↪34.
34. mouco.
Uma luz azul surgiu na cozinha da Toca e aos poucos a luz foi se intensificando e ficando maior, até Diana e Angelina sairem pelo portal.
Assim que pisaram na cozinha notaram que não havia ninguém lá e vozes altas vinham da sala, as duas se entreolharam e foram até lá, foram pegas de surpresa ao ver que Remus discutia com Harry em um canto, Hagrid próximo a eles.
No sofá a Sra. Weasley estava desesperada, Ginny estava ao lado dela, com a mão no ombro da mãe e no sofá estava Jorge, havia uma poça de sangue onde a cabeça dele estava e uma das suas orelhas havia sido cortada.
Angelina deu um berro mas tapou a boca com a mão logo em seguida, Diana ficou estática, em choque, nem sabia como reagir, ver Jorge assim realmente a acertara em cheio, o mesmo Jorge que estava sempre rindo, sendo a pessoa mais simpática possível, o mais compreensivo quando era necessário, o mesmo Jorge que sempre gritava "Cunhada" quando a via.
Aquilo só a fazia pensar sobre a situação que estavam vivendo, era uma Guerra, e ela passava a maior parte do tempo preocupada em perder Fred mas poderia perder qualquer um, Jorge, Lino, Angelina, Anna, Nate, todos estavam sujeitos a isso e pensar nisso fez seu estômago revirar.
- Sinto muito meninas, sei que querem falar com o Jorge mas isso é necessário. - Remus disse se aproximando delas. - Preciso checar se são vocês mesmo.
- Me deixa, Lupin – Disse Angelina irritada por Remus a impedir de passar. - Eu quero ver ele!
- Pergunta logo. - Disse Diana, não estava com cabeça para discutir, só queria acabar com aquilo logo.
Diana observou Lupin perguntar algo e Angelina acertar, assim que ele abriu espaço, ela correu se aproximar de Jorge.
- O que eu te disse depois da sua detenção comigo? - Ele perguntou.
- Disse que não importa o quanto eu tentasse esconder, você sabia que eu era mais do que aquilo. – Disse Diana e Lupin suspirou.
— Você provou ser realmente mais do que aquilo. – Remus disse abrindo espaço para que ela pudesse passar.
Por um momento Diana congelou no lugar, na maioria das vezes suas reações naturais eram ser irônica, retrucar, gritar mas naquele momento ela sentia que não tinha reação nenhuma, se sentia desarmada, como se tivessem quebrado sua barreira protetora.
Respirou fundo, não iria chorar, nunca foi o tipo de chora e não começaria a fazer aquilo agora. Se aproximou do sofá, Molly chorava olhando para o filho e Angelina não estava muito diferente, tinha rímel pelo rosto todo por conta do choro – apesar de seu choro ser bem mais discreto do que o da Sra. Weasley – e segurava a mão do namorado.
— Eu não estou morto, parem de chorar como se eu estivesse, quando eu morrer vocês choram. – Jorge comentou sorrindo de canto.
Ele tentou brincar na intenção de animá-las mas não obteve muito resultado afinal a mãe chorou mais e Ginny secou discretamente uma lágrima que tinha escorrido.
— Angie. – Ele disse apertando a mão da morena. – Quando foi que ficou tão chorona? Temos duas orelhas, caso você perca uma tem outra reserva.
— Eu te disse para voltar inteiro. – Angelina disse e ele sorriu.
— Estou quase inteiro.
Angelina o abraçou com força, ele correspondeu o abraço e quando ela se afastou, havia um pouco de sangue em seu rosto mas ela não se importou.
— Sua vez de parar de chorar mãe. – Jorge disse tentando tranquilizar Molly. – Oh, você está ai Diana.
— E aí perdedor. – Diana disse se aproximando mais.
— Literalmente, acabei de perder uma orelha. – Ele disse. – Pelo menos uma não está chorando, amém.
Diana olhou para trás e viu que Hermione tinha chegado também, ouviu o Sr. Weasley gritar com Kingsley e logo se aproximar correndo.
Diana nunca havia visto Arthur tão transtornado, sua expressão era um misto de pânico, desespero e tristeza, Angelina se levantou para que o Sr. Weasley pudesse se ajoelhar próximo ao filho e segurar a mão da esposa.
Fred vinha logo atrás e olhava boquiaberto para o irmão, parecia não saber o que dizer.
— Como está se sentindo, Jorge? – Ele perguntou ficando ao lado do irmão.
Jorge levou os dedos até o lado da cabeça.
— Mouco.
— O que ele tem? – Perguntou Fred horrorizado. – A perda afetou o cerébro dele?
— Mouco. – Repetiu Jorge. – Entendeu.. Surdo e oco, Fred, sacou?
— Patético. – Fred disse sorrindo de canto. – Com um mundo de piadas sobre ouvidos, você me sai com "mouco"?
— Tem mais uma coisa que eu queria dizer mas precisava esperar você chegar. – Jorge disse. – É importante vocês podem prestar atenção?
Todos ficaram em silêncio ou assentiram com a cabeça, se aproximando mais para escutar o que Jorge queria dizer.
— Diana. – Ele disse olhando para a mulher.
— O que? – Ela perguntou.
— Você deve estar feliz, agora por causa da orelha você nunca mais vai beijar o gêmeo errado. – Disse Jorge.
Fred riu e Angelina soltou um riso curto em meio as lágrimas, Diana corou ao ver que todos estavam olhando para ela.
— Depois disso estou pensando seriamente em arrancar sua outra orelha. – Ela disse. – Que bom que você está bem, perdedor.
— Pior cunhada de todas. – Jorge brincou sorrindo de canto.
Aos poucos todos chegaram e o clima foi ficando mais agradável, apesar de todos ainda se lamentarem por Jorge e pela morte de Olho Tonto.
Diana estava bebendo água quando Molly entrou na cozinha secando suas lágrimas, a Johnson ofereceu o copo para a mulher.
— Obrigada Diana. – Molly disse. – Oh, por Merlin, eu me esqueci, me desculpe Diana, não acredito, já passou da meia-noite, feliz aniversário querida.
Molly se aproximou e abraçou Diana com força, ela não esperou que Diana correspondesse o abraço, pois conhecendo a garota já sabia que isso não aconteceria. Apesar de odiar abraços, Diana amava o quanto Molly se importava com ela, o quão carinhosa ela era sempre.
— Obrigada. – Ela disse.
— Precisamos fazer alguma coisa para você, sei que os meninos vão organizar uma festa depois de amanhã mas queria te dar algo hoje. – Molly disse. – Eu tricotei algo para você, está lá encima, espere vou pegar.
— Não se preocupe, ok? – Ela disse. – Eu acho que vou vir aqui mais tarde, ai você me dá e não precisava fazer isso.
— Mas é claro que precisava, você é parte da família, Diana. – A ruiva sorriu. – Bem que poderia ser você entrando oficialmente na família e não Fleur.
A Sra. Weasley fez uma careta e Diana sabia que a mulher não se dava muito bem com Fleur.
— Eu ainda vou vir te ajudar a terminar de organizar as coisas para o casamento. – Disse Diana.
— Tantos casamentos tem acontecido agora, eu acho que Gui está com presa, com medo da Guerra. – Molly disse. – Em época de Guerra as pessoas costumam pedir seus parceiros em casamento.
Guerra. Aquela palavra de novo e todos aqueles pedidos de casamento pareciam para ela que a pessoa já estava aceitando que iria morrer, então se casava antes que morresse. Não gostaria de se casar naquela situação, parecendo que já tinha aceitado sua morte, por que não tinha, faria de tudo para viver e para proteger aqueles que amava.
— Você e o Fred não pensam em se casar? Estão juntos a quase três anos. – Molly disse.
Ela e Fred nunca tinham conversado sobre aquilo, a ideia a agradava, não naquela situação mas de forma geral.
— Não, nós não pensamos em nos casar agora. – Ela disse.
Quando Diana olhou pela janela, viu que Fred estava sentado em um banco no quintal observando as estrelas. Ela resolveu que se juntaria a ele.
— Que dia longo, ein. – Diana disse assim que chegou lá e se sentou ao lado dele.
— O mais longo de todos. – Ele disse. – Eu não acredito que eu quase perdi o Jorge, eu não consigo imaginar como seria a minha vida sem ele, Fred e Jorge separados não parece certo, sabe?
— Não, com certeza não está certo. – Ela disse.
— O Jorge é muito novo, está no auge do sucesso com a loja, tem a Angie e eles tem tudo para se casarem, terem filhos, ele tem tanta coisa para viver ainda, ele tem que ver Você-Sabe-Quem cair, ele tem que ver os filhos nascerem e ensinar eles a brincar com logros, ele tem que ter netos e bisnetos, meu irmão merece uma vida completa. – Ele disse. – E eu não posso viver uma vida sem o Jorge, não tem como.
— Foi só um susto, o Jorge vai ficar bem, você não vai perder ele. – Ela disse encostando a cabeça no ombro dele. – Ninguém vai morrer, vamos sair dessa.
— Queria confiar tanto nisso quanto você. – Fred disse e suspirou.
Diana quis dizer que não confiava nisso, que lutava para salvá-lo a três anos e mesmo assim continuava o vendo morrendo.
— Precisamos acreditar nisso Fred, se não fizermos, quem vai? – Ela perguntou.
— Eu espero que saiamos todos dessa, espero ter uma vida completa também. – Ele disse. – De preferência uma vida completa com você.
Ela suspirou e Fred beijou a testa da mesma e então arregalou os olhos assim que se lembrou de algo.
— Caramba! Seu aniversário! – Ele exclamou. – Feliz aniversário Diana.
— Vai me contar qual é a surpresa? – Ela perguntou e ele riu.
— Vai ter que esperar, vou te levar para sair de noite. – Ele disse. – Você vai gostar, prometo.
— E se eu não gostar?
— Ai você pode me dar um soco. – Ele disse e ela sorriu.
— Tenho interesse. – Ela disse.
— Ei, antes de entrar, você pode fazer uma coisa por mim? – Ele perguntou. – Sei que é seu aniversário e você que deveria pedir coisas mas por favor.
Ela o olhou incerta, não tinha a minima ideia do que ele pretendia pedir, arqueou as sobrancelhas antes de falar.
— O que Frorge? – Perguntou ela.
— Quando entrarmos e eu olhar para o Jorge tenho certeza que vou parecer chocado de novo e eu não quero isso, quero acalmar ele, preciso ser forte por nós dois. – Ele disse. – E você sempre me faz mais forte, Diana, sei que você odeia abraços mas você pode por favor me abraçar?
Diana o olhou surpresa, não imaginava que aquele fosse o pedido dele, havia sido tão espontâneo e sincero que fez o coração de Diana doer, as vezes ela sentia que o amava tanto que chegava a doer. Antes, achava que tudo isso não passava de clichê ou exagero mas agora sentia isso na pele, amava Fred Weasley com tudo de si.
Sempre achou que você ficava fraco diante do amor, afinal ela sempre esteve na defensiva e cheia de barreiras e sentia que Fred tinha quebrado todas elas, ele a conhecia de verdade, a Diana real, desarmada, vulnerável e a amava por quem ela era e aquele amor não a fazia fraca, era aquele amor que a ajudou a melhorar, aquele amor a fez passar três anos tentando salvá-lo, aquele amor a mantivera em seus piores dias, amar Fred a fazia mais forte.
— Está mesmo me pedindo isso?
— Tudo bem, você odeia mesmo, entendi. – Ele disse se levantando.
Diana segurou a mão dele, o puxando para voltar a sentar no banco e se aproximou de Fred, o abraçando, ele ficou surpreso mas a abraçou de volta.
Havia algo muito familiar naquele abraço, sentia que pertencia ali e naquele momento não importava se odiava abraços, por que apesar de odiar abraços, amava Fred Weasley.
atualização dupla? temos sim!
pessoal postei uma one fawsley no livro das minhas fanfics, o "entrelinhas", se passa durante o casamento da tonks e do remus ❤
o que vocês acham que vai ser a surpresa do fred para di?
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