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POR FAVOR NÃO ME DEIXE! ❅04❅


Conto até três e corro em direção a Kim Namjoon. 

Ao se virar e me ver ele imediatamente começa a fazer sinais para que eu vá embora. Sua boca se move, mas não consigo ouvir o que diz porque meus sentidos estão todos desorganizados. O mundo que meus olhos enxergam é uma explosão de cores. 

As luzes ali são opacas e escuras de um jeito que nunca tinha visto antes, nem nas piores pessoas com as quais já esbarrei. Meu estômago quer expelir tudo o que ingeri nas últimas horas e parece que alguém está martelando em minhas têmporas. 

As luzes se aproximam, e seu toque gelado faz um arrepio tão forte percorrer minha espinha que tenho quase certeza de que a sensação irá parti-la ao meio. Não reconheço mais onde estou e memórias que não me pertencem invadem a minha mente. 

Sinto meu corpo inteiro se debatendo na minha falha tentativa de sair.

— Você é como eu, Min Yoongi. — Confessou Namjoon mais cedo.A gente vê coisas que o resto do mundo nem imagina que existem..., e às vezes elas conseguem nos machucar.

Será que era disso que ele estava falando? Não pode ser. Nada disso me parece nenhum pouco bom.

Escuto risadas conhecidas muito perto de mim, no próximo segundo meu corpo é jogado contra o tronco de uma árvore e todas as luzes se desfazem no ar. Caio de cabeça para baixo em cima do meu próprio pulso, a dor lancinante que toma conta do local indica que só posso tê-lo quebrado. Puta que me pariu.

Olha só quem tá aqui. Parece que o casalzinho decidiu curtir a virada na floresta.—  É a voz asquerosa de Ted. 

Se eu me fingir de morto será que ele vai embora sem tentar mexer comigo? 

Fico quieto com a cara no chão, torcendo para que Namjoon esteja melhor do que eu. Ainda sinto o martelo nas minhas têmporas e todos os meus músculos latejam; como se eu tivesse sido espancado por horas seguidas, que é exatamente o que acho que está prestes a acontecer. 

Há uma onda de tosse se acumulando na minha garganta e me viro de lado para tentar fazer o ar sair dos meus pulmões. Tateio os bolsos do casaco à procura da minha bombinha, e o desespero de não encontrá-la torna o ato de respirar ainda mais difícil.

Conta até dez. Inspira fundo. Expira fundo.

Preciso forçar os comandos da minha mente a seguirem todos os passos enquanto a outra parte do meu cérebro tenta processar o que está acontecendo, porque duas mãos enormes acabaram de me arrastar do chão e me colocar de pé e de frente para alguém que eu demoro a reconhecer. 

John, o dentuço, está com um sorriso debochado na cara. Viro a cabeça pro lado, com muita dificuldade devido a dor, e vejo que Ted também está segurando Kim Namjoon.

Eles nos arrastam até um local de onde dá para ouvir com mais clareza o burburinho da festa. A enxaqueca que tomou conta da minha cabeça embaça minha vista e tudo o que consigo distinguir é um grupo de quatro pessoas amontoadas ao redor de alguma coisa. Estou sentado de costas para Kim Namjoon e tento chamar sua atenção discretamente.

— Fica quieto! — Ele murmura com muita dificuldade.

Sei que deveria obedecê-lo, mas eu não posso morrer aqui sem antes saber a verdade. 

— Aquele sangue todo...

—Vocês vão saber logo, logo. A cidade inteira vai..., mas não foi minha intenção matar aquela raposa, eu juro. — Sua voz sai embargada. Ai meu Senhor, ele não pode estar chorando. — Você sabe que não fui eu, não é Min Yoongi? As luzes, as vozes, elas me deixam confuso... — Me pergunto se ele bateu a cabeça e está alucinando porque nada do que diz faz o menor sentido para mim.

Quando penso em tentar pegar meu celular dentro do bolso do blazer, escuto um grito feminino de espanto. As vozes aumentam e vejo borrões se aproximando. Viro lentamente a minha cabeça e percebo que estamos no pátio onde serão queimados os fogos de artifício.

— Não se preocupe senhora, sim, eu sei, são só dois marginais que encontramos no meio do mato. — Consigo entender Matthew se explicar. 

Ao que John completa num tom de falsa preocupação:

— Eles devem estar drogados, coitados. Não..., a polícia não, um deles é o neto da Dona Min.

— Filhos da puta! Me levanto de uma vez e grito atordoado quando me dou conta do que eles estão fazendo. Não consigo distinguir nenhum dos borrões, não consigo ver nada além dessas benditas faíscas e meu cérebro não colabora.

— Min Yoongi, nã...— Não sei como Namjoon ainda consegue se levantar, ele se desequilibra um pouco antes de ficar de pé, olha para mim e pede desculpas antes de sair correndo para dentro da floresta outra vez. Tenho plena consciência de que estou de boca aberta olhando ele desaparecer por entre as árvores, e que as pessoas estão fazendo o mesmo.

Neste meio tempo, vários borrões se amontoaram ao meu redor. Pela barulheira parece que a festa inteira se transferiu para o pátio, deve estar muito perto da contagem regressiva. Ted e os outros estão conversando com alguém e apontando para mim, escuto frases soltas como:

"Deixa que a gente leva ele. Não se preocupem." — e é aí que meu cérebro entra em colapso.

Eles se aproximam de mim e tentam me levantar, quando abro a boca e vomito tudo o que ingeri durante o dia inteiro. Escuto alguns gritinhos de nojo e me viro de lado para tentar me arrastar dali, mas meu pulso direito está quebrado e eu não tenho absolutamente mais força alguma.

— Pobre da Dona Min quando souber o que esse garoto andou fazendo.

— E com aquele Kim Namjoon ainda por cima. Ai que horror!

Começo a tossir e entro em desespero, minha bombinha não está em lugar nenhum, existem quatro caras abomináveis tentando me arrastar para longe dali e as pessoas ao redor estão todas soltando comentários maldosos e fazendo coro para que eu seja levado para um hospital, somente para passar por uma desintoxicação.

Mais vômito.

Me jogo de barriga para cima no chão, porque uma dor excruciante está apertando todos os meus órgãos e impedindo que o ar saia de meus pulmões.

— YOONGI! — Ouço o chamado distante de uma voz muito familiar. Parece que estou debaixo d'água. Não consigo me mover, nem respirar e os sons que escuto pela metade chegam abafados aos meus ouvidos.

— Não chega perto dele.

— O Tedzinho vai levar seu amigo pro hospital.

— Ele está tendo uma overdose, saia daí rapaz.

As pessoas gritam umas por cima das outras, mas ninguém além do grupo de Ted se aproxima de mim.

— Cala a boca seus imbecis. Ele não tá tendo uma overdose. O Yoongi tem asma!

Alguém me puxa para cima e me coloca sentado na neve, um pouco inclinado para frente. Uma mão está tirando os cabelos do meu rosto e limpando os restos de vômito na minha cara e a outra tateia meus bolsos.

— Yoongi, fica calmo, eu tô aqui. É o Hoseok, seu melhor amigo. A gente já superou uma dessas antes. Respira fundo, junto comigo, ok? — Não sei de onde ele tirou a bombinha que ele enfia na minha boca.

O mundo fica em silêncio e tudo o que escuto são os comandos de Hoseok. Quero dizer a ele que não o odeio, que não o acho um fracassado, mas minhas tentativas de falar só me deixam ainda mais engasgado. 

Devagar consigo sentir de novo o ar entrando e saindo e limpando minhas vias respiratórias. O burburinho diminui e os curiosos se dissipam, muito mais preocupados em encontrar o lugar perfeito para assistir ao show pirotécnico, do que em tentar ajudar a um jovem drogado.

— QUE PORRA VOCÊS ESTAVAM FAZENDO? — Brada Hoseok para Ted e todo o seu bando que ainda estão de pé ali, discursando para todos que se aproximam; afirmando que eu sou só um delinquente.

— Seok, sai daí. Eu sei que ele é seu amigo, mas ele anda com aquele garoto estranho. Vem pra cá, você quer acabar assim também? —  Escuto a voz irritante da bonitinha do 33, e eu só queria ter energia sobrando para me levantar e gritar com ela, mas Hoseok faz isso por mim.

— Você é uma idiota. Vocês todos são. — Ele responde puto, mas com calma.

Eles só vão embora porque Jasmine começa a chorar e uns velhos aparecem para nos mandar calar a boca porque estamos atrapalhando o discurso do prefeito. 

A turminha de Ted olha pra gente com um sorrisinho debochado que nem me esforço em revidar, porque sei que eles vão vencer essa também. Sei também que amanhã serei o novo drogado de Reverie; e Hoseok será o amigo do cara que teve uma overdose no Baile de Fim de Ano. 

Hoseok fica sentado comigo no meio da neve e do meu vômito, segurando meus ombros mesmo que eu já tenha recuperado minha consciência. Tudo ainda é um borrão, mas o desconforto no estômago e as marteladas na cabeça já estão mais fracos.

— Pelo menos a gente vai conseguir ver a queima de fogos juntos. — Eu tento rir, mas dói e Hoseok revira os olhos inconformado.

Uma voz no microfone anuncia o início da contagem regressiva e todos soltam gritinhos de animação.

— Me desculpa por ter dito tudo aquilo e por ter te deixado sozinho. — Hoseok fala sem olhar para mim. Ele limpa a garganta depois de falar, e eu sei que o meu amigo está contendo as lágrimas.

(CINCO!)

— Tá tudo bem, cara. Eu continuo te achando um folgado, mas você não é tão bosta assim.

Nós dois rimos. 

(QUATRO!)

— Kim Namjoon não é violento como dizem, Hoseok. Ele é meio perturbado da cabeça, isso sim, mas não dá pra ser muito normal quando você passa a vida inteira enxergando a aura das pessoas.

(TRÊS!)

— QUÊ?! Que doideira de aura é essa Yoongi? Como você sabe disso?

(DOIS!)

— Por que eu também vejo!

(UM!)

Hoseok faz uma careta engraçada no momento exato em que fogos coloridos estouram no céu, acima de nossas cabeças.

— EU SEMPRE SOUBE QUE VOCÊ NÃO ERA NORMAL! — Ele grita rindo, e mal consigo ouvi-lo com toda aquela gente se desejando feliz ano novo e o barulho dos fogos tão perto dali.

Hoseok me dá tapinhas nos ombros e sorri sem jeito. Namjoon não me disse quais são as consequências práticas de conseguir ver a aura das pessoas, e eu ainda não me decidi se o considero pirado da cabeça ou só um rapaz traumatizado que precisa de auxílio psicológico.

Um rojão estoura no céu em milhões de faíscas rosa-amanhecer, que são muito parecidas com a cor da aura de Hoseok neste momento. Meu melhor amigo e irmão está maravilhado com todo aquele show, sorrindo feito uma criança boba, e ao seu redor não paira mais aquela sombra acinzentada e medonha de antes.

Eu só queria congelar o tempo bem aqui, por mais algumas horas.

Crescer dói demais.


Algumas Explicações:

❅ Cores das auras

Cinza: Tristeza, egoísmo e depressão

Preto: Maldade

Vermelho: Sentimentos descontrolados, raiva, ciúmes.

Rosa-amanhecer: Afeto, pureza e compaixão.

Laranja: Confusão mental, inocência.


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