↪07.
07. vidente
Alguns dias haviam se passado e Diana não se lembrava de estar tão cansada em toda a sua vida. Desde sua última visão da morte de Fred, elas não paravam mais, toda vez que ela conseguia salvá-lo, tinha outra visão com uma morte diferente.
Era exaustivo ficar pensando em formas de salvá-lo, mas o mais exaustivo era que a preocupação estava acabando com Diana, mal comia, não conseguia dormir, ficava inquieta, esperando a hora que a visão aconteceria, passava grande parte de seu tempo seguindo os gêmeos, observando de perto e de longe, faltava as aulas, estava péssima.
Praticamente se arrastou para dentro de seu dormitório, iria tentar dormir por mais que soubesse que não conseguiria. Quando Diana chegou lá viu Eadlyn terminando um trabalho de Transfiguração.
- A McGonagall vai me matar quando ler esse trabalho, acho que o que eu escrevi não faz nenhum sentido. - Disse a loira então olhou para a amiga. - Caramba você tá um lixo.
- Obrigada. - Disse e se sentou em sua cama.
- O que aconteceu? - Perguntou ela. - Você some o tempo todo, quando nós falamos você nunca está realmente prestando atenção, não come, tem olheiras enormes e essa expressão de sofrimento.
— Que trabalho para McGonagall é esse?
- Esqueceu o trabalho? Diana você está fora de si. - Ela disse. - Pode enganar todo mundo e afastar com sua ironia extrema mas eu te conheço, minta para todo mundo mas não vou deixar você mentir para mim.
- Eu não estou mentindo, eu estou ótima. - Retrucou.
- Diana! - Exclamou encarando a morena que suspirou. - Tudo bem, não fale, continue se matando em silêncio.
Eadlyn voltou sua atenção para o trabalho e Diana ficou alguns segundos encarando o teto do quarto.
- São as visões. - Ela disse. - Estão acabando comigo, eu não aguento mais isso.
- O que você tem visto? - Perguntou.
- Eu não aguento mais! Não importa o que eu faça, Fred sempre morre, eu estou tão obcecada que consigo diferenciar ele do Jorge, eu nem sabia que isso era possível. - Disparou a falar.
- Quem é Fred? - Perguntou a outra.
- Frorge. - Disse Diana. - Fred Weasley, aquele trasgo ridiculamente ruivo, um dos piores tragos que existe. Ele me irrita tanto, vivo ou previsto para morrer, ele sempre dá um jeito de me irritar, ele vai me deixar louca!
Ela respirou fundo tentando se recompor, era bom finalmente falar aquilo em voz alta. Quando Eadlyn abriu a boca para falar, Diana já estava falando novamente.
- Ele continua fazendo coisas estúpidas Eady! Nos últimos dias já impedi ele de explodir uma poção, cair da escada, cair da vassoura de uma altura absurda e tantas outras coisas que eu já perdi a conta.
- Di se isso está te fazendo tão mal por que não para? - Perguntou.
- Não posso, não consigo. - Suspirou. - Eu disse para mim mesma que só ajudaria uma vez mas você sabe que se eu começo, eu termino, eu me envolvo, vou até o fim, não aceito ser derrotada.
- Preciso que me conte a história do começo e eu vou tentar te ajudar. - Disse Eadlyn.
Então Diana contou tudo, desde sua visão na tarde anterior ao retorno das aulas até as últimas visões. Contou que ajudava os gêmeos mas não contou no que e nem onde, achou melhor omitir algumas coisas, segredos que eram dos Weasley e não dela.
- Então você está a dois meses nesse sofrimento e a um mês ajudando os traidores de sangue? - Perguntou Eadlyn.
- Não fala essa palavra! - Exclamou ela.
- Mas você fala essa palavra sempre. - A loira disse como se fosse óbvio.
- Eu sei disso e sei que eles são traidores de sangue, digo isso para eles o tempo todo. - Disse a morena. - E no começo eu só ouvia a voz dos meus pais na minha cabeça me dizendo que eu devia odiar traidores de sangue e que um traidor de sangue a menos até faria bem para o mundo bruxo, não conseguia entender por que eu estava ajudando ele.
Ela pausou antes de continuar, revivendo os acontecimentos em sua cabeça.
- Eu achava que era por conta de detestar perder, então se eu não conseguisse salvá-lo depois de ter tentado, eu teria perdido, seria uma fracassada. - Disse ela. - E isso me influenciou também mas eu acho que no fundo sempre soube que Fred era uma pessoa, independente de ser um traidor de sangue ou não, ele era uma pessoa e eu era a única que sabia o que ia acontecer, então se ele tivesse morrido a culpa seria toda minha, eu teria deixado uma pessoa morrer.
- Diana - Começou Eadlyn mas foi cortada.
- E então eu me aproximei dele e do Jorge e droga, eles são legais comigo, legais mesmo quando eu os trato feito lixo, o Lino também e eu chamo ele de figurante! - Exclamou frustada. - Eu deveria odiar traidores de sangue Eadlyn. Hoje uma garotinha do primeiro ano veio me perguntar se eu estava bem, ela tentou me animar o tempo todo.
- Que fofa.
- Então eu notei que ela estava machucada, eu perguntei por que e droga Eadlyn, lançaram feitiços nela por que ela era uma sangue ruim. - Contou. - Ela tem 11 anos e é da Sonserina também, me disse que odiava ser uma sangue ruim e aquilo não é culpa dela, não é como se ela pudesse mudar isso, eu tentei odiá-la, de verdade eu tentei, mas ela era tão legal e forte, eu me perguntei por que eu tinha que odiá-la? Por que odiar uma pessoa boa só por que ela é sangue ruim?
Eadlyn se levantou de sua cama assim que Diana começou a chorar, a loira abraçou a melhor amiga. Diana Fawley nunca chorava, nunca se mostrava vulnerável, todos sabiam disso, ver Diana naquele estado assustou Eadlyn.
- Di, respira, fica calma. - Disse ela. - Olha eu não vou fingir que entendo o que você está passando ou a sua crise sobre o que acredita, mas eu vou estar do seu lado, mesmo sem entender, por que é isso que amigos fazem.
- Tem mais uma visão. - Disse a morena respirando fundo. - Eu vi um cemitério, eu passei mal depois de ter aquela visão, sei que isso não tem nada ver com o Fred, não sei o que é, mas não é nada bom.
- Você deveria ir falar com a Trelawney, quem sabe ela possa te ajudar. - Sugeriu a Avery.
- Ela é péssima. - Diana disse e fez uma careta.
- Mas é a única outra vidente que conhecemos. - Disse Eadlyn e Diana odiava a ideia mas tinha que concordar.
Diana perdera a maior parte das aulas do dia mas pelo menos havia finalmente conseguido dormir, ainda pensava sobre a ideia de falar com Trelawney.
O Salão Comunal da Sonserina estava agitado, Eadlyn e Douglas discutiam, Ashton e alguns quintanistas falavam sobre Quadribol, Draco, Goyle e Crabbe estavam organizando um movimento Anti-Potter, com os botóns que usavam desde que Harry havia sido escolhido o segundo campeão de Hogwarts.
Em uma situação normal ela se sentaria com Ashton e os quintanistas mas ainda precisava colocar sua cabeça no lugar, resolver seu conflito interno, então foi até a sala secreta.
Ao chegar lá Diana se sentou no chão, como de costume, se inclinou para pegar os papéis em cima da mesa, tentar resolver o problema com a pasta que deixa os dentes moles.
Diana largou os papéis quando escutou o barulho de algo caindo da prateleira, ela já estava pronta para xingar Fred, Jorge ou até mesmo Lino, mas se assustou ao ver que não era nenhum deles.
— Foi mal. – O garoto disse. – Eu achei que meus irmãos estariam aqui.
— Weasley menor. – Ela disse observando o ruivo que estava vermelho de vergonha.
— Na verdade Ginny é a Weasley menor. – O garoto respondeu. – Eu sou o Rony.
— Eu sei. – Deu de ombros. – Todo mundo conhece o melhor amigo do grande brilhante e incrível menino que sobreviveu, Harry Potter.
— Fred não estava brincando quando disse que você era sarcástica. – Disse Rony. – Eu e Harry não estamos nos falando e eu não sei onde os meus irmãos estão, posso ficar aqui.
Uma parte dela pensou em negar e chamá-lo de traidor de sangue mirim, a outra parte ainda tinha seus questionamentos sobre sua maneira de agir.
— Senta aí, a sala é dos seus irmãos mesmo. – Disse e pegou os papéis novamente. – Eles te contaram sobre esse lugar por que?
— Na verdade não contaram. – O ruivo sorriu. – Eu tenho ficado com eles nos últimos dias e vi eles subindo, insisti muito até me contarem.
— Você deve estar mesmo sozinho para chegar ao ponto de andar com seus irmãos. – Retrucou e novamente Rony pareceu ter ficado envergonhado. – Por que brigou com o Potter?
— Não importa, ele é o campeão, deve estar recebendo toda a atenção do mundo, nem deve sentir minha falta. – Ele disse mal humorado.
— Então brigaram por causa do Torneio Tribruxo. – Ela disse. – Para mim esse torneio é uma idiotice.
— Para mim não. – Disse ele. – Quem ganhar vai receber atenção e dinheiro. Você é rica, dinheiro nem deve ter tanta importância para você mas para mim tem.
— Tudo bem, não vamos falar sobre isso. – Deu de ombros. – Você gosta de Quadribol?
— Quem não gosta de Quadribol? – Ele perguntou.
Os dois passaram alguns minutos conversando, até que outras duas pessoas entraram na sala, Fred e Jorge.
— Roniquinho o que está fazendo aqui? Tomou posse da nossa sala? – Perguntou ironicamente Jorge.
— Essa sala está ficando cheia, organizamos uma festa e eu me esqueci? – Perguntou Fred.
— Rony eu te admiro muito sabe? Eu já teria matado Jorge e Frorge se tivesse nascido irmã deles. – Disse Diana.
— Rony? – Perguntou Fred. – Por que chama ele e o Jorge pelo nome?
— Por que são os nomes deles. – Disse em um tom óbvio.
— Você chama eles pelo nome e me chama de Frorge, por que? – Perguntou.
— Talvez por que eu goste mais dos seus irmãos do que de você ou quem sabe por que eu goste mais de Frorge do que de Fred. – Ela disse. – Nunca vamos saber a resposta certa para a pergunta.
— Você é irritante Fawley. – Ele disse.
— Quando começar a me chamar de Diana, eu te chamo de Fred. – Ela disse.
— Tudo bem Diana. – Ele disse dando enfase no nome dela.
— Mudei de ideia, gosto mais de Frorge. – Ela disse.
Fred mostrou a língua para Diana e ela fez o mesmo, Jorge riu diante da atitude dos dois.
— Eles sempre fazem isso, se provocam e conversam como se fossem os únicos na sala. – Jorge disse para Rony. – Uma hora você se acostuma Roniquinho.
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