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↪21.

21. umbridge

Diana observou mais uma vez a sala, se impressionando com como o lugar era tão ridículo e exageradamente rosa, que chegava a ser assustador.

As paredes estavam cobertas por capas de renda e tecidos, havia vasos de flores secas sobre paninhos. Uma das paredes estava cheia de pratos decorativos estampados com enormes gatos em technicolor, cada um com um laço diferente no pescoço.

Sentada a frente de Diana estava Dolores Umbridge, vestida de maneira tão rosa quanto sua sala.

- Hem, hem. - Ela pigarreou para chamar a atenção de Diana. - Senhorita Fawley, acho que sabe muito bem por que está aqui.

- Por que dormi na aula de DCAT. - Disse ela. - Em minha defesa, eu acho que foi um breve cochilo.

- A sua opinião não conta para mim. - Ela disse e deu uma risadinha. - Eu conheço seus pais, fiquei surpresa ao ver como era a filha dos Fawley.

- Eu não sou mais filha deles, não sei como não ficou sabendo, todo mundo em Hogwarts já sabe. - Deu de ombros. - Pode me chamar de Diana sem sobrenome.

- A sua língua afiada não vai te ajudar aqui Diana, isso eu garanto. - Ela sorriu. - Acredito que toda a sua rebeldia venha da sua confraternização com indesejáveis, certo?

- O que quer dizer com isso? - A morena arqueou as sobrancelhas.

- Estou dizendo que acredito que no fundo você seja uma boa pessoa mas está agindo assim por conta das más influências. - Disse ela. - Te darei um desconto por ser filha da Penelope e do Garrett.

- Não sou filha deles. - Retrucou.

- Ah ai está a língua afiada de novo. - Dolores disse. - Precisaremos dar um jeito na sua língua.

- Boa sorte com isso. - Disse Diana.

Umbridge sorriu em resposta e abriu uma das gavetas tirando dali uma pena. Assim que ela rabiscou uma linha com a pena no pergaminho que estava na mesa, Diana deu um grito.

A Fawley se inclinou e cuspiu sangue no lixo, havia um corte na língua da garota, identico a linha desenhada por Dolores.

- Não ache que é mais esperta do que eu, por que não é. - A mulher disse sorrindo. - Quero ser sua amiga, Diana, te dar uma chance de repensar suas escolas, honrar seu sobrenome.

- Já disse que eu não tenho um sobrenome! - Exclamou ela.

- Por Merlin, precisamos repetir para você aprender. - Ela disse desenhando outra linha. - Tenho planos para você Diana, espero que colabore comigo.

A garota se manteve em silêncio e cruzou os braços, tentando ignorar a dor que estava sentindo e a quantidade de sangue na boca.

- Ainda vamos nos ver mais, querida, tenho muita coisa para compartilhar com você. - Ela sorriu. - Por hora vou te deixar pensar e sugiro que lembre que estar do meu lado é bem melhor.

Havia uma fila de garotos do primeiro ano nos corredores do segundo andar, Fred e Jorge passavam testando os produtos do Kit Mata-Aulas neles.

Lino fazia propaganda e tentava chamar mais alunos para participarem do experimento, já Diana estava sentada no chão lendo um livro, ela evitava falar pelo inchaço na língua e ainda não comentara aquilo com ninguém.

- O que vocês estão fazendo? - Perguntou Hermione se aproximando. - Não podem testar isso nos alunos, francamente, vocês perderam o juízo!

- Nascemos sem juízo. - Disse Jorge.

- O juízo ficou com os filhos mais velhos, quando chegou em nós dois, já não tinha mais juízo para dar. - Disse Fred dando de ombros. - Se bem que Percy ficou com o juízo mas faltaram todas as outras coisas nele.

- E relaxa, os alunos vão ficar bem. - Disse Jorge. - Estão gostando.

Naquele momento, um estudante do primeiro ano caiu no chão.

- Faz parte do processo. - Disse Lino. - Daqui a uns minutos ele volta.

- Ergh! - Exclamou Hermione. - Vocês vão acabar matando alguém, Ron, você também é monitor, venha me ajudar!

- Eu acho que não vai dar. - Disse Rony. - É o Fred e o Jorge, cresci com eles, já sei que não tem jeito.

- Harry. - Hermione disse buscando a ajuda do amigo que estava rindo.

- Eu acho que eles testaram antes. - Harry disse.

- Nós temos a Diana, ela revisa tudo e ela é muito inteligente. - Disse Fred.

- Que bom, seus filhos pelo menos vão ter alguém para puxar. - Disse Rony.

- Diana. - Hermione disse se virando para ela. - Me ajuda.

- Sinto muito, estou do lado deles. - Disse Diana fechando o livro. - Menos se uma criança morrer, ai eu vou estar 100℅ do seu lado.

- Viu, somos a maioria. - Jorge disse sorrindo.

- Ainda posso contar para sua mãe. - Disse Hermione.

- Você já está pegando pesado. - Disse Harry.

- Se contar para Molly, vou fingir que sempre estive do seu lado. - Disse Diana. - Ainda quero um suéter de Natal.

O diálogo foi interrompido por palmas quando o garoto que tinha desmaiado, levantou.

- E aí brasão da Sonserina. - Disse Fred se sentando ao lado da namorada, no chão da Sala Secreta.

- Você vai continuar com esse apelido ridículo?

- Vai continuar verde da cabeça aos pés? - Perguntou o ruivo e ela assentiu. - Então o apelido continua.

- Trasgo. - Ela mostrou a língua. - Não devia estar quase matando crianças do primeiro ano?

- Você também devia, faz parte da equipe da Sala Secreta. - Ele disse. - Mas tem claramente alguma coisa incomodando você, o que é?

Diana suspirou e Fred se aproximou dela, a encarando por alguns segundos.

- Você está falando de um jeito estranho. - Ele disse.

- Mordi a língua. - Ela mentiu.

- Deixa eu dar uma olhada. - Fred disse e ela se afastou.

- É curador agora? - Ela perguntou.

- Voltamos a fase em que você fica na defensiva? - Perguntou o ruivo e suspirou. - Diana eu quero te ajudar mas preciso saber o que está acontecendo.

Diana contraiu os lábios, não queria brigar com Fred, atualmente ele era o seu porto seguro e não queria estragar o que tinham mas não queria envolvê-lo naquilo.

A mesma era orgulhosa demais, tinha uma dificuldade absurda de pedir ajuda e não queria que Fred se preocupasse ou tentasse resolver os problemas dela, era ela quem iria resolvê-los.

— Minha vida mudou completamente nos últimos meses. – Ela disse. – É como se eu fosse uma nova Diana vivendo uma nova vida e isso é assustador, não é ruim, só é assustador, eu preciso me acostumar com tudo isso ainda.

— Sabe que eu estou do seu lado, não sabe? – Ele perguntou.

— É uma das únicas certezas que eu tenho no momento.

Fred sorriu e Diana se sentiu mal por não ter dito a ele tudo o que estava acontecendo. A garota se levantou e estendeu a mão para que o namorado se levantasse.

— Vamos? – Ela perguntou. – Temos doces potencialmente tóxicos para testar em crianças.

— Se alguém morrer vou colocar toda a culpa em você. – Fred disse se levantando e riu.

— Não esperava menos de você, seu trasgo.

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