanie, pensando em que roupa eu ia vestir para a gala mais tarde.

Quando estava a arrumar o meu cabelo, eu estava com dois cabides por cima das minhas pernas e chamei a Stephanie, que não tardou a aparecer e parecia estar com sono.

— Hoje está muito cedo para chamares-me quase aos berros! — Reclamou ela e eu forcei-me a esconder o meu sorriso.

Sim, eu quase gritei por ela e acho que as pessoas da casa acharam que eu estava maluca por chamar-me pelo meu nome de uma forma muito alta. Mas o que eu poderia fazer? Queria opiniões e só tinha rapazes, além da senhora Walker, já que a Gretta ainda estava internada e a senhora Walker provavelmente ia falar-me besteira, já que só a vi de ternos e cá entre nós, os ternos dela eram horríveis!

— Bem, você é uma sortuda — eu abri o meu maior sorriso sincero para ela erguendo os cabides.

— Lá vem uma besteira da tua boca — resmungou, mas eu neguei com a cabeça, ainda mantendo o meu sorriso.

— Se eu sei bem e tu também, essa boca é tua. Então, a besteira está saindo de ti também automaticamente — rebati e ela revirou os seus olhos.

— Vá, desimbuche. O que você quer, Mackenzie?

— Qual dos dois você prefere? — Coloquei na sua frente o tomara-que-caia branco de seda. — Esse que é mais: Oh meu Deus! Ela é uma vadia clássica ou — mostrei o verde-brilhante de duas alças finas e justo. — Esse que é mais: Oh yeah, ela está a mesmo a matar?

— Eu prefiro o branco — Stephanie falou impaciente.

— Obrigada pela tua opinião. Vou usar o verde — ela arregalou os olhos e eu lancei-lhe um beijinho.

— Então eu basicamente não servi para nada? — Indagou ela, parecendo indignada e eu dei de ombros.

— Você ajudou. O teu estilo é tão minha bisavó que eu nunca vestiria algo que você escolhesse, haha! — ri e ela bufou de raiva e por um momento tive a certeza que também foi embora.

Me olhei no espelho, tentando me visualizar no vestido verde e quando estava ver como iam ficar as minhas costas, o meu celular tocou na cama e eu fui ver quem era.

O rosto de Emily apareceu no visor e eu atendi, me sentando no colchão desconfortável da Stephanie.

— Oi, Molly — Emily falou, ajeitando o seu cabelo que estava ondulado e a deixou mesmo bonita. Ela estava sentada na sua cama também.

— Oi, Emy. Uau, amei o cabelo — comentei e minha amiga riu, levando uma mecha para atrás da orelha. — Por que me ligou tão cedo?

— Ah, isso! — Minha amiga riu nervosa e eu balancei a cabeça rindo baixinho. — Bem, eu quero a tua presença no último ensaio, preciso que me ajudes com os últimos ajustes e com a lista para conferirmos se está tudo como planejado. O meu pai quase que cospia fogo de tanto me falar: Espero que essa banda de adolescentes seja realmente boa! Ratos de Academia? Espero que não façam brincadeiras de mal gosto que os ratos fazem com as roupas!

Rimos as duas e eu assenti.

— Claro que vou, até porque estava nos meus planos passar daí. Vou sair agora com o Dylan e nos encontramos na garagem — minha amiga assentiu com a cabeça e encerrou a chamada após o pai gritar o seu nome.

Eu levantei-me da cama e arrumei a minha bolsa com um lipgloss e o meu celular, pronta para ir ao último ensaio.

Saí do quarto às pressas, descendo as escadas pulando alguns degraus e quando cheguei a sala senti uma agitação invulgar.

Dylan estava a cantar Last Friday Night da Katy Perry, enquanto servia o pequeno-almoço aos gêmeos e bem, aquilo foi um pouco estranho porque ele nunca servia o pequeno-almoço aos gêmeos.

— Qual é o motivo de tanta felicidade? — Perguntei mesmo sabendo a resposta e ele me olhou de relance com um sorriso enorme nos lábios.

— Bom dia para você também, Stephanie — Dylan respondeu e eu ri, revirando os olhos.

Sentei-me a mesa de jantar, que tinha várias opções de comida: waffles com natas e cerejas, panquecas meladas com morangos, pudim de leite e batata frita.

— Você cozinhou tudo isso, Dy? — Perguntei-lhe e ele assentiu com a cabeça, sentando-se a mesa.

A senhora Walker entrou na sala, vestindo um robe surrado jeans e ainda me perguntei se aquilo realmente existia — muito cafona —, pantufas vermelhas gastas e uma toca de cetim na cabeça.

— Sim, cozinhei. Quando fico feliz tenho vontade de fazer coisas que normalmente odeio. Tipo, cozinhar ou dançar, tu sabes — Dylan sorriu para mim e eu retribui.

A senhora Walker sentou-se na mesa e serviu o café numa chávena, enquanto olhava o seu celular. Ela tinha olheiras profundas e o batom vermelho parecia estar no rosto dela desde ontem.

Depois que eu cheguei em casa no dia anterior, a sra. Walker não voltou mais para casa, passou a noite no hospital e o sr. Rupert teve que pedir pro Dylan ir levá-la ao hospital pois ela deveria dormir, mas mesmo assim, quando ela chegou a casa, se trancou no quarto mas dava para ouvir ela falando assuntos de advocacia. Resumindo, o cansanso dela não era pela mãe, mas sim, pelo trabalho. Ela estava pouco se lixando pela saúde da avó Gretta.

— Bom dia, mãe. Vai dar para ires ao nosso concerto? — Dylan quis saber entusiasmado e com os olhos brilhando.

A mãe dele tirou os seus olhos do celular e forçou um sorriso.

— Desculpa, querido. Tenho que estudar um caso muito importante, mas a Stephanie grava para mim e eu assisto em casa. Está bem? — Ela olhou apreensiva para mim e eu dei-lhe um sorriso falso como resposta e abanei a minha cabeça positivamente.

Óbvio que eu não ia perder o concerto por estar a gravar para alguém que não iria assistir.

Hum, Dylan — eu disse de boca cheia, levando o copo de suco aos meus lábios. — Despacha-te, pois a Emy já me ligou e devemos ir ao ensaio geral.

Bebi o líquido feito de manga apressadamente e levantei-me da mesa, juntamente com a louça que eu sujei e fui deixar na pia da cozinha.

Dylan também foi deixar a louça na pia e despediu-se da mãe e dos gêmeos.

Saímos de casa e fomos até a garagem. Entrei no banco de frente e Dylan no de motorista. Aumentei o volume do rádio que tocava a música Work da Rihanna e Dylan riu da maneira que eu abanava o meu quadril e me deixava levar pela música e assim foi, até chegarmos ao covil dos ratos, ou conhecido como a garagem do Gregory Ursinho!

Todo mundo já estava na garagem e pela cara de poucos amigos da Emily, acho que já estavam há um bom tempo. Só que eram dez da manhã e que horas eles queriam que nós chegássemos? Às seis?

— Oi, pessoal — eu comprimentei-os, entrando na garagem acompanhada de Dylan.

Emily me puxou para um canto e eu a olhei confusa.

— Me lembrei que ontem você não fez nada do calendário e perdemos mais um dia, Molly. Eu fiquei pensando que poderíamos ter chamado o Parker para fazer-te companhia lá — Emily disse meio-triste, mas eu sorri para ela e coloquei as minhas mãos nos seus ombros.

— Não tem problema termos perdido um dia do calendário, até porque ainda faltam vinte dias e não tinha o clima perfeito para conquistar alguém ontem — falei-lhe e ela assentiu com a cabeça. — E você tinha uma ocupação de verdade, era uma forma de fazer o teu pai acreditar mais em ti.

— Está bem, Molls. Mas essa noite vamos realizar o item do dia. Coloquei o Parker na nossa mesa! — Emy disse animada. — Levei o laptop do meu pai e dei um jeito de alterar a lista de mesas.

— Obrigada — foi tudo o que eu poderia dizer no momento.

Porque na verdade, eu até tinha me esquecido do calendário, do final feliz, do Parker Thompson. Quando eu estava com o Gregory ontem, eu só me lembrei que eu estava morta e que não aproveitei bem a minha vida e nem cogitei em pensar no Parker, porque me diverti com Greg.

Voltamos a garagem e sentamos no capô do carro oculto que eu já tinha um desejo de saber como ele era. A banda posiconou-se nos seus lugares e começaram os aquecimentos com músicas aleatórias, e até que foi bom de ouvir aquela maneira divertida deles de ensaiar.

Era realmente engraçado, porque o Dylan iniciava uma balada de uma música qualquer no piano, e o Timmy tinha que continuar e mudar o ritmo, depois ouvíamos o Luke a fazer o mesmo na bateria e mudava o ritmo para outra música e o Gregory cantava uma música diferente com a mesma melodia que soava na garagem.

Pelas músicas da banda que eles cantaram no ensaio, eu já sabia qual seria o repertório. As músicas escolhidas foram: Quase Nunca, Confiarás em Mim? e Jogo Suicida.

Uau, Emily, você fez um ótimo trabalho com eles — eu disse a ela, quando eles tocaram Jogo Suicida e a instrumental havia mudado melhorado dez vezes mais.

As músicas deles estavam maravilhosas, era ótimas de se ouvir, daquelas que você põe num loop no Spotify e ouve durante toda viagem de carro para outro estado.

— Eu disse que a minha namorada faria um ótimo trabalho — Luke falou, abraçando a Emily por trás e depositou beijos no pescoço dela, a fazendo rir baixinho.

Que fofinho!

Posso olhar a lista? — Eu pedi pra Emily, que tinha a prancheta nas mãos e de seguida entregou-me.

Tudo estava marcado com um bom verde. Mas eu sinto falta de algo que podem considerar não importante, mas hoje em dia dizem a personalidade dos famosos sem eles abrirem a boca ou se movimentarem. Sim, é isso mesmo, os figurinos.

Emily, e os figurinos? — Perguntei para a minha amiga que por um instante ficou mais branca que o habitual e pegou a sua cabeça com as duas mãos.

Puta merda! Eu sabia que faltava algo na lista! E o concerto já é essa noite. Não tem como eu agendar com os costureiros da tua... Da Sophia! — Emily remendou, quando estava prestes a soltar a minha verdade e sorriu nervosa pra mim como se pedisse desculpa. — O que nós vamos fazer?

— Não podemos atuar com as nossas próprias roupas? — Gregory perguntou, erguendo uma sobrancelha.

— Não! — Eu e Emily respondemos em uníssono.

— Está bem! Podemos ir numa das lojas do Shopping e comprar roupas a combinar — Timothee sugeriu, mas eu e Emily tornamos a negar.

— Tem que ser algo inédito, algo que não encontrarão no Shopping — Emily disse e eu concordei.

— Por favor, miúdas — Dylan interviu, com a impaciência estampada no rosto. — Vocês devem estar a nos confudir com os BTS, mas infelizmente, não há aqui nenhum Jungkook e não somos eles.

— Desculpa, Anti-moda, mas os figurinos importam sim — eu alfinetei.

Dylan bufou e cruzou os braços visualmente zangado.

— Olha, não há a mesma uma solução? — Gregory olhou para nós.

E então surgiu uma ideia na minha cabeça.

— Tirem as camisetas, por favor — eu pedi e eles todos arregalaram os olhos. — Não pedi para tirarem a roupa, eu pedi para tirarem as camisetas para eu puder saber o tamanho do vosso corpo! Tive uma ideia! — Expliquei, vermelha de vergonha e eles apressaram-se a despir as suas camisetas e me entregaram.

De todos eles, eu fiquei vidrada em Gregory. E me lembrei da primeira que o vi sem camisa no dia seguinte a festa e que tive a repentina vontade de saber como era beija-lo e aquela vontade voltou. O que era muito estranho, já que ainda não tinha sentido isso com o Parker e o Parker era o meu final feliz e eu deveria sentir tudo isso e muito mais com o Parker.

Chacolhei a cabeça, voltando a terra firme e me concentrando no problema atual que eram os figurinos.

— E qual seria essa tua ideia, Stephanie? — Timmy questionou.

— Eu vou produzir os vossos figurinos — expliquei e eles entreolharam-se e riram, menos a Emily.

— Espera, você sabe que não é fazer roupa para Barbie, não é? É roupa para humano — Dylan fez questão de enfatizar o "humano" e eu bufei de raiva.

— Ok. Não acreditem em mim no começo, mas depois vão me agradecer pelos looks que produzirei para cada um de vocês — apontei-os com o meu dedo indicador esquerdo e pulei do capô.

— É que como podemos acreditar sem mesmo teres ido em aulas de corte e costura? — Foi a vez do Luke indagar.

— Aprendi no YouTube — menti descaradamente.

Eles riram mais alto dessa vez e Dylan chegou a derramar lágrimas.

— Vamos dar um voto de confiança. É tudo ou nada — Emily interviu, olhando para mim com um sorriso esperançoso. Ela sabia que eu tive um quase curso de corte e costura.

Mesmo que eu tenha dito que não era expert em cortes, quando ainda era Molly, eu fiquei como a observadora de uma estagiária da minha mãe e ela me ensinou como cozer, colocar botões, cortar o tecido de todas as maneiras possíveis e adivinha? Ela entrou pro ateliê da minha mãe e eu aprendi a produzir roupas e aumentei a minha paixão pelo design.

— Está bem. Eu também acho que devemos dar um voto de confiança na Steph — Gregory encarou-me sem expressão emotiva alguma no rosto. Os seus olhos estavam semicerrados e os lábios entreabertos. — Estou confiando em você, Steph.

Para quem se designou meu melhor amigo, eu senti falta de confiança da parte dele.

— É melhor que sejam realmente roupas de verdade. Não fatiota de palhaço — Luke cuspiu e eu olhei zangada para ele.

— Acredita, será melhor que esse seu casaco sem sentido — resmunguei baixinho e ninguém ouviu.

— Vamos, Steph. Temos que comprar o tecido e graças a Deus tenho uma máquina de costura na minha casa — Emy falou e eu abanei a cabeça positivamente.

Saímos juntas da garagem e entramos no seu carro. Me apressei a baixar o vídeo e ligar o rádio.

— Eu havia me esquecido que você sabia costurar — Emy disse empolgada. — Uma salvação!

— E eu quero que eles fiquem de boquiabertos com os figurinos que eu fizer — eu falei e Emy riu baixinho e ligou o carro.

Enquanto passeávamos pelas lojas do Shopping — depois de irmos a casa da Stephanie buscar o meu vestido e sapatos —, eu ia imaginando como seriam as roupas de cada um, mesmo seguindo a mesma paleta de cores.

Segundo a Emily, a inauguração da rede de hotéis em Broken Hill do seu pai era um evento de puro luxo, então eu estava imaginando algo mais retro vintage e muito prateado brilhante e foi essa a minha escola de tecido.

Comprei calças pretas de costura em cetim e procurei botões de prata brilhante, o que não foi difícil de achar nas vastas lojas que tinham no Shopping. Compramos também os acessórios e até sapatos para cada um deles.

A conta de tudo isso foi bem salgada, mas a Emy pagou com o seu cartão de crédito ilimitado e o pai dela não ligava muito para os gastos e foi bom no momento. Vantagens de ser rica.

Quando chegamos a casa da Emily, eu também tive uma carga de lembranças ao reparar as enormes paredes brancas, da construção de dois andares e uma piscina no terraço.

Os portões enormes cobertos de vidro transparente, mas dos fortes e que foram abertos assim que Emy estacionou em frente aos mesmos.

Ao entrarmos na mansão dos Steel, pude ter várias lembranças minhas como Molly, desde criança até o meu último dia de vida. O jardim florido que eu e a Emy ajudávamos a mãe a plantar novas flores todos os meses nos sábados. Até tínhamos aventais, chapéus e botas a combinar.

Minha mãe e a mãe da Emily também eram melhores amigas e elas sempre nos criaram juntas, por isso que eu tinha um afeto enorme pela Emy, porque basicamente fomos criadas como irmãs gêmeas.

Frenquentamos as mesmas escolas, sempre íamos de férias juntas em todos os países e cidades que as nossas mães pretendiam viajar. Haviam situações em que o pai dele tinha uma festa de uma das empresas num outro país, mas davamos sempre jeito de nós encontramos nas férias ou nos feriados e finais-de-semana para compensar a ausência que sentíamos uma da outra.

Emy estacionou o seu carro em frente a entrada da sua casa e descemos da viatura.

A porta-dupla era enorme, de carvalho-escuro e a escada que dava acesso a porta consistia em três degraus da mesma matéria-prima.

O interior era esplêndido. As paredes eram brancas, com faixas de madeira ao longo da parede onde tinha tábuas de madeira com escadas e uma faixa de vidro como proteção. A parede oposta a porta era toda de vidro tingido, e os candelabros reluziam o dourado pela casa.

Nós subimos as escadas e fomos até ao quarto da Emily, que ficava num vasto corredor do segundo andar. Ao adentramos no quarto, tive também lembranças. Se formos falar de quanto esse quarto me deu lembranças, ocupariamos mais de duzentas páginas normais de um livro.

O quarto da Emily tinha uma cama enorme no centro, com vários posters do Jungkook e de Miraculous. As paredes eram roxas, apenas com uma branca no lado esquerdo. Tinha a porta que dava ao closet e a porta que dava a casa de banho do quarto.

O chão era todo brilhante, de mosaico branco e a varanda tinha uma parede de vidro com uma vista fantástica do condomínio de classe alta onde minha amiga morava.

— Oi, Joen Lu — Emily falou ao telefone, quando nos sentamos na sua cama. — Traga uma bandeja com bolo de chocolate, sumo de manga gelado sem açúcar e algumas chamussas — Emy encerrou a chamada e deixou o celular na cama, voltando a me encarar. — E aí, já tens algumas ideias?

— Ah, sim — eu disse, tirando o bloco de desenhos e os lápis que compramos no Shopping. Abri e mostrei os desenhos que fiz durante o caminho. — De uma maneira inicial, eu os imagino assim — mostrei-lhe os desenhos e vi os seus olhos brilharem.

— Uau, isto é magnífico! — Emy disse, vendo minuciosamente cada detalhe dos desenhos. — Eu acho que o ateliê da tua mãe não teria essa ideia.

— Ei, a minha mãe é mais boa que eu! — Reclamei e Emy riu.

— Está bem. Está bem. — Emy ergueu as mãos em rendição. — Vou levar a máquina de costura e aí começas. Pedi um lanchinho, porque podes sentir fome enquanto produzes. Eu vou ficar no closet escolhendo a roupa que irei usar hoje.

Eu assenti e depois de alguns segundos, Emy trouxe a máquina que costura que estava sobre um carrinho de rodas alto e colocou-o em frente a cama, exatamente onde eu estava sentada.

Tirei os tecidos da sacola e comecei o meu trabalho. O mordomo da Emy trouxe o lanchinho e eu comia, enquanto trabalhava nos meus modelitos e conversava com Emily que não sabia que combinação faria com a saia branca com detalhes de espigas douradas. Quando terminei, eram já quase seis da tarde e o sol estava se pondo.

— Uau, você conseguiu mesmo, Mackenzie — Emily constatou, ao ver as roupas todas estendidas sobre a sua cama. — Vou pedir para o Joen Lu dar a uma das camareiras para passar a ferro com cuidado para não tirar o brilho do tecido. Obrigada, Molly.

— Que isso, é uma honra ter finalmente as minhas roupas expostas para um bom público — eu falei entusiasmada com o resultado final. — Queria que isso estivesse acontecendo quando eu ainda estava viva.

— Desculpa dizer isso, amiga, mas só estamos a fazer isso graças a tua morte. O que não é lá tão prazeroso de se dizer, mas é a verdade — Emy olhou-me apreensiva e sorriu. — Bem, vamos logo tratar de nos arrumar para a festa.

Emy já tinha tomado um banho e estava apenas de robe e uma toalha na cabeça que cobria o seu cabelo.

Eu entrei no banheiro luxuoso do seu quarto e tomei um banho rápido — juro que eu queria relaxar naquela  hidromassagem, mas não tínhamos tempo — e saí de lá enrolada numa toalha branca e com outra na cabeça.

Emy sentou-se em frente a sua penteadeira e eu a maquiei e ela fez o mesmo comigo. Aquilo era um hábito nosso, sempre que íamos a festas juntas, tentávamos ao máximo dar um jeito de nos encontrarmos e arrimarmo-nos juntas.

Vesti o meu vestido longo verde-brilhante, com duas alças finas e um decote redondo. As costas ficavam de fora e era justo, no fim um pouco mais apertado, mas não me dificultava ao andar.

Prendi o meu cabelo com ganchos de nuvens e unicórnios e deixei o liso e solto, prendendo apenas duas tranças finas que fiz para o restante ficar no lugar.

Emily vestiu uma blusa de mangas compridas e botões  dourados com gola florzinha branca, e um sobretudo preto, com pedras de diamantes nos botões e detalhes de espigas douradas quase que imperceptíveis no sobretudo.

A sua saia branca com os mesmos detalhes do sobretudo era de pregas e chegava até o meio das suas coxas.

O seus pés estavam tomados pelas notas de coturno altas, com um salto enorme, de quase quinze centímetros.

Já eu, calcei um par de sapatos prateados altos e bonitos que comprei no Shopping com a Emy no dia de abertura do campeonato.

— Vamos, os rapazes estão a espera! — Minha amiga disse, levando a sua bolsa até o ombro direito e eu fiz o mesmo.

Saímos do cômodo, e descemos às escadas até os rés-do-chão chão, onde já dava pra ver de costas num vestido dourado de cetim a Katherine Steel, ou como eu chamava, tia Kath.

Ela era alta, magra e tudo que dava inveja as pessoas. Tinha uma pele pálida, o rosto oval e lábios carnudos. Os seus olhos eram puxados, azul-ciano e o seu nariz fino e elegante. Os seus fios de cabelo eram ondulados e loiro, e estavam presos com ganchos num penteado chique clássico.

Quando ela virou para nos encarar, pude me sentir intimidada pelo seu olhar penetrante e com a maneira que ela estava parada em frente a porta. Das escadas dava para sentir o seu aroma de flores frescas e tudo nela era perfeito.

Tia Kath era a perfeição em pessoa — sem exageros —, linda, modesta e bondosa. Ela parecia uma personagem de romance adolescente irreal que nós amamos e pensamos que existe, mas infelizmente está perdida no catálogo da Netflix.

— Você não podia ao menos se dar ao trabalho de vestir um dos vestidos que a Sophia fez para ti? — Questionou a sua mãe, olhando-a com frustração no seu semblante e Emy deu de ombros.

— Você como minha mãe deveria saber muito bem que não rolam vestidos comigo — Emy declarou e Kath sorriu, revirando os seus olhos.

— Uh, tem miúda novo no pedaço — eu ri baixinho com o comentário e ela ficou o seu olhar em mim. — Como chamas-te?

— Eu sou a Stephanie Walker, senhora Steel — aprontei-me a responder e ela assentiu com a cabeça, mantendo o seu sorriso que parecia plastificado, mas num bom sentido.

— Não me chame de senhora. Nem sou tão velha e ainda estou em dia — ela riu do seu próprio comentário e Emy a acompanhou na gargalhada. — É um prazer conhecê-la, menina Walker. Desde que a minha querida Molly foi-se que eu não via outra menina por cá. Isso é um sinal de que você está fazendo bem a minha filha e eu só posso agradece-la.

— Mãe, por favor, podemos não falar da Molly? — Emy pediu e a sua mãe assentiu, erguendo as mãos em rendição.

— Vamos, meninas. O Trevor me matará se chegarmos atrasadas — constatou a tia Kath e saímos toda da casa da Emy.

— Tenho que ir com a Steph para a casa do Gregory, o miúdo da banda, amigo do Luke. Nos encontraremos lá — Emy avisou a mãe, que deu um joinha para a minha amiga e entrou na sua limusine preta enorme que estava no meio da entrada.

Nós caminhamos até o carro da Emily e entramos no veículo. Pelo caminho todo, minha amiga estava me contando como estavam a ser os ensaios, as melhores partes e como estava feliz pelo resultado e pela experiência que daria ao pai, para que talvez confiasse mais nela e desse uma chance para o seu sonho.

Emily queria ser uma caça-talentos, uma produtora de cinema, uma empresária de uma banda famosa. Emy queria estar rodeada de arte e era isso que a deixou feliz no dia que eu a convidei pro ensaio da banda e foi por justa causa que ela pediu ao pai que a banda tocasse no jantar de gala.

Era uma das maiores vontade dela e acho que ela queria que os pais acreditassem nela e a ajudassem nessa carreira que ela tentava a épocas montar — já tentou ajudar cosplayers, uma atriz sem graça do clube do teatro e um flautista, mas tudo foi como uma descarga prazerosa na sanita. Foi tudo água a baixo, com direito a aquele som estranhamente bom no final.

Quando chegamos a casa do Gregory, entramos pela porta principal que estava aberta e os encontramos descontraídos e confortáveis no sofá enquanto assistiam uma maratona de um anime que eu só poderia descrevo-lo como barulhento. Tive que pigarrear para chamar a atenção de todos, pois até a Emy quis sentar-se no sofá e assistir com eles.

— Finalmente! — Gregory exclamou, pulando do sofá e veio ao nosso encontro.

Os outros também levantaram e eu entreguei a cada um deles uma sacola com a devida roupa.

Eles subiram para o quarto de Gregory e eu e Emy sentamos no sofá. A miúda logo se ocupou no desenho, que recuou pro início e estava em japonês, sem legendas e parecia ter uma animação antiga.

Como que porras eles entendiam?

Continuei tentando gostar do desenho em minha frente, quando os rapazes desceram todos animados e dava para sentir que era por causa dos figurinos.

Gregory estava mais contente que todos, dava para sentir pelo seu sorriso largo e como ele estava agitado.

Para ele, eu fiz uma jaqueta grossa, com o tecido dourado e ele vestiu-a sem camisa no interior e deixou os três primeiros botões apertos como eu deixei explícito no desenho que coloquei em cada saqueta. Vestiu as calças de costura preta, prendeu o cabelo com a bandana do mesmo tecido, que tinha pequenas pedras douradas decorando-a.

Para o Timothee, eu fiz uma jaqueta de tecido transparente, apenas lancei purpurina e fiz detalhes dourados ao redor das mangas, com a calça igual a do Gregory, mas a diferença era que na dele, tinham estrelas bordadas com o tecido da camisa dos outros integrantes e tinha uma gravata do mesmo tecido.

Luke, como eu já sabia o tamanho dos seus braços e ele era o sexy boy da banda, costurei um colete sem botões, sempre com o mesmo tecido, e sem mangas, com calça jeans com rasgões imensos no joelho e estrelas também bordadas. Ao redor dos bíceps, eu fiz duas braçadeiras para ele vestir na área.

Dylan, como o intelectual do grupo e o mais sério — juro, eu não quis dizer de todo isso —, costurei para ele uma camisa de botões do mesmo tecido, e um terno dourado por cima, junto com a calça de costura preta que parava nos seus tornozelos.

Luke e Gregory tinham botas de coturno altas e Timmy e e Dylan sapatos casuais que compramos numa loja de grife.

— Uau, vocês fizeram maravilhas, miúdas — Gregory falou, com um sorriso sincero.

— Bem, têm que agradecer a Stephanie. Ela foi a autora de toda essa obra de arte — Emy disse-lhes e vi o Luke sorrir nervoso.

— Eu peço desculpas por não confiar em você, Stephanie. Você realmente é muito talentosa — Luke aprontou-se a falar, e eu assenti com a cabeça.

— Não precisava. Mas sim, devias me pedir desculpa — eu contestei e todos riram.

— Acho melhor apressarmos para o hotel. Daqui a nada irão começar a cerimônia — Timmy interviu.

Saímos da casa do Gregory e dividimo-nos em carros, porque Luke tinha a sua moto, Emily o seu carro e o Dylan também.

Eu e Emily ficamos com o Timothee e Dylan foi com Gregory. Luke não quis abandonar a sua moto.

A noite estava linda, estrelada e iluminada pelas várias luzes que tinham na cidade. As pessoas estavam muito movimentadas e bem, nós estávamos na rua que ia acontecer o maior evento do mês, aquilo simplesmente era o normal.

Ao descermos do carro, fomos tomados por vários flashes, quando chegamos no luxuoso hotel da família da Emily, que consistia num aranha-céus de mais de vinte andares, com um terraço magnífico que ficava logo acima da cobertura e todo ele era preenchido de vidros.

Mas como eu e Emy já sabíamos dos protocolos de tapete vermelho, nós passávamos sem responder questões e íamos até ao salão de festas, o que não foi diferente.

As questões do dia eram: quem são os rapazes com roupa a combinar? Serão uma trupe de palhaços? São uma banda musical? Um deles é seu namorado, Emily Steel? Quem é a loira estranha contigo?

Os jornalistas eram estranhos no meu ver, porque todos sabiam onde eu e a Emily estudávamos, mas eles não se lembravam de nós para fazer entrevistas nesses momentos. Apenas se lembravam de nós nos eventos, porque sempre fomos a sombra dos nossos pais.

O interior do hotel eram tomado por um bege claro e um cinza claro no chão, com móveis na paleta de cores pastéis e lustres de diamante que iluminavam o edifício.

Seguimos até ao elevador enorme, que graças a Deus abergou toda a banda e nós as duas até ao último andar, onde aconteceria o jantar.

Quando as portas abriram-se, revelaram um salão de festas bem espaçoso, com a decoração dourada e prateada — e eu que fiz roupas da cor da decoração, meu Deus! — e um tapete vermelho que levava até ao palco, onde eu presumi que os rapazes iam apresentar-se pelos instrumentos musicais que estavam dispersos no lugar e tinha muita luz concentrada naquele lugar.

— Os meus pais estão aqui? — Eu perguntei para a minha amiga, que cumprimentava sempre uma pessoa ou outra, enquanto nós dirigíamos a nossa mesa.

— Não. Eles estão no lançamento da coleção Molly, tu não sabias? — Emily ergueu uma sobrancelha para mim e eu neguei com a cabeça. — A minha mãe até que está furiosa com o meu pai pois ia desfilar lá, mas sabe como o senhor Yin Steel é, a sua família deve estar presente em todos os seus eventos — consegui ouvir o suspiro de frustração da minha amiga.

Nos sentamos numa mesa em frente a uma das janelas, que dava pra ter uma vista linda da cidade e tiramos algumas fotos para as nossas redes sociais.

O que me espantou foi encontrar mais de cinquenta mil seguidores nas redes da Stephanie e mais de vinte mil comentários, mas todos eles eram sobre a miúda da bolada. Ri com aquilo, pois já não era mais algo que me deixava nervosa porque realmente foi engraçado e se não fosse comigo, eu também teria gargalhada imenso.

— O meu pai daqui a nada foi começar o seu discurso chato, então temos poucas horas de paz — Emy falou impaciente e nós rimos.

— Não fale mal do meu sogrinho — Luke defendeu e nós tornamos a gargalhar.

— Você e o pai da Emily dão-se bem? — Eu questionei-o.

— Por incrível que pareça, eles já foram jogar mini-golfe juntos até no clube — Emy disse e aquilo foi uma grande surpresa.

O senhor Yin era alguém muito rígido e única amizade da Emy que ele tratava bem era eu, por ser como uma irmã da filha e saber que se deu bem com o Luke ao ponto de levá-lo a praticar o seu desporto favorito juntos, uau, deixou-me boquiaberta.

O pai da Emy subiu ao palco, agora com mais rugas e os fios de cabelo mais grisalhos que o habitual. A sua mulher estava o seu lado, esbanjando o seu sorriso angelical e a sua beleza surreal.

O pai da Emy tinha origens chinesas, por isso tinha os olhos puxados como a sua mãe e tinha um rosto mais asiático.

Minha amiga dizia que ela tem pais parecidos com os dos doramas que ela tanto maratonava na Netflix. Mas ela não nasceu com esse ar asiático, ela era uma garota tipicamente americana.

Quando o pai da Emy terminou o seu discurso chato, nós aplaudimos e tornamos a sentar nos nossos lugares.

Senti uma mão tocar o meu ombro e quando olhei para trás, era como se as coisas ficassem em câmera lenta, quando o seu cabelo esvoaçou, e quando ele abriu aquele sorriso de canto maravilhoso.

Parker estava muito bonito no seu terno preto e estava com uma fragrância muito agradável.

— Olha, acabamos na mesma mesa, Stephanie — Parker disse, sentando-se ao meu lado e beijou a minha bochecha.

Eu corei e senti que todos olhavam para nós os dois, especialmente o Gregory, que tinha uma cara de poucos amigos.

— Ei, meu, quem é você e por que beijou a bochecha da minha irmã? — Dylan perguntou, visualmente chateado e eu sorri nervosa.

— Oh, desculpa. Não sabia que ela era tua irmã, mas eu sou o Parker, um amigo da Stephanie — Parker estendeu a sua mão, que foi ignorada com sucesso.

— Você está muito bonita hoje — Parker comentou no meu ouvido e eu ri baixo pois aquilo me deu cócegas.

— O senhor também está apresentável — eu brinquei e ele riu, me encarando com um certo brilho no olhar.

— Bem, a menina sumiu repentinamente da minha vida, e nunca mais a encontrei — constatou o loiro e eu revirei os olhos, com um sorriso enorme que fixou a sua morada no meu rosto.

— A minha avó adoeceu, naquele dia da maratona de bicicleta e então não tive tempo de ir a escola ou fazer qualquer coisa. Eu não ia conseguir — expliquei e ele abanou a cabeça, assentindo em silêncio.

— Que pena. Rápidas melhoras para ela.

— Eu espero — sussurrei.

Não tocamos mais em nenhum assunto quando o garçom trouxe as nossas refeições. E a comida era muito boa. Quando terminamos de jantar e ouvimos a banda acústica tocar sinfonias clássicas, Emy avisou que a banda logo tocaria, então levantei-me para ajudar os meninos e a minha amiga.

Parker acenou para mim quando eu estava a seguir caminho até onde seria o camarim dos rapazes e eu quase tombei com um garçom, pois estava vidrada no seu rosto.

Entramos num cómodo bonito, onde os rapazes apressaram-se a tomar um chá que segundo o Dylan fazia bem a voz e relaxava os nervos e em questão de segundos, o mestre de cerimônias anunciou o nome deles.

— Desejem-nos sorte — Greg pediu para nós, enquanto subia no palco com os outros rapazes.

Eu e Emily respondemos dizendo que tudo ia correr bem e fomos nos sentar nos nossos lugares. As luzes foram abaixo, apenas as do palco estavam acessas e dava para ouvir assobios de algumas pessoas mesmo sem eles cantarem nada.

— Boa noite a todos — Gregory disse ao microfone. — Eu sou o Gregory, o vocalista da Ratos da Academia e estamos muito felizes por nos apresentarmos num evento espetacular e chique como esse. Antes de tudo, eu quero agradecer aos meus companheiros, O Dylan, o Luke e ao Timothee por tudo que eles me proporcionaram com a banda e as minhas amigas, Stephanie, por criar esses magníficos figurinos — Gregory piscou o olho na minha direção. — E a Emily, por ter nos arranjado essa oportunidade fantástica. Obrigado a todos e essa é a Quase Nunca.

Dylan começou uma instrumental quase que melodramática com o piano, mas logo o Luke começou a tocar a sua bateria de uma maneira mais agressiva e o Timmy logo entrou no baixo, juntamente com o Greg com a sua guitarra.

♪ Seu amor era arte
Sua voz o artista
Teu coração a ametista
Éramos perfeitos
Romeu e sua Julieta
Éramos como nos livros

♪ Quase Nunca choramos
Quase nunca te amei
Quase nunca pensei
Que ia amar você

♪ A nossa equação
Já tinha solução
Van Gogh inspirou-se em nós
Para suas artes
Era uma guerra sem fim
Choramos e amamos
Mas nos desiludimos
Infelizmente desistimos

O público foi ao rubro com a canção e os rapazes estavam alegres e eufóricos após cantarem a canção de abertura do espetáculo.

— Muito obrigado! Sério, isso é emocionante, espero que tenham gostado da Quase Nunca, porque agora vamos para a mais mexida, a Jogo Suicida. Quero todo mundo em pé e quando aprenderem o refrão repetir conosco, preparados? — Ouvi um sim em uníssono e ele fez um sinal para o Luke iniciar a música. — Um, dois, três, vamos!

Era a nossa cena
Tu e eu para sempre
Como nas novelas
Eu te amava
Tu me amavas
Era o nosso esquema

Me apaixonei e me viciei
Nos machumamos quando pensamos que era por amor
Um jogo suicida
Totalmente sentimentalista

♪ Hoje eu paro e penso
Porra! Você é maravilhosa
Destruiu-me de amor
Estou sem palavras
Detonou o meu coração
E minha nobre causa

— Agora, vamos novamente com o coro, vamos, em um, dois e três, agora!

♪ Me apaixonei e me viciei
Nos machumamos quando pensamos que era por amor
Um jogo suicida
Totalmente sentimentalista

Agora, vamos, quero ouvir as mulheres!

Então ouvi imensos gritos histéricos e começamos a cantar com ele.

♪ Me apaixonei e me viciei
Nos machumamos quando pensamos que era por amor
Um jogo suicida
Totalmente sentimentalista

— Isso, agora vamos, quero ouvir os rapazes com o coração partido!

E assim, foi, levando todo mundo ao som da guitarra potente que ele tocava e a bateria agressiva do Luke. Dylan descarregava a sua raiva toda nas teclas do piano e o Timmy quase que partia o seu baixo no chão.

Eles eram definitivamente rockstars.

— Isso foi muito divertido! Uau, foi fantástico, não é rapazes? — Greg perguntou aos amigos, que responderam com os seus instrumentos, uma instrumental bem agitada e os convidados assobiaram e a aplaudiram. — Bem, temos a última música do nosso repertório de hoje, ela é mais lenta, por isso, vou pedir um pouco de silêncio e será um dueto com o meu melhor amigo, o pianista, Dylan Walker — Greg sorriu para Dylan, que retribuiu o gesto.

Então, com ajuda dos homens que estavam de serviço, posicionaram o piano no centro do palco e colocaram mais um banco pro Gregory puder sentar. Luke e Timothee também sentaram-se em dois bancos e agora Luke estava na posse da guitarra do Greg.

Começaram uma melodia calma e lenta, mas muito bonita, iniciando a canção.

♪ Se eu mostrar que amo-te
Confiarás em mim?
Se gritar que amo-te?
Vem, vou fazer-te feliz
Lembras-te daquele maio?
Em que nos beijamos
Nem imaginas o quanto
Eu quero-te para mim

♪ Um passarinho verde contou-me
Que ainda me amas
Ele sem querer revelou
Que me chamas na cama
Eu só quero contar-te
Que sempre vou amar-te
Se eu mostrar que amo-te
Confiarás em mim?

♪ Dois adolescentes apaixonados
A emoção fervente
Me viciei com os teus lábios
Porquê tinha que ser assim?
Viajamos nessa paixão
Cometemos erros e não pedimos perdão
Se for para ser, será!
Se não for, não há que reclamar
Sei que errei, tens razão
Se eu mostrar que amo-te
Confiarás em mim?

A atuação foi tão bonita que me vi em lágrimas. Funguei e limpei as miúdas gotas que caiam dos meus olhos e senti um braço me envolver a cintura. Ao erguer o olhar, encontrei um Parker sorridente, que obviamente estava curtindo o concerto dos Ratos de Academia.

— Muito obrigado — Dylan e Gregory falaram ao mesmo tempo e se abraçaram.

— Essa composição foi feita por todos nós da banda. E é uma das melhores, é potente, é emocionante, tínhamos que canta-la hoje — Gregory explicou, levantando-se do banco. — Agora, gostaríamos de fechar a noite com a cover que preparamos para vós. Para uma noite fantástica como essa, não existe música perfeita para fechar o número musical a não ser What Is Love do Haddaway.

Dylan iniciou a instrumental no piano, depois o Luke entrou em cena e assim foi, levando novamente as pessoas em uma carga de euforia e realmente pareciam gostar da banda.

— Porra, eles cantam super bem — Parker disse ao meu lado.

— Concordo plenamente — eu falei e ele abanou a cabeça positivamente.

Quando a apresentação acabou, eles fizeram uma vénia e saíram do palco.

Quando aproximaram-se de nós, abraçaram a Emily e saltitaram todos alegres. Gregory foi o único que me encarou com um sorriso e eu retribui o gesto, acenando com a cabeça.

— Caras, isso foi demais! — Dylan disse eufórico. — Eu acho que nunca mais me esquecerei desse momento. Alguém gravou? Preciso assistir tudo na TV da minha casa.

— Eu gravei — Parker falou, entregando o seu celular ao Dylan, que tinha uma expressão estranha no rosto, mas recebeu o aparelho. — E tenho que vos parabenizar, meus. Vocês têm potencial, poderiam abrir os jogos da escola, eu tenho certeza que a diretora Kimberly aceitaria de boas — Parker disse e Emy os olhou como se dissesse: eu vos disse!

— Bem, senhor camera man, nós não pensamos que um dia íamos conseguir nos apresentar para um público — Luke interviu. — Mas obrigado pelo seu apoio.

— De nada. E Timmy, cara! Meu Deus! Você manda demais no baixo — Parker falou, abraçando o ruivo e dando dois toques sutis nas costas do seu amigo. — O pessoal do time estaria orgulhoso.

— Valeu, irmão — Timothee agradeceu, com um sorriso no rosto.

— Está aqui o teu celular. Obrigado por filmares — Dylan entregou o celular ao Parker.

— Bem, eu tenho que ir. Mas antes, você poderia ir ao jogo amanhã? A nossa equipa que vai jogar e queria muito conversar com você depois. Vamos usar a tua tática — Parker convidou-me e olhou-me em espera de uma resposta.

— Claro. Eu irei — respondi prontamente e ele sorriu, acenando para todo mundo e foi-se embora.

— Você e o Parker...? — Timmy perguntou-me no ouvido, mas eu afastei-me dele com um sorriso nervoso.

— O quê?! — A minha voz saiu mais fina que o habitual e ruivo riu, revirando os seus olhos. — Olha, não está acontecendo nada entre nós.

— Bom para você. Parece que ele e a Morley também estão conversando muito e seria doloroso ver você de coração partido no final por um amor incorrespondido.

Eu neguei com a cabeça e o ruivo deu de ombros, afastando-se de mim e reuniu-se com a banda novamente.

As pessoas começaram a dançar na pista ao som de um DJ que eu desconhecia, provavelmente um dos primos da Emily que cheiravam umas drogas e se achavam os maiores nos pratos.

Emily e os rapazes dançavam como se fosse o último dia das suas vidas, mas eu sabia o motivo de tanta felicidade e  quando fomos sentar por causa do Dylan que quase torceu o pescoço num passo de dança estranho, um senhor alto e com aparência juvial, veio ter conosco.

— Oi tio George — Emy disse antes mesmo do homem abrir a sua boca e pela empolgação da minha amiga, já dava para saber de quem se tratava.

— Oi Emily. Que noite fantástica, querida. Estive a conversar com o teu pai e ele disse que foi você a responsável pela melhor parte da noite — seu tio falou, observando com cuidado cada um dos integrantes da banda. — E tenho que vos dizer, rapazes, foi uma das melhores apresentações de cantores iniciantes que eu já vi. Se eu tivesse uma gravadora, já ia vos querer lá a trabalhar num álbum — ele riu e os rapazes forçaram-se a acompanhar as gargalhadas, mas de uma forma fraca. — Mas nós precisamos de um boyband para um projeto, não posso dizer muitas informações, estamos em fase de casting e é a portas fechadas, mas tem haver com cinema. Não é necessário um curso de cinema, até porque só vão aparecer em cenas específicas e não terão falas, serão apenas a banda que toca sempre em festas e etc. Se tiverem interesse em saber mais, levem o meu cartão e apareçam no teatro municipal na quarta-feira, estarei a vossa espera.

— Isso quer dizer que o senhor irá nos agenciar? — Gregory perguntou empolgado, mas o tio George contorceu o seu sorriso numa careta desajeitada e disse:

— Não é necessariamente um agenciamento, meninos. É só uma oportunidade de se revelarem para o público. E venham com mais duas faixas originais, porque se têm essa três obras de arte, acho que têm um álbum guardado nos confins da gaveta, não é?

— Sim, estamos a terminar de escrever o nosso álbum de estreia — Gregory respondeu.

— Ótimo — tirou um cartão de visita do bolso da sua calça de ganga e entregou ao Greg. — Vemo-nos na quarta, rapazes — piscou o olho direito e foi-se embora.

— O que acabou de acontecer, rapazes?! — Timmy exclamou, visualmente animado e o resto do pessoal uniu-se a sua euforia.

— Nós vamos assinar um contrato! — Luke gritou e eles acompanharam-o na felicidade.

O assunto foi esse até o fim da noite, quando já estávamos cansados e eu estava me despendindo de Emily que ainda ficaria um bom tempo na festa.

Saímos do hotel e o Timothee ia ficar na minha casa, logo, ia estar conosco no carro do Dylan e o Gregory ficou de ir com o Luke na sua moto.

— Stephanie — Greg chamou-me e eu olhei pra trás. Ele abriu um sorriso no rosto e aproximou-se de mim, segurando uma sacola nas mãos. — É pra você.

Estávamos no meio da estrada e não estava deserta, sem nenhum carro em movimento. O frio acertava os nossos corpos violentamente e as poucas luzes que estavam nos postes em fileira estavam fuscas.

— Obrigada — eu agradeci, levando a sacola das suas mãos e tirei o conteúdo para ver do que se tratava.

Eu gritei de felicidade e lancei-me no pescoço do Greg, que riu em resposta.

— Oh, meu Deus! Obrigada, muito obrigada, Shrek! Você nem imagina o quão feliz estou! — Eu continuei gritando, observando com mais vagar o exemplar da Mackenzie sobre a minha coleção.

Na capa estava a minha mãe, vestindo um modelo meu roxo inspirado nos anos oitenta, com várias das coisas que eu amava em vida colocadas na capa.

— Eu imaginei que poderias reagir dessa forma. Tive que insistir para a minha mãe roubar um exemplar, já que estava esgotado no site.

— Eu estou muito feliz e agradecida pelo teu gesto, Greg — falei, puxando uma mecha de cabelo para trás da minha orelha. — Você é a melhor pessoa que eu poderia ter conhecido.

Notas do Sérgio:

Olá pessoal, tudo bem? Que capítulo não é? Eu amei! Um dos meus favoritos! E esse final? Ah, de aquecer o coração. Estou muito feliz em apresentar mais composições minhas da banda e aviso aqui que poderão descobrir mais composições, no próximo capítulo também terá outra música: spoiler. É isso, mas uma vez peço apenas respeito pela composição, não estou acusando e nem apontando dedos. No mais, alegre-me com o seu voto e comentários e até o próximo capítulo 💗

>>>>>>




















Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro