Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

24 • Os Mortos Também Amam

HALLOWEN NÃO ERA NADA ALÉM DE crianças pedindo doce aos vizinhos fantasiados de um super-heroi ou uma bruxa dos contos de fadas e todo mundo agia como se estivesse no melhor conto folclórico já existente no mundo.

Eu também amava o Halloween, por ser a única data comemorativa que eu passava inteiramente com os meus pais e a família da Emily.

A Mackenzie e o ateliê da minha mãe sempre lançavam colaborações comemorativas. No natal, no dia de ação de graças, na páscoa e também no Halloween.

E em todas essas ocasiões, eu podia ir aos jantares arquitetados pelas empresas e era apresentada aos melhores designers de moda, desde os que trabalhavam para Donatella Versace até aos que trabalhavam para a Chanel.

Aquilo tudo era especial. Minha amiga dormia comigo no mesmo quarto de hotel. Durante a noite, brincávamos de doçuras e travessuras e pensando nesses instantes, acho que os meus pais davam os doces aos funcionários para nos encherem a cesta. Mas não era nada mal, até que foi um gesto bastante atencioso.

Mas as coisas só melhoraram quando eu e Emily numa dessas viagens de trabalho encontramos uma loja que vendia disfarces, e quando vimos conjuntos de Glinda e Elphaba de Wicked, os nossos olhos cintilaram e nos entreolhamos já pensando na mesma coisa.

— Eu vou ser a Glinda! — Lembro-me de ter gritado de imediato e minha amiga nem contestou.

Já era uma amante de fantasia e para ela era até melhor se fantasiar de Elphaba. Pedimos ao assistente da mãe da Emy, que estava nos acompanhando, para comprar e ele nem protestou e comprou de cara as nossas fantasias.

No Halloween, nos fantasiamos e fomos assim para o desfile. O foco ficou em nós e pude ler na manchete de uma das revistas que estava no evento uma mini matéria sobre nós:

"FILHAS DOS ÍCONES DA MODA APARECEM COMBINANDO O VISUAL DE HALLOWEEN NA DECIMA QUINTA EDIÇÃO DA MACKENZIE HAUNTED, E CAUSAM O MAIOR BAFAFA ENTRE AS CONCORRENTES, POR NUNCA TEREM INCLUIDO ISTO ANTES NUM DESFILE"

Eu era nova demais para perceber, mas já grandinha consigo entender o quão icónicas nós fomos naquela época, com apenas nove anos. Toma esta!

Aquilo meio que foi nosso conceito, mas com a chegada do ensino médio, nós abandonamos tudo isto pois meio que era piroso para a nossa idade sermos comparadas com a Molly e a Emily de noves anos de idade. Foram ótimos momentos, mas também momentos de tortura psicológica nas redes sociais sempre tentando nos deixar em baixo.

Ao me olhar no espelho enquanto penteava o cabelo, eu vi que perdi muitos traços meus que eu me orgulhava de ter. Naquele instante, eu estava uma Molly diferente, uma Molly que aceitava ser vulnerável, fraca e pisoteada pelos outros em certas ocasiões que era necessário e que saberia revidar com postura e requinte. Uma Molly que reconhecia o seu valor e que aceitasse todo o mal se fosse para sair ilesa e para ajudar os outros.

Eu estava orgulhosa de mim mesma, mudei, e era satisfatório saber que mudei apenas para a minha melhor versão. Eu queria saber de mais coisas sobre mim, sobre o meu passado, e então peguei o meu celular e liguei para a minha melhor amiga.

— Emy?

— Oi, Molly, tudo bem? — Ela parecia estar se exercitando pela voz ofegante.

— Está ocupada?

— Não! Quero dizer, estou correndo com o Luke — Emily disse e eu assenti. — Queres mudar para FaceTime?

— Não, não precisa, na verdade, eu quero o diário da Stephanie — eu disse e pude ouvi-la parar de correr.

— Para quê?

— Eu quero ler, dah — falei e pude ouvir um suspiro seu.

— Está bem, passarei a deixá-lo quando estiver a caminho da festa do Trainor.

— Você também vai a festa do Trainor? — Quis saber, em partes ofendida por ela não ter me contado que ia.

— Como assim também? Você tem planos de ir e não me contou nada? — Emily indagou com um tom de frustração na sua voz.

— Tanto eu quanto você ficamos no silêncio, Emily Steel — Rebati. — E eu pelo menos só tive a informação ontem. Já você, me parece que tinha há séculos.

— Não foi lá há tanto tempo — Emily returquiu. — E além do mais, eu pensei que você teria planos com o Gregory.

— Você acha que a minha vida agora se resume ao Gregory? — Contestei furiosa. — Emily, você é a minha melhor amiga. Mais que ninguém deveria saber que eu prefiro mil vezes ter planos com a minha melhor amiga do que com um rapaz.

— Mas tens planos com o Gregory? — Emily questionou rispidamente e eu engoli em seco.

Aí ela tinha um ponto.

— Estás a ver, Molly? Eu te conheço muito bem. Tão bem ao ponto de saber que vens me esquecido por causa de um rapaz!

— Emily! — Rebati. — O que deu em você?!

— O que deu em você, Molly — Retrucou a minha amiga, parecendo exausta pela voz. — Você mudou, amiga. Você já nem liga mais para mim. Mando mensagens e você ignora e quando eu menos espero, vejo você e o Greg sorrindo para aqui e acolá. E meio que isso não me deixa chateada. O que me deixa chateada é você não ser como antes. Aquela Molly que confiava tudo a mim, que desabafava tudo da sua vida em mim e que depositava o seu amor em mim. Hoje em dia só eu que insisto na nossa amizade e isso tem sido frustrante. Para caramba. Sério, Molly, você nem imagina o quão chateada isso tem me deixado.

— Emily, eu-

— Não, Molly — Emily disse. — Não quero justificações. Trarei o teu diário está noite. Tenha um bom dia.

Minha amiga encerrou a chamada e eu fiquei perplexa encarando o celular e ao mesmo tempo tentando entender o que acabara de acontecer.

Normalmente era eu quem zangava e criava uma briga. Mas isso foi diferente. Não sabia nem um pouco desse jeito da Emily.

Senti os meus olhos ferverem e os meus dedos tremiam. Emily tinha razão, mas meio que eu não ficaria para sempre com ela em todos os momentos. Ela, por exemplo, passava muito tempo com Luke, mas mesmo assim eu não a julgava.

Uma mensagem do Gregory apareceu na minha tela de bloqueio, mas deixei o celular sobre a penteadeira e levantei-me. Estava na hora de pensar em que fantasia eu vestiria durante a noite.

Saí do quarto e fui até a paragem de autocarros. O dia estava ensolarado, crianças brincando pela rua e as casas estavam decoradas com abóboras, teias de aranhas e maquetes de fantasmas, duendes e bruxas.

Enquanto eu seguia o caminho até ao shopping dentro do autocarro, entrei no Pinterest em busca de uma fantasia adequada. Mas não me apareceu nada interessante. Até pensei em me fantasiar de Olivia Rodrigo na icónica capa do álbum Sour, mas eu já tinha feito isso no anterior numa festa de fantasia.

O autocarro estacionou no shopping e eu saí do automóvel.

Entrei no imenso prédio espelhado e caminhei entre os corredores em busca de lojas de departamentos. Até porque essas eram as melhores para o Halloween. Ao atravessar lojas da Chanel, Versace, Gucci, encontrei uma loja pequena, com um Beijo de Batom bem enorme na placa e o nome era: Kisses!

Entrei na loja e me deslumbrei com o tanto de roupas estilo anos dois mil que encontrei em cada cabide. E pelo incrível que pareça, tudo aquilo me lembrava a minha melhor, Emily. E nem sabia mais se ainda era a minha melhor amiga naquele momento. Merda, tudo isso me deixou abalada. Eu amava a Emily mais do que todos os rapazes que entraram na minha vida. Ela era minha irmã!

Suspirei e continuei vasculhando as roupas pela loja e foi quando eu estava perto do caixa que encontrei a fantasia perfeita. Encontrei um conjunto da Regina George, o das quartas vestimos rosa e eu tive certeza que aquela era a minha fantasia.

— Suponho que encontrou a fantasia perfeita — escutei alguém dizer atrás de mim e eu abanei a cabeça em positivo e virei para encará-la. — Está em saldos, que sorte, hein?

A moça loira de olhos verdes, com as maçãs do rosto bem rosadas pelo blush e com os dentes retinhos e com aparelhos estava sorrindo. Ela era linda, de um jeito bem natural. A sua blusa com o logotipo da loja dizia que ela era atendente e o seu nome era Melanie.

— Que sorte — repeti também entusiasmada. — Posso experimentar?

— Claro, venha comigo! — Melanie tirou o cabide e me puxou pela mão até um provador.

No provador, eu troquei de roupa e vesti o conjunto. Me encarei no espelho, com a saia preta curta, o cropped branco e a camisola rosa. Eu estava deslumbrante e bem, eu deveria estar feliz, mas meu coração estava ferido e eu não conseguia nem fingir um sorriso para mim.

— Posso ver você?! — Melanie gritou do lado de fora e eu saí do provador.

Ela me encarou com a boca escancarada e sorriu para mim.

— Menina, isto assentou-te que nem uma luva! — Melanie comentou, observando minuciosamente a roupa em mim. — Você parece a Sabrina Carpenter fazendo um remake do papel. Devias passar um batom bem vermelho está noite. Estás uma diva!

— Obrigada — agradeci. — Mas acho que não fará sentido vestir-me assim hoje.

— Por que? Hoje é Halloween! Anima-te! — Melanie disse, abrindo as mãos e sorrindo para mim. — Você não me parece bem — observou ela, quando eu não reagi a sua brincadeira.

— Briguei com a minha melhor amiga essa manhã — contei a ela, que franziu o cenho e assentiu.

— Problemas com a best. Bem, isso é normal, até porque não existe uma melhor amizade sem discussão. Parece coisa de casal até — Melanie falou, e indicou o pufe perto ao provador para eu sentar-me. — Já tentou conversar com ela?

— Discutimos essa manhã, a pouco tempo na verdade. Não acho que conseguirei falar com ela hoje — admiti, sentindo os meus dedos ferverem de vontade de mandar uma mensagem a Emy.

— Uma vez eu briguei com a Sra. Twinkles e ela escondeu-se em baixo da minha cama o dia inteiro. Eu chorei, porque pensei que ela tinha fugido de mim, mas no final, descobri que ela só queria espaço — Melanie contou-me. — Talvez você deva dar espaço.

Melanie poderia ter razão em partes. Emily estava zangada e merecia tempo para pensar, tal como eu, que também merecia tempo.

— Quem é a Sra. Twinkles? É sua melhor amiga? — Quis saber.

— Sim, é a minha cachorra.

— Uma cachorra? — O som de deboche saiu sem controlo.

— É, algum mal é ter uma cachorra como best? — Melanie questionou visualmente zangada.

— Não! Mas podias ter amigos, como posso dizer, hum, humanos? — Sugeri e Melanie revirou os olhos.

— Você já experimentou viver toda sua vida em um colégio interno no Japão e se mudou para os Estados Unidos e como uma louca decidiu abandonar a faculdade para abrir uma loja de departamento? — Melanie questionou sem pausa e eu neguei com a cabeça. — Pois, está sou eu. Por isso não tenho amigos humanos. E até que não faz mal. A Sra. Twinkles tem sido melhor que muitos humanos.

Não fui a loja para a julgar, apenas para ir comprar uma fantasia para esta noite.

— Me desculpa, eu sempre acabo falando demais — Melanie disse. — É que a minha mãe não aceitou muito bem a ideia de eu "desperdiçar" — fez aspas com o dedo com uma cara de deboche. — Os meus anos de ouro criando um negócio de segunda mão com minha avó. Mas é que eu amo a moda, sabe. Amo criar, amo imaginar o que as pessoas vestem — Melanie sorria enquanto falava.

Eu sorri para ela e quis dar um abraço nela, pois, conseguiu de uma forma ou outra seguir seus planos. Aquela loja era um punho da moda, com vários modelitos prontos a serem usados em combinações icónicas.

— Eu também amo a moda — contei a ela. — Tipo, vestir as pessoas e elas ficarem felizes e confiantes. Ficarem com a auto-estima alta.

— Sim! — Melanie respondeu entusiamada. — Você me percebe, hum... Como te chamas?

— Stephanie. Stephanie Walker — respondi e ela assentiu.

— Isso, Stephanie. Uau, conversar contigo me fez bem. Obrigada por teres escolhido a Kisses.

— Eu que agradeço pelo conselho, Melanie. E tenho uma coisa para ti — abri a minha bolsa e tirei de lá o meu celular.

Vasculhei nos contactos e quando o achei, mostrei o celular à Melanie.

— Não. Acre-di-to! Ah! — Melanie deu pulinhos de alegria ao segurar meu celular. — É mesmo a Sophia Mackenzie?!

— É ela mesmo — confirmei, não conseguindo conter um sorriso. — Ela me inspirou muito e vou te contar um segredo: eu que desenhei a nova coleção country que sairá daqui a seis meses — Falei e Melanie pôs as mãos na boca. — É um segredo, tá? Porque vai estar assinado em nome da Molly.

— Por quê? — Ela quis saber.

Eu fiz beicinho com os lábios e fingi pensar.

— Porque ela era minha amiga e ela que me disse para continuar a desenhar. Então, em homenagem a ela, decidi que deveria ser dessa forma, publicar com a sua assinatura — eu disse e Melanie assentiu.

— Uau, miúda! Não sei que anjo mandou-te para mim! Mas eu agradeço! — Melanie me abraçou e eu apertei-a no abraço.

Ela era mesmo fofinha e eu queria muito ser amiga dela. Trocamos contacto de celular e quando eu paguei as minhas compras, ela agradeceu mais uma vez por eu ter passado da sua loja e pelo número da Sophia Mackenzie.

— Não te esqueças, Melanie, que foi uma indicação da Stephanie Walker — adverti a ela mais uma vez antes de sair.

Já eram dezassete horas quando o filme de terror nada assustador que Mason estava assistindo terminou. Ele e Matthew por não puderem sair a noite por ordens da sua mãe, organizam tardes de Halloween, onde se fantasiam de personagens Lego, como o Jay de Lego Ninjago que Mason está vestindo e Lance de Lego Nexo Knights que Matthew está fantasiado.

Me juntei a eles, e descobri que os filmes eram por seleção e para azar deles, eu escolhi Como Eu Era Antes de Você. Eles viraram o filme todo, mas choraram comigo quando o Will estava a despedir-se de Louisa Clarke e deixou aquela carta e o dinheiro para ela.

Desisti de continuar com eles quando recebi uma chamada por FaceTime de Gregory. Fui a correr parar o quarto e fechei a porta.

Coloquei o celular em frente ao espelho e atendi enquanto procurava os acessórios que eu colocaria está noite.

— Oi, Linda! — Greg me cumprimentou e eu ruborizei com o apelido que ele usou.

— Oi, Ursinho — mandei um beijo para ele que fingiu apanhar e fechou os olhos sorrindo. — Bobo!

— Eu amo seus beijos, Molly, e você deveria saber disso — Greg confessou e eu ri envergonhada. — Hum, sabias que consegui escrever uma original para o concurso de Halloween?

— Sério? — Greg confirmou com a cabeça. — E eu posso ouvir?

— Não.

O seu não foi assim, rápido e direto. Não. Eu franzi o cenho e ele sorriu nervoso.

— Não me entenda mal, Linda — Greg apressou-se dizer. — É que é uma surpresa. Tanto para ti tanto quanto para o resto da banda. Eu sinto que esse é realmente o segundo single da banda.

Uau, então devia ser uma música muito boa.

— Um hit de primeira? — Quis saber e ele riu.

— De primeira não sei, mas é bem pop e com com uma guitarra meio desafinada no fundo com uma bateria bem fusca. Gravei backing vocals no meu celular até, trabalhei todo dia de ontem e hoje nesta canção. Amei compor, fluiu e foi tudo maravilhoso.

— Ah, Gregory! Me mostra! — pedi fazendo beicinho, mas ele me mostrou a língua.

— Não! É surpresa! Passo a te buscar às dezanove horas! Ainda hoje escutas a música — Greg falou. — Beijos.

— Beijos — eu disse e ele encerrou a chamada.

Tomei um banho me vesti pensando na música. Tipo, nunca vi ele falar tão bem de uma música como desta. Nem mesmo de Quase Nunca que é o lead single do álbum. Me olhei no espelho depois de passar um batom bem vermelho e até que a Melanie tinha razão. Eu estava parecendo a Sabrina Carpenter fazendo o remake de Regina George.

Quando publiquei a foto no feed do Instagram, vi uma publicação da Emily e o Luke. Os dois já estavam fantasiados. A Emily estava com o cabelo azul novamente interpretando a Marinette de Ladybug e o Luke estava vestido como Adrien Agreste. Até pintou o cabelo de loiro.

Curti a publicação e quis comentar algo a respeito, mas as palavras cruéis da minha amiga retornaram a minha mente. Saí da rede social e guardei o celular na minha bolsa rosa choque.

— Stephanie! Chegou uma coisa para você! — Mason gritou do andar de baixo e eu saí do quarto.

Desci as escadas às pressas e quando cheguei a sala de estar, encontrei o diário da Stephanie sobre a mesinha de centro e os gêmeos bem atentos a TV.

— Aonde você vai assim vestida? — Sra. Walker questionou-me, deixando o jornal que lia sobre a mesa.

Eu arregalei os olhos e a respondi:

— Para uma festa de Halloween.

— Você está de castigo, minha menina. Não vai a festa nenhuma — Sra. Walker pontuou e eu fiquei boquiaberta.

— Castigo?! Mas eu não fiz nada! — Reclamei.

— Vá ao seu quarto e analise suas ações. Aí você saberá o motivo do teu castigo — falou e voltou a ler o jornal.

Eu bufei e enquanto subia as escadas com o diário na minha mão direita, alguém me puxou pela mão esquerda até o fim do corredor. Quando olhei para frente, eu fechei os olhos e suspirei.

— O que você quer, Dylan? — Indaguei e ele sorriu sem graça.

— Você não quer ir a festa? Estou aqui para te ajudar — respondeu ele e eu franzi os meus olhos. — Sério, eu quero te ajudar e pedir desculpas por ser um filho da mãe contigo. É que... — Dylan suspira e olha para o teto. — Sabe quando nos dizem que não devemos voltar com ex em momento algum? Eu não escutei, eu ignorei os conselhos e tentei voltar com a Sasha. E sabe, que merda que as coisas só ficam podres quando eu estou passando por uma situação difícil e sempre acabo procurando culpados para situações que eu mesmo arquitetei.

— Uau, eu... Não sabia disso, Dy — Realmente estava espantada. — Mas você me magoou muito, Dylan. Você não imagina a tortura psicológica que tive por causa das tuas ações — tive que admitir.

— É, eu sei o quão duro fui. Por isso quero te ajudar a ir festa. E acho que você tem que viver um final feliz logo com o Greg, não é, Molly?

Ri e assenti.

— Então, vamos ao plano.

Dylan me contou o plano dele e era genial.

Entrei no quarto e a primeira coisa que fiz foi encher o cobertor de almofadas e colocar uma peruca por cima para parecer que eu estava dormindo. Primeira parte do plano feita.

Abri a janela e depois de dez minutos, Dylan apareceu com a escada e posicionou na janela. Desci com cuidado e quando cheguei ao chão, ajudei ele a esconder perto para quando retornassemos para casa.

— Você e Emily estão brigadas? — Dylan questionou quando estávamos caminhando até seu carro.

— É. Mas prefiro não falar sobre isso — pedi e Dylan assentiu.

— Está bem. Olha para mim — Dylan pediu, segurando as minhas mãos. — É Halloween, não há motivos para tristezas. Tenta estar para cima essa noite! — Falou com tanta empolgação que eu abri um sorriso.

Dentro do seu Jeep, eu me concentrei em controlar as minhas emoções e me permiti criar cenários fakes sobre como seria o momento em Greg cantaria a música nova.

Me imaginei sentada no palco, ele olhando para mim enquanto toca a guitarra e entoa cada letra da sua composição para mim. No final, ele levantaria e me beijaria como se fosse a última vez e aquele seria o final da nossa história.

Nunca me imaginei sendo uma romântica de carteirinha, mas por causa do Gregory, virei fã número um de água com açúcar.

Finalmente chegamos a casa do Trainor, que estava decorada com várias abóboras esculpidas do lado de fora e muitas teias de aranha cobriam a casa. A música alta era convidativa e tinha muita gente.

Saímos do carro e entramos na mansão. O lugar estava agitado. A luz piscava em diferentes tons de cores e o aroma estava agradável, cheirava a lavanda, mas com um pitada de álcool e uma fragrância de longe , mas bem de longe, de maconha.

As pessoas nem se esforçaram tanto para se fantasiar. Na verdade, muitos aproveitaram para ficarem quase sem roupas, pelo tanto de garotos que vi fantasiados de super-heroi, apenas de cueca colorida e de licra e uma camiseta da mesma cor, uma máscara qualquer e uma capa improvisada.

Algumas meninas também estavam assim, vestindo algum pijama Playboy, ou com uma pintura facial de animal e um shortinho que combinasse com a situação.

Mas a verdadeira rainha da fantasia estava no centro a pista de dança. Os fios de cabelo azul balançavam ao som da música como ela, os seus olhos estavam cintilando e o seu sorriso era de outro mundo.

Emily, na sua fantasia de Ladybug, estava arrasando demais, com o conjunto vermelho de bolinhas pretas.

— Ela está magnífica — Dylan comentou ao meu lado. — Quer dançar?

— Não — respondi. — Vou procurar o Gregory.

Dylan assentiu e foi à pista de dança, onde se enturmou com Luke, que estava fantasiado de Cat Noir, e dançava que nem um doido chapado.

Senti um pouco de inveja, pois queria estar lá com a minha melhor amiga, como nos velhos tempos, mas eu tinha que conseguir dar o espaço e tempo que ela precisava ter.

Liguei para o Gregory enquanto subia as escadas da casa, a procura de um lugar silencioso, e quando Greg atendeu, eu pulei de susto, pois o alô foi bem na minha orelha, tipo, literalmente.

Eu me virei para trás e vi Greg sorrindo para mim. Ele estava fantasiado de urso pardo. Era um grande pijama de urso e era bem fofinho, pois tinha umas estrelas e corações pretos e brancos costurados por cima. E o capuchinho tinha todos detalhes do rosto de um urso.

— Que fofinho! Ursinho! — Abracei-o com força e ele beijou a minha cabeça. — Você estava me seguindo?

— Meio que sim, meio que não. Eu queria preparar-me mais uma vez para o concurso e não tinha como com todo o barulho lá de baixo, então, única opção: subir para aqui. Mas então, eu vi você deslumbrante como a Regina George e nunca quis tanto assistir Meninas Malvadas como eu quero agora — Greg explicou e eu sorri e ele me beijou.

Me derreti nos seus braços e na minha mente aquele poderia ser o nosso final feliz.

Abri os olhos quando seus lábios se afastaram dos meus.

— Temos que ir para o concurso — Greg avisou olhando o seu celular.

— Me dê um minuto, preciso ir a casa de banho — pedi e e ele assentiu.

Dessa vez não errei o cómodo e isso me fez rir, lembrando-me da maneira inusitada que conheci Sasha e meio que tinha já um ressentimento em mim sobre ela por ter magoado Dylan.

Entrei no banheiro e logo olhei no espelho, e foi assim que meu sorriso morreu ao ver minha amiga, Emily, retocando sua maquiagem.

— Emy.

Eu a chamei, mas ela ignorou-me e saiu do banheiro. Eu suspirei e retoquei a minha maquiagem.

Quando saí da casa de banho, fui ter com o Gregory e ele me beijou mais uma vez, antes de sairmos de mãos dadas da mansão do Trainor.

Caminhamos até o parque, discutindo sobre cada decoração que encontramos no meio do caminho. Vimos castelos de princesas até mesmo casas alegóricas de Abóbora desdentada.

Ao chegarmos no parque, Greg segurou a minha mão e nos fez correr até ao centro, onde tinha um palco em forma de portal que tinha placa bem brilhante: Halloween Songs Awards.

O lugar estava cheio, e bem movimentado. Aí é que realmente estava acontecer uma festa de Halloween. As pessoas estavam devidamente fantasiadas. Acho que Emily gostaria de estar aqui.

Sacudi a minha cabeça como forma de esquecer os meus problemas com a Emily, e focar no meu momento com o meu Gregory.

— Vem, tenho lugar especial por ser um dos concorrentes! — Greg disse enquanto eu o seguia até o que parecia ser a área VIP do concurso.

Tinham lá cadeiras acolchoadas perto ao palco e o concurso já estava prestes a iniciar. Me sentei ao lado de Gregory e ficamos de mãos dadas até o concurso iniciar.

— Boa noite a todos! — Cumprimentou-nos um homem alto e careca fantasiado de Drácula. — Seja bem-vindos a segunda edição do Halloween Songs Awards, a maior premiação musical da época na nossa cidade. Hoje, temos conosco, um grande número de talentosos cantores que desejam ganhar a chance de ter um contrato musical com a Fred Records, com direito a agenciamento e dois álbuns autorais assinados pela gravadora.

As pessoas foram ao rubro com a informação.

— Temos no nosso painel de jurados três cantores talentosos. A Ella Springs, cantora de Ópera, o John Daison, e a Anna Thruman! — Aplaudimos e eles acenaram-nos. — Já vamos começar com as apresentações. Vem para o palco, Rock Finn!

Um homem vestido apenas de colete de licra e calças de ganga escura subiu ao palco com a sua guitarra.

Ele fez um cover bem bonito da música Little Dark Age que definitivamente grita Halloween e os jurados o avaliaram todos com oito pontos, formando assim, vinte e quatro pontos.

— Ele foi bom — Greg admitiu e eu sorri para ele.

— Mas você pode conseguir mais pontos, você sabe que consegue — Eu disse a ele que sorriu e beijou-me a bochecha.

— Muito obrigado, Rock Finn! Uau, que abertura! Mas vamos correr com o tempo e chamar o Gregory Peterson para seguir com as performances da noite. Senhoras e senhores, aplausos para o Gregory Peterson! — O homem gritou apontando para Greg que estava a subir no palco com a sua guitarra. — Vamos a isso, Gregory.

Greg assentiu e tocou uns riffles que guitarra potentes que fez o público gritar.

— Senhoras e senhores, com vocês, Os Mortos Também Amam!

Greg iniciou a instrumental que era bem pop e com uma vibe de rock, e as pessoas já estavam pulando esperando ele iniciar a cantar e eu comecei a gravar.

Espíritos vagueantes
Almas penadas
Mesmo tendo separação
Os mortos também amam

Espíritos vagueantes
Almas penadas
Mesmo tendo separação
Os mortos também amam

— É isso, Greg! — Eu gritei após ele cantar a primeira estrofe.

♪ Nunca pensei que fosse possível
Estes factos chegam a me assustar
Digamos que é de outro nível
Os mortos também amam

Merda! Me enrasquei
Minha namorada ignorei
Será que os mortos têm sentimentos?
Por muito eu pensei
Não sei, talvez
Só sei que me apaixonei
Não deveria ser fraco
Mas não consegui lutar
Porque os mortos também amam

Procurando evidências
Terapia descartei
Os mortos também amam

Procurando evidências
Terapia descartei
Os mortos também amam

Nunca pensei que ia me apaixonar para valer
Mas tu és tão perfeita
A minha morta perfeita

Greg olhou para mim e lançou um beijo. Meu coração parou e eu gelei de emoção, sorri e gritei alto. Estava feliz, eufórica, agitada, não sei! Mas de uma coisa eu tinha certeza, eu estava apaixonada, incrivelmente apaixonada por aquele rapaz!

Todos aplaudiram a performance de Gregory, até mesmo os jurados.

— Uau, Gregory Peterson! Que performance, meu rapaz! — Disse o apresentador dando um abraço no Greg. — Vamos saber o que os nossos jurados acharam.

— Oh, meu Deus, Tob, fazia muito tempo que eu não escutava algo assim de um novo talento — Ella comentou no microfone. — Gregory Peterson, olhe bem nos meus lábios, você é a nova promessa do pop rock. Eu dou um dez!

Greg sibilou um "obrigado".

— Eu compartilho da mesma opinião que a Ella, mas a minha nota será um sete, foi bom, mas poderia ser melhor — Greg abanou a cabeça confirmando.

— Eu dou um sete também, Gregory. Mas não porque não foste bem, mas porque mereces melhor, muito mais que o concurso pode oferecer-te.

— Bem, Gregory, foram essas as notas e opiniões dos jurados. Vemo-nos novamente na revelação do pódio.

Greg agradeceu e desceu do palco, ao chegar perto de mim, segurou a minha mão e me puxou para fora da ala onde estávamos.

Confusa, eu o segui e quando estávamos bem longe do palco, e depois de esquivar algumas pessoas que o queriam elogiar, Greg me fez correr com ele até ao bosque.

— Gregory! — Gritei enquanto corria e ele apenas sorriu para mim e continuou a correr.

Ao chegarmos perto do lago, Greg soltou minha mão e sentou-se no chão. O lugar estava iluminado por luzes douradas e estava vazio e aconchegante. Também sentei-me no chão.

Greg envolveu os seus braços e mim e e me abraçou forte. Eu fechei os olhos e senti os seus dedos desenharem estrelas sobre a minha pele e eu ri pelas cócegas que senti.

— Por que fugimos? — Questionei e olhei para cima, para puder encarar seu rosto. — Você poderia ganhar o segundo lugar.

— O meu maior prémio é você, Molly — Greg disse com um sorriso enorme e eu abri um sorriso genuíno. — Eu te amo, Molly Mackenzie, você é a razão de eu ter escrito a melhor música da minha carreira toda — Greg inclinou-se e encostou seus lábios nos meus.

O beijo foi lento e apaixonante. A cada troca entre as nossas bocas, eu sentia cada vez mais o carinho que eu tinha por Gregory aumentar, e eu não parava de sorrir em momento algum.

Separamos as nossas bocas e ficamos em silêncio, apenas nos encarando como bobos apaixonados.

— Eu filmei você — contei para Greg. — E acho que devo postar na internet.

— Podes publicar. Até porque não mudará nada. Não será a primeira vez que eu publicarei um original nas redes sociais — Greg comentou e eu revirei os olhos.

— Pare de ser pessimista. Você conseguirá sim, eu prometo — assegurei e beijei-o mais uma vez. — Já falei o quão amo beijar você?

NOTAS DO SÉRGIO:

Oi, pessoal! Tudo bem? Fico muito feliz em conversar com vocês, agora que faltam seis capítulos senti necessidade de tagarelar, dizer que amo demais esse livro, que estou apaixonado por esses dois e que de longe, é um dos melhores casal que eu ja escrevi em toda minha vida.

Muito obrigado por tudo.

Vemo-nos no próximo capítulo
>>>>>>>>









Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro