Descoberta
› Katsuki Bakugou ‹
Bakugou acabara de chegar da escola, estando exausto após uma manhã que denominaria como "fodidamente chata" se não fosse pela presença de dois rapazes muito parecidos, e diria que bem irritantes – não que desgostasse – durante as longas e entediantes aulas. Um deles era Tetsutetsu, um delinquente igual a si, mas menos inteligente – visto que, apesar de ser rebelde, Katsuki era um aluno excepcional – com fios prateados e rebeldes, assim como suas sobrancelhas esquisitas – mas atrativas –, e diria que apaixonado em lhe provocar, a fim de incentivá-lo a ter atitudes mais másculas. Digamos que o relacionamento de ambos fora construído à base de competições amigáveis, que lentamente tornaram-se outra coisa, que se somou aos sentimentos que nutriam pelo ruivo e deu naquele maravilhoso relacionamento a três.
O outro, era Eijirou. Um ruivo energético que era aquele tipo de "garoto popular", um verdadeiro ímã de garotas apaixonadas e iludidas. Típico príncipe da escola. No início, Bakugou não suportava vê-lo cercado de meninas, lhe dava repulsa – tardiamente descobriu que aquilo, na realidade, tratava-se de ciúmes – além de que vê-lo sorrindo toda hora lhe trazia certo desconforto, como se o rapaz de dentes afiados fosse feliz o tempo inteiro. Era irritante. Isto perdurou-se até o momento de choque, onde Bakugou descobriu que aquela não era a realidade ao encontrar Eijirou chorando, desolado, no terraço da escola. A partir dali as coisas mudaram.
— Você anda bem estranho, moleque. — foi desperto de seus devaneios ao ouvir a voz de sua progenitora falando consigo. — Tá sorrindo por quê?
Ao ouvir aquilo, Bakugou imediatamente retirou o sorrisinho involuntário que havia se formado em seus lábios, tratando de colocar uma cara amarrada no lugar e liberar sua aura irritadiça para trazer descontentamento à mais velha.
— Foi só falar. — ela revirou os olhos ao observar a cena, sentando no sofá ao lado de seu marido com uma xícara de chá em mãos.
Bakugou estava deitado no sofá ao lado, como tipicamente fazia, ocupando o móvel inteiro com seu corpo de maneira relaxada. Sinceramente, Mitsuki até desistiu de tentar tirá-lo dali aos tapas.
— Algo de bom ocorreu na escola, filho? — Masaru, que folheava tranquilamente seu jornal, perguntou ao loiro, direcionando seu olhar ao mais novo para ver se este responderia.
— Nada que interesse.
— Educação, Katsuki. — a mulher rosnou de modo intimidador. — Deve ter finalmente arranjado um namorado. — afirmou, tomando um gole do chá.
— Quê? — levantou abruptamente, indignado com aquela suposição — Tá dizendo que sou gay?
— E não é? — a mulher sorriu ao vê-lo abrir a boca e fechá-la, não sendo capaz de negar o fato. — Por que não o traz aqui?
— Tsc. — estalou a língua com a ideia, mas começou a refletir sobre ela em sua mente. Bom, sua mãe acertou sobre ser gay, entretanto não sobre a quantidade de pessoas com qual namorava... e quer saber? Que se fodesse, adoraria ver a cara de espanto da mais velha ao chegar com dois caras gostosos em casa — Vou pensar.
Mitsuki sorriu, já se sentindo empolgada para conhecer quem fora capaz de tirar aquela carranca de seu filho emburrado, mesmo que por alguns segundos. Masaru apenas manteve um sorriso calmo em sua face, mas atentou-se à forma rápida com qual Katsuki havia cedido. Ali tinha coisa, então apenas esperaria pela surpresa que o loiro estava para aprontar.
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› Tetsutetsu Tetsutetsu ‹
O platinado havia acabado de sair do banho após uma tarde produtiva na academia. Foi até seu quarto, pegando qualquer roupa minimamente confortável dentro da gaveta do guarda-roupa, vestindo-as rapidamente e indo até a cama pegar o celular que deixara lá junto à sua mochila, mas não encontrou o aparelho. Ergueu uma sobrancelha em dúvida, não entendendo o porquê dele não se encontrar ali. Lembrava muito bem de onde o havia deixado e não era possível que houvesse o esquecido na academia, pois voltara para casa ouvindo música nele.
Franziu o cenho após ter procurado pelo quarto inteiro e não ter obtido sucesso algum, grunhindo irritado por sua incapacidade em achar um simples celular.
Foi disperso de sua busca ao ouvir uma voz grossa chamar por seu nome:
— Tetsutetsu! — reconheceu-a na hora, era seu pai. O que ele queria?
Bufou frustrado, mas abriu a porta do quarto e direcionou-se até a sala rapidamente, deparando-se com uma cena que lhe aterrorizou; Seu pai, Tatsuo Tetsutetsu, estava com seu celular em mãos.
Seu coração ficou disparado, mas tentou manter-se calmo, fechando a boca que involuntariamente se abriu pelo choque e erguendo uma sobrancelha em dúvida, se fazendo de idiota na esperança de que o platinado mais velho não notasse seu medo.
— O que foi pai? — perguntou, colocando as mãos suadas pela ansiedade no bolso da bermuda e levantou outro questionamento, como quem não quer nada: — Ah, esse é meu celular?
— Aham. — o mais velho afirmou, estreitando os olhos para o filho. Sua frase seguinte fez Tetsu quase sofrer um ataque cardíaco: — Achou que iria esconder por quanto tempo?
O prateado prendeu a respiração, sentindo a ansiedade lhe corroer levemente e o medo preencher seus pensamentos. Ainda assim, tentou manter a calma, pois seu celular era bloqueado e o mais velho não sabia a senha. Não tinha como ele ter tido acesso às suas conversas pessoais e descoberto sobre os relacionamentos que escondia. Deveria ser outra coisa, só podia.
— E-esconder o quê? — condenou-se por gaguejar, mas logo firmou sua voz para passar mais confiança — Não escondo nada, pai.
— Então o que seria isto? — questionou, mostrando o aparelho com a tela bloqueada ao rapaz. Nela, havia a notificação de uma mensagem do contato "Ei" junto a um coração vermelho, tratando-se de um de seus namorados, Eijirou Kirishima.
Engoliu em seco. Como pôde ser tão descuidado? O aparelho foi desviado de seu olhar, que parou nos orbes prateados de Tatsuo. Tetsu sentiu a rigidez do olhar, já se preparando para lidar com aquilo justo quando gostaria de dormir tranquilamente.
Ficou surpreso quando o mais velho gritou com um ânimo estranho na voz as seguintes palavras:
— Meu garoto é um garanhão, hein? Me diz aí, quem é a garota sortuda?
— Hã? — foi tudo que soltou após ouvir seu questionamento. Esperava por tudo, menos isso. — G-garota...? — perguntou baixinho.
— Cabelo vermelho ainda, gosta das rebeldes, né? — ele questiona mais uma vez, a fim de engatar em uma conversa sobre garotas com o filho, aproximando mais uma vez o celular de seus olhos.
Foi aí que Tetsu entendeu.
A foto de Kirishima, ele estava com seus cabelos baixos, escondendo parcialmente sua face. Lembrava-se que as pessoas tendiam a confundi-lo com uma garota por conta dos fios longos.
— Ah, s-sim... — respondeu meio incerto, sem realmente saber o que dizer. Puta que pariu, seu pai achava que seu namorado era uma garota. Oh, droga. — Olha pai, pode me devolver o...
— Não quer que eu veja suas conversas com ela, é? — sorriu com certa malícia, rindo da cara de indignação do prateado. — Eu te devolvo se prometer que vai trazê-la aqui.
— Por quê?
— Você esconde coisas importantes como essa de mim, então vai ter consequência. — explicou — Quero conhecer ela, e sua mãe com certeza vai querer também.
Ah, estava extremamente fodido. Como chegaria em casa, no dia da visita, com dois garotos ao invés de uma moça? Provavelmente não daria certo, mas ainda assim, não tinha escolha. Faria este acordo, e sofreria as consequências de ser tão desatento.
— Você literalmente invadiu minha privacidade, mas beleza. — suspirou e teve seu celular devolvido. Sabia que caso descumprisse aquilo, perderia o aparelho por um bom tempo.
— Depois me diz que dia ela pode vir.
Tetsu já estava indo para o quarto novamente ao ouvir aquilo. Por Deus, passaria a noite e madrugada inteira se remoendo por causa da besteira que cometeu, mas teria que trazer "sua namorada" lá, de qualquer forma.
Só se preocupava com a quebra de expectativa que seria no dia. Talvez coisas ruins acontecessem, talvez não. Nunca se sabe.
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› Eijirou Kirishima ‹
Eijirou estava na mesa de jantar, deliciando-se da comida feita por sua madrasta, Katsumi Kirishima. Era uma mulher de madeixas pintadas de vermelho, iguais às de Kirishima, – inclusive, ela fora sua principal inspiração para colorir o cabelo com tonalidades tão fortes – sem contar as írises de cores castanhas e a personalidade forte, sempre empolgada e aberta à novas experiências, demonstrando sua coragem de diversas maneiras em diferentes situações. Sua mãe, Hanako Kirishima, certamente não errou ao se apaixonar por ela. E o ruivo nunca vira sua progenitora tão bem ao lado de alguém desde a morte de seu pai anos atrás, então nunca conteve sequer um sorriso ao observar as duas mulheres conversando alegremente sobre alguma coisa.
— Eiji, por que mudou de repente seu cabelo? — a mulher de madeixas negras e orbes rubros questionou verdadeiramente curiosa com a mudança repentina do filho. Sabia que as cores carmesins eram influência de sua esposa, todavia, recentemente o rapaz começou a usar seu cabelo amarrado, deixando-o com uma aura diferente. Não era ruim, mas Eijirou sempre se recusou a amarrá-lo então era no mínimo estranho.
— Ah, bem... foram umas coisas aí... — levou os dedos até detrás da nuca, coçando com certo nervosismo e deixando risos de mesmo tom escaparem, tentando evitar responder. — Na verdade, eu só achei legal... — e neste momento, memórias do que de fato ocorrera passaram por sua mente.
A aula de educação física havia acabado de terminar, todos alunos estavam suados depois de tanta correria no jogo de futebol. Como nesta manhã Kirishima havia esquecido de passar o gel em seus fios rubros, teve de prendê-los por estarem grandes demais e correrem o risco de atrapalha-lo durante o jogo. Assim que conseguiu um prendedor emprestado com uma de suas amigas, prendeu-o, deixando que a parte de trás de sua cabeça ficasse à mostra, levando-o a ficar levemente envergonhado, sentindo-se menos másculo. Sentiu-se aliviado ao desprende-lo no final da aula, em seguida, sendo abordado por duas figuras que conhecia muito bem; seus namorados. Tetsutetsu e Katsuki.
— Esqueceu do gel hoje, cabelo de merda? — Bakugou tratou de provocá-lo com um sorriso convencido.
— Pois é, esqueci. — sorriu, mostrando seus dentinhos de tubarão.
— Você ficou lindo com cabelo preso. — o prateado que caminhava à sua direita afirmou, colocando um braço ao redor da cintura de Eijirou, fazendo-o se aproximar. Enfim, sussurrou em seu ouvido: — Bem sexy, na verdade, bro.
Aquilo bastou para que Kirishima sentisse sua face queimar. Por Deus, jamais se acostumaria com elogios assim, mesmo que namorassem há meses.
— Ei, o que disse pra ele, Ferroso? — Katsuki gritou, vendo o rubor crescente na face alheia e sentindo leves quantias de ciúmes, digamos assim.
— Só o que você não tem coragem de dizer por ser um cu doce do caramba. — Tetsu zombou, vendo o loiro espumar de raiva.
Estava à esquerda do ruivo, então tratou de se aproximar mais um bocado, levando suas digitais até a face alheia e virando-a em sua direção para roubar-lhe um beijo ousado, que não perdurou por muito tempo dado o lugar público onde estavam e sem mais delongas, deu sua opinião sobre o estilo temporário qual seu namorado 'aderiu':
— Cê ficou gostoso pra porra, é isso. — bufou, sentindo sua face queimar com o elogio que deu ao amado. Sempre tinha dificuldades em elogiar alguém, mas se era algum de seus namorados, certamente pisaria em cima de seu orgulho com prazer.
Kirishima ficou ainda mais vermelho que antes, chegando a atingir a coloração de seus próprios fios, mas sentindo seu coração esquentar com os elogios sobre sua aparência.
Tetsu sorriu ao ver que sua provocação havia incentivado o namorado loiro, dedicando-lhe um olhar orgulhoso.
Esse dia certamente fora memorável para Kirishima, que passou a amarrar seu cabelo com mais frequência para receber uns elogios a mais de seus namorados. Gostava de ser elogiado, e também gostava quando sua aparência agradava àqueles que amava.
— Não parece que foi porque você gostou. — Katsumi concluiu, soltando um sorrisinho sugestivo, mas tomando um ar mais sério logo depois. — Está fazendo isto para agradar alguém?
Eijirou arregalou os olhos com o tiro certeiro da madrasta. Realmente, estava fazendo aquilo mais por seus namorados do que por si mesmo, e sabia que ambas mulheres ficavam preocupadas quando o ruivo não se botava em primeiro lugar em qualquer que fosse a situação.
— Talvez. — admitiu, sorrindo sem graça, levando um pedaço de carne à boca para enrolar.
— Te mandaram fazer isso, Eiji? — Hanako questionou, já franzindo o cenho em preocupação — Você fica lindo assim meu filho, mas se a pessoa que você gosta estiver te obrigando a fazer isso, não está certo.
— Não é isso! — se apressou em engolir a carne, não querendo deixar nenhum mal-entendido sobre os namorados para suas mães – que sequer sabiam que estes existiam. — Eles apenas me elogiaram e eu quis manter o cabelo assim, eu queria que me vissem assim mais vezes! — explicou desesperado, não se atentando de que acabara de revelar que não gostava apenas de uma pessoa. Não que isto fosse um problema, mas ainda não havia contado às duas por medo.
— Eles? — a ruiva arqueou uma sobrancelha em confusão. Começou a pensar um pouco mais sobre, a fim de desvendar a situação que seu enteado se encontrava. O coração de Eijirou falhou uma batida ao ver que deu detalhes demais. — É mais de uma pessoa?
— É... — respondeu, ainda sem saber como fugir daquela situação que havia acabado de se meter. Encolheu-se um pouco na cadeira, deixando o garfo no prato e cerrando o punho, sentindo-se um pouco pressionado. Enfim, ergueu o olhar para as duas mulheres e revelou, quase em um sussurro: — Eu namoro dois caras...
— Dois? — sua mãe levou uma mão à boca, chocada com a informação. Seu filho que tanto mimava estava em um relacionamento com dois meninos e ela não sabia?
— Meu Deus, e eu na sua idade tinha dificuldade para encontrar uma. — Katsumi brincou, relembrando a época em que estava no Ensino Médio. — Traga eles aqui amanhã, quero conhecê-los!
— Espera, por quê? — Kirishima questionou confuso. Jurava que suas progenitoras não aprovariam tal relacionamento, mas elas pareceram aceitar com facilidade. — Amanhã não é muito corrido?
A ruiva levou um dedo ao queixo, pensativa. Logo depois, levou o olhar à esposa.
— Hm, que dia acha que é melhor, amor?
Hanako ainda estava meio aturdida com a informação, pensando em seu filho namorando alguém. Ah, era o dever dela avisá-lo sobre várias coisas, dada sua experiência em relacionamentos, mas deixaria isso para mais tarde. Foi retirada de seus devaneios pela voz doce de Katsumi, pensando em que dia poderia ser agradável para se receber uma visita.
— Bom, estamos no meio de semana, então que tal chamá-los amanhã para virem no sábado, Eiji? — a mulher questionou ao filho, que arregalou os olhos novamente, mas dessa vez sorriu com a pergunta, balançando a cabeça positivamente. — Ótimo então! Quero muito conhecer os dois sortudos!
Kirishima mais uma vez mostrou seus dentes pontiagudos em um sorriso singelo e voltaram a comer. Mais tarde viria a pensar em como exatamente explicaria para suas mães que namorava os dois delinquentes mais temidos da escola.
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›› Dia seguinte ‹‹
— Deixem ele quieto, vadias. — Eijirou ouviu a voz rouca e ríspida de Katsuki em sua direção, sentindo-se mais aliviado por saber que não teria mais que aguentar aquele grupo de garotas lhe rodeando, mas triste pela forma de tratamento do loiro com elas. Bom, acho que todos ali já haviam se acostumado com isso.
Impaciente com aquele bando de garotas atoas cercando seu namorado, na esperança de que ele fosse ceder aos encantos de alguma delas, Bakugou se aproximou da mesa da biblioteca, batendo as mãos com brutalidade para espanta-las dali de uma vez. As garotas se mantiveram ali, de braços cruzados com a presença do delinquente, mas logo este tratou de jogar sua última carta, sentando ao lado do ruivo – que permanecia inerte aos acontecimentos corriqueiros ao seu redor, apenas esperando para que tudo desse certo – e puxou sua face para um beijo apressado e lascivo, enrolando sua língua à do ruivo de maneira bruta e surpreendendo o mesmo que não esperava por um ato como aquele logo na biblioteca.
— Eh, você ainda está com esse cara, Kirishima? Sinceramente, viu... — uma das garotas disse, insatisfeita com a interrupção do loiro e se levantando, instigando as outras a lhe seguirem para fora daquele lugar.
Bakugou deslocou seus lábios dos do ruivo, ambos ofegando pela falta de oxigênio.
— Obrigado, Suki... mas estamos na biblioteca. — Kirishima informou, com a face levemente corada pelo esforço que exerceu, contente pela chegada do loiro. — É proibido esse tipo de coisa aqui...
— Foda-se, não ligo pra essas regras de merda. — declarou, vendo o outro rir, achando graça de sua ignorância. — Por que não fala pra essas vadias que você não quer conversa?
— Não quero ser insensível.
— Seja, elas que se fodam. — rosnou, irritado com as garotas perturbando seu namorado enquanto este estava tentando usar seu cérebro de maneira inteligente na biblioteca da escola. — Mas tanto faz, podemos falar sobre essas merdinhas depois, quero conversar sobre uma parada que rolou ontem.
— Pode contar, Suki. — fechou o livro que, há minutos atrás, estava lendo com total desinteresse, fixando os orbes rubis no namorado loiro, bem mais interessado no assunto.
— Porra, qualquer coisa cê já larga o livro — Katsuki zombou — Isso que é falta de interesse, hein. — viu Eijirou rir constrangido, dizendo apenas para começar sua história logo — Preciso que o Ferroso de merda esteja aqui também, então vamos procurar ele...
— Me chamou? — a voz do platinado se fez presente e ambos, ruivo e loiro, olharam Tetsu se aproximando com um sorriso de dentes pontiagudos no rosto.
Colocou a mochila que estava em suas costas na mesa e se aproximou dos rapazes, se pondo entre eles e despejando diversas carícias sob a face do ruivo, lhe deixando aquecido pelo carinho com qual era tratado. Logo depois, Tetsu tratou de provocar Katsuki, tirando o boné de sua cabeça e beijando os fios louros espetados e macios que este possuía. Bakugou ditou com uma voz ameaçadora para que devolvesse o maldito objeto e o fez, rindo do mal humor do outro delinquente e finalmente se sentando ao seu lado.
— O que precisa de mim? — questionou, indicando que ouvira a conversa anterior.
— Ontem minha velha descobriu que sou gay. — afirmou, vendo o sorriso de Tetsu se desmanchar e este sustentar uma expressão séria no rosto, igualmente a Eijirou. — Não fiquem tão sérios, ela aceitou numa boa. — ambos suspiraram, aliviados — Mas ela quer conhecer a pessoa que eu namoro...
— Nossa, isso também aconteceu comigo... — Eijirou afirmou, surpreso com a revelação do outro.
— Comigo também... — o prateado soou mais melancólico, levando os outros a se preocuparem.
— Porra, seu velho te fez algo? Se fez, pode dizer que eu vou dar uma surra nesse maldito! — Bakugou declarou, gritando e recebendo encaradas de outras pessoas do local. Ah, verdade, estava numa biblioteca... mas não era como se ligasse.
— Não se preocupe, ele não fez... bom, porque ele acha que eu tenho uma namorada.
— Quê? — Kirishima questionou, confuso com a informação. — Como?
— Sua foto com cabelo baixo, ele viu e pensou que fosse uma garota.
— Ah... — Kirishima ficou meio desconfortável com a afirmação, mas já estava acostumado com aquele tipo de confusão. — Droga...
— Você quer que eu quebre a cara dele, Cabelo de merda? — Bakugou perguntou, sabendo que Kirishima se incomodava com aquele tipo de coisa, mas recebendo um aceno negativo. — Tsc.
— Bem... minhas mães querem conhecer vocês dois.
— Elas sabem? — Tetsutetsu questionou, um pouco mais contente com a descoberta — Ah, eu quero conhecer minhas sogras também!
— Pra mim tanto faz. — Bakugou tentou ser indiferente, mas no fundo realmente gostaria de conhecer a família do ruivo. — Topam matar a velha do coração aparecendo na minha casa e dizendo que são meus namorados?
— Suki... você tem certeza?
— Vai ser só um choque na hora, ela fica bem depois sabendo que mesmo sendo insuportável eu tenho dois anjos como namorados. — os outros dois riram com o elogio.
— Quero conhecer ela e seu pai também, Kat. — Tetsu afirmou, animado. — Não sei se querem conhecer meus pais, já que...
— Foda-se se ele acha que o cabelo de merda é uma garota, quero ver ele quebrar a cara vendo que você tá com dois homões da porra. — sorriu convencido para o platinado, sentindo a adrenalina percorrer seu sangue. Ah, adoraria ser aceito normalmente, seria reconfortante, mas não parecia o caso, no entanto, não desistiria tão fácil e se fosse necessário botaria o pai de Tetsu em seu maldito lugar caso ousasse encostar um dedo em seu namorado por sair do armário.
— Muito convencido pra se achar isso, não, Suki? — Kirishima comentou, rindo do olhar convencido que lhe foi direcionado. — Bom, eu quero conhecer a família dos dois.
— Então vamos decidir os horários pra não ficar bagunçado.
E assim, os três jovens passaram um tempo para decidir que dia iriam na casa um do outro para avisarem suas famílias, chegando a conclusão de que haveria um intervalo de uma semana entre as visitas, sendo elas nos sábados, já que a semana era bem cansativa.
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Bem, isso meio que é baseado em uma fic minha chamada “Visita” de Kiribaku (só tem no Spirit), mas meio que vai ser diferente, já que serão três famílias ao invés de uma sksj
Link dela para quem quiser: https://www.spiritfanfiction.com/historia/visita-16950150
Eu ia postar isso como uma oneshot na fic “Nós três”, mas decidi fazer uma Shortfic porque percebi que ia ficar um pouco divido e também porque isso é um universo alternativo, então acho que vai ficar mais organizado postar separado.
Enfim, provavelmente só vão ser mais três capítulos que vão narrar separadamente cada visita. Espero que não fique enjoativo ou coisa do tipo. Obrigado a quem leu! 😔
(Ps: Não pretendo colocar lemon, esteja ciente disso)
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