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Dia 08 • Maratona de bicicleta

AQUELA MENSAGEM DO PARKER FICOU martelando a minha cabeça durante a manhã inteira. Aquele ciúme bobo que senti foi em vão?

Eu não sabia como reagir aquilo, facto que não respondi e prossegui com os meus afazeres.

Pela manhã, eu comentei sobre tudo com a Stephanie, e ela me disse que eu sempre devia seguir o coração e não cometer erros.

Mas as vezes isso era impossível. Nem sempre as emoções estão certas, mas também, nem todo mundo tem um raciocínio mais lógico que as razões emotivas.

Eu e Emily nos sentamos com os rapazes dessa vez no refeitório, pois ela tinha uma mensagem importante para os dar. Eu claro, tentei tirar qualquer informação dela, mas disse que era surpresa.

Dylan e Timothee estavam os dois com fones de ouvido escutando rifles de guitarra no YouTube e Luke estava ensaiando algumas notas da bateria na sua bandeja usando os talheres como batutas.

Gregory estava sem alguma expressão emotiva no rosto. Apenas observava as pessoas fazerem o mesmo de sempre nas suas mesas.

— Eu tenho uma notícia bombástica, rapazes! — Emily gritou, assim que sentamos nos espaços livres.

— Desimbuche — Luke falou para a namorada, beijando a sua bochecha e ela corou.

— Bem, na sexta à noite terá a festa de reinauguração da empresa do meu pai aqui em Broken Hill e eu o convenci a ter música ao vivo com uma certa boyband que eu conheço — Emily aumentou o sorriso no rosto. — Eu marquei um concerto para vocês!

— Espera... Isso é sério? — Greg animou-se. — Nós temos um concerto?

— Sim. E o melhor, é que o meu pai tem amigos de diversas áreas e o meu tio George é um produtor musical de Hollywood. Provavelmente vocês conseguirão um contrato se mostrarem o melhor do vosso repertório — minha amiga disse. — Sei que o tempo é curto, mas ensaiem muito e mostrem do que vocês são capazes, meus ratinhos.

— Caralho! Valeu amor — Luke acariciou a bochecha da namorada e eu olhei para minha amiga com um sorriso provocativo.

— Então acho melhor nós irmos andando até a nossa toca, não é, Ratos? — Timothee olhou para os companheiros e eles levantaram-se dos bancos.

— Eu vou indo para casa, tenho um compromisso mais logo — avisei-os, também me levantando.

— Espera, Steph. Eu tenho que falar com você — Emily pediu e eu já sabia do que se tratava. — Vamos para a casa de banho.

Assenti e nós as duas fomos até a casa de banho feminina, que tinha mosaico cinza no chão e paredes com listras rosas no centro.

Emily verificou se tinha mais alguém e quando teve certeza que estávamos sozinhas, trancou a porta e voltou a me encarar com um ar nada simpático.

— Qual foi aquele furo do cinema ontem, miúda? Você sabe o quão insuportável foi ficar de vela com aqueles dois? E o pior, eu deveria ser a pega vela de você e ele, não dele e dela! — Emily explodiu em questão de segundos.

— Eu não estava me sentindo bem! — Justifiquei e boa parte era verdade.

Ver aqueles dois de chamego não foi nada agradável, deu-me náuseas.

— Bastava teres me avisado. Olha, Molly, eu me importo mais contigo do que comigo mesma, e eu nunca vou me zangar com você, eu só queria explicações, mais nada.

— Me desculpa, Emy — eu baixei a minha cabeça envergonhada. E porra, ela sempre tinha razão.

— Não precisas pedir desculpas, eu não deveria falar desta maneira, mas era o que estava dentro de mim e entre nós duas nunca houve segredos.

— Mas e aí? Você e o Luke estão namorando, não é? — Perguntei-lhe animada e ela sorriu, revirando os olhos.

— Nunca amei ninguém como eu amo ele. Ele me faz sentir segura. E nem imaginas o quanto eu queria me sentir dessa forma — o brilho era intenso no olhar da minha amiga.

— E nem imaginas o quão estou feliz por você, Cabelo Azul.

Minha amiga aumentou o sorriso, mas desmanchou quando o celular tocou, alertando que entrou uma notificação.

— Tenho que ir amiga, ajudar os rapazes com o repertório, o figurino e sei lá mais o quê que terei que ajudar — Emily já estava submersa no seu celular.

— Sem problemas. Tenho que pedalar está tarde mesmo — falei e minha amiga arqueou a sobrancelha, mas depois suspirou, parecendo recordar-se.

— Boa sorte com a tarefa quatro. Vou tentar manter contato contigo. Adeus.

— Adeus, Emy.

Ela saiu do banheiro.

Já na casa da Steph, eu estava me olhando no espelho, observando a minha roupa.

Vesti uma regata branca com desenho de unicórnios de Stephanie e uma calça legging preta que comprei com Emily no shopping.

Amarrei o cabelo num rabo de cavalo bem forte e calcei os velhos e amados All Star.

— Alguém vai dar uma corrida? — Stephanie perguntou-me, analisando o que eu vestia.

— Pedalar e já estou cansada sem mesmo subir numa bike — Steph riu e eu também soltei uma risada fraca.

— Vais com o Gregory? — Eu arregalei os olhos.

— Qual é a tua fixação com o Gregory? — Eu quis saber e ela corou.

— Nenhuma. Er... Acho melhor você ir! — Disse e por fim sumiu do espelho.

Dei de ombros e arrumei a minha mochila com desodorante e barras de cereais e um Red Bull que comprei ao voltar para casa.

Desci as escadas até a sala e encontrei o Matthew assistindo Harry Potter. Talvez ele fosse o maior fã de Hogwarts que eu já conheci.

— Aonde você vai nesse estilo esportista, Molly? — Ele me perguntou, fixando o seu olhar e mim e eu urgentemente fiz um sinal para ele calar a boca.

— Shiu! Linguarudo! Stephanie não Molly! — Sussurrei a última parte e ele riu.

— Estamos sozinhos. A avó Gretta e a mãe foram as compras, o Dylan ensaiando para o raios de um concerto e o Mason jogando jogos obscenos no seu quarto. Fique calma. Mas para aonde você vai?

— Eu vou pedalar e engatar um coração — falei, fingindo fazer alongamentos e Matthew ajeitou o óculos.

— O tal final feliz?

— Não é do teu interesse, Caixa de Óculos. Até mais logo!


O tarde estava maravilhosa, ensolarada, com o cheiro maravilhoso de verão no ar. O parque não estava lá muito cheio, mas tinha muitas criança brincando no playground perto as imensas árvores com o verde em dia e o jardim repleto de flores frescas e com a cor bem viva.

Ao longe da área de lazer, tinha a área dos desportos, onde já se encontravam muitas pessoas com patins, bicicletas, outros nos campos de futebol americano, futebol e basquetebol.

Parker estava maravilhoso vestido de ciclista. Com a camisa preta de mangas compridas bem apertadas, os braços pediam por socorros e eu podia socorre-los e levar até a minha casa — não pense obscenidades por favor. A calça legging também fazia as pernas torneadas ficarem bem visíveis e o seu traseiro musculoso estava ao alcance dos meus olhos.

Se houve dia em que eu tive uma visão perfeita, talvez esse entre para a lista, estreando no primeiro placar.

Eu estava com a bicicleta da Emily, uma bem novinha por acaso, mas com vários autocolantes de Miraculous e uma foto do Jung Gook do BTS também colada.

Aproximei-me do meu loirinho e sorri para ele assim que estávamos a menos de um metro um do outro.

— Oi — eu o chamei e ele olhou para mim com um sorriso simpático.

— Espera, você não está fugindo de mim? — Ele indagou e eu franzi as sobrancelhas.

— Fugir de você? Por quê?

— Ontem você não apareceu no cinema. E nem respondeu as minhas mensagens. Presumi que fosse isso — Parker disse e eu arregalei os meus olhos.

— Não fui ao cinema porque eu não estava me sentindo bem e outra, nunca fugiria de você — eu falei e ele corou.

— Está bem. Mas e aí? Nunca vi você em nenhuma das sessões. O que a traz aqui? — Parker perguntou-me e eu quis responder: você, mas me controlei e respondi:

— Amo pedalar bicicleta.

Mentira! Eu odeio pedalar bicicleta!

Bom pra você, porque eu odeio! — Parker reclamou, dando um leve chute na sua bike e eu quis dizer que eu menti e que também odiava.

— Então porquê que pedalas? — Eu tive uma certa curiosidade.

— Faz parte da fisioterapia. Exercitar as pernas o máximo que puder para voltar a ter o controle delas. É uma forma de fazê-las perceber qual é a devida função , se você me percebe —  eu assenti, fingindo entender.

— Ei docinhos! A corrida já está para iniciar! — Uma mulher alta, que vestia uma jaqueta azul e calça moletom do mesmo tom gritou, ajeitando o seu boné na cabeça.

Será que ela não está a sentir esse calor insuportável!?

Os meus olhos percorreram toda a área, desde a pista marcada vermelha marcada com listras brancas, até aos corredores que variavam de idade.

— Boa tarde a todos. Espero que estejam com os pés a ferver de tanta vontade de pedalar! — Os meus pés estão ardendo de tanto ficar em pé! — O percurso é o nosso habitual: a pista, o playground e o bosque. Ao por do sol, as primeiras pessoas a chegarem aqui vencem. Preparados? — Eu ajeitei-me na bicicleta. — Vão!

Os demais corredores saíram disparando na pista, rasgando a pista enquanto que eu pedalava como uma criança que acabara de aprender.

Parker ao notar que eu estava para trás, reduziu a velocidade e ficou ao meu lado.

— Eu estou vendo que não é tão adepta de bicicletas — ele disse, com o olhar fixo nos outros corredores.

— Eu? Sou a maior adepta! — A maior hater! — E você? Por quê reduziu?

— Não está lá tão óbvio? — Parker olhou de relance para mim e sorriu de canto.

Não soube responder a sua pergunta e então continuei a pedalar. Porque eu não sabia que óbvio ele estava se referindo. Bem, o óbvio mais óbvio era de ficar ao meu lado durante o percurso, mas e os outros? Porque queria estar do lado da amiga ou da miúda que talvez lhe interesse e isso estava martelando a minha cabeça.

Saímos da pista e entramos no Playground, parecia que lá tinha uma fragrância diferente. Estava com aroma de algodão doce e a risada das crianças era um som agradável de acompanhar.

O dia estava maravilhoso e a companhia de Parker estava ótima.

— Você, quando criança, vinha aqui? — Parker perguntou-me e eu olhei para ele.

O sol batia nos seus fios de cabelo loiro que já estavam colados a testa e cabeça por conta do suor.

— De vez em quando — respondi, lembrando-me das vezes que quis ir ao parque, mas não podia por causa de uma viagem de trabalho dos meus pais ou algo do gênero. — E você?

— Eu acho que parte da minha vida quando criança foi brincar aqui. Conheci o meu melhor amigo aqui, o Finneas. Bons tempos — Parker inspirou o ar e deixou escapar um sorriso. — Mas não foram para ele.

Finneas, melhor amigo. Eu não me lembrava de nenhum Finneas. Bem, nem me lembrava de muitos do time de futebol, mas ao menos eu os via na escola, no recreio ou na aula de educação física.

— O que houve com ele? — Não resisti em perguntar.

— O Finneas, tão como eu, queria ser uma estrela de futebol, e o pai acreditava cem por cento no seu talento ao ponto de se mudarem para Nova Iorque, porque lá havia mais oportunidades. Mas ele nem chegou a tocar o solo novaiorquino. O carro do pai bateu contra um camião e... — Parker suspirou, a voz embargada. — Finneas e o pai faleceram na hora.

— Sinto muito — foi o que eu consegui dizer.

Ele deu-me um sorriso amarelo e continuou a pedalar. Desatei a segui-lo, mesmo atordoada com a história do seu amigo que eu desconhecia.

Entramos no bosque, verdejante e escuro, com pássaros nas árvores e muitos galhos caídos no chão. O sol mal conseguia fazer-se sentir pelas imensas árvores que tinham e o eco de corujas era o que mais ouvia-se.

Eu coloquei os meus fones de ouvido porque o silêncio mortal que estava entre nós era irritante.

Ariana Grande cantava nos meus ouvidos 7 Rings e eu a acompanhava bem alto, que logo no fim da música, eu senti que Parker me admirava com um sorriso matreiro nos lábios.

— Temos uma forte indicada aos Grammys — Parker zombou e eu senti as minhas bochechas esquentarem.

— Pare com isso — eu pedi e ele gargalhou baixinho.

Estávamos saindo do bosque, quando a minha bicicleta prendeu-se num monte de galhos e eu caí de boca no chão.

Senti uma dor insuportável nos meus braços e dei graças a Deus por ter o capacete e as joelheiras.

Parker praticamente pulou da sua bicicleta e veio até onde eu estava para ver como eu estava.

— Você se machucou? — Ele já foi tirando o meu capacete e eu grunhi de dor quando tentei levantar a minha perna direita.

— Não, a minha perna está doendo, mas não é nada — menti, pois estava doendo para caramba.

Parker me ajudou a levantar e perguntou se eu conseguiria pedalar, mas eu menti novamente e disse que ia conseguir.

No final, acabei caminhando com a bicicleta ao meu lado e Parker também se juntou a mim na caminhada até ao playground novamente.

— Você topa em ir comer um hambúrguer? — Parker quis saber e eu afirmei com a cabeça.

Deixamos as nossas bicicletas no lado de fora da lanchonete de paredes todas de vidros e alguns pilares de tijolo artesanal.

Quando entramos, o ar do ar-condicionado bateu em mim e foi como se eu estivesse em Maldivas como nas últimas férias de verão.

Ele pediu dois hambúrgueres e duas Coca-Cola, mas eu o barrei.

— Desculpa, Coca-Cola zero, por favor — eu disse para a balconista, que mascava um chiclete de uma maneira irritante.

Ela tentava pagar de hipie, mas cá entre nós, ela estava mais para a maior palhaça do circo.

Quando ela anunciou os pedidos, e nós os levamos, Parker olhou para mim e perguntou:

— Por que zero?

Porque tenho menos chances de morrer de diabetes e não engorda.

Nos sentamos na mesa de madeira-escura do lado de fora da lanchonete e eu logo ataquei o meu lanche.

— A Molly, a minha namorada, dizia o mesmo que acabaste de falar — Parker disse e eu olhei-o sobre o hambúrguer.

— E? — Quis saber, com a total indiferença dentro de mim.

— E meio que me dá deja vu.

Só de estar contigo eu já tenho vários deja vus eu quis responder, mas me controlei e me recompus.

— Talvez nós tivéssemos as mesmas opiniões — justifiquei e ele deu de ombros.

— Ou talvez você era um troll que vivia na sua cave e ela só te alimentava das suas opiniões — Parker sugeriu e eu quase engasguei-me com a bebida que saiu pelo meu nariz.

— Você tem uma mente muito mirabolante, Parker Thompson — constatei e ele riu.

— Eu disse uma possibilidade — ele ergueu as duas mãos como se estivesse a render-se e eu meneei a cabeça negativamente com um sorriso.

— Por que ela teria um troll na sua cave? — Eu quis saber.

— Olha, a Molly era a pessoa mais amável que eu conhecia, mas ela também conseguia ser muito irritante — Parker contou-me e eu tive vontade de lançar a bebida no seu rosto.

Irritante? Eu?

— O que ela fez para você acha-la irritante? — Perguntei rispidamente e ele pigarrou.

— Ela era muito insegurança, chateava por tudo e por nada. Céus, a coisa que não conseguimos dizer para alguém quando estamos apaixonados, mas depois temos que tirar do peito. Nunca tive coragem de dizer a Molly, porque fazia parte da sua personalidade, mas ela devia mudar um pouco. Deixar de ser pic me girl por algum tempo.

Ok, ninguém tinha me dito isso. Mas ele tinha que pelo menos de contar-me isso quando eu estava viva. E eu não era pic me girl.

— Você é convencido, mas creio que ninguém reclamou — soltei a farpa e ele revirou os olhos.

— Eu não sou a porra de um convencido! — Parker alterou-se.

— E a Molly não é a porra de uma irritante! — Defendi-me mais uma vez. — Quero ir embora! Adeus!

Deixei a Coca-Cola e o hambúrguer na mesa e fui até a minha bicicleta pisando duro no chão e todos que estavam aí assistiam a nossa discussão como se fosse uma série que acabara de estreiar.

— Stephanie! Espera! — Parker gritou, aproximando-me de mim. — O que tanto dói em você quando se fala da Molly?

— Porque miúdas apoiam-se umas às outras. E outra, foi um ato de covardia você só falar isso depois dela morrer! — Tentei justificar.

— Está bem. Errei. Podes me desculpar? — Parker tocou o meu ombro e eu soltei o ar que prendia de tanta fúria que tinha.

Não! Quis gritar, mas seria estranho eu recusar porque bem, aquele deveria ser uma atitude de alguém como a Emily por exemplo, que ele sabia que era tão próxima a mim, não a Stephanie.

— Estás... Desculpado — falei com certa dificuldade. Pois eu era tão bonita quanto orgulhosa.

Voltamos a pedalar e a dor que eu sentia já havia passado. Ninguém de nós puxou papo e foi melhor assim, do que iniciar uma conversa que poderia ter mais outro final catastrófico.

Olivia Rodrigo reverbava nos meus ouvidos ao som de all-american bitch, enquanto que eu pedalava e observava o lindo por do sol da cidade em tons alaranjados com resquícios amarelos e as nuvens já mais carregadas e outras mais que opacas.

— Stephanie! — Ouvi de longe, já que o coro da música carregava aquele ar rock'n'roll e eu estava concentrada na letra. — Stephanie!

Eu tirei os fones sem mesmo parar de pedalar e sacolajei a cabeça para ajeitar os fios de cabelo que escaparam do capacete.

— O que foi? — Perguntei sem olhar nos olhos do meu ex-namorado.

Cachorros! — Gritou ele, já me ultrapassando.

— Você quer outro lanche? — Indaguei confusa e ele olhou para mim, o rosto suado e vermelho.

— São literalmente cachorros raivosos correndo atrás de nós! — Parker apontou para atrás de mim e quando eu olhei as feras, quase tive um ataque cardíaco.

Aumentei a minha velocidade, tentando me aproximar do Parker.

— O que vamos fazer, Parker? Eles podem nos matar! — Eu estava sentindo o meu suor ficar gelado e os meus dedos fraquejarem. Era isso que chamavam de medo?

— Eu sei como podemos... Nos... Safar! — Parker tentava recuperar o fôlego, enquanto pedalava como se não houvesse o amanhã. — Apenas... Me imite!

— Está bem! — Eu gritei também sem fôlego e os cachorros não paravam de correr.

— Vamos, um, dois, três! Socorro! — Parker gritou como se fosse uma criança pequena e eu arregalei os meus olhos.

— É esse o teu plano? — Perguntei-lhe.

— E tu tens outra sugestão?

Por acaso eu não tinha. Então comecei a imita-lo urgentemente. Era tudo ou nada. Era gritos ou mordidelas.

Desde que virei a Stephanie só passo vergonha! Foi o que vinha a minha mente enquanto entregava tudo com a minha voz, e infelizmente não era num palco numa apresentação minha com a Taylor Swift de Cruel Summer, mas sim, dois adolescentes histéricos gritando pela vida.

— Rex! Tilly! Ahmet! — Gritou uma senhora atrás de nós e quando eu olhei para trás, vi que os três cachorros enormes, todos eles muito peludos, pareciam pastores alemães, com o pelo preto estavam presos a uma coleira que os unia. — Oi, eu peço desculpas pelo incómodo.

Eu travei a bicicleta e tirei o capacete. Os meus fios de cabelo mal movimentaram-se, já que estavam colados a minha testa e a minha cabeça. Os meus lábios estavam entreabertos, respirando através deles e das minhas narinas. O meu coração pulsava imenso e o meu abdômen quase que explodia de dor.

Parker lançou-se na grama, segurando as pernas com uma careta de dor no rosto.

— Minha senhora, eu quase que voltei a ficar sem ação nas pernas! — Parker gritou, apontando o dedo a ela. — Eu vou já agora denuncia-la aos polícias que ficam aqui no parque pelo seu comportamento!

A senhora assustada, fugiu com os seus cães. Os meus olhos encontraram os do Parker e eu não me contive e gargalhei. Gargalhei alto me lembrando do grito histérico do Parker. Limpei uma lágrima que caiu do meu olho e ele franziu o cenho.

— Qual é a graça? — Ele perguntou com o rosto emburrado.

— Ah, por favor, Thompson. Eu creio que se eu filmasse você gritando, terias mais visualizações que eu levando a bola no rosto — Parker revirou os olhos, com um sorriso largo nos lábios.

— Mesmo assim não achei graça nenhuma. Você está rindo de um possível fim das nossas vidas — Parker reclamou, levantando-se do chão.

— Não é como se não tivéssemos chegado lá — eu falei mais pra mim do que para ele. — Eu já vou-me embora, Parker Thompson e vá primeiro a meta, você merece ser o vencedor depois daqueles gritos — ri mais uma vez e subi novamente a bicicleta.

Deixei o Parker para trás e continuei o meu caminho até a saída do parque, quando entrei o Gregory também saindo do parque com um rapazinho parecido com ele, só que de olhos verdes e cabelo castanho-claro perto do loiro.

— Gregory! — Eu gritei e ele olhou para mim e sorriu.

— Stephanie... Pedalando? — Ele olhou para mim como se eu fosse uma estranha e eu sorri nervosa.

— Experimentei e odiei! — Eu disse a ele. — Mas quem é esse mini-Greg aqui?

— Eu sou o Liam! — O rapaz disse animado.

— Oi, Liam. Eu sou a Stephanie — estendi a mão pra ele, que apertou com força e sorriu.

— Você é a namorada do Gregory? — Liam perguntou-me e eu corei.

Gregory pigarrou.

— Liam, não se faz esse tipo de perguntas a mais velhos, meu sapinho — Greg disse ao mais novo e ele assentiu com a cabeça para baixo. — Stephanie é minha amiga, irmã do Dylan. E Stephanie, Liam é o meu irmão mais novo.

— Deixa ele fantasiar o que quiser, Greg — eu falei e Gregory fuzilou-me com o olhar. — Não sabia que a Andrea tinha mais outro filho, o vosso pai é loiro?

— O meu pai tem cabelo negros como o meu. A mãe do Liam é loira — Greg disse e eu assenti.

São de mães diferentes.

Liam, você gosta de Olivia Rodrigo? — Eu perguntei para o rapaz.

— Você pergunta isso a todas as crianças que conheces? — Greg interviu.

— Não, bem, acho que sim — respondi, lembrando-me da Suzy, uma miúda que conheci em Paris, e ela disse-me que gostava.

— Não gosto — Liam respondeu e eu assenti.

Olhei para frente e a sorveteria parecia que tinha várias setas apontando para nós entrarmos nela e e eu não via mal em tomar um sorvete.

— Mas pelo menos você gosta de sorvete, não é? — Quis saber e Liam abriu um sorriso enorme.

— Claro que sim! Ursinho, eu posso tomar um sorvete? — Liam olhou para Greg com beicinho e ele revirou os olhos.

— Está bem, Sapinho. Mas quem vai pagar é a Steph — Greg sorriu para mim.

— Eu só tenho lanches na minha mochila. Ia voltar para casa de bicicleta, já respondendo a próxima questão — eu disse e ele assentiu, rindo baixinho.

— Eu estou brincando, Steph. Vamos lá tomar esse sorvete.

Atravessamos a rua e entramos na sorveteria de paredes brancas e listras azuis, verdes e roxas.

O interior era aconchegante, com bancos acolchoados das mesmas cores que as listras e um ar-condicionado que veio a calhar.

Greg comprou três cones de sorvete: um de chocolate e mirtilos para mim, outro de baunilha e Oreo para o seu irmão e um de maracujá para ele.

Saímos da sorveteria e continuamos o nosso caminho.

— A Emily estava uma fera hoje no ensaio — Greg comentou. — Eu acho que ela está mais com medo de nós envergonharmos ela do que nos envergonharmos a nós mesmos.

— A Emy tem total razão de ficar nervosa. Não que vocês toquem mal, nada disso. É que o pai dela é um empresário muito rígido. É daqueles que quando gosta, oh meu Deus, ele vai vos chatear o dia todo. Mas quando odeia, não vai querer vos ver nem pintado de ouro.

— Esse será o nosso primeiro concerto com mais de quinhentas pessoas, mas eu tenho plena certeza que iremos conseguir.

— Podemos parar de falar sobre coisas chatas? — O pequeno Liam perguntou e eu ri baixinho, abanando a cabeça.

— O que você sugere para tema de conversa, então? — Eu quis saber.

— Eu quero que falemos sobre a minha nota máxima em matemática! — Ele exclamou, dando pulinhos no passeios e eu ri.

— E foi a melhor mesmo? — Eu Indaguei e ele olhou-me com um ar de: duvidas?

O meu irmão é muito bom na escola. Se não fosse, não seria meu irmão — Greg defendeu-o e eu cruzei os meus braços, olhando-o com deboche.

— E você tem algo nessa cabeça a não ser às composições da banda? — Provoquei-o e ele sorriu de canto, estalando a língua no céu da boca.

— Se ao menos soubesse as leis de Kirchhoff, eu poderia concordar contigo — alfinetou.

— Está bem, ok. Venceste — admiti, erguendo as minhas mãos em rendição.

O céu já estava tomado pelo roxo e leve tons de azul-escuro e o frio começara a sentir-se.

— Acho melhor eu apressar-me para casa — eu disse a Liam e Gregory. — Foi um prazer conhecer você, pequeno Liam. Vemo-nos no espetáculo, Greg.

Eles acenaram para mim em despedida e eu retribui o gesto, devolvendo o capacete a minha cabeça e pedalei até casa.

O ar batia de frente ao meu rosto e o cheiro de maresia vinha de encontro as minhas narinas.

Atravessei o portão do condomínio e ao chegar perto de casa, avistei uma ambulância parada no quintal da moradia.

Quase que cai da bicicleta, pulando dela, pois senti uma dor no peito e uma angústia crescente. Quem terá se machucado? Quem adoeceu? Será que alguém também morreu?

Ao atravessar a porta, vi a avó Gretta sendo carregada com dois enfermeiros que vestiam batas verdes e toucas da mesma cor.

— O que ela tem?! — Eu gritei alarmada, observando eles levarem a senhora. — Respondam-me por favor!

— Stephanie, por favor, cuide dos teus irmãos por mim! Tenho que salvar a minha mãe! — A Sra. Walker pediu saindo às pressas de casa com voz de choro.

Parei na porta, vendo a ambulância sair às pressas do nosso quintal e desaparecendo do meu campo de visão.

O que aconteceu com ela?


Notas do Sérgio:

É isso, coloquei fogo no parquinho e até o próximo capítulo.




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