VIII
_ Posso saber aonde vamos?
Perguntara Charlie enquanto Zack vestia uma camisa, acordara revigorada, mais faminta, era quase dez da noite quando despertou com Zack deitado ao seu lado, ele parecia cansado enquanto descansava, o observou por alguns minutos e se levantou, bebeu o que havia restado das garrafas com sangue e depois de um banho demorado, voltou a observa-lo, sabia que ele havia saído em algum momento enquanto ela dormia, pelo cheiro de sangue e cigarro em sua roupa ele tinha saído pra caçar, ainda tinha o cheiro da brisa noturna em seus cabelos bagunçados.
Ouviu-o sussurrar algo e seu coração acelerou quando ele a chamou, estava dormindo profundamente, sorriu e aproximou sua face da dele e quando percebeu estava beijando-o, então ele se moveu e ela se afastou assustada.
Ele tinha vagado pela cidade e depois de fadado voltado para o apartamento e deitado ali, o achara tão lindo e perfeito que quando deu por si estava se afastando, "Você... Você tem me feito sentir essas coisas. E isso não é bom no momento, por tanto o máximo de proximidade que posso oferecer é isso, uma amizade... " As palavras dele estavam frescas em sua memória, ele não podia ama-la embora tivesse lhe prometido um possível futuro juntos.
E ela não podia ter tanta fé e esperanças quando se quer sabia se iria realmente sobreviver a tudo. Passara a admirar Zacarias, mesmo que no início não quisesse admitir, o vampiro frio e sarcástico despertara algo em sua mente, talvez atração.
Era essa a palavra que definia o que vinha sentindo nos últimos dias, até constar que ele sentia o mesmo e fugia de seus próprios sentimentos, fazendo com que quisesse ficar por perto, sentir-se segura e menos solitária, mesmo que não conversassem muito, tentará reprimir isso, mais fora impossível.
Ele estava grudado em sua mente, e em sua vida. Não era por medo que ele não queria se envolver, era por que sabia que ela poderia se machucar em algum momento, era por ela, pelo que sentia e nutria por ele. Mais ainda assim decidiu ficar e esperar.
_ Aonde você vai, por que não continua o que estava fazendo?_ Ouviu-o dizer e inspirou profundamente, sentia cheiro de álcool e um outro odor que não conseguiu identificar.
Ao que parecia ele tinha se embriagado, ou estava fingindo, vampiros não dormiam, e se dormiam era por cansaço, ou por estarem sobre o efeito de algum encanto.
Álcool não surtia efeito como nos humanos, o que significava que ele havia tomado alguma poção para dormir.
Sentiu um alívio ao perceber que ele não lembraria de nada quando despertasse. Nem mesmo que ela o beijara enquanto dormia.
O que quer que ele estivesse fazendo em seu sonho era explícito, e quando ele sussurrou seu nome de forma doce suspirou ela percebeu que ele estava realmente sonhando, e com ela, revirando os olhos ela decidiu ignorar isso enquanto se levantava.
_ Charlie...
O abraçara por que sentia que ele precisa disso, correspondera ao beijo por que era isso que queria. Decidira fica por perto. Por que gostava dele e tinha decidido dar-lhe a chance de um dia conhecer o mundo ao seu lado.
_ Charlie..._ O estalar de dedos dele a trouxe de volta para a realidade.
Desviou o olhar ao perceber que o encarava seriamente e se ergueu irritada.
_ Terra para Charlie..._ Continuou com um riso divertido e curioso no rosto._ Está me ouvindo Charlie, ou gostou tanto de me ver sem camisa. Eu posso ser gentil se você quiser.
Realmente não tinha prestado atenção em nada do que ele havia dito, e com a exceção das últimas palavras preferiu ficar em silêncio.
_ O que disse?_ Perguntou ela confusa.
_ Eu respondi a sua pergunta._ Disse ele e desistiu de usar a gravata vermelha que usava em envolta do pescoço._ Disse que vamos a uma festa, um baile para membros do submundo. Você não lembra ?
_ Eu... Eu ...
Recompondo a própria mente, ela tentou sorrir e pigarriou, lembrou-se que ele havia comentado sobre a tal festa, um baile para recém transformados na propriedade de um vampiro um pouco mais velho que ela, e a julgar pelas informações ele era um milionário.
Havia concordado em ir a festa com ele para não ficar sozinha, e por que ele havia gasto uma boa quantia com suas roupas novas. Principalmente com o vestido e os sapatos. Se ainda fosse humana, e trabalhasse, teria gasto todas as suas economias com aquele par de sapatos.
Mais duvidava de que Zack fosse se importar com os gastos, ele mesmo havia dito que tinha dinheiro, propriedades, que tinha feito uma boa fortuna ao longo de sua existência.
_ É claro que não me esquece._ Disse ela e pegou a gravata sobre a cama._ E por que temos que ir nesta festa?
_ Para obter informações sobre nosso inimigo._ Disse ele enquanto ela ajeitava a gravata._ Ezequiel estará lá como convidado, segundo minhas informações ele está reunindo um exército.
_ Um exército pra que?_ Continuou ela, terminou de ajeitar a gravata e se afastou encarou-o seriamente e cruzou os braços._ Pra matar você?
O que ele havia dito no início lhe interessava mais que qualquer diversão naquela noite, quanto mais informações tivesse melhor, ainda teria sua vingança. Ezequiel tinha que pagar por seus crimes.
_ Não, ainda vou descobrir.
Disse ele e vestiu um casaco, arrumou os cabelos negros e sorriu maliciosamente.
_ Além disso precisamos nos divertir um pouco você não acha?
Espreitou os olhos ao perceber para onde ele olhava, e o que queria dizer com aquelas palavras, ele olhava diretamente para seu decote, o maldito vestido era apertado, e tinha se ajustado perfeitamente ao seu corpo, destacando suas curvas e busto.
_ Perdeu algo Halford?_ Perguntou ela e sentiu seu coração acelerar quando ele se aproximou lentamente.
Ainda sorrindo ele sorriu o olhar e deu um passo a frente.
_ Não. Por que? Eu deveria procurar por algo?
Irritada ela rosnou e deu um passo a frente, antes teria corado ou ficado envergonhada, mais agora sentia raiva, tinha se apaixonado por um cretino.
_ Canalha._ Sussurrou quando ele se aproximou até a porta._ Você é um partife halford.
_ Eu sei disso boneca._ Disse ele e piscou o olho._ tenho assuntos a resolver, você pode dançar, beber, pode fazer o que quiser, não precisa ficar na minha cola.
Disse ele e ela espreitou os olhos ainda mais irritada.
_ Como um carrapato.
Aquilo fora baixo, muito baixo de sua parte pensara enquanto o encarava, sentiu um frio no estômago e fechou os punhos. Sua vontade naquele momento era fazer com que ele engolisse as próprias palavras.
_ E por que eu ficaria na sua cola._ Disse ela amargamente._ Eu tenho vida e liberdade própria.
Sentia-se ofendida e indignada, agora preferia não ter que ir á lugar algum com ele. " Não vou me humilhar... Que se dane. " Pensou antes de reprimir qualquer afeto que sentisse, ele tinha passado dos limites, sua vontade era arrancar aquele sorriso sarcástico de seu rosto, quebrar seu nariz e o ver sangrar, sentia raiva, uma raiva que a fez avançar, as presas expostas, os olhos vermelhos, estava furiosa, mais deteve a si mesma, sabia perfeitamente que ele a impediria, poderia se machucar.
_ Isso mesmo, seja uma boa menina e abaixe a sua cabeça._ Disse ele quando ela baixou a cabeça._ Você fica interessante quando está irritada.
_ Cretino...
Disse ela. Tinha sido comparada a um carrapato. Um maldito carrapato. Um ácaro nojento, que ficava grudado em seu hospedeiro.
_ Vá se danar seu desgraçado._ Disse ela seriamente, encarou-o._ Vá sozinho, e espero que se engasgue com sangue...
Disse ela e passou pela porta ao empurra-lo para o lado, podia ir aonde quisesse sem ele, podia se virar e se divertir sozinha. Sempre fizera isso. Saiu para a noite lá fora com as palavras dele ecoando em sua mente, ficaria bem sem ele. Pelo menos naquele momento.
_ Charlie... Espera...
Parando de repente em frente a uma loja ela se virou furiosa e o encarou.
_ Achei que tivesse dito que queria ficar sozinho?_ Perguntou e voltou a andar, seguindo-a impaciente ele desviou de um casal e rosnou irritado._ Ou estou enganada? Acho que este não é o caminho para sua festa Zack.
_ Bem, você tem razão não é mesmo. Este não é o caminho._ Ouviu-o dizer no momento em que a alcançou e segurou em seu braço. Estava visivelmente irritado, se esforçando para parecer normal. Haviam muitas pessoas na rua._ Mas é o caminho que você seguiu. Esqueceu, não posso deixar você por aí, se você perder o controle eu terei que matar você.
Virando-a ele sorriu de escárnio irritando-a mais ainda.
_ O que você quer Halford?_ Continuou e inspirou profundamente._ Não quer me beijar, não quer me matar, e agora me compara a um ácaro pegajoso. O que quer?
_ Eu não sugeri que queria ficar sozinho. Mas não disse que queria ficar sozinho._ Disse ele friamente._ Apenas sugerir de outra forma que você pode sair quando quiser. Não sou seu dono Charlie, você é livre. Você só tem que não cometer erros. Se bem que eu estou louco pra ver você cometer erros, assim fica até mais fácil me livrar de você.
_ Ótimo. Então posso ir embora.
Disse ela voltando a andar, irritado ele a segurou pelo braço novamente e a arrastou até um beco vazio, havia algumas latas com lixo no local, assustado um gato rosnou em sua direção e correu, qualquer pessoa que passasse na rua não os veria ali.
_ Aonde pensa que vai eu não terminei._ Disse ele e a olhou fixamente enquanto a empurrava até a parede, assustada Charlie sentiu o concreto frio em suas costas e desviou o olhar._ Olha eu não sou bom com isso... Eu não sei ser gentil, cavaleiro... Essas coisas que as garotas gostam.
_ Eu sei... Eu entendi o que você disse._ Disse ela e sentiu um arrepio quando ele se aproximou lentamente ficando face a face com ela._ Melhor fingir que não me conhece. E eu não preciso de sua gentileza.
_ Eu só disse que você é livre. Você quem interpretou mal as minhas palavras.
Disse ele e ela o empurrou irritada quando ele começou a sorrir, um riso divertido.
_ Por que eu fingiria que não a conheço?
Mais ela não respondeu, apenas cruzou os braços. Ele estava nervoso, tinha percebido isso, ele ria quando irritado ou nervoso. Parecia furioso com algo. Poderia adivinhar o que era, poderia tentar descobrir, mais estava farta daquilo.
_ Vai se atrasar Zack, melhor ir de uma vez.
Inspirando profundamente ele a puchou em sua direção e a beijou, um beijo rápido, surpresa ela o encarou por alguns segundos e se afastou.
_ Não posso ir sem você._ Disse ele._ Não sou bom com isso... Mas eu peço desculpas... Não posso ir sem uma acompanhante... Eu preciso....
Sorrindo friamente ela espreitou os olhos e cruzou os braços, aquilo era impressionante, ele havia se desculpado, melhor que isso, precisava de sua ajuda. Isso era como uma vantagem, ele precisava dela, só não sabia como ser gentil o suficiente para pedir isso.
_ Você precisa..._ Disse e se moveu impaciente.
_ Preciso de sua ajuda.
Dando um passo a frente ela segurou em sua mão fria e pálida, não era tão difícil admitir que precisava dela, o olhou nos olhos fixamente, ele parecia desconcertado com as próprias ações.
_ Não me faça pedir outra vez...
Não seria preciso. Já tinha ouvido o que queria ouvir. Iria com ele, mais não ficaria por perto, ainda estava irritada, e seu pedido de desculpas era temporário.
_ Você é um ótimo ator Halford._ Disse e ele sorriu convencido._ Eu vou com você. Mais não ficarei por perto. Talvez você tenha razão, essa proximidade não é certa.
_ Charlie..._ Pensou ele enquanto a encarava. Tinha quebrado o que quer que ela sentisse.
Por dentro ele se sentia da mesma forma, mesmo que não admitisse.
_ Bem vamos, você vai se atrasar.
_ Meu charme ainda funciona.
Disse ele e ela sorriu, não demonstraria qualquer sentimento embora o que sentia estivesse queimando-o por dentro, ela poderia ser sua ruína.
_ Charlie...
Disse ele quando ela começou a andar.
_ Sim._ Disse ela seriamente.
_ Obrigado.
_ Não há de que Halford.
Sorriu, ele havia lhe agradecido como ela uma vez fizera, e isso a deixara surpresa. Ele era um canalha mesmo. O canalha por quem estava loucamente apaixonada.
......
Olá bom dia.
Bom galerinha esse aí é o oitavo capítulo de sangue novo, espero que gostem e gostaria de avisar que o próximo capítulo já está saindo já já tbm.
Espero que gostem. Deixa aí seu voto e comentário.
E boas férias.
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