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Dia 03 • Abertura do campeonato

PRIMEIRO DIA DO CALENDÁRIO: DAR UMA REPAGINADA NO QUARTO E IR A FESTA DE ABERTURA DO CAMPEONATO.

O primeiro item do calendário era muito simples, tão simples que não me levaria logo ao final feliz, mas seria um ponto de partida excelente, já que Parker participava de todas as atividades que eram relacionadas a equipe da escola.

Ele era o quarterback do time e o capitão.

Todas as meninas queriam ter o Parker Thompson como namorado e muitas sentiam inveja de mim, mas iam ficar mesmo na inveja, pois eu e o Parker fomos feitos um para o outro.

Aquela era a junção perfeita: O capitão do time de futebol e a miúda popular. Um cliché, eu sei, mas era o nosso destino.

Acordei cedo na manhã do sábado, não por opção claro, mas sim, porque tínhamos que ir as compras e tentar mudar o guarda-roupa da Stephanie.

Se tentássemos colocar em prática o plano, continuando com as mesmas roupas e estilo da Steph, as coisas iam ir logo água abaixo.

Eu e Emily já estávamos a duas horas dentro do centro comercial, procurando mais roupas para mim. O número de sacolas nas nossas mãos já era quase absurdo, mas nós precisávamos daquilo tudo para o nosso plano.

Eu estava dentro do provatório, me olhando no espelho, depois de vestir um vestido roxo, de duas alças finas e um decote quadrado por cima. Ele era justo e chamativo.

A Stephanie não tinha um corpo exagerado e isso favorecia, pois o corpo dela era magro e com umas pernocas bonitas.

Saí do provatório e dei um giro de 360º graus para a minha amiga.

— O vestido ficou-te bem, Stephanie — Luke disse, o seu braço direito ao redor dos ombros da Emily.

— Obrigada, Luke — espera ai… O Luke? — O que você está fazendo aqui?

— Eu o chamei, ele estava perto da loja. Ele tem razão, o vestido está perfeito em você.

Emily sorriu para mim e eu rolei os meus olhos. Mas eu tinha gostado imenso do vestidinho.

— Só não sei que sapato comprar para combinar com o vestido.

— Podes sempre calçar os All Star. Eles deram um toque especial — Luke sorriu, os seus lábios carnudos formavam um coração. — Nunca vi você preocupada em vestir bem e tipo as meninas normais.

— Você está me chamando de anormal, Luke? — Eu cruzei os meus braços e Emily levantou-se do pufe multicolor onde eles estavam sentados.

— Não esqueças-te que esse é o corpo da Stephanie, Molly — Emy sussurrou no meu ouvido e levou as sacolas do provador. — Ele só disse para elogiar você! — Emily falou alto o suficiente para o Luke escutar.

Voltei para o provador e vesti as roupas que tinha. Uma blusa azul com mini coelhos brancos e calça de ganga.

— Posso deixar-vos em casa — Luke ofereceu-se.

— Não precisa. Estamos indo tomar um suco e comer alguma coisa no indiano logo abaixo. Podes vir também — Emily convidou-o, mas ele recusou com um abanar de cabeça.

— Não, obrigado. Vim com o Gregory e a essa altura ele deve estar a minha procura. Adeus meninas. — Luke acenou para nós e saiu da loja com as mãos nos bolsos da calça jeans.

— Ainda bem que ele foi. Não ia aguentar um segundo perto do Greg — eu comentei quando estávamos a sair da loja e tínhamos pago tudo.

A conta foi enorme, mas Emily ainda era ela própria e isso significa que ela ainda era rica.

— Vocês ainda vão se encontrar, ele é o melhor amigo do Dylan.

Nós chegamos ao fim das escadas rolantes e seguimos o nosso caminho até ao indiano. Um restaurante pequeno, com paredes vermelhas e detalhes amarelos.

Nos sentamos na nossa mesa habitual, perto ao balcão e pedimos dois copos de sumo de manga e uma dose de chamuças de peixe.

— Pelo o que eu ouvi, toda malta da escola vai estar na festa do Trainor. Seria uma oportunidade de mudarmos a imagem que as pessoas têm da Stephanie.

Emily tirou o celular da sua bolsa branca e entrou no Instagram.

—Qual é o nome de usuário da Steph?

Eu entrei na rede social através do celular da Stephanie e quase ri do nome de utilizador dela.

— É @Stephqueenliteraryofyear — Emily franziu o cenho e de seguida riu.

— Ela é mesmo estranha. Mas já estou seguindo para continuarmos em contacto sempre. E também, teremos que dar um jeito nesse perfil, melhorar, fazê-la parecer uma menina que o Parker gostaria.

Terminamos de comer o nosso lanchinho e fomos até a casa da Stephanie.

Entramos na casa e dessa vez não tinha ninguém na sala. Subimos as escadas com as sacolas e entramos no quarto da Steph.

Passamos o resto da manhã toda mudando o guarda-roupa e encaixotando todas as roupas que não seriam necessárias nesse período em que eu estaria no corpo do meu cupido.

— Falta mais uma coisa para esse quarto ficar com a minha vibe  — eu disse, vasculhando entre as sacolas e encontrei o que eu queria. — O pôster do álbum SOUR¹ da Olivia Rodrigo. Agora sim, este quarto parece meu.

Colei-o na parede do quarto e sentamos na cama da Stephanie.

— E o Luke? O que está rolando? — Eu quis saber, agitando as minhas pernas animada.

Emily soltou uma risada e tapou o seu rosto com as mãos.

— Conta-me, Emily. Vocês os dois ontem pareciam muitos chegados, e olha que se conheceram ontem — eu ri e Emily também riu.

— O Luke tem uma onda parecida com a minha. Gosta de pop, animes e ainda por cima é fã de Miraculous. Eu acho que a Stephanie quer o final feliz de todo mundo.

— Mas não estão indo rápido demais?

Emily abanou a cabeça negativamente e levantou-se da cama.

— Nós não temos nada, Molly. E você sabe muito bem como eu sou quando se trata de relacionamentos.

Eram esses os problemas de autoconfiança da Emily. Ela não era segura de si nos quesitos de aparência e forma de ser, mas eu não conhecia ninguém na escola toda — além de mim é claro — que tinha um estilo tão bom como a Emy e ficasse bonita com todas cores do arco-íris já pintadas na sua cabeça.

— Já está na minha hora, Molly. Passarei daqui às quatro da tarde para irmos a festa. Cuide-se meu amor.

Nos abraçamos e saímos do quarto juntas até a sala.

A avó Gretta, a idosa que tombou comigo no primeiro dia, estava na sala, assistindo a um programa sobre decoração de interiores quando nos olhou e sorriu, sem ao menos querer saber quem era a cabeluda azul que estava comigo.

— Adeus, Emy. Até mais logo.

Entrei novamente na casa e fechei a porta. Sentei-me no sofá ao lado da avó Gretta e entrei no kindle para puder ler Emma da Jane Austen. Eu tinha que me esforçar ao máximo para viver como a Stephanie e seguir o que ela disse.

— Urgh! Eu não consigo — murmurei após tentar três vezes seguidas ler o primeiro capítulo e a avó olhou para mim apreensiva.

— O que foi, Stephanie? — Ela ajeitou os seus óculos e ficou atenta a mim.

— Tenho que ler Emma até pelo menos o quinto capítulo para o clube do livro, mas eu não consigo. As palavras são caras de mais, se assim posso dizer.

— Isto sim é uma notícia. Você é a menina mais amante de clássicos que eu conheço — a avó riu baixo. — Já experimentaste mudar o livro? Ler algo mais contemporâneo, algo que vocês jovens de hoje em dia poderiam gostar. Vocês são novos, é como se estivessem num daqueles jogos em que tu introduzes moedinhas e vão perdendo as vidas por lá. Vocês são iguais, mas com múltiplas chances de tentar coisas novas, inovar o vosso estilo de jogo e sem se importar com o tanto de moedas que consequentemente irão perder.

Vocês são iguais, mas com múltiplas chances de tentar coisas novas, inovar o vosso estilo de jogo.

— Obrigada, avó. A senhora me deu uma brilhante ideia! — Eu a abracei e beijei as suas bochechas.

Ela sorriu para mim, antes de eu subir as escadas disparadamente até o quarto e sentar-me em frente ao computador.

Entrei na Amazon e comprei dois romances adolescentes que talvez possam me interessar.

Olhei as horas no celular e ainda faltavam três horas para a cerimónia e então decidi me preparar para a abertura do campeonato.

Tomei um banho demorado no banheiro minúsculo com mosaicos verdes do quarto da Stephanie, lavei o meu cabelo e passei a prancha para alisá-lo.

Sentei-me em frente a penteadeira apenas vestindo um roupão e sequei o meu cabelo.

Steph não apareceu em momento algum e eu continuei a me arrumar. Fiz duas tranças finas e usei-as para prender o meu cabelo, mas não num rabo-de-cavalo e sim, numa cascata de fios loiros sobre os meus ombros e costas.

Vesti o vestido roxo e calcei os All Star. Me olhei no espelho e tirei uma fotografia.

Estava na sala a espera da Emily, quando o Matthew entrou na sala segurando o seu livro de Harry Potter na mão direita e um pacotinho de sumo na outra.

— Você está bonita — ele disse, me analisando, sentou-se no sofá. — A miúda de cabelos azuis conseguiu mudar você. E desde quando você é fã de Olivia Rodrigo?

— Ei! O que foste fazer no meu quarto? — Perguntei irritada e ele rolou os olhos e abriu o livro.

— Queria conversar com você, sobre a Pedra Filosofal.

— Pedra Filosofal?

—Deixa pra lá.

Eu dei de ombros e continuei a escutar a música que estava tocando nos Air Pods através do Spotify. Emily me mandou uma mensagem avisando que já estava do lado de fora da casa.

— Matthew, eu estou saindo. Volto já — avisei a ele, que assentiu e continuou a ler o livro.

Saí de casa e desci os míseros degraus até o gramado e atravessei a rua até o lado onde estava o carro da minha amiga.

— Boa tarde, Stephanie! — Sr. Rupert gritou da porta da sua casa, vestindo um cardigan e calça comprida como sempre. Eu sorri para ele e acenei.

— Boa tarde, Sr. Rupert! — Ele enrugou o rosto quando tentou sorrir e entrou na sua casa.

Adentrei no carro da minha e ela dirigiu até a escola. O caminho todo escutávamos as músicas da Olivia Rodrigo como sempre fazíamos quando saiamos para uma festa ou um passeio normal. Emily nem gostava tanto, mas depois de ouvir Drivers License, passamos a fazer disto uma rotina.

Minha amiga estacionou o carro no querido estacionamento de alunos, que estava decorado com cartazes do jogo e serpentinas verdes e brancas, que eram as cores do uniforme da equipa de futebol da escola.

— O Parker vai estar sentado com o treinador e já localizei dois acentos que dão uma vista perfeita a ele — Emily disse, atenta ao seu celular.

O vento estava soprar e a saia curta azul-escuro da Emily balançava ao ritmo do mesmo. Ela vestia uma blusa branca e uma jaqueta verde do time. Botas de cano alto e meias compridas com barras verdes até o meio das suas pernas.

Andamos até a entrada da escola, e finalmente os olhares voltaram a cair sobre mim, como acontecia quando eu ainda estava viva.

A escola estava lotada, os jogos eram de entrada grátis, motivo de estar todo tipo de pessoas possíveis.

A entrada estava decorada com uma faixa que anunciava o jogo e quando começaria. Dentro da escola estavam vendendo aperitivos e camisetas das equipes que iam disputar hoje para as quartas das finais.

— Uau, faz muito tempo que não vejo uma abertura de campeonato cheia dessa forma — eu comentei, quando entramos no estádio da escola que era incrivelmente grande.

— Tu tens razão, Molly.

Pelo estádio, podia ver-se as pessoas divididas em cada canto. Num lado, os apoiantes dos lobos de Broken Hill, a equipa da escola e de outro, os touros de Portland, a escola da cidade vizinha.

Sentamos nos lugares que Emily já tinha reservado para nós as duas e sim, aquele lugar me deu a vista perfeita do Parker.

Ele estava estranhamente mais bonito, os músculos ainda evidentes, o queixo mais destacado e os fios de cabelo loiro compridos até os ombros. Ele estava conversando com o treinador e estavam trocando risadas sobre sabe-se sei lá o que estavam falando.

Aquilo me trouxe mais uma carga de deja vu.

Era o verão de 2020 quando eu e a minha Emily finalmente entramos no ensino médio. O meu pai acabava de ganhar um premio importante com a sua revista e a minha mãe foi considerada a estilista do ano.

Todo mundo na escola ficou a fofocar sobre mim durante a manhã toda. Ninguém se aproximou de nós naquele dia, e chegou a me incomodar um pouco.

Emily tinha ido a biblioteca procurar uma matéria de biologia, quando eu fui ao corredor dos cacifos guardar o meu material.

Fechei o cacifo e dei de caras com um menino loiro de olhos verdes como o gramado fresco e lábios do mesmo tom que os morangos. Ele estava vestindo uma jaqueta do time de futebol e calças de ganga.

— Ei, és nova por aqui? — Ele perguntou atento a mim.

— Sim, sou a Molly Mackenzie — eu respondi e ele sorriu para mim.

— Parker Thompson. Prazer em conhecê-la — ele tocou a palma da minha mão direita e levou-a até os seus lábios. — Você é muito bonita — beijou a costa da mesma carinhosamente e eu fiquei vermelha como uma malagueta.

— O prazer é todo meu, Parker. Você também é muito bonito.

— Disso eu sei — Parker disse, sorrindo de canto e eu revirei os meus olhos.

— És muito convencido, lábios cor-de-morango — eu rebati e ele deu de ombros.

— Não sou convencido, sou realista — Parker levou a mão direita até o centro da minha cabeça e fez festinhas. — Até a próxima, Molly — ele sussurrou no meu ouvido e foi embora sorridente.

Enquanto ele desaparecia do meu campo de visão, algo atingiu o meu rosto e caí.


Abri os meus olhos com certa dificuldade e o meu nariz doía para caramba. Olhei por todo canto, ainda tentando perceber o que tinha acontecido e o porquê da dor repentina.

A luz branca fraca e a parede com o papel de parede encardido me deram a resposta de onde eu estava.

Emily estava sentada numa poltrona perto a porta e encarava o seu celular muito preocupada.

— Emily? — Eu a chamei, erguendo o meu corpo.

Minha amiga levantou-se às pressas de onde estava sentada e veio até a maca desconfortável da enfermaria da escola.

— O que estamos fazendo aqui? E o jogo? E o Parker? — Eu levantei-me e sacudi o meu vestido que estava pouco empoeirado.

— Calma, Molly — Emily pediu, visualizando com lentidão o meu rosto. — O teu nariz está intacto, é o que importa.

— Por que ele não estaria intacto? — Toquei o meu nariz e senti uma dor leve.

— Bem, no início do jogo, um dos atacantes do nosso time falhou o lance e por mais incrível que pareça, ele atingiu você. Tiveste uma hemorragia no nariz, nada grave, mas o Parker quis ficar aqui comigo para ter notícias de você — Emily animou-se. — Ainda bem que você já acordou, a enfermeira disse que poderíamos ir embora logo que acordasses. Acho melhor irmos embora para casa.

— Não! — Eu quase gritei. — Não vamos desistir por causa de uma bola que acertou a droga do meu nariz. Vamos a festa para concluir a primeira tarefa do calendário.

Puxei o celular que estava nas suas mãos e entrei na câmera. O meu nariz estava apenas com um vermelhidão que podia ser escondido com uma base do mesmo tom da pele.

— Ainda temos outros dias, Molly, você não precisa…

— Não, Emy — eu a interrompi. — Vamos agora mesmo para a festa, só preciso de um kit de maquiagem e mais nada.

Já tinha anoitecido quando saímos da escola e parece que eu estive desmaiada durante duas horas de tempo. No caminho até a casa do Trainor, eu fiquei passando a base e escutando a Emily contar como foi exatamente a bolada no meu rosto.

Estacionamos o carro da Emily duas casas antes da do Trainor e saímos do carro.

O lugar estava cheio, algumas pessoas já estavam podre de bêbadas, estava cheirando a álcool, xixi e vómito, mas dava para se aguentar.

A casa do Trainor era enorme, dois andares com paredes cinza, uma piscina nas traseiras perto à churrasqueira e um jardim bonito na entrada, que era protegido pela típica faixada branca que se encontrava em todas as outras casas da rua.

Quando entramos na casa, os nossos ouvidos foram atingidos por uma música eletrónica desconhecida por mim e o cheiro de suor entrou na equação de odores.

— Ei, aquela não é a miúda da bolada? — Uma menina ruiva de olhos azuis perguntou para as suas amigas com estilo gótico, a miúda do primeiro dia como Steph também estava com elas.

Elas riram e eu revirei os meus olhos, continuando a minha caça pelo Parker, mas novamente ouvi o mesmo apelido. Mais uma vez. Seis. Quinze vezes.

— Mas que merda está acontecendo? — Perguntei para a Emily que me mostrou uma careta que parecia um sorriso derretido.

— Não entre no Twitter, por favor — ela pediu e eu tirei o celular da bolsa, pronta para fazer o contrário do que ela me pediu.

— Parker, oi! — Minha amiga gritou e eu tirei os meus olhos do telefone, tendo a perfeita visão do momento do jogo.

Parecia que ele estava andando em câmera lenta, com um drink na mão direita e um sorriso maroto nos lábios. Por um momento, eu jurei ter visto ele a passar a mãos entre a imensidão de fios loiros que estavam na sua cabeça. Como no dia do baile, a camisa do time estava sendo forçada pelos braços fortes que ele tinha.

— Emily, tudo bem? — Parker sorriu para nós e eu senti o meu coração aquecer.

— Tudo. Parker esta é a Stephanie, minha… — Ela olhou para mim esperando uma resposta, mas eu apenas sorri nervosa. — A minha prima. Steph, este é o Parker, o meu amigo.

— Tudo bem, Steph? — Eu assenti abanando a cabeça. — Espera ai… Estou te reconhecendo — eu olhei para ele com esperança nos olhos. Eu tinha deixado obvio que eu era a Molly? — Você é a miúda da bolada.

Aquela foi a gota de água. Abri o celular e entrei no Twitter. A hastag #miudadabolada estava nos trending topics da rede social.

Apertei o link e me deparei com vários gifs meus recebendo a bola na cara.

— Isto não é possível! — Eu exclamei apavorada. — Esse vídeo tem mais de cem mil acessos!

— Veja por um lado bom, você ficou famosa — Parker disse, arrancando o celular das minhas mãos.

— Assim você não está ajudando, Parker — levei o celular de volta e guardei-o na minha bolsa.

— Pelo menos não é um milhão — Emily falou.

Eu lancei um olhar mortal para ela e foi aí que as peças se encaixaram. Na enfermaria, ela estava nervosa e não parava de olhar a tela do seu celular e sugeriu que fossemos para casa. No caminho até a festa, ela também não parava de checar o celular. Ela sabia da vergonha que eu ia passar e por isso quando as meninas estranhas me chamaram pelo apelido desagradável ela disse para não abrir o Twitter.

— Você sabia! — Apontei pro rosto da Emily, o meu rosto fervendo.

— Mol… Stephanie, eu posso explicar…

— Eu não quero ouvir as tuas explicações, Emily. Você devia ter-me informado ao menos!

Virei-me para sair daquela sala enorme, quando esbarrei-me com alguém e essa pessoa deixou cair a sua bebida sobre o meu vestido, quando ergui o meu olhar, só faltou-me explodir.

— Só faltou você para terminar a minha sanidade! — Empurrei o Gregory e continuei o meu trajeto.

Subi as escadas da casa pisando duro nos degraus, enquanto ouvia murmurinhos e risadas abafadas das pessoas. Eu queria que tivesse um buraco enorme no chão e eu pudesse me esconder nele.

Bati imensamente na porta da casa de banho da casa — e eu tinha certeza que era aí mesmo, por entrar em todos os cómodos e encontrar situações muito indesejadas — e ninguém abria.

Empurrei a porta com força e ouvi duas vozes misturada entre os gritos e uma delas bem familiar.

Dylan estava no chão, um dos braços dentro da blusa de uma loira bonita e com uma aparência muito mais velha que a dele.

— Steph?! — Ele gritou, tirando a sua mão da blusa da menina as pressas. — O que você esta fazendo aqui?

— Você conhece ela? — A menina quis saber, se organizando.

— Sou a irmã dele. Mas vamos todos fingir que não nos encontramos aqui — eu pedi e parei em frente ao espelho que estava na mesma parede que o lavatório.

Eu ainda estava bonita, tirando o fato de estar fedendo a vodka e manga e o vestido ficar com uma mancha enorme amarela.

Dylan e a loirinha saíram da casa de banho e fecharam a porta.

Eu suspirei alto e molhei o vestido na tentativa de pelo menos tirar o cheiro de álcool do meu vestido.

— Molly? — Emily chamou-me batendo a porta. Revirei os meus olhos.

Não queria vê-la, mas se ela chegou ao ponto de ocultar tudo isso para mim era porque ela queria me proteger, e no momento, eu estava precisando da ajuda dela.

Fui até a porta do banheiro e abri.

Emily entrou e fechou a porta.
Paramos as duas em frente ao espelho. Minha amiga não parava de morder o lábio inferior e eu tentando evitar qualquer pensamento homicida que Emily protagonizava na minha cabeça.

— Desculpa, Molly. Eu só estava pensando em você.

Eu olhei para ela através do espelho e foi como se toda a fúria se transformasse em carinho, mesmo que uma parte de mim ainda quisesse estar com as mãos no seu pescoço.

— Você não tem que me pedir desculpas, Emy. Afinal, não foi você quem jogou a bola no meu nariz e não foi você quem desmaiou como uma tola e se tornou viral nas redes sociais por uma palhaçada.

— Mas temos que admitir que foi um pouco engraçado — Emily riu e eu a acompanhei nas gargalhadas.

— Um pouco, não! Muito engraçado! E o áudio que usaram para a remixagem do vídeo combinou muito — rimos tão alto e nos abraçamos. — Obrigada por tudo, Emily.

— Eu que agradeço por você voltar e trazer novamente alegria a minha vida — Emily beijou o topo da minha cabeça. — Vamos para casa.

— Nem pensar! Vamos aproveitar a festa!

Saímos do banheiro e descemos as escadas até a sala. O DJ maravilhoso colocou Summer de Calvin Harris no volume alto e todo mundo se batia tentando ter mais liberdade na dança.

Os meus fios de cabelo estavam soltos e tinham vida própria, por um momento, Emily estava sobre a mesa de centro da casa que era de madeira, dançando ao som de Dynamite dos BTS, uma das suas bandas favoritas de K-pop.

— Esta é a minha menina de saia curta! — Eu gritei com todas as minhas forças, quando todo mundo ficou atento aos movimentos de dança da minha amiga.

Ela dançava bem e a saia se mantinha intacta e fixa no seu lugar.

Emily desceu da mesa e me abraçou novamente. Não sei se era só comigo e a minha amiga, mas nós parecíamos estar bêbadas sem nem termos tocado em álcool.

A minha bolsa vibrou e eu tirei o celular da mesma. A mãe da Stephanie estava ligando.

— Molly, você avisou que saiu para a Sra. Walker? — Emily indagou e eu abanei a cabeça negativamente. — Você sabe que estarás em sarilhos, não é? — Eu afirmei com a cabeça.

Stephanie não parecia e nem devia ser o tipo de meninas que saía para festas e ficava até madrugada fora de casa.

— Sabe uma coisa, Emily? Que se lixe as regras! — Gritei, mas a minha amiga não respondeu a minha frase.

— De certeza que você não ingeriu álcool naquela casa de banho? — Emily perguntou e eu franzi o cenho.

— Engraçadinha — eu disse e minha amiga rolou os olhos.

Estávamos sentadas no gramado perfeito da casa do Trainor, observando o fraco movimento da estrada.

Emily me entregou a sua lata de coca-cola zero e eu dei um gole demorado.

— Steph! Emily! — Dylan gritou e nós olhamos para trás.

Dylan e Gregory estavam andar ou melhor tropeçar em nossa direção.
Eu e minha amiga nos levantamos e seguramos os dois que quase caíam de bêbados no chão.

—Você está cheirando a maconha, Dylan — reclamei, colocando ele no banco de trás do seu jeep. — Eu tinha uma imagem perfeita de você na minha mente, mas depois de hoje, você me surpreendeu.

Gregory já estava dentro do carro e parecia estar dormindo, já o Dylan, balbuciava coisas sem sentido.

Emily foi até o seu carro e voltou com uma lata de ambientador de lavanda.

— Você vai precisar mais disso do que eu hoje. Até amanhã, Molly e ah, o Parker ficou preocupado com você — minha amiga sorriu e acenou para mim.

Acenei de volta para ela e entrei no carro de Dylan. Minha amiga entrou no seu carro e buzinou para mim antes de ir embora.

Olhei para o banco de trás, Dylan já estava calado, mas ainda acordado e Gregory dormia como um anjinho. Ele estava muito bonito dormindo, no momento eu preferia ver ele dormindo do que acordado.

Liguei o carro e troquei as musicas que estavam tocando no radio. Ao som da minha amada Olivia Rodrigo, eu sai daquela rua e dirigi em direção a casa dos Walker.

— Stephanie! — Dylan segurou o meu ombro repentinamente. — Eu devia me preocupar com o fato de você saber conduzir um carro?

— Você devia se preocupar com o que a mãe vai achar quando sentir o cheiro de vodka e maconha nas tuas roupas — rebati.

Ele voltou ao seu lugar e eu continuei a dirigir.

Quando o semáforo ficou vermelho, uma chuva repentina começou a martelar o teto do carro e embaçar o para-brisas do carro.

Imagens do acidente retomaram a minha cabeça, acompanhadas de dor de cabeça forte e latejante.

O som da buzina do camião ecoava na minha mente, como se estivesse no modo de repetição num fone de ouvidos super potente.

Encostei-me no estacionamento de um supermercado e deitei-me sobre o volante, lágrimas queimando os meus olhos e rolando sem permissão pelo meu rosto.

Notas do Sérgio:

Olá tudo bem? Espero que esteja bem! E a vergonha que a Molly passou? Hahaha! Miúda da bolada! E viralizou em questão de horas! Eu achei muito engraçado mesmo, aí aí, eu amo a Molly.

Tenho umas ilustrações que foram presentes da ATbacks  , uma escritora muito simpática e super boa pessoa, deu-me essas maravilhosas artes feitas por uma IA fantástica.

Esta é a Molly, e esse vestido é do prólogo, no dia em que ela morreu.

Esta é novamente a Molly haha, mas no corpo da Steph é claro, e esse é o vestido do capítulo de hoje! Então essa ilustração é da sua aparência no capítulo de hoje!

Muito obrigado por chegar até aqui nessa história maluca e apaixonante e não se esqueça de me alegrar com o seu voto e comentários.

Vemo-nos nos próximos capítulos 💗

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