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POR FAVOR NÃO ME DEIXE! ❅02❅

Trabalhar no baile da virada foi a única forma que encontramos de estar ali sem precisar de convites. 

Eu não ligo muito, mas o Hoseok, como diz minha vó "tá sarneando feito louco a bonitinha do 33" que é, desde sempre, uma das personagens principais dessa baboseira de baile. Ele não ia descansar enquanto não viesse e eu poderia fazer bom uso de uma mente ocupada num dos dias mais perigosos do ano para se estar em Reverie, que é quando as portas dos mundos se abrem na cidade e todo o tipo de coisas passa pro nosso plano. Isso segundo a vó Min, a maior especialista no assunto. E ela está sempre certa, porque eu soube que tinha algo de errado com esse dia desde que levantei da cama, aí Kim Namjoon me aparece todo ensanguentado de dentro do mato.

Me sento de frente para o piano de calda preto, posicionado quase que no centro do salão e estou boquiaberto com a decoração que a "bonitinha do 33" aprontou. 

Como os convidados ainda não chegaram, consigo ver Hoseok parado dentro da ilha do bar, não muito distante dali, também em êxtase com o quão bonito está o local. 

O relógio digital no meu pulso solta um apito fraco indicando 21 horas, e antes mesmo de enxergar os primeiros convidados despontando pelas enormes portas do salão, meus dedos já estão deslizando pelas teclas do piano, e todo o espaço é preenchido por aquele som que logo é acompanhado pelas cordas de um violino. Posso ver Hoseok sorrindo e me levantando um joinha de aprovação, e em questão de minutos a casa está cheia.

Levanto a cabeça algumas vezes para ver o que está acontecendo ao meu redor, e não consigo conter uma risada ao observar meu melhor amigo todo vestido em um smoking branco, fingindo o seu melhor sorriso enquanto prepara bebidas para todas as pessoas que ele mais odeia naquela cidade. 

O vazio na boca do estômago não me deixa esquecer a preocupação quanto ao que será de Hoseok no próximo ano, e minha risada se desfaz na hora. Metade de mim precisa muito deixar esse ano horroroso para trás, e a outra metade sabe que a virada para 2021 significa o fim de uma era, mas é só eu conseguir ver a queima de fogos que vai ficar tudo bem.

Demora para eu perceber que o Fred do violino está me chamando para nossa primeira pausa. Outras pessoas entram no nosso lugar e eu corro assim que chego à ala reservada aos funcionários. A sala onde deixamos Kim Namjoon dormindo fica na ala abandonada do casarão, eu sei lá porque, já que tudo continua em perfeito estado. 

A vó Min tem milhões de histórias sobre os corredores escuros por onde estou andando, e o desconforto na espinha volta com toda a força quando uma lufada de vento gelado me atinge em cheio no rosto. Nós não deixamos nenhuma porta aberta ali. Droga! E se o Hoseok estiver certo sobre Kim Namjoon? 

Para com isso Yoongi, você sabe que eles estão todos errados e é isso que importa, agora para de ser cagão e vai ver se o cara tá vivo, antes que aconteça alguma desgraça.

Meus pés estão paralisados quando meus olhos conseguem identificar a figura de um homem agachado para fora de uma porta aberta no final do corredor. 

Ele parece falar com alguém que está do lado de fora:

—...eles não vão chegar até aqui, fica tranquilo, esse monte de gente sempre deixa eles confusos...  — é um pouco do que consigo ouvir. Há uma pausa e sons de tecidos se esfregando antes dele voltar a falar em tom pesaroso: 

— Eu tive que deixar ela lá. Não sei. Ela perdeu muito sangue. — Ainda estou tentando controlar as batidas do meu coração, quando o homem se vira para dentro com uma raposa no colo e solto um grito com o susto.

— Relaxa Min Yoongi, ela está bem agora. Você sabe, as raposas estão se comportando de um jeito esquisito hoje. —  Kim Namjoon fala sorrindo e envolve o animalzinho em um abraço carinhoso antes de soltá-lo de volta no chão coberto de neve. Salto para trás assustado quando ele me estende a mão direita e ri da minha reação.  — Muito obrigado por ter me ajudado e por não ter chamado ninguém.

— Obrigado o caramba! — É a minha vez de intimidá-lo. Cruzo os braços recusando o aperto amigável. — Que droga foi aquela? Com quem você tava falando aí hein? — Jogo meu corpo para a frente na tentativa de ver quem está lá fora, mas ele bloqueia o caminho. O miro desconfiado.  — E de quem era aquele sangue todo? E porque DIABOS as raposas estão se comportando tão estranho hoje? — Falo tão depressa que nem me dou conta de que descarrego nele mais dúvidas do que deveria.

Namjoon ri com a despreocupação de quem não tem uma cidade inteira o odiando, que não é o caso dele, e isso quase me faz responder o impulso de acertar minha mão na sua cara. Ao se levantar ele solta um gemido de dor que faz eu instintivamente me aproximar. Ele aponta para os próprios pés descalços e o seu tornozelo está o dobro do tamanho que deveria ter.

— Você é idiota? Deveria ter ficado quieto lá dentro. "Vamo", eu te ajudo a voltar, mas só porque eu te devo uma. Depois disso você tem que dar um jeito de vazar daqui.

Não damos nem três passos quando escuto a voz aflita de Hoseok: 

— Vocês ficaram loucos? Onde é que vocês estavam? — Seu rosto está vermelho e ele nem se dá ao trabalho de responder o cumprimento sorridente de Kim Namjoon. — Pensando bem, eu não quero nem saber. Você precisa ficar quieto nessa sala, cara. Se alguém te pegar andando por aí eu vou negar até a morte que tenho alguma relação com isso, já to avisando.

Ele me ajuda a carregar o homem só porque quer se livrar logo da possibilidade de ser visto na sua companhia. Saímos da sala no momento exato em que nosso chefe está virando o corredor e seu olhar carniceiro mira direto em Jung Hoseok, que imediatamente abandona a postura mandona de segundos atrás e se murcha inteiro.

— Sr. Jung quantas horas são necessárias para que isso aí que você chama de cérebro consiga descobrir que o gelo fica no freezer e não no meio do mato? Bem que me disseram que você é meio lentinho. —  Sinto os músculos de Hoseok enrijecerem e o vejo abaixar a cabeça e colocar as mãos para trás. Provavelmente se controlando para não socar o velho. — Volta já para aquele bar! Sr. Min, sua música está perfeita como sempre.

O Sr. Chang sorri para mim e volto para o meu trabalho sem conseguir apagar da cabeça a imagem horrorosa daqueles dentes amarelados e das luzes negras que saíam de dentro deles.

Jung Hoseok é todo sorrisos para a mocinha de cabelos loiros compridos apoiada no balcão à sua frente.  Eles se beijam descaradamente entre um pedido e outro que, agora, ele está preparando com a maior boa vontade. Tenho quase certeza de que ele está bem perto de ganhar o certificado de "Maior Papel de Trouxa do Ano", porque a garota está fazendo sinal para que ele prepare bebidas para quatro camaradas enormes que surgiram do lado dela. Eles batem no ombro de Hoseok como se fossem grandes amigos, enquanto ele fica sorrindo feito tonto sem perceber que só estão prestando atenção nele porque ele é o carinha do bar. Eles nem devem se lembrar do nome dele. 

Infelizmente, é praticamente impossível esquecer o deles: Calvin, Ted, Mathew e John formam o grupo de brutamontes do nosso bairro que acha muito divertido bater nos outros por motivo nenhum e agir como se fossem os próprios machos alfas da rua. Eu e Hoseok costumávamos rir "dos caras" dizendo que eles pareciam ter assistido muito Crepúsculo, até uma chave da palermice virar na cabeça dele e meu melhor amigo decidir que eles nem são tão ruins assim. 

O comportamento atual de Jung Hoseok só pode ser descrito como ridículo. Toda essa cena no bar me dá uma vontade enorme de ir lá e vomitar na cara deles, ao invés disso eu espero a bonitinha do 33 ir embora, e fico balançando minha cabeça em desaprovação até Hoseok me notar e revirar os olhos como quem não se importa.

Faltam duas horas para a virada do ano quando dá o horário da minha segunda pausa. 

Já estou começando a ficar ansioso para a queima de fogos, não me importam a ceia, nem os votos, muito menos a festa, eu só preciso daqueles minutos de luzes brilhantes estourando no céu. 

Faço sinal para Hoseok vim me encontrar e o observo dizer ao seu colega de turno que já volta. Estamos abrindo caminho entre aquele monte de gente quando somos parados por Kim Seokjin, ele cumprimenta Hoseok com uma intimidade que indica que alguém andou visitando o bar mais do que deveria. 

O rapaz alto com cara de ator de cinema resmunga qualquer coisa sobre odiar tudo ali, e ele e Hoseok se embrenham na conversa mais mau humorada e entediante que já tive a infelicidade de ouvir na vida. Graças a Deus que Kim Taehyung surge todo animado segurando um copo de champanhe, avisando que a namorada de Hoseok o estava procurando lá perto dos banheiros. O que eu chamo de "reação Jasmine" é tão rápida que em menos de um minuto ele já sumiu.

— Vocês vão me desculpar, mas eu preciso comer alguma coisa. Foi bom encontrar vocês. — Tenho que dizer, caso contrário, do jeito que me conheço, vou passar todo o meu intervalo papeando com os dois. "Boa sorte aí, cara!" Sussurro para Taehyung quando Seokjin solta mais um resmungo sobre a festa.

Abro a porta da sala secreta e não posso acreditar que Kim Namjoon está com os pés pra cima apoiados numa cadeira, com um livro em mãos como se não tivesse nada de errado acontecendo.

— Finalmente! Nossa, Min Yoongi, você não imagina a fome que eu estava.   Seus olhos acompanham meus braços até as duas sacolas de comida que eu carrego. Sem querer, meu cérebro faz as contas de quantas horas o cara deve estar sem comer. Tenho a leve impressão de que é por isso que minha mãe sempre diz que sou um coração mole.

Quando Hoseok abre a porta, dez minutos depois, o que ele encontra é eu e Kim, sentados cada um em uma poltrona, comendo em silêncio. 

Não acredito muito sobre o que dizem do cara, mas isso não significa que eu quero sair por aí papeando com ele. Sem contar que depois do que aconteceu eu nunca mais consegui encará-lo. 

Agradeço por Hoseok estar distraído demais para perceber o climão entre nós dois. Ele enfia um monte de salgadinhos de queijo na boca e se joga na outra poltrona, inconformado por não ter encontrado a bonitinha do 33.

—Talvez ela não queira ser encontrada. — Namjoon quebra o silêncio e admiro sua coragem pela frase impertinente. 

Hoseok o ignora pela segunda vez na noite e me olha com as sobrancelhas erguidas claramente me questionando o que aquele cara ainda está fazendo aqui. Eu dou de ombros e viro minhas atenções para a janela, mas ainda posso sentir o olhar desconfiado de Jung Hoseok me fuzilando pelas costas.

— Sempre vi vocês dois brincando no quintal da Dona Min, mas os seus pais nunca me deixaram brincar com vocês. — Ele se dirige à Hoseok, que se movimenta desconfortavelmente na poltrona à menção dos pais.  — Sinto muito pelo que aconteceu com eles.

Hoseok dá de ombros e continua olhando para o seu próprio copo de Sprite. Por um milésimo de segundo, eu acho que ele vai ser legal com Namjoon e agradecer, mas seu rosto se transforma rapidamente e adquire um ar impaciente. 

De repente Hoseok está de pé na frente de Namjoon apontando um dedo na sua cara.

— Tá legal. É o seguinte, ou você conta o que tá acontecendo ou a gente vai chamar a política, porque claramente você tá fugindo de alguém.

— Não foi nada. Afinal, quem nunca apanhou um pouco no dia da virada?

— Foram eles de novo, né? Porque se foram eles a gente precisa chamar a polícia. —  Coloco meu copo de Coca Cola com cuidado no chão, completamente ciente das diversas reações que este comentário está prestes a gerar.

— Ela já está bem, foi só um acidente.   Namjoon responde calmamente, fazendo uma careta de dor ao esticar o braço para pegar mais comida.

— Como assim eles de novo? —  Hoseok me encara.

— Deixa pra lá.   Respondo.  — É sério, Namjoon, toma cuidado, eles tão aí na festa.

— Que por... — Não deixo Hoseok terminar seu questionamento porque me tranquei no banheiro e estou grudado na porta respirando fundo de olhos fechados para que aquele monte de luzes vá embora. Cada luz vem com uma sensação diferente, a maioria delas me faz querer vomitar e já tem tempos que a de Hoseok me faz cair a pressão.

— É verdade que você matou sua família? —  Consigo ouvir a voz de Hoseok e tenho certeza que ele está perguntando aquilo para atacar o rapaz.

— É verdade que você destruiu a sua? —  O tom de voz de Kim Namjoon nunca se altera, é sempre despreocupado.

— O QUÊ?! Você tá maluco? Eu não destruí minha família, eu só expus a verdade.

— Bom, dizem que tudo depende do ponto de vista.   Há uma pausa e alguém engolindo líquido. — Sua mãe gostou de saber da verdade?

— Que monte de bobagem, eu nem te conheço. — A voz de Hoseok sai um pouco mais esganiçada, o primeiro indício da sua paciência se esvaindo. Sei que deveria impedir aquela briga de acontecer, mas minha curiosidade é maior.

— Mas eu te conheço, Jung Hoseok, eu sei quanto medo você tem d...

— Quer saber? — Hoseok o interrompe com aquela voz estridente  — As pessoas estão certas, você é um doido. Você é só o rapaz maluco da casa 13. —  Abro a porta a tempo de ver meu amigo juntando suas coisas e vindo pra cima de mim. Seu olho esquerdo está piscando de nervoso e suas bochechas, vermelhas de raiva, ou de segurar o choro, nunca dá para saber com ele.

— Eu tô fora. Seja lá porque motivo você resolveu ajudar esse doido, eu tô fora. Isso não me cheira coisa boa desde o começo e você sabe que eu tô certo.

Ele sai batendo a porta com força e eu fico lá parado olhando pro lugar vazio onde ele estava. Brigar com meu melhor amigo no dia da virada do ano não era bem o que eu considerava um início ideal de novo ciclo.

— Você vê também, não vê? Toda essa luz cinza ao redor dele? — Namjoon dispara. É a primeira vez que alguém, além da minha vó, fala comigo sobre o assunto. —Seu amigo parece meio puto, acho que ele só precisa de um tempo. Cara, você tá branco, é a pressão né? — Eu não consigo mandar meu cérebro mover meu corpo e fico de pé sentindo o mundo inteiro girar ao meu redor. 

Ele sabe da luz cinza

Uma bala de iogurte é arremessada na minha cara e ele completa num tom de chacota. 

— Eu já passei por isso tudo. Come isso aí que você vai ficar bom.

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