↪48.
48. pequeno e precioso
O tempo parecia correr tão rápido que Diana mal conseguia acompanhar. Tentava se manter calma mas toda a situação parecia projetada para fazer qualquer um surtar, o mundo bruxo estava um caos, uma vez Nate descrevera tudo como "triste e assustador", no começo Diana achou aquilo uma definição muito simples para algo tão complexo.
Quanto mais tempo passava, mais Diana achava que Nate estava certo, haviam milhões de palavras que podiam definir aquela Guerra, milhões mas triste e assustador era tudo que a Weasley conseguia pensar a cada coisa que acontecia, a cada pessoa machucada que aparecia pedindo ajuda no St Mingus, a cada morte.
Uma morte em especial tinha abalado muito a Ordem, Ted Tonks havia sido assassinato a algum tempo. Diana se lembrava de abraçar Nymphadora enquanto ela chorava e soluçava alto.
Desde então só haviam sido notícias ruins atrás de notícias ruins, era um alivio receber uma notícia boa, e uau, aquela notícia era realmente muito boa. É como dizem, o nascimento de uma criança sempre trás alegria e esperança e o nascimendo de Teddy Lupin chegou como um raio de sul, iluminando e livrando todo aquele tempo escuro que tinha se instalado a muito tempo.
- Por que bebês tem que ser tão fofos? - Perguntou Jorge enquanto carregava Teddy. Quando o ruivo pegou o bebê, Diana teve medo que ele derubasse mas ele carregava com muito cuidado. - Angie, nós temos que ter um bebê.
- Meu útero não está preparado para tal feito. - Disse Angelina com os olhos arregalados. - E eu ainda estou esperando uma aliança no meu dedo.
Diana riu escutando a conversa dos dois, logo após o comentário Angelina voltou a segurar as mãos do bebê e fazer comentários como "Ele é perfeito", " Muito fofo, por Merlin!"
Os dois junto com Diana e Fred haviam vindo visitar Tonks e Remus para conhecer Teddy que tinha nascido a alguns dias. Teddy era um bebê alegre, dava risada para qualquer um que brincasse com ele e era metamorfomago como a mãe, então seus cabelos estavam sempre mudando de cor, ele era adorável.
- Olha ele rindo para mim, ele gosta mais de mim do que de você, Jorge. - Fred comentou bem humorado.
- É claro que ele está rindo, quem não ri dessa sua cara. - Jorge respondeu no mesmo tom.
Todos pareciam estar encantados com o bebê, Diana também estava mas não sabia muito bem como reagir na presença de bebês, ficava tensa sempre que carregava um e apesar de achar bebês fofos, não afinava a voz para falar com eles ou ficava elogiando sem parar como Angelina. A Weasley sentia que não tinha habilidade com bebês e nem com crianças, talvez por não ter nenhuma experiência.
- Ai não dá, eu quero apertar ele, que coisinha mais fofa! - Exclamou Angelina.
- Tonks, Remus, nós vamos dar desconto para o filho de vocês nas compras futuras de logros. - Fred anunciou e sorriu. - Por que olha só o rostinho dele.
- Pensei que fossem doar fraldas. - Comentou Lupin e sorriu.
- Nós com certeza aceitamos fraldas! - Tonks exclamou animada. - Mas acho que quando ele for mais velho vai fazer bom proveito dos logros.
Diana olhou para o casal, Tonks estava sentada em uma poltrona, estava visivelmente cansada mais radiante, como se fosse sair pulando e gritando a qualquer minuto.
Remus estava ao lado dela, Diana sempre via Lupin sendo gentil, agradável mas contido, ela nunca conseguia saber o que ele estava sentindo afinal ele disfarçava muito bem. Mas naquele momento Diana tinha certeza que ele estava feliz, tinha um sorriso parecido com o sorriso do dia em que ele e Tonks se casaram, ele não parava de observar Teddy um minuto, ficava encantado com cada coisa que seu filho fazia.
Ela achou que Teddy teria muita sorte em crescer com dois pais maravilhosos como eles.
- Ele é maravilhoso. - Diana disse se aproximando de Remus, Tonks já tinha levantando para mostrar algo para Fred, Jorge e Angelina.
- Sim, ele é tão pequeno e precioso. - Lupin disse. - Ainda não acredito que seja meu filho.
- É bom te ver assim, sorrindo desse jeito professor. - Ela disse, apesar de não ter mais aula com Lupin a anos, ainda o chamava assim as vezes. - Você parecia meio aereo durante a gravidez.
- Foi assustador, eu tive medo o tempo todo, medo de passar a licantropia para ele, passar o pior de mim para o meu filho, me senti um monstro. - Ele suspirou. - Mas ele está bem, nenhum sinal de licantropia, ele é saudável, é perfeito, quando eu o peguei nos braços todo o medo sumiu, eu nunca senti tanta paz.
Era estranho para Remus pensar que no meio da Guerra estava vivendo um dos melhores momentos de sua vida, tinha conseguido tudo que nunca nem ousou sonhar. Não sentia medo da Guerra ou do que podia acontecer nela, via ela de outra maneira agora e estava disposto a dar sua vida se aquilo significasse que seu filho poderia viver em um mundo bruxo melhor.
- Eu estou feliz por vocês, de verdade, ele vai ter pais incríveis. - Ela sorriu de canto.
- Nós dois temos muita sorte. - Remus sorriu.
Antes que Diana pudesse responder, Tonks a chamou, acenando animadamente e quase batendo as mãos em um dos quadros na parede.
- Você quer segurar? - Tonks perguntou.
O coração da Weasley acelerou, ela não sabia o por que disso mas estava nervosa. Contraiu os lábios e assentiu com a cabeça.
Assim que Tonks entregou os bebês nos braços de Diana, ela se sentiu tensa e então direcionou o seu olhar para ele, Teddy ria e a cor de seu cabelo mudou mais uma vez, Remus tinha razão em chamá-lo de pequeno e precioso, Diana sorriu o observando.
Não demorou para a tensão passar e ela balançar o bebê nos braços ou deixá-lo apertar o seu dedo. No fim do dia ainda não era lá tão experiente com bebês mas tinha certeza que não era tão ruim quanto pensava.
— Devíamos ter um bebê. – Fred comentou em tom de brincadeira enquanto ele e Diana caminhavam até Hogsmeade.
Normalmente aparatariam mas Diana estava tendo um problema sério com aparatar, da última vez tinha vomitado, em outra vez quase desmaiou. Ela suspeitava que fosse algum tipo de bactéria e esperava que melhorasse logo.
— No meio da Guerra, a pior situação possível, você está pensando em ter filhos? – Ela arqueou as sobrancelhas.
Diana nunca tinha se imaginado como mãe e só a ideia de ser responsável por alguém era assustador, sempre se achou capaz de lidar com tudo mas lidar com isso parecia impossível.
Porém uma parte de si queria aquilo, ela nem sabia que essa parte existia até meses atrás quando a ideia de ter filhos ridiculamente ruivos passou a não ser tão assustadora.
— Quem sabe um dia, de preferência bem longe de qualquer Guerra. – Ela disse de repente e Fred a olhou surpreso.
— Isso é sério? Eu estava brincando. – Ele disse e sorriu. – Não que eu não queira por que eu quero.
— Eu disse quem sabe um dia. – Diana disse e deu de ombros.
— Por favor que ele tenha os seus olhos. – Fred disse. – E o cabelo ruivo que é o maior charme.
— Espero que não tenha tantas sardas. – Ela disse.
— O que você tem contra sardas? Sardafobica. – Fred disse fingindo estar ofendida e ela riu.
— Com sardas ou não, o que eu realmente espero. – Ela fez uma pausa dramática. – É ter um filho na Sonserina.
— Aposto que ele ou ela vai para Grifinória. – Fred disse.
— Você quer apostar? – Diana perguntou.
— Nós nem temos um filho ainda e você já quer apostar? – Ele perguntou a fazendo rir.
Fred a puxou para perto, colocando seu braço envolta da parte de trás do pescoço de Diana e os dois continuaram caminhando juntos.
Já era Abril e a última visão que Diana havia tido de Fred morrendo foi em Setembro do ano anterior. Ela começava a achar que tinha conseguido, sem mais visões de morte, teria Fred com ela para sempre, até conseguia dormir mais tranquilamente a noite, mal sabia ela que a última e maior visão ainda estava por vir.
— Nós podemos pedir comida no Caldeirão Furado ou você ainda não suporta nem o cheiro daquele lugar? – O ruivo perguntou.
— Acho que comemos lá tanto que eu enjoei, até o cheiro da comida deles me dá ânsia. – Ela fez uma careta.
Diana odiava aquilo, como de repente não conseguia comer nada de seu restaurante favorito sem vomitar ou passar horas com nausea.
— Tudo bem, podemos pedir em outro lugar. – Ele disse. – Mas nunca cozinhar.
— Nunca cozinhar. – Ela concordou. – Provavelmente explodiriamos a cozinha.
Diana estava acostumada com tontura e a sensação de desmaio, sempre sentia isso antes de ter uma visão mas agora era diferente. Esses sintomas apareciam mesmo quando ela não tinha nenhuma visão, se sentia nauseada na maior parte do tempo, isso quando não sentia uma vontade súbita de comer tudo, no dia anterior tinha comido toda uma caixa de cereais sozinha e fez questão de misturar com xarope de boldo, ela nem gostava de xarope de boldo.
Ela limpou a boca e se levantou do chão do banheiro, odiava vomitar e sentia que tinha vomitado tudo que tinha comido naquele dia e quem sabe vomitado algum de seus orgãos também.
— Cadê os outros? – Perguntou a Weasley assim que saiu do banheiro.
— Jorge e Fred foram comprar comida e Angelina desceu ajudar o Noah na loja. – Lino contou. – E o programa acabou, você está bem?
Tinham se reunido na sala de Fred e Jorge na Geminialidades Weasley para gravar mais um Observatório Potter mas no meio do programa ela saiu correndo para vomitar.
— Eu estou bem, espero que esse vírus passe logo. – Ela disse se sentando em uma das cadeiras. – A Celine não veio hoje, você sabe por que?
Lino suspirou e então se remexeu na cadeira, visivelmente tenso com aquele assunto.
— Eu acho que nós brigamos. – Ele disse.
— Você acha? – Diana perguntou e cruzou os braços.
Lino soltou um longo suspiro antes de voltar a falar.
— Ela me chamou para sair a alguns dias, eu disse que não podia fazer isso agora e ela disse que estava tudo bem. – Lino contou. – Mas ontem ela veio me pedir desculpas e não parava chorar, disse que a Anna odiaria ela e que ela não consegue parar de sentir falta dela.
— Oh. – Diana disse.
— Oh. – Lino repetiu.
A Weasley ficou em silêncio buscando palavras que pudessem ser úteis naquela situação mas ela não conseguia achar, simplesmente não conseguia e sentia falta de Anna o tempo todo também.
Sentiu uma enorme vontade de chorar e teve que se controlar para não chorar pensando em Anna. Se questionou desde quando era tão sensível.
— Já fazem sete meses, Diana, sete meses e eu não me sinto melhor, nem um pouco melhor, é como se passasse por alguns minutos mas toda vez que eu volto para casa é como se o fantasma dela ainda estivesse lá. – Lino contou.
— É difícil para mim também e aposto que é insuportável para Celine, era irmã dela, ela cresceu com a Anna e acho que ter uma queda por você, está ferrando ela mentalmente. – Diana disse. – Mas a Anna não vai voltar, Lino, não importa o quanto doa, ela não vai voltar e ela iria querer que vocês fossem felizes. Vocês dois se dão bem e tem todo esse trauma compartilhado, não estou dizendo que vai ser fácil, por que não vai ser mas quem sabe daqui a algum tempo, quando você estiver pronto, possa começar a pensar em seguir e frente, ela é uma ótima opção.
— Celine é dois anos mais nova. – Ele disse como se tentasse se convencer de que não era uma boa ideia.
— Uau, que diferença gigante, estou em choque. – Ela retrucou ironicamente.
— Obrigada por isso Diana. – Ele disse. – Pelo conselho.
— Disponha figurante. – Ela disse.
— É agora que você me diz que vai estar do meu lado sempre? – Ele comentou em tom de brincadeira.
— Eu não vou dizer isso, que brega. – Ela fez uma careta e olhou para o mesmo. – Mas você sabe que sim.
Lino sorriu, era sempre bom lembrar que não estava sozinho, seus amigos sempre seriam sua família.
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