Capítulo Dois - A Traição
Mais um episódio gostoso e o último :)
Créditos:
Escrita: amanddyh (eu mesma :)
Co-Autor: PurpleGalaxy_Project
Avaliação: LoloMochiS2
Betagem: Cevemo
Design: angellen_
Trailer: parkning
Deem uma olhadinha no trailer incrível antes de ler a fanfic s2
E também confiram as fanfics no perfil do projeto PurpleGalaxy_Project no wattpad e no spirit fanfics para apoiar o projeto 💜
Boa leitura s2
— Porra, de novo isso. — Yoongi sussurrou rindo ao escutar novamente um barulho no seu quarto e uma respiração suspeita no seu ouvido, já sabendo exatamente quem era.
Já haviam se passado cinco meses que estava na Coreia do Seul, muita coisa havia mudado e principalmente a presença de Agust D em sua vida. Seus encontros se tornaram frequentes, sempre da parte de Agust D que sempre abordava Yoongi de surpresa, na maioria das vezes, no quarto do Min, apenas eles dois, sozinho e trocando provocações no escuro.
— Eu sei que está acordado detetive. — Escutou o mesmo sussurro de sempre, a vontade era de ignorar, mas Yoongi ficou surpreso ao sentir Agust D sentar em cima das suas costas.
— Me deixa dormir, preciso estar disposto de manhã para prender você — falou com a voz grogue de sono, tentando ignorar que havia alguém nas suas costas, mesmo sabendo que seria falho, Agust D sabia chamar sua atenção de todos os jeitos. Se sentia tão envergonhado por perceber o quanto ficava vulnerável todas as vezes que Agust D visitou seu quarto, o quanto ficava hipnotizado pelos seus olhos o fitando tão intensamente e como a audácia de Agust D, de uma maneira muito distorcida na sua cabeça parecia até atraente. Não negava que se sentia culpado por se sentir assim, todos esses meses investigando, com a visita do sujeito que não saia da porra da sua cabeça há meses, ele o pertubava de mil maneiras diferentes.
— Tô desarmado agora, me prenda enquanto fode comigo. — E riu mais uma vez, as falas sujas sempre mexiam com Min Yoongi, que se negava a sequer pensar e confirmar para ele mesmo que Agust D era bonito.
— Mas que porra, como você é chato. — Se rendeu, virando de barriga para cima, e com o movimento que fez acabou tirando Agust D de cima de si, o que não durou muito, ele estava novamente em cima de si, mas agora, sentado na sua pelvis. Era perigoso.
— E eu sei que você começou a gostar disso, não é? — Segurou as mãos de Yoongi no colchão, mordendo os lábios enquanto fitava os lábios alheios, estava implícito aquele simples sinal.
— Você não vai me beijar.
— Adoro ser rebelde com os seus comandos — sussurrou sorrindo safado, seus rostos estavam próximos, enquanto Yoongi se sentia hipnotizado, por que é tão difícil lutar contra algo que parece ser muito desejado?
— Você… Você… — O policial Min tentou formar uma frase, mas era difícil pensar quando a respiração de Agust D já estava sendo sentida em seu rosto, cheirando ao hálito de hortelã, era convidativo. Os olhos de Agust D não desviaram um segundo dos lábios do Min, e pela primeira vez na vida, Agust D se sentia receoso sobre o que fazer, e isso o deixava indignado por se sentir assim.
Os lábios se encostaram causando uma explosão de sentimentos em ambos os corpos, a surpresa de ambos com o acontecido, de fato foi o suficiente para fazer Agust D recuar do rosto. Ele sentiu aquela corrente elétrica de prazer passar pelo seu corpo em apenas um beijo simples. Era tão estranho, talvez fosse carência, estava há meses sem transar com alguém, sem sentir prazer de nenhuma forma, apenas o fato de saber da polícia a sua espreita e que Min Yoongi estava se esforçando tanto para algemá-lo era o que verdadeiramente estava lhe dando prazer. Era isso, Min Yoongi, o policial novato da delegacia de Seul estava-o fazendo sentir desejo, e era indescritível, mas ele não sentia vontade alguma de parar. As provocações eram excitantes para ambos, nem o policial sabia explicar, se sentia perdido entre o desejo intenso e o pensamento de que não podia, ele não podia se sentir assim, ele não podia!
Mas, o perigoso se mostrava tão convidativo.
Yoongi percebeu a distância entre eles, e naquele olhar confuso que o ele soube que o outro havia sentido o mesmo. O Min pensava o mesmo: que talvez fosse carência, já fazia bastante tempo que não se relacionava com alguém, e aquele beijo foi o suficiente para excitar ambos necessitados de calor humano. Agust D havia começado, e eles iriam terminar aquilo. O Min ansioso por mais, sorriu para Agust D antes dele puxar sua nuca, juntando os lábios mais uma vez, em um beijo mais intenso e profundo do que apenas um selinho, rendendo aos desejos proibidos.
Yoongi sentiu gostoso quando ele se esfregou em si, aquilo era bom demais para parar. Nem tudo não sai como o planejado, e agora estava rendido à boca e ao corpo de Agust D, o maior cafajeste que já havia conhecido. Yoongi não conseguia sequer processar o quanto seu corpo estava quente naquele momento, e percebeu que Agust D havia lido seus pensamentos em um timing perfeito, sentiu as mãos alheias passarem pelos seus braços e irem até a barra da sua camisa branca, puxando-a para cima, "forçando" Min Yoongi levantar seus braços para ajudá-lo a tirar sua roupa, e na sua cabeça, livrá-lo daquele ar quente que os rondava. Sentiu beijos molhados serem distribuídos ao redor do seu pescoço e descendo pela sua clavícula para o seu peito, a boca quente fazia querer mais daquilo. Suas mãos foram para a cintura de Agust D que estava sentado em sua pélvis para descontar aquele prazer que estava sentindo, apertou a cintura de Min como retribuição enquanto o outro beijava seu peito.
Os lábios de Agust D voltaram para a boca de Min, judiando mais daquela parte do corpo do policial Min que mais o agradava, ou era uma carência absurda, ou Yoongi beijava bem para caralho para suportar.
— Agust D, espera, para — sussurrou quando percebeu as próximas intenções de Agust D. Tinha que parar, realmente não queria, mas precisava ser forte, estava demais.
— Não faz isso comigo agora Min Yoongi. — Tentou convencê-lo ao voltar a beijá-lo com lascívia, chupando seus lábios para fazê-lo permitir mais daquilo. Com certeza mais tarde ele iria se sentir estúpido por parecer um desesperado por sexo, um desesperado por Min Yoongi. Nunca havia se sentido tão necessitado antes, era novo demais para sua cabeça.
— Porra, para com isso. — Se afastou tirando Agust de seu colo convicto, eles precisavam parar. Não podiam ir tão longe, o dia já ia amanhecer. — Eu preciso dormir, isso é casual, e não podemos ir além ok. Você precisa ir embora, já vai amanhecer. — Buscou sua camisa branca novamente entre as cobertas e pôs a roupa que não deveria ter sido tirada no corpo novamente.
— Porra, você é tão frustrante as vezes. — Deu de ombros suspirando decepcionado. Roubando um selinho de Yoongi antes de sair da cama dele indo até a porta.
— Não se atreva a sair pela porta do meu apartamento, e principalmente… por onde você entrou desta vez?
— A janela da sua sala é super segura, sabe. — Debochou piscando um dos olhos antes de sair do quarto, fechando a porta.
Yoongi foi até a porta após a saída do outro e conseguiu escutar os passos baixos se afastando da porta, Yoongi escutou o barulho quase inaudível da sua janela da sala sendo aberta, seu apartamento não é muito grande mesmo, então Yoongi saiu do quarto a tempo de ver os últimos rastros de Agust D pulando da sua varanda como sempre fazia, mas desta vez conseguiu flagrá-lo a tempo, foi até a janela discretamente conseguindo ver Yoongi descer da varanda do primeiro andar e sair correndo para dentro de um beco entre o prédio de apartamentos na frente do prédio de Min e uma loja de conveniência que ficava ao lado, o beco no meio de ambas construções não possuía luz nenhuma, era um local perfeito para fuga.
Min fez uma anotação mental que deveria averiguar o local de manhã, talvez conseguisse algo. Era isso, trabalho, por um lado, se sentia estúpido por se sentir atraído por Agust D, o maior canalha do mundo, mas ao mesmo tempo ainda possuia o desejo há meses de prendê-lo, os encontros eram casuais, e apenas isso. E talvez por um sinal de ego, desejava prender Agust D com suas próprias habilidades e em campo, e não com Agust D se entregando de mão beijada, era um pensamento idiota, mas Yoongi possui a absoluta certeza que conseguiria ser mais esperto que o outro.
Yoongi acordou dez minutos do horário de sempre, pois havia lhe dado mais dez minutos por causa de um sujeito que atiçou sua cabeça durante a noite, dificultando seu sono. Tinha tempo de sobra, e se arrumou como sempre, sem seu sobretudo habitual por causa das altas temperaturas que denunciavam a mudança de estação, fazendo-o necessitar de roupas mais leves e frescas para não suar tanto.
Saiu de casa, atravessando a rua para comprar mais uma caixa de cigarros para si. E aproveitou a proximidade, dando uma olhada no beco que era extenso por mais outras três construções, e a saída do outro lado do beco dava para o Horizon Nogsaeg. Ele deveria fazer algo naquele lugar, havia avistado Agust D correr por aquele beco umas três vezes.
Então ele decidiu pegar carro Kia K900 e partiu para a delegacia, estacionando seu carro no estacionamento do lado do local e aproveitando seus minutinhos antes do seu horário para passar na cafeteria na frente da delegacia e comprar um café extraforte, antes de adentrar seu local de trabalho, recebendo alguns bons dias dos outros policiais e indo direto para sua sala, encontrando apenas o policial Jeon JungKook na sala de equipe, notando a falta do policial Taehyung e NamJoon.
— Bom-dia. — JungKook pronunciou com um semblante triste, levantando levemente sua xícara preta como um comprimento rápido o qual Yoongi retribuiu também com seu copo branco de café.
— Qual é o problema? Ainda não superou a mudança do seu namorado? — Min se juntou a Jungkook, se sentando parcialmente em cima da mesa de reunião.
— Ainda não me conformo que fomos tão burros de não tomar cuidado, ninguém precisava saber, e agora ele está a quilômetros de distância, rodeado de outros idiotas prontos para roubar ele de mim. — JungKook fez drama tristonho, bem, para Yoongi era o draminha de sempre que Jeon JungKook fazia. Há algumas semanas, o policial mais novo e o policial Park Jimin foram flagrados juntos por outros policiais e a fofoca chegou até o delegado que não permitiria que policiais da mesma delegacia se relacionassem, o que ocasionou na transferência de Jimin para outra delegacia em outra cidade.
— Você não vai perder ele JK, ele gosta de você e você só precisa confiar nele como ele confia em você. Foi muito azar mesmo, mas aconteceu, e não é o fim do mundo, vocês estão juntos há dois meses apenas. — Yoongi deu de ombros bebendo seu café tranquilamente, sentia ser um péssimo conselheiro. Quem era ele para dar conselhos de relacionamento, estava se atraindo por um criminoso, e isso ninguém precisava saber.
— Tá com inveja policial Min? Desde que entrou na delegacia nunca vi você falar sobre ninguém ou se relacionar. — Provocou o mais novo.
— E eu vou lá ligar para namoro cara? Meu trabalho de policial já me dá estresse o suficiente. Cadê os outros dois?
— Atrasados, óbvio. Sinto falta do policial Seokjin também. — Lamentou a partida do outro policial que havia largado a profissão civil para se tornar militar e também foi transferido para longe.
O papo entre os dois policiais se estendeu até dez minutos do horário de sempre, quando finalmente os policiais Taehyung e NamJoon chegaram juntos após atraso do trânsito, nas palavras deles. Quando voltaram para frente do computador continuar seus trabalhos, ao passar dos meses, o foco da equipe não estava mais apenas na gangue Haeguem, e sim alguns outros casos, que por algum motivo a gangue estava atuando de forma lenta o que era bem suspeito, ao mesmo tempo que permitia à polícia respirar um pouco de alívio sobre este caso de meses – ou melhor, anos.
— Gente, policial Kang mandou mensagem para irmos averiguar a balada Blinding Lights, a gangue tá invadindo o lugar de novo. — JungKook avisou após seu celular apitar em cima da mesa, qualquer barulho de notificação deixava os policiais apreensivos.
No mesmo momento do final da fala do policial mais novo, Yoongi sentiu seu celular pessoal vibrar em seu bolso, imaginando quem seja.
— Vão na frente, já já eu alcanço vocês. — Yoongi desconversou, voltando ao seu computador, era como um déjà vu, como se a mesma cena se repetisse pela milésima vez e Yoongi percebeu o padrão. Agust D mandaria seus homens até um local para atrair alguns policiais e mandaria uma mensagem privada para Yoongi com outro endereço para atraí-lo até lá para outros assuntos.
Quando os policiais se equiparam e saíram da sala, Min pegou seu celular pessoal e ligou a tela, vendo o número misterioso mandando-o mensagem, e para sua surpresa, não era quem ele esperava, não era Agust D. O contato terminado em 080, lembrava-o quem era, e não era de fato Agust D, isso era um bom sinal. Abrindo a mensagem do bate papo, Yoongi leu o endereço:
443, Rua Hangang, Distrito de Gangnam, Condomínio Rubi Rejideonseu, B7, AP55, Sr Kang Moon-Shik, casaco cinza escuro.
Lida a mensagem, Yoongi viu quando o contato do outro lado apagou a mensagem após ser lida pelo policial. Sabia o que deveria fazer, era o local exato do paradeiro de Agust D, mas não poderia ir pronto para sua prisão, ele precisava de mais informações. Ele precisava fingir mais.
Yoongi não perdeu tempo, se equipando com uma Glock 17 equipada no seu coldre pronto para o seu objetivo. Antes de se retirar, percebeu que não possuía um casaco cinza escuro, e o preto que estava usando agora parecia suspeito demais. Olhando em volta ele reparou que na na cadeira do policial Kim Taehyung tinha um casaco cinza, ele não era muito escuro, mas parecia perfeito. Taehyung entenderia, pensou antes de pegar a vestimenta com pressa e sair em disparada para fora da delegacia, seguindo até seu carro e dirigindo até o endereço ansioso, muito ansioso. A viagem até lá acabou quando Yoongi parou na frente de um condomínio de luxo que era o endereço que havia recebido. Ele parou seu carro na frente do portão próximo ao interfone.
— Se identifique e quem você veio visitar. — A voz desconhecida veio do interfone.
— Policial Kim, senhor Kang Moon-Shik. — Yoongi omitiu sua identidade, esperando que desse certo.
— Ok, Bloco 7 Apartamento 55 senhor, tenha um bom-dia. — A voz soou novamente antes de o interfone ser desligado. E o portão foi aberto logo depois, possibilitando a passagem de Yoongi e seu carro para aquele labirinto de inúmeros prédios com cinco andares cada. Rondou o condomínio um pouco mais, após achar o prédio correspondente para saber mais sobre o condomínio, percebendo estranhamente que os últimos andares do bloco 13 possuíam alguns vidros das janelas quebrados.
Suspeito, não?
Yoongi decidiu voltar para a frente do prédio sete, lembrando do número do apartamento, 55. Agust D, espere por uma surpresa.
Yoongi antes de sair do seu carro, pôs um boné preto na cabeça, escondendo-o com o capuz do casaco que usava. E decidiu adentrar o prédio tentando não fazer barulho até chegar no último andar, e antes de se aproximar, Yoongi decidiu olhar em volta do andar percebendo dois pequenos pontos pretos na porta 53 na frente do apartamento 55, câmeras. Ok, o que deveria fazer.
Decidiu arriscar, se aproximando da porta ouviu apenas uma voz abafada dentro dela e parecia levemente alterada. Não sabia se entrava do nada, arrombava a porta o que talvez não conseguiria e arriscaria de Agust D escapar. A única coisa que fez à mente foi pegar sua arma discretamente do seu coldre, torcendo para que o movimento mal tivesse sido captado pela câmera nas suas costas. Com certeza eles estavam o vendo agora, ele decidiu esperar quando escutou passos se aproximando da porta a sua frente, estava praticamente na frente da porta agora, Agust D. Abaixou a cabeça quando percebeu o olho mágico ser escurecido, impedindo que vissem seu rosto e então a porta foi destrancada e o barulho constatou para o policial Min que com certeza era coisa de Agust D, haviam pelo menos quatro travas naquela porta.
— Então finalmente… — A voz de Agust D soou quando a porta foi aberta e a frase não foi acabada quando Agust D se deparou com a cabeça do sujeito na sua frente que acreditava ser outra pessoa ser levantada e o boné revelar o rosto do policial Min Yoongi, que apontava uma arma para si agora, deixando-o perplexo pela sua presença se perguntando como caralhos ele estava ali? COMO?
— Surpresa gatinho. — Yoongi riu apontando a arma para Agust D, empurrando a porta do apartamento com o pé, adentrando o local e fechando a porta, logo abaixando a arma com um sorriso debochado no rosto. — Touché — pronunciou brincalhão vendo a cara de surpresa impagável de Agust D.
— Como caralhos você tá aqui? Quem dedurou? — Agust D perguntou raivoso ainda sem acreditar.
— Sabe os carinhas que mandou pra balada, então, alguns abriram o bico. Como você está? — Deu de ombros como se não fosse nada, olhando ao redor do apartamento bem decorado, indo até o sofá se sentar. — Tá surpreso, não é? Eu te disse que eu era incrível, sua sorte que fui eu que vim, não? — brincou.
— Foi uma surpresa e tanto gatinho — devolveu a provocação se aproximando de Yoongi. — Por que veio aqui então? Eu tenho uma reunião daqui dez minutos. — Yoongi notou Agust D tirar um celular de flip do seu bolso e começar a mexer, intrigando o policial. Ele tinha que colocar as mãos naquele celular.
— Nada demais, só vim ver se era verdade. Até porque não é justo só eu receber surpresas, não é? Está louco para me mandar embora? Pensei que sentia saudades. — Fingiu interesse quando Agust D voltou a atenção para ele, Yoongi decidiu se aproximar mais e mais do outro para atiçá-lo, aquele celular. Mas, os olhos intensos de Agust D faziam sua mente entrar em transe.
— Com certeza não mais do que você sentiu de mim, não é atoa que está aqui apenas pra mim — flertou puxando Yoongi para mais próximo, se aproximando do rosto do outro, sentindo cheiro de cigarro, e riu.
— Estou sem bala de menta, não pode me beijar — provocou o outro.
— E eu já disse que não ligo para os seus comandos. — Sorriu o criminoso, cheirando a pele do pescoço do policial Min, se inebriando no cheiro bom do perfume dele misturado com cheiro de cigarro que não incomodava Agust D por compartilhar do mesmo vício.
— Você está apressado demais.
— Não sabe como eu estou louco — sussurrou se afundando no pescoço de Min Yoongi esquecendo por um segundo do mundo, que se foda todos, se sentia tão bem, por poder apertar suas mãos nele ali apenas para ele. Isso deixava Agust D louco, Min YoonGi o deixava embriagado e desnorteado, como uma droga, uma droga muito perigosa para ele.
Yoongi aproveitou os toques, aproveitando os beijos quando sentiu Agust D deitá-lo no sofá, e por pura coincidência, bem próximo do tal celular de flip. A única coisa que consegui ver foi quando uma mensagem chegou no visor de cima do celular com o distrito de Haeundae seguida de uma palavra em japonês que não tinha certeza do significado se era ordem, pedido ou entrega.
— Chegou mensagem, é? — perguntou disfarçando, quando Agust D pegou o celular, desviando os olhos do Min para o aparelho.
— Hum… Você precisa ir embora — disse se afastando parecendo estranho, Yoongi analisou a mudança de atitude de Agust D com desconfiança, era óbvio que tinha desconfiança, não possuíam confiança alguma mesmo, mas ele estava diferente do nada. Percebeu quando ele acendeu um cigarro voltando a atenção para o celular novamente.
— Ok né, precisa se esforçar mais tá, estamos quase te pegando — provocou se aproximando, parando bem próximo do rosto do outro antes de sorrir e se afastar, mas antes de decidir voltar a delegacia investigar sobre o que caralhos era Haitatsu, Yoongi acabou reparando algo que estava ali chamando atenção a qual ele não deu a devida por causa do nervosismo que sentiu encurralar Agust D pela primeira vez.
— Espera… Que blusa exótica é essa? — perguntou ao perceber a estampa da camisa que algo parecia familiar naquilo. O que será que era?
— É da Gucci, cara para porra, e foi feita exclusivamente apenas pro pai aqui. Mas, eu tive que mandar fazer outra igual, minha antiga havia rasgado e eu gosto muito dessa camisa. Ela é a única na Coreia. — Se gabou.
Parecia um blusa casual com tecido de viscose, branca com detalhes em vermelho em algumas áreas, com uma estampa de folhas de floresta, de manga curta e possuía uma abertura no meio com botões que podiam fechar a blusa ou caso preferisse, deixar a blusa aberta, como Agust D estava fazendo agora, usando apenas uma regata branca de algodão. Rasgado? Interessante…
— Por que a pergunta?
— É que… Não sei, parece legal. Ficou legal em você, tem há muito tempo? — Voltou com outro questionamento após um elogio que o deixou envergonhado ao perceber o que falou e o sorriso ladino de Agust D não ajudava a não se sentir daquele jeito.
— Comprei a primeira aos vinte anos, foi uma das primeiras coisas que fiz quando… — Parou no meio da frase, os olhos de Agust D o fitaram por alguns segundos antes de desviar para tragar o cigarro novamente. Então, ele tem a blusa há bastante tempo. — Bem, rasgou e eu mandei fazer outra, só isso. Por quê? Quer ela pra você, é?
— Não, só achei legal. Tenho que ir, e pare de fumar porque faz mal. — Como última ação antes de se retirar de vez, Yoongi tirou o cigarro da boca de Agust D enquanto o outro traga o cigarro novamente, sorrindo antes de colocar o cigarro na boca em um ato de hipocrisia apenas de brincadeira, dando as costas para Agust D, e voltando para o seu carro, colocando o resto do cigarro no cinzeiro do seu carro, decidido a voltar para a delegacia.
— Onde você estava? — Foi a primeira coisa que foi questionado ao policial Min quando ele adentrou a sala da equipe que já estava reunida novamente.
— Em outro lugar que o delegado me pediu, aqui seu casaco, pesquisem para mim o que significa haitatsu em coreano. Já volto. — Yoongi desconversou enquanto entregava o casaco cinza de Kim Taehyung, devolvendo a roupa ao dono, saindo antes de receber respostas, sabia que parecia rude, mas algo martelava no fundo da sua mente, Min Yoongi lembrava de ter visto um arquivo com a foto da estampa daquela camisa, ele não estava louco.
Percebendo que os arquivos que eles possuíam na sala só eram de 2017 para frente, Yoongi sabia quem deveria procurar para sanar sua curiosidade, sentia que aquela maldita foto daquela estampa era alguma coisa importante.
— No que posso ajudar Yoongi? — perguntou o delegado preocupado com o jeito que o policial se encontrava.
— Eu sei que vai ser difícil, mas eu preciso saber. Você lembra de algum caso de 2013 ou 2014 onde uma das fotos do caso era um tecido com uma estampa de folhas? — Yoongi tentou explicar o mais calmo possível para fazer o delegado entender o que ele precisava.
— Uma estampa de folhas… uma foto de uma estampa de folhas? — divagou um pouco, procurando em suas memórias, 2013 já fazia tanto tempo, era realmente difícil… mas algo passou pela mente do delegado, um caso, um arquivo… um arquivo específico. — Eu acho… que sim — pronunciou incerto indo até um armário de gavetas em sua sala, na última gaveta o delegado Jung retirou de dentro das gavetas três pastas que já pareciam antigas.
— Talvez em uma dessas — disse colocando três pastas amarelas em cima da mesa e observou Min Yoongi eufórico abrindo as pastas e relendo. O primeiro caso era de duas estudantes irmãs, onde uma faleceu usando uma blusa de estampa de folhas, porém, a blusa era rosa com flores pretas. O segundo caso era de um homem desaparecido que também usava uma blusa de estampa de folhas, mas a blusa era verde escura, não era aquela blusa. Ele disse que era a única Coreia. O terceiro caso… Ah, o terceiro caso fez Yoongi tremer ao ler o nome na primeira página da pasta. Não era possível…
Jung Hoseok.
E só em ler o nome dele, instantaneamente acontecia aquilo de novo. Aquele maldito barulho de tiro e a imagem do rosto sem vida. Yoongi suspirou fundo, apertando forte seus olhos para segurar suas emoções, precisava focar, mas estava morrendo de medo. Ele nunca chegou a pensar nos arquivos do caso da morte de Hoseok, pois sentia que nunca estaria pronto para encarar aquela pasta, e lá estava aquela pasta, ele não podia escapar mais.
— Senhor… Senhor, tem certeza? — Yoongi questionou receoso e com medo de ler aquilo, não conseguiu tirar os olhos do nome do seu ex melhor amigo e primeiro amor.
— Eu sei que vai ser difícil Min, você quer que eu…
— Não, não — interrompeu-o. Procurando coragem para continuar, e precisava continuar.
Yoongi passou os olhos pelas páginas sentindo vontade de chorar quando viu a foto do corpo morto do seu amado. A dor era indescritível, a mesma dor da perda que sentia a dez anos atrás e que no final nunca iria embora, aquela foi a pior noite da sua vida.
Aquele maldito dia.
Min Yoongi se recordava da felicidade que sentiu quando finalmente havia concluído seu treinamento na delegacia de polícia e poderia finalmente virar um policial oficial, seu maior sonho.
Indo até o quarto do seu melhor amigo para contar a novidade, escutou o barulho de um tiro. O mesmo barulho que o assombraria pelo resto de sua vida. O medo que o atingiu o fez ficar paralisado por um tempo sem saber o que fazer, quando finalmente tomou coragem correu para o quarto do seu melhor amigo, abrindo a porta apenas para encarar a pior cena da sua vida. Uma poça de sangue vermelho forte levava ao corpo caído no chão com um tiro no peito da pessoa que Min Yoongi mais amava.
E lá estava aquelas fotos do caso, e uma foto de um pedaço de tecido com aquela maldita mesma estampa de folhas presa entre os dedos de Jung Hoseok e outro pedaço preso a um prego na janela.
Única na Coreia? A antiga havia rasgado?
Foi você.
Esse tempo todo, esse tempo todo havia sido você!
— E-então… Então… A pessoa… O monstro que matou… que m-matou o Hoseok foi o… o Agust D? — Yoongi perguntou desacreditado da descoberta, era inútil tentar segurar suas lágrimas, completamente inútil, ele já era uma bagunça carregada de dor e culpa.
— O quê? Como sabe, meu filho?
— Essa merda de estampa é única na Coreia, e a única pessoa… a única pessoa que tem essa merda de blusa é o filho da puta do Agust D! — Bateu a pasta com força causada pela raiva na mesa do delegado concluindo seu raciocínio. A verdade! Era um fato. Como ele pôde? Como Yoongi pode fazer isso?
Como teve a porra da audácia de se atrair pelo filho da puta que levou o amor da sua vida?!
Yoongi foi levado até o sofá na sala do delegado Jung que estava preocupado com o estado nervoso que o policial se encontrava, as mãos tremendo, os olhos desabando e a respiração ofegante. O delegado pediu para um dos policiais do saguão da delegacia trazer um copo de água para Min Yoongi, que não conseguia se acalmar. Aquilo era demais, aquele fato era demais para o seu coração quebrado.
— Eu não sabia que havia sido Agust D, na época haviam divulgado que e-ele… ele foi morto por um namorado secreto ciumento que se suicidou uma semana depois. Ele chamava-o de Suga e que não via a hora de eu o conhecer, até que… aconteceu. — Yoongi abraçou o delegado o mais forte que pode ao perceber o abalo do delegado, não era à toa, ambos estavam descobrindo a verdade da perda que mais atingiu suas vidas. A dor do luto voltou muito pior do que nunca, principalmente para Yoongi que carregava uma dor muito pior do que todas, a culpa o corroía por dentro, e jamais poderia se perdoar por ter deixado aquilo acontecer.
Me perdoe Hoseok, me perdoe.
— Acho que você deveria tirar o resto do dia de folga, você precisa descansar Yoongi-yah. Está tudo bem voltar para casa — aconselhou o delegado afrouxando o abraço, entregando novamente mais água gelada para o Min.
— Obrigado, você é o pai que eu nunca tive — agradeceu entre lágrimas, tão agradecido por ter aquele homem incrível como apoio, mesmo sentindo que havia cometido a pior traição do mundo com aquele senhor.
Saindo da sala do delegado, ele voltou à sua sala pegando suas coisas se recusando a falar com os seus amigos, sabia que novamente estava sendo um péssimo amigo, mas Yoongi se sentia vazio, só queria correr sem rumo para qualquer lugar na esperança de se cansar e apagar para então acordar em outra realidade, a realidade onde ele não era mais aquela pessoa.
Yoongi perdeu o sentido de quanto tempo estava debaixo da água quente do chuveiro tentando lavar sua alma, esfregando seu corpo na tentativa de tirar os resquícios e as lembranças dos toques de Agust D da sua pele, o que ele estava fazendo afinal de contas? Estava gostando de brincar de policia e ladrão com Agust D como duas crianças mimadas e orgulhosas? Como pôde fazer aquilo? Como deixou chegar naquela situação? Ansiar pela boca do mesmo cara que disparou contra Jung Hoseok, isso era tão sujo e cruel. Cruel demais para suportar, sua pele dói, seus olhos ardem e sua cabeça não suporta mais. Era definitivo, aquele maldito jogo sádico e perigoso que nunca deveria ter começado e muito menos escalado para o que havia se tornado, acabou oficialmente. Yoongi não queria apenas prender Agust D, não tinha mais vontade de fazer isso, agora o queria morto.
Amanhã… Amanhã é dia 25, e aquele filho da puta estará completamente fudido.
Antes de cair na cama para tentar dormir devido ao tanto desgaste mental em apenas algumas horas, Yoongi enviou mensagem àquele número do infiltrado da polícia que estava se atuando como agente duplo nos negócios da gangue desde a semana que o policial Min havia chegado no país e adentrado ao caso, o policial Shin Junho. O trabalho do policial infiltrado foi tão bem sucedido que após alguns meses na gangue e após a rápida "prisão suspeita" da antiga pessoa de mais confiança de Agust D, o policial infiltrado já havia se tornado o braço direito do criminoso.
Nesta madrugada tente atraí-lo para Daegu na antiga área industrial no distrito de Dalseong, os dias desse canalha acabaram.
[ ... ]
Era madrugada ainda, o sol estava prestes a nascer e Min se via dirigindo há horas carregado de duas xícaras de café forte para chegar até seu destino, o fim daquele filho da puta. E enquanto dirigia, quase se distraiu pensando em mil e uma formas de fazê-lo sofrer da pior forma possível. O policial Min mesmo pedindo para o policial Shin atrair Agust D para um local isolado, foi presenteado por algo diferente do esperado. A foto que havia recebido horas atrás mostrava algo mil vezes melhor, Agust D desacordado e amarrado no porta-malas de um carro era tão perfeita que deveria ser emoldurada, o tanto que ele parecia vulnerável e impotente ao mundo fazia a mente do policial Min carregado de ressentimento viajar entre mil ideais de fazê-lo implorar para acabar logo, aquele sangue escorrendo do nariz do criminoso era a cereja do bolo.
Min Yoongi não ligou para o horário, não constatou nada, sua mente estava focada apenas nas palavras "Agust D morto" e "vingança" que se repetiam em sua mente. Foda-se uma prisão temporária, Agust D era esperto o suficiente para fugir como sempre fazia no passado, mas não com o policial Min desejando sua cabeça, a prisão era boa demais para um monstro que Agust D era.
Finalmente Yoongi havia estacionado no local combinado, avisando o Hyundai Kona prateado do policial Shin. Quando ligou seu celular antes de sair do seu carro, visualizou a mensagem mandada pelo policial Shin:
Tudo pronto.
Simples palavras com um significado enorme por trás. E diferente de antes, a mensagem continuava ali, e não apagada como era o padrão. Yoongi notificou o policial Shin de sua chegada, e saiu do carro quando o outro policial vinha na direção dos carros estacionados saindo de dentro da construção abandonada.
— Pedi pra atraí-lo, mas você fez muito mais. Bom trabalho. — Foi a primeira coisa que o policial pronunciou ao se aproximar do outro policial que destravar seu carro, abrindo o porta-malas exibindo aquele corpo ainda desacordado.
— Entendi apenas que era para trazê-lo, independente do método. — Deu de ombros se sentindo orgulhoso no fundo.
Yoongi ajudou o policial Shin a levar o corpo pesado de Agust D para dentro da construção para seus últimos minutos de vida, em definitivo.
— Por que do nada mudou de ideia? Ainda falta mais um pouco para eu ter acesso ao endereço de todos os quartéis de droga. — Policial Shin perguntou confuso com a mudança do plano.
— Tenho certeza que você já sabe o suficiente, então leve o resto dos policiais com você para a base principal da gangue. Já é o suficiente, esse filho da puta assassinou o único filho do atual delegado, já é um motivo grande o suficiente — desabafou, dando outros comandos. Estava receoso, e decidiu não abrir sobre o real combustível para sua fúria, sabia que era antiético ir contra os protocolos para simplesmente fazer "justiça" com suas próprias mãos, mas a raiva que sentia não deixava espaço para racionalidade. Ainda mais em um sistema penal precário, Agust D tem a Coréia na palma da mão dele, não há outro jeito de fazê-lo pagar.
— Certo, certo. — Decidiu aceitar, o relacionamento do policial veterano Min com o delegado Jung era o suficiente para deixar muitos policiais receosos em acatar seus pedidos, era o poder da reputação.
Eles levaram Agust D até o terceiro andar do prédio parcialmente destruído e abandonado, onde Yoongi percebeu um grupo de cinco cadeiras próximas a um barril metálico suspeito.
— Aparentemente aqui já foi local de reuniões de outros criminosos, é comum nessas áreas isoladas. — Como se lesse sua mente o policial Min pronunciou sanando suas dúvidas internas.
Os dois policiais desamarram as pernas de Agust D para usar a corda e amarrá-lo na cadeira. Estava na hora.
— Espere lá fora, e quando escutar o barulho do tiro, volte para Seul.
— Você também trabalhou duro policial Min, não julgo suas ações ou motivações, faça o que tem que fazer. Esse segredo morre conosco. — O policial Shin concluiu, se curvando para o Min e mantendo uma promessa. Ninguém deveria saber do que ocorreu naquele dia e naquele lugar. Então, o policial Shin se afastou.
Min Yoongi estava sozinho agora, só ele e um criminoso canalha completamente vulnerável.
Min se aproximou do barril metálico, notando que havia água dentro do barril. Era perfeito, não importava como havia chegado ali, não importava se já estava ou se de alguma forma o policial Shin havia conseguido providenciar, só o que importa era a possibilidade de afogamento.
E aquela ideia havia acabado de se alojar na mente do policial Min e criar mais força a cada segundo, era isso que devia fazer. A frente do corpo ainda desacordado, não sabia o que o policial Shin havia usado para apagar um homem como Agust D, mas com certeza usou algo muito forte. O policial Min arrancou sua gravata com força, prendendo nos olhos do criminoso, deixando-o cego. Usou toda sua força para levantar o corpo da cadeira, arrastando até o barril de água e enfiando a cabeça de Agust D debaixo d'água.
Em poucos segundos sentiu o corpo de Agust D começar a se remexer, os pés pressionados no chão enquanto tentava inutilmente se afastar da água. Yoongi agarrando o cabelo longo de Agust D forçou por mais um tempo antes de decidir puxar a cabeça do criminoso de volta para fora d'água e dá-lo mais um resquício de respiração, não era a hora ainda. Se dava o prazer de rir enquanto escutava o quanto Agust D tocia e tentava respirar lutando para sobreviver.
Ele repetiu o mesmo ato mais duas vezes, apenas por prazer sádico.
Foi quando se cansou daquilo e usou toda sua força para jogar o criminoso no chão, que se ralou nos braços quando se arrastaram no concreto, e a sua calça jeans foi rasgada no processo também relevando sangue nos seus joelhos.
— Quem… Quem caralho é você? — perguntou enquanto torcia tentando buscar por fôlego.
Yoongi até pensou em responder, mas decidiu deixá-lo no escuro mais um pouco, se aproximando a passos lentos, sabia que qualquer barulho emitido no imenso silêncio no ambiente causava eco, e o policial usou isso ao seu favor. Dando passos lentos, mas fortes o suficientes no chão para Agust D ouvir o perigo se aproximando.
Yoongi se agachou na frente de Agust D lhe dando um soco no rosto com força, sentindo sua mão doer muito, imaginando o que o ato havia causado no outro que ainda torcia.
Agust D estava com medo.
— Porra… Porra… O que você quer caralho? Dinheiro? Drogas? Serviços? Me sequestrar não vale de nada — respondeu o criminoso entre os gemidos de dor, o simples som da voz de Agust D atingiu os nervos de Min Yoongi tão forte que o policial desferiu outro soco no sujeito no chão.
Yoongi arrastou uma cadeira, colocando-a na frente da cadeira que pretendia amarrar Agust D de novo. Para desnortear Agust D e facilitar seu trabalho, o policial desferiu outro soco mais forte, aproveitando a confusão de gemidos e tosses de Agust D para mantê-lo na cadeira, o fato de estar com os braços amarrados dificultava-o de sequer mexer um músculos, então Yoongi conseguiu voltar a amarrá-lo na cadeira, sentando na outra cadeira a frente do criminoso.
O policial retirou a gravata dos olhos de Agust D, desvendando-o e lhe mostrando a realidade.
— Mas que porra… é essa? — sussurrou o criminoso confuso ao encarar a última pessoa que pensaria estar fazendo aquilo com ele. Traição.
— Surpresa… Suga. — Yoongi riu de escárnio olhando para o rosto machucado e molhado do criminoso, se deliciando ao encarar os hematomas no corpo do outro. Um prazer sádico.
— O quê… O quê… Suga? — perguntou confuso tentando lembrar daquele nome, o pseudônimo que já havia usado no passado.
— Deve saber desse nome, certo? Não era o nome que usava com um rapaz… talvez um rapaz chamado… Jung Hoseok. — Yoongi não tirou seus olhos raivosos do rosto do criminoso, percebendo exatamente o momento que a face de Agust D denunciou que ele havia lembrado do nome do rapaz que matou, enquanto o policial puxava seu sobretudo preto, revelando o coldre na sua cintura, retirando um revólver de lá.
O medo se apossou dos olhos de sua presa.
O policial não imaginava o quanto prazer de estar no controle mexe com a mente do ser humano.
— Yoongi… Espera… Espera, porra! — O criminoso se remexeu na cadeira, se sentindo ridículo quando percebeu a gravidade da situação que se encontrava, era inevitável não sentir medo, na frente do policial que gostava, o qual se encontrava apontando uma arma para si, os olhos frios, deixava Agust D mais desesperado ainda.
— Ele era alguém importante pra mim, e muito. — Segurou a vontade de chorar lembrando daquele maldito dia mais uma vez. — E ontem eu descobri que foi você quem atirou nele.
— Eu posso me explicar, aquela época era confusa, eu…
— Cala a boca! — O Min levantou irritado, cortando-o antes que falasse mais merda que o deixasse mais irritado do que já estava. Deu um passo na direção de Agust D, desferindo outro soco, sua mão doía.
— Por favor, Yoongi, você não pode… não pode fazer isso. — Desistiu da sua pose, as dores em seu corpo ultrapassaram seus limites, não aguentava mais, se sentia tão fraco e impotente começando a implorar, chegando na situação que Yoongi desejava finalmente alcançar, que Agust D implorasse pela sua vida como ele implorou pela vida do seu amado.
— Ah, Agust D dizendo por favor e implorando. Que cena patética — debochou, encostando a arma no queixo de Agust D, exatamente como o maldito fez no dia que se conhecerem, no dia do primeiro encontro.
— O que você quer de mim?
— Sabe… a alguns anos atrás bem próximo desse prédio antigo tinha uma delegacia, e o delegado de lá morava em uma casa há poucos quilômetros do trabalho dele, a casa dele era grande, dois andares, um quintal lindo, três quartos, e o quarto do querido filho dele ficava no segundo andar. Naquele dia que eu estava chegando no quarto do filho do policial… Sabe o que eu escutei? Um tiro. — Olhou o criminoso furioso. — A porra de um tiro! Um tiro… um tiro que me deixou paralisado só por causa do barulho perturbador. E depois… depois eu soube onde estava o desfecho daquela maldita bala, que havia sido disparada contra o coração da pessoa que eu amava! — Yoongi alterou sua voz conforme seu ódio crescia a cada palavra que falava, com muito esforço segurava sua dor no fundo da garganta.
A arma antes próxima ao queixo, agora se encontrava na testa de Agust D.
— E-eu sinto muito, eu…
— Cala a porra da boca! — O policial gritou mais uma vez, agarrando o pescoço do outro com força ao ponto de impossibilitar a passagem de ar.
— Yoongi, me perdoa… eu… eu confiei em você — sussurrou quase inaudível, mas Yoongi havia escutado a confusão do outro, e achava simplesmente hilário o maior criminoso da Coreia, pseudo onisciente e onipotente falar frases sem lógicas que apenas eram escutadas como conversa fiada pelos ouvidos do policial.
— Que merda de confiança Agust D?! Eu fui um completo idiota caindo no seu papinho, eu confesso, você me enganou muito bem, deve estar orgulhoso, mas não por tanto tempo. Confiança? Não era confiança, era apenas um jogo de ego porra! E essa merda de jogo…
Sem pensar duas vezes, Min Yoongi havia atirado na perna de Agust D, fazendo o som do disparo ecoar mais alto do que esperava pelo lugar, seguido pelo som de um grito muito alto de dor vindo do criminoso. Era pra isso que esses lugares isolados do país existiam afinal de contas.
— Yoongi… não… não…
— Essa merda de jogo acabou! — pronunciou com o rosto colado ao do outro, desejando saber o grau da sua dor apenas para se divertir ainda mais com seu sofrimento, e não era suficiente, por isso decidiu atirar mais uma vez contra o corpo de Agust D, acertando seu ombro.
— Porque eu ganhei — sussurrou por último vendo como se fosse um filme rápido dos últimos segundos de vida do criminoso passar pelos olhos desesperados e vermelhos inundados de lágrimas salgadas, antes de encostar a arma na testa de Agust D e atirar com gosto, matando-o.
Era isso, era o fim.
Que se foda o resto, a porra daquele criminoso estava morto agora e a vingança o satisfez o suficiente. Era hora de fazer outra coisa antes de voltar ao seu trabalho, por sorte, Agust D seria encontrado e sua morte seria um mistério, a imagem daquele criminoso tão procurado estava acabada, ele morreu, e a gangue seria presa. Tudo estava acontecendo como deveria, isso era ótimo.
Yoongi saiu do local o mais rápido possível, dirigindo por quilômetros até chegar em outro distrito, estacionando seu carro na frente do cemitério. Não tinha as flores favoritas dele, mas tinha seu coração nas mãos para entregá-lo no lugar das flores. Ele vagou pelas lápides até achar a foto de um rapaz sorridente e brilhante como o sol, onde se ajoelhou na frente, fazendo reverência, ele apoiou as mãos no chão para encostar sua testa. Repetiu a ação três vezes, antes de se sentar na frente da lápide e começar a chorar.
Yoongi soluçava pedindo perdão pelo maior erro que havia cometido na sua vida, tendo certeza que a alma doce de Jung Hoseok era capaz de amá-lo mesmo com seus erros e mesmo que não houvesse amado a pessoa certa em vida. Mesmo que não acreditasse em espíritos, acreditava que a brisa gostosa da manhã que passava agora pelo seu corpo era um abraço para reconforta-lo.
Chorou de saudades enquanto fazia juras amor e lealdade ao seu amado que havia partido, Jung Hoseok, prometendo lembrar do rapaz sorridente apenas com carinho, e não mais com a dor que o assombrou por anos sem ter aceitado a injustiça que seu amor havia enfrentado por perder a vida de forma tão cruel e mesquinha.
Min Yoongi sabia que não era certo fazer justiça com as próprias mãos, e com certeza não era o que Jung Hoseok gostaria que o Min fizesse, que se afundasse em ódio e vingança, mas não importava mais, pois os sentimentos ruins foram embora junto com aquele último tiro e já era o suficiente, aquele arco doloroso havia acabado, o mesmo tiro que causou-lhes pesadelos por anos foi o mesmo tiro que havia retirado um peso enorme de seus ombros.
O pesadelo acabou.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro