• Família Kirishima •
Eu demorei pra caralho, né? Foi mal gente, acabei tendo um pequeno bloqueio pra escrever essa fanfic (e tô tendo pra todas as outras, na verdade) mas trago aqui a primeira visita, que é na casa do Kirishima.
Novamente, perdão pela demora e boa leitura!
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› Eijirou Kirishima ‹
• Primeiro Sábado
Era o horário de jantar, e Eijirou estava levemente nervoso. Seus namorados virão hoje, e dava graças aos céus por suas mães terem ciência de que eram dois homens, pois certamente não suportaria ser negado por sua própria família em uma data tão importante e significativa como esta. Queria que eles se conhecessem e se dessem bem, queria que tudo desse certo.
Um sorriso surgiu em seus lábios ao ouvir o som da campainha, correndo até a porta para atendê-la, já esperando pelos dois belos rapazes atrás dela e sentindo seu sorriso intensificar ao constatar que, de fato, eram eles. Katsuki era pontual, e muito provavelmente havia trago Tetsu por este mesmo caminho, devido a cara feia que o platinado fazia para o outro.
— Que cara é essa, Tetsu? — foi a primeira coisa que perguntou, abrindo passagem para que os dois entrassem.
— É que o Kat fez eu me apressar. — explicou, cruzando os braços e olhando de canto para o loiro.
— Era isso ou cê ia ficar umas duas horas escolhendo o que vestir, porra. — rosnou para o prateado, se aproximando de Eijirou e selando seus lábios de forma desejosa. Não estavam na escola, agora ele não seria repreendido desnecessariamente por beijar seu namorado estúpido. — Eai, tô gostoso, cabelo de merda? — Eijirou ficou vermelho na hora, mas acenou positivamente com um sorrisinho de canto enquanto retribuía o beijo.
— Vocês dois estão perfeitos. — comentou, descolando seus lábios dos do loiro e se aproximando no platinado para lhe dar um beijo apaixonado. — Mudou o penteado, Tetsu?
— Só por hoje, Eiji.
— Mas os machucados nenhum de vocês esconderam...
— Foda-se isso, a gente se machuca todo dia porque algum arrombado vem caçar treta, então não vou me dar o trabalho de esconder que descemos o cacete neles nem a pau. — Katsuki explicou, nutrindo certo orgulho das marcas de briga que possuía e dos curativos que usava. Era um delinquente, afinal.
Kirishima riu com tal explicação, gostava daquele palavreado sujo do rapaz de fios rebeldes, era uma característica marcante sua e chegava até a torná-lo mais sexy. Logo o ruivo os guiou para a sala de estar, onde a mesa de jantar estava posta; de uma lado, duas cadeiras, do outro, três.
— Olha só, os rapazes já chegaram! — Katsumi disse de forma simpática, sorrindo para os garotos e arrumando os talheres na mesa. — Bem na hora, viu?
— Meu Deus, mas já? Não sabia que jovens eram tão pontuais assim, quase chegam antes da janta ficar pronta... — Hanako comentou enquanto segurava uma panela e seguia para a mesa. — Boa noite, rapazes. — após colocar o objeto na mesa, se aproximou de ambos, que permaneciam em silêncio, e estendeu a mão para cumprimentá-los. — Sou a mãe do Eiji, Hanako Kirishima. Muito prazer.
— O prazer é nosso, tia. — Tetsu diz, sorridente com a recepção e aperta a mão da mulher. — Sou Tetsutetsu Tetsutetsu!
— Seus pais tem criatividade, viu? — a ruiva comentou ao ouvir a conversa alheia.
— É, eu sei. — o platinado riu da piada, lembrando-se do quanto as pessoas costumam comentar sobre seu nome.
— Bem, é um lindo nome. — Hanako sorri docemente para o rapaz, arrancando outro sorriso dele e logo inclina sua face para Katsuki, vendo aquela cara levemente amarrada, como se ele quisesse parecer durão, ao mesmo tempo que a situação lhe deixava desconcertado. — E você, quem seria? — ela estende a mão para o rapaz e o loiro se vê hesitante.
— Katsuki Bakugou... — ele diz com sua voz rouca, aceitando o aperto de mão depois de relutar um pouco por não resistir à aura gentil transmitida por aquela mulher. — É um prazer. — abaixa um pouco sua face, fitando o chão, como um garoto tímido que certamente não era.
— Nossa, já conseguiu deixar o Kat envergonhado? Que magia é essa, senhora Kirishima? — Tetsu não perdeu a chance de atormentar um pouco o loiro, tentando gerar algum assunto com a mais velha.
— Ah, querido, pode me chamar de Hanako! — ela exclama gentilmente, rindo da situação. — Pelo que vejo esse aqui tenta bancar o brutamontes o tempo inteiro, certo?
— Exatamente! — o prateado afirma animadamente e desvia seu olhar para o namorado ao seu lado que parecia tão vermelho quanto um tomate.
Ah, isso certamente teria volta. Katsuki com certeza já estava arquitetando um plano maligno para envergonhar seu namorado em vingança.
— Você é fofo demais assim, Suki... — Kirishima se interpôs na conversa, se aproximando de Katsuki e falando de forma doce, deixando um beijo sobre os fios louros carinhosamente. Após sua ação inconsciente, olhou para o platinado, que sorria com o quão carinhoso Eijirou poderia ser, mesmo que estivesse um pouco enciumado por não ter sido ele, e depois desviou seu olhar até ambas morena e ruiva – que no caso ainda estavam afastadas deles –, lembrando que estava na frente de suas duas mães beijando um de seus amados. Isso, de certa forma, lhe deixava desconcertado.
Ambas mulheres sorriram com todo aquele carinho, rindo quando Bakugou apenas bufou em resposta e inclinou sua face para deixar um selinho na bochecha do ruivo, rebatendo aquele elogio com um "Você quem é o fofo aqui, porra" no ouvido.
Kirishima corou mais ainda, balançando a cabeça envergonhado e tratando de segurar a mão dos dois namorados para puxa-los até a mesa.
Katsumi serviu a comida para todos na mesa, se servindo logo após e se sentando na cadeira ao lado de Hanako.
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Não foi muito difícil para estender uma conversa com as duas mulheres, pois Tetsu era bem energético e animado, sempre se demonstrando interessado por qualquer assunto e facilmente descobrindo ter alguma característica ou outra em comum com uma das mães de Eijirou. As duas adoravam essa animação toda e não podiam evitar de comparar o platinado ao seu filho, que se encontrava sorridente diante da interação toda, contente e aliviado por tudo aquilo estar dando certo.
Katsuki, por outro lado, era menos interativo. O loiro tinha dificuldade em comunicar-se ou ser educado com frequência, portanto optou pelo silêncio, falando apenas quando era solicitado ou quando Kirishima ficava lhe questionando se estava tudo bem por conta de seu silêncio. Aquela cara emburrada era natural em sua face e ambos Tetsu e Eijirou tinham ciência disso e não se importavam, mas tanto Hanako, quanto Katsumi não possuíam tal informação, o que as levava a refletir sobre Bakugou, perguntando-se se o loiro estava desconfortável ou se ele não havia simpatizado com elas. Queriam passar uma boa impressão para todos os namorados de seu filho, mas também estavam formulando suas próprias conclusões para ter certeza de que o ruivo não estava em um relacionamento ruim.
As conversas prosseguiram e Eijirou decidiu participar um pouco mais, compartilhando do mesmo ânimo de Tetsutetsu e fazendo as adultas compararem-nos ainda mais. Era cômico os quão iguais e diferentes poderiam ser. Podiam enxergar o carinho que nutriam um pelo outro nos pequenos gestos que exerciam, apelidos e na forma natural como dialogavam um com o outro vez ou outra. Pareciam se dar muito bem juntos, e era divertido vê-los interagirem, tranquilizava as mais velhas, no entanto, Bakugou permanecia só observando tudo em silêncio, parecendo igualmente atento aos outros dois e estar divido entre felicidade e ciúmes pelas interações.
Essa pequena porção de ciúmes que vez ou outra ficava estampada na face alheia não passou despercebida pelos dois namorados, o que fez Tetsu pensar um pouco em como resolver essa situação e trazer algumas situações que aconteceram à tona para não excluir seu namorado daquela conversa.
— Eiji, não teve aquela vez que o Kat te defendeu de alguns caras que te perseguiam? — questionou retoricamente, levando o ruivo a pensar na situação e franzir o cenho por lembrar que ocultara aquela informação de suas mães. — Foi muito másculo! — disse, eufórico.
— É, foi... — decidiu contemplar um pouco o loiro, mas assim que voltou seu olhar para suas mães viu a inconformidade expressa em seus semblantes. Droga, agora teria que contar...
— Quando foi isso, Eiji? — Hanako questionou preocupada, já querendo saber quem eram os malditos que perseguiam seu filho e o porquê de ele não ter contado. — Você nunca nos disse sobre isso...
— Ah, é que... — não tinha como arranjar uma desculpa plausível para aquela situação, ele não contou por não querer preocupá-las, além de que a situação foi resolvida. Pensou que elas nunca obteriam aquela informação, mas aqui estava Tetsu lhe entregando.
— Droga, eu não sabia... — o platinado murmurou, percebendo o que havia revelado por acidente e se sentindo para baixo.
— Não, tudo bem. — Kirishima sussurrou para ele, deixando um beijo em sua testa, esperando que ele compreendesse que estava tudo bem e que não estava bravo. Respirou fundo e encarou as mais velhas, dando início à história.
Katsuki observou aquilo com atenção, principalmente por incluí-lo, lembrando de tudo aquilo que aconteceu naquele dia.
Era o intervalo do horário de almoço, e ambos Katsuki e Tetsutetsu caminhavam pelo corredor, em direção ao terraço – qual a porta estava trancada, mas eles sempre davam um jeito de entrar – depois de comerem rapidamente a comida disposta na cantina, mesmo que ela não fosse das melhores. Bakugou ouviu algumas vozes vindas de um corredor mais deserto e um nome conhecido sendo chamado em um tom claramente debochado.
— Tu não é o gostosão que se acha, Kirishima? Por que não peita a gente, desgraçado? — o loiro não reconhecia aquela voz, mas uma chama de fúria já havia acendido em relação àquele indivíduo. Memórias de alguns dias anteriores vieram à tona, onde encontrou Eijirou totalmente desolado e angustiado, quase tremendo, quando foi ter um momento de paz no terraço. Naquele dia ele não fora capaz de descobrir o que ocorrera, mas quem quer que tivesse ocasionado aquelas sensações ao ruivo certamente pagaria por suas ações. Às vezes vigiava o ruivo, sempre revirando os olhos em desgosto quando algumas meninas ficavam lhe cercando como se fosse uma atração de zoológico e tentavam obter mais intimidade de uma forma forçada, elogiando cada mínima ação que Kirishima fazia como se quisessem conquistá-lo com elogios vazios.
Mas agora uma curiosidade maior havia surgido em relação ao ruivo, o que permitiu o loiro rebelde de enxergar as expressões de desconforto contidas na face dele, perceber que ele não gostava de ser idolatrado daquela forma. Não fez nada no momento, pois aquele assunto não lhe dizia respeito, e mal imaginaria que no futuro as coisas fossem ser completamente diferentes.
Com toda aquela atenção centrada no ruivo, o loiro não pensou duas vezes antes de desviar da rota qual seguia e começar a seguir a vozes, se estressando ainda mais com cada palavra absurda que ouvia. Tetsu questionou-o aonde estava indo, mas não obteve respostas no momento, desistindo de perguntar por saber que Katsuki não iria respondê-lo, pois estava possesso – conhecia muito bem aquela parte do outro delinquente – e o seguindo sem pestanejar, apenas esperando que descobrisse o motivo de tanto ódio ao chegarem no destino traçado por Bakugou.
Quando adentraram o corredor que sempre ficava deserto naquele horário, com poucas pessoas indo e vindo, Katsuki e Tetsutetsu enxergaram um grupo que cercava o ruivo de dentes afiados, vendo-o acuado diante daquelas pessoas que não paravam de proferir provocações ofensivas, tentando, de alguma forma, instigar Eijirou a reagir. Kirishima apenas ficava de cabeça baixa e andava vagarosamente até o destino que seguia, sendo interrompido pelos garotos que só ficavam mais frustrados e irritadiços por serem ignorados.
Katsuki trincou os dentes, possuído pelo ódio que tomou controle de seu corpo momentaneamente, fazendo-o se aproximar a passos apressados do grupo que sequer havia notado sua presença até o momento em que o loiro prensou um dos garotos contra o armário, segurando a gola de sua camisa e rosnado em fúria, sem conter o olhar ameaçador em direção ao garoto que agora parecia um gatinho assustado.
O platinado ainda estava um pouco confuso, apesar de ter compreendido a situação, se aproximando mais um pouco para conter Bakugou se necessário. Eijirou ficou paralisado ao ver aquela cena cheia de agressividade, não sabendo se deveria ficar aliviado por estar sendo salvo ou temeroso, já pensando na possibilidade de que seria o próximo alvo de Katsuki, mesmo que ele tenha se demonstrado empático diante de suas condições dias atrás.
— É melhor você e seus amiguinhos de merda vazarem antes que eu arranque essa porra que cê chama de pau — sibilou furioso, pontuando cada palavra para que aqueles malditos entendessem quais eram seus lugares. Viu que o garoto estava paralisado de medo; plausível, visto que Katsuki era conhecido por não perder uma briga, não importando a quantidade de indivíduos que estivessem contra ele. — Entendeu, porra?!
E o garoto acenou desesperado, fazendo Katsuki soltá-lo, mas não sem antes prensa-lo mais uma vez contra o armário e lhe direcionar um olhar que expressava toda seu ódio. Ele se afastou, chamando os outros que o seguiram, assustados diante daquela interrupção inesperada, mas ainda assim sendo audaciosos o suficiente para soltar mais xingamentos direcionados ao ruivo, que já nem os ouvia mais, apenas olhando para o loiro que parecia ter incorporado algum animal selvagem.
— Ei, você. — Bakugou se virou para Kirishima, chamando-o e vendo-o tremer diante do chamado, encolhendo-se quando ergueu sua mão até seu ombro como uma forma de apoio.
— Calma, Kat, você assustou ele! — Tetsu se interpôs entre os dois, se aproximando um pouco mais do ruivo e tentando uma aproximação amigável, com um sorriso radiante formado por dentes pontiagudos em sua direção. — Pode não parecer, mas o Kat não morde, tá bom? Ele não quer te machucar. — explicou tranquilamente, vendo o loiro bufando atrás de si com a exposição, prestando mais atenção em Kirishima e percebendo que este carregava alguns cadernos, o que não era tão incomum, já que a maioria dos alunos deixavam suas mochilas na sala naquele horário. — Quer que eu carregue isso pra você? — perguntou, gentilmente dispondo-se a ajudá-lo. Apesar de agressivo com aqueles que considera injustos, ele era prestativo e observador, imaginando que o ruivo estivesse precisando de alguma ajuda.
— Não precisa, eu tô bem cara, obrigado. — sorriu de uma forma doce, sentindo-se um pouco mais tranquilo na presença do platinado. Se atentou àquela informação de que o loiro não queria machuca-lo e ponderou um pouco sobre ela antes de ser interrompido.
— Desde quando você é nerd, porra? — Bakugou perguntou intrigado diante daquela nova informação, principalmente por aquele garoto não ter cara de alguém que gosta de estudar, se aproximando e acidentalmente parecendo agressivo em seu questionamento, vendo Eijirou dar um passo para trás, temeroso com a aproximação repentina. — Você é burro? Eu não estaria te defendendo se fosse te bater logo em seguida, estúpido!
— Ahh, entendi. — ele arqueou as sobrancelhas, mas logo fechou sua expressão novamente. — Olha, eu não tenho muito dinheiro, mas posso te dar o que tenho agora por ter me defendido. — começou a retirar sua carteira do bolso, abrindo-a para pegar as poucas notas de dinheiro que continham lá.
Katsuki e Tetsutetsu observaram aquilo perplexos, não tardando a interromper aquela estupidez.
— Mas que porra? Por que acha que eu quero dinheiro por isso? — Bakugou rosnou, segurando o dinheiro que lhe fora oferecido e colocando na carteira do ruivo novamente, vendo-o encará-lo com um semblante conflituoso. — Eu te defendi porque quis, você não me deve nada.
— É cara, não é nada másculo cobrar por algo assim. Por que pensou isso do Kat? — deixou sua curiosidade manifestar-se, mais uma vez agindo de forma mais amigável que o loiro explosivo ao seu lado.
— Sinto muito, é que já fizeram isso antes, então eu pensei que poderia ser o caso. — parecia abalado com as memórias que rondavam sua cabeça, mas ergueu-a e sorriu despreocupadamente, tratando de agradecer. — Muito obrigado pela ajuda.
Bakugou suspirou, pensando novamente no ruivo completamente desesperado, chorando descontroladamente naquele dia. Será que aqueles malditos tinham alguma coisa a ver? Se limitou a não perguntar tal, não querendo demonstrar-se tão interessado por ter dificuldade em se expressar, além de não querer relembra-lo sobre aquilo. Revirou os olhos e retomou a pergunta que fizera anteriormente:
— Tá, que seja, agora me responde. Cê é nerd? Nunca te vi com um livro... não que eu repare muito em você. — murmurou a última frase, genuinamente curioso diante daquele novo lado que via de Kirishima.
— Na verdade não, é que as provas tão chegando, então tô tentando estudar, apesar de que não entendo nada...
Aquela declaração deu uma ideia ao Katsuki, mas este tentou descartá-la com todas as forças, não querendo ceder ao interesse repentino que despertara pelo ruivo. Não costumava ser muito gentil com ninguém, ainda mais porque a maioria sempre tentava se aproveitar dele, então se encontrava em um conflito constante quando se tratava de alguém tão inofensivo quanto Eijirou.
No entanto, sua ideia foi exposta de qualquer forma, por ninguém menos que o platinado.
— Sério? Te entendo cara, essas matérias são difíceis demais. Kat, por que não ajuda ele também? — questionou com uma animação invejável, seus orbes brilharam de uma forma que Bakugou considerava irresistível. Aquele estúpido conseguia abalar o muro invisível de antipatia que erguia em sua volta, e agora, havia encontrado outro alguém que parecia ter a mesma capacidade.
No fim, acabou aceitando, fingindo estar aceitando a contragosto, pois ainda não cederia totalmente àquele pequeno sentimento que despertou pela segunda vez dentro dele.
— Bem, foi isso. O Suki me salvou e nós três começamos a passar mais tempo juntos... — Eijirou terminou de contar, um pouco desconfortável por ter ocultado aquilo das mães o tempo inteiro.
— Meu Deus... — Hanako suspirou, parecendo estar abalada diante da história, um tanto tristonha por não ter nem noção do que seu filho passou na escola. Se arrependia de não ter prestado tanta atenção no ruivo. Mas, por outro lado, desviou o olhar para Katsuki que estava de braços cruzados, tentando parecer alheio à história, mas sendo incapaz de disfarçar o pequeno rubor que tomou sua face quando lembrou daquela situação, relembrando as sensações que sentira, as quais denotavam o afloramento de sentimentos fortíssimos. — Bakugou, muito obrigado por ter defendido meu anjo, você foi uma pessoa incrível.
— Como o Eiji diria, foi muito másculo de sua parte! — Katsumi completou, ainda um pouco abalada com o relato, mas buscando permanecer positiva ao mostrar um sorriso acolhedor em direção ao loiro, que ostentava um semblante orgulhoso, apesar de ter feito aquilo simplesmente por achar uma injustiça fodida.
— Agradece aí, Kat, para de ser mal-educado. — Tetsu provocou-o, calando-o com um beijo curto quando este estava pronto para lhe xingar.
— Valeu. — coçou a nuca e olhou para o lado, desviando o olhar logo em seguida para Eijirou, que encarava-o com um sorriso terno. — Mas esse idiota também foi foda pra caralho por ter aguentado esses filhos da puta por tanto tempo. — concluiu, vendo as mulheres conterem risos diante de suas palavras de baixo calão, mas também elogiarem e repreender o filho, conscientizarem-no de que conversariam melhor sobre aquilo mais tarde, pois era um assunto sério.
E assim, as conversas continuam e Katsuki decidiu que comentaria vez ou outra, tentando interagir mais e aproveitar para envergonhar Kirishima na frente das mães.
Nem notaram quando Hanako correu para dentro da casa, retornando logo em seguida com uns três álbuns de fotos dedicadas apenas a Eijirou. A cara que o ruivo fez não foi muito boa, pareceu ficar mais tenso e ansioso diante daqueles álbuns, mas ele ficou em silêncio enquanto observava seus namorados sentarem ao lado da morena no sofá para visualizarem suas fotos. A insegurança havia se instalado e não parecia ter planos de abandoná-lo tão cedo. Kirishima sempre odiou sua aparência, não conseguindo enxergar nenhuma aura máscula nela, tanto que pintou o cabelo depois que sua madrasta o fizera. Ficara encantado pela cor vermelha, era uma tonalidade forte, que possuía inúmeros significados, tão hipnotizante que a julgou máscula.
Mas agora, nas fotos que eram dispostas aos seus namorados, ele não tinha seus fios vermelhos, temendo que fossem zombar de sua aparência. Um frio atingiu sua barriga quando viu as feições surpresas dos dois. Engoliu em seco, visivelmente mais tenso, sentando-se no outro sofá, não querendo se sentir mais humilhado ainda. Katsumi se aproximou dele repentinamente, sentando ao seu lado sustentando uma expressão preocupada enquanto começava a falar:
— Eijirou, está tudo bem? — questionou de forma atenciosa, fazendo o ruivo erguer a face para encará-la.
Não se atreveu a pronunciar nada quando sentiu o olhar perspicaz de Bakugou caindo sobre si. Ele era o mais atento do trisal e Kirishima tinha ciência disso. Esperava que, ao menos, Katsuki não fosse descobrir tão rapidamente quais eram as motivações que alimentavam sua ansiedade. Olhou novamente para mulher ruiva e acenou positivamente, vendo que ela não ficou satisfeita com a resposta mentirosa e colocou uma mão em suas madeixas, afagando-as carinhosamente.
— Eles te amam, não é? Não te julgariam pela sua aparência, e não adianta dizer que era feio, porque não era nenhum pouco! — disse baixo, mostrando um belo sorriso para o enteado, querendo realmente animá-lo. Ver um raio de sol como Eijirou tenso daquela forma não era nada agradável. — Agora vai lá, aproveite o momento.
— Ei, cabelo de merda, vem aqui! — ouviu Katsuki chamá-lo por aquele apelido idiota. Ele não estava bravo, apenas inconformado que Kirishima estivesse se mantendo tão distante.
Eijirou olhou uma última vez para Katsumi, abraçando-a e agradecendo o apoio, se levantando e andando em direção ao loiro, sentando ao seu lado, ainda um pouco temeroso e nervoso, esperando pelos comentários que estavam sendo feitos sobre suas fotos. Olhou de canto para elas, vendo-se quando ainda era bebê, os fios negros mal apareciam.
— Eiji, como você ousa ser tão fofo? — Tetsutetsu questionou, inclinando a cabeça para frente, com seus orbes brilhando. Estava maravilhado com tanta fofura, fazendo até mesmo Hanako rir um pouco de sua admiração.
— Não precisa exagerar, Tetsu. — riu sem graça, sentindo o formigamento em suas bochechas.
— Mas não é exagero! — ele gritou, insistente.
— É si- — antes que pudesse terminar de falar, foi interrompido pela boca de Katsuki tomando a sua em um leve selar, servindo apenas para cala-lo.
— Você era um bebê fofo pra caralho e acabou, fica calado. — advertiu, cruzando os braços emburrado com toda aquela insistência em se diminuir. — Tem alguma dele bem antes de pintar o cabelo? — voltou seu olhar até Hanako, questionando-a com naturalidade. Seu fascínio era evidente. — Vamos provar para esse imbecil que ele era e é lindo e perfeito pra porra. — murmurou para o platinado que o ouvia atentamente. A morena apenas observava toda aquela interação sorridente.
No fim, Katsuki e Tetsutetsu passaram mais tempo do que previsto na casa de Kirishima, distraindo-se com as fotos de seu namorado, sempre fazendo questão de ressaltar a ele o quão lindo e másculo ele era, estando com suas madeixas negras ou seus fios com coloração rubra; tendo seu cabelo longo, amarrado ou até mesmo cheio de gel e espetado. Ele era belo de qualquer forma aos olhos de seus dois namorados, e ambas as mães de Kirishima estavam satisfeitas em vê-lo ser tão acolhido e amado. Souberam no meio das conversas que o platinado, quanto o loiro, costumavam arranjar brigas na escola, – não que eles tentassem esconder – mas perceberam que aquele fator não influenciava Eijirou e o ruivo não era tratado mal por conta dele.
Saber disso foi um alívio. Ter ciência de que seu filho havia encontrado, não uma, mas duas pessoas para amar e ser retribuído era algo que aquecia o peito de Hanako e Katsumi.
O tempo passou tão rápido que mal se deram conta de que era quase meia-noite. E bem, Katsumi não demorou muito para propor que ambos passassem a noite por lá, contendo os risos ao ver Kirishima arquear as sobrancelhas em surpresa, seus orbes brilhando em expectativa.
— Que isso, não queremos incomodar mais ainda... — Tetsutetsu tentou recusar gentilmente, genuinamente achando que poderia estar incomodando a família ainda mais caso aceitasse aquele convite.
— Por mim tanto faz. — o loiro disse, dando de ombros, contendo a vontade de deixar claro o quanto gostaria de dormir ao lado de seus dois amados e murmurando baixinho, para que ninguém ouvisse: — Na verdade eu quero pra caralho.
— Só admitam logo! — a ruiva falou, cruzando os braços enquanto ria dos dois jovens não sabendo que resposta dar.
— Olha, se não quiserem tudo bem... — Kirishima se pronunciou, entoando com sua voz triste, uma expressão um pouco mais desanimada enquanto coçava a nuca em um claro sinal de nervosismo. Pensou que aquele tipo de coisa já poderia ser demais para os outros dois, principalmente por vê-los tão indecisos, então se demonstraria compreensivo diante de qualquer decisão que tomassem — Eu entendo.
— Ah, cala boca, cabelo de merda! — Bakugou bufou e se aproximou dele. — Beleza, eu vou ficar e não vou voltar atrás nessa decisão. — admitiu, roubando um beijo rápido do ruivo e vendo-o travar.
— Bem, se o Eiji quiser que eu fique... — o platinado afirmou, colocando seu braço ao redor de Kirishima e deixando um pequeno beijo em sua bochecha, sorrindo e mostrando seus dentes pontiagudos logo em seguida. — Então eu fico!
E essa foi a decisão final. Ambos Tetsu e Bakugou ligaram para suas respectivas famílias, avisando que passariam a noite na casa de Kirishima, felizmente não houveram restrições e eles puderam ficar sem problemas. Os colchões foram arrumados no quarto do ruivo e Tetsutetsu, junto ao Bakugou, conversavam com as progenitoras de seu namorado enquanto o mesmo estava tomando banho.
Kirishima não imaginava que fosse sentir tantas coisas misturadas com aquele pequeno encontro. Suas mães não o julgaram nem tentaram afastar seus dois amados por continuamente se meterem em encrencas na escola, o que o deixou aliviado.
Hoje dormiria feliz e sorridente ao lado daqueles que o defendiam, que o amavam. E nada poderia estragar aquilo.
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Bem, é isso. Espero que tenham gostado. Tentarei não atrasar nos próximos capítulos, mas não prometo nada, viu? Escreverei e postarei quando der.
Muito obrigado a quem leu! ❤️
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