Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

MISTIFÓRIO ❅03❅

Está na hora talvez de começar uma nova história.

— Cinderela


Jeon Jungkook não poderia mover um dedo sequer, nem mesmo se quisesse, encontrava-se completamente estático.

O odor forte de predador o coagia como uma pequena presa; cercado e indefeso.

— Você sabe o quão perigoso é para mim, estar aqui. Não sabe? — Chapeuzinho aproveitava o efeito paralisante sobre o corpo do jovem para estar tão próxima que foi capaz de desenhar, com seu dedo indicador, o percurso existente entre o queixo proeminente do rapaz até os seus lábios. Ele era absurdamente atrativo aos seus instintos. — Complicou ainda mais as coisas querendo vir a este Baile de Gala idiota... — Seu corpo era delicado, mas ela possuía força o suficiente para quebrá-lo ao meio no instante em que decidisse fazê-lo.

Jungkook era atordoado. Não acreditava que estava vivenciando tudo aquilo.

Justamente ele, que não acreditava em nenhuma fantasia irreal.

Porém, não existia explicação lógica capaz de justificar todo o ocorrido.

— Se tivesse ficado no chalé, as coisas seriam muito mais interessantes para nós... — No tempo em que falava, a garota usou de suas duas mãos para começar a desabotoar cada botão que prendia Jungkook em sua camisa social branca, dentro de seu paletó vermelho. — Minha alcateia estava animada para conhecê-lo — continuou. — Mas eu quero você inteiro, só para mim. — Após estar completamente livre, ela escorregou tanto a camisa quando o terno que ele vestia de uma única vez, deixando o peitoral de Jeon completamente exposto aos seus desejos.

Em seguida, ela distribuiu beijos que seguiram de sua clavícula masculina até o seu pescoço tão convidativo. Aproveitando a oportunidade, ela capturava o seu cheiro humano com voracidade, como quem queria guardá-lo em sua lembrança.

Chapeuzinho Vermelho achegou-se perto o suficiente para depositar um beijo nos lábios de Jeon Jungkook. Todavia, ele os pressionou com tanta força entre si, como em um impulso para rejeitar ao encanto no qual estava sendo envolvido, negando-a.

— Foi você quem me chamou, não lembra? — Segurou em cada lado do rosto do rapaz para obrigá-lo a encarar seus animalescos olhos amarelados e hipnóticos, na tentativa de coagi-lo a não resistir. — Você acha que eu não vi quando me olhava na floresta? Hum?

Depositou um pequeno beijo em sua bochecha.

— Mesmo querendo negar para si mesmo, você sempre soube que eu estava lá, estava só te esperando.

Ela lambeu o canto da boca do rapaz. Sua língua era áspera e tinha um gosto amargo.

— Talvez eu guarde algum pedaço de sua carne para a minha vovozinha, já que ela deve estar faminta, me entende?

Esparramava suas mãos sobre o tórax de Jeon, e o arranhava com suas garras.

Só que, mesmo com todas as suas tentativas sedutoras, Jeon Jungkook ainda recusava aos seus encantos, mesmo ainda petrificado.

— Seria tão melhor se você consentisse, doçura.

Chapeuzinho sussurrava no ouvido do rapaz, lamentando por não o ter dominado como ela tanto desejava.

— Sabe para que serve os meus dentes afiados? — Ela perguntou, olhando-o fundo em seus olhos, enquanto abria um sorriso medonho capaz de proporcionar a visão de todas as suas presas. — São para te comer melhor! — Dizendo isso, escancarou a sua boca. Jungkook foi capaz de sentir o hálito quente e forte bater em seu pescoço. Ela o abocanharia ali mesmo.

Todavia, como um sinal de redenção, ele ouviu altas batidas de passos progressivos atrás de si.

No instante, Chapeuzinho Vermelho desapareceu como uma miragem.

Era um homem desconhecido o grande responsável por interromper o terrível momento de tensão. E era um dos pianistas que havia tocado na grande festa. Ele saiu pela mesma porta dos fundos, encontrando a Jeon Jungkook em seu estado mais desnorteado.

— Cara?! O que está fazendo aqui..., assim? — O rapaz estranho se pronunciou preocupado, no mesmo tempo em que estranhava a situação mais que peculiar.

Jungkook se sentia salvo pelo acaso, no mesmo tempo em que nada entendia.

Ele não havia alucinado, jurava que tudo tinha sido real.

Pegou sua camisa e seu terno vermelho jogados no chão e os vestiu, rapidamente, fazendo questão de fechar cada um dos botões de ambas as roupas, ele estava com muito frio. Antes de rapidamente adentrar novamente ao salão.

Sentiu-se feliz, pela primeira vez, olhando as pessoas trajadas de maneira estranha e fora de época. Enquanto fantasiavam inúmeros desejos que nunca aconteceriam para o próximo ano que aguardavam.

Mas, quem seria Jeon Jungkook para julgar o que era real ou não era?

Tinha perdido a noção da realidade alguns instantes atrás.

Todavia, diferentemente de antes, agora ele sabia que não deveria duvidar ceticamente de tudo, como estava acostumado, já que, uma menina vestida com um capuz vermelho fizera questão de ensiná-lo sobre os perigos de sua descrença.

Talvez tenha sido a interferência da boa magia da virada — ou até de sua fada madrinha — que o tenha salvo das garras meio-humanas de uma loba, tendo compaixão de sua pobre alma. Como ele saberia?

Jeon Jungkook interpretou aqueles acontecimentos como uma segunda chance, onde ele passaria a enxergar todo o mundo — e principalmente a caótica cidade de Reverie — com outros olhos, menos julgadores. 

Como o seu recomeço.

Tinha sorte de estar bem, e deveria fazer valer a sua nova oportunidade.

Talvez Park Jimin estivesse certo de tudo aquilo o que falava, contos de fadas e lobos maus poderiam ser reais em Reverie, afinal.

Graças ao pensamento, lembrou-se de que seu primo ainda estava sumido, e sentiu temor, Park Jimin poderia estar em apuros. Jungkook tinha de encontrá-lo ainda.

Amber Chaase e Park Jimin fugiram juntos até a envelhecida praça de Reverie, ou o que era a tentativa de uma. As plantas eram brancas pela coloração da neve acumulada em sua superfície. Tinham pouca vida, tudo era gelo.

Uma das lendas comuns para explicar a ineficiência do local era que a praça fora construída, há muito tempo, em uma época onde, em Reverie, não existia frio. A cidade era repleta de um calor insuportável e de muita vida, mas seus habitantes odiavam o clima exageradamente quente.

Ainda segundo a história, foi durante o último dia do ano em que todos os moradores se reuniram, naquela mesma praça, rogando por um frio que até então era desconhecido por eles. E tiveram seu pedido concebido, afinal, desde então, a cidade que não conhecia o gelo jamais parou de nevar.

Por este motivo, foi instaurado o dia do Baile de Gala, uma data que inicialmente servia para comemorar a magia que trouxe a neve e as temperaturas frias. O dia 31 de dezembro foi considerado mágico e único.

Mas com o passar do tempo, Reverie ficou tão gelada que as plantas não resistiam, os animais morriam e a vida se empobrecia. Os habitantes cada vez mais perdiam fé na magia e, opostamente, passaram a considerá-la uma verdadeira maldição.

A praça parou de ser movimentada, com o frio desmedido, poucas eram as pessoas que passeavam ao ar livre.

Entretanto, o Baile continuou sendo realizado, só que poucos se lembravam a respeito do milagre da neve.

Por isso, atuando novamente, a mesma magia que abençoou rogou uma praga.

O dia 31 de dezembro estaria para sempre condenado à maldição, sendo assombrado através das criaturas mais assustadoras, oriundas dos confins da Terra. O período onde tudo se fazia possível, e nada seria explicado.

O Baile agora servia para pedir clemência, e deveria ser tradição, uma festa onde todos fantasiariam por misericórdia. Querendo ver o dia em que finalmente estivessem livres do frio, das criaturas, do medo e do pessimismo.

Algo que nunca aconteceu.

No entanto, a tradição persistiu até os dias atuais.

Park Jimin era um daqueles que acreditava nas mitologias locais, e foi sabendo a respeito de toda a lenda que ele levou a sua amada amante até a antiga praça abandonada. Assim, ninguém poderia interromper o seu momento mágico, já que ele acreditava que um milagre foi o responsável por trazer Amber novamente até seus braços.

Estar junto a Amber, para ele, significava como a esperança de um dia acordar e ter certeza de que tudo o que tinha feito valeria a pena.

A esperança de sentir-se plenamente feliz.

Jimin se agarrava na ideia de que os dois haviam sidos feitos um para o outro. Assim como uma chave é para a sua fechadura.

Ainda juntos, eles aproveitaram do espaço aberto da praça para dançarem uma música que nem sequer podia ser ouvida, abraçados, sentindo vibração de seus corpos se moverem com harmonia.

Jimin achava que estava completo.

Mas Amber sabia que aquilo não podia durar por muito tempo.

— Eu não posso Jimin, me desculpe. — Chaase se afastou, mas o Park ainda a enroscava pela cintura. — Preciso ir. — Mesmo que sua boca falasse, seus olhos azuis diziam o completo oposto quando olhavam para Jimin, completamente entregues à sua presença.

— Você não gosta mais de mim? — Sua voz quase falhou ao perguntar, sentindo um nó formar-se em sua garganta, Jimin suplicava. — Me diz.

— Gostar de você é o meu maior problema, Park Jimin.

— Qual problema pode existir entre o nosso amor verdadeiro? — Apertou ainda mais o seu enlaço, assim ele estava decidido de que não a soltaria de nenhuma forma. 

A sua princesa não podia abandonar todo o seu castelo após lançar uma nova esperança ao reino.

— Quando olho para você, Jimin... — Amber levou suas mãos até o rosto branco e avermelhado do rapaz que tanto a afetava. — Eu vejo tudo o que tenho que deixar para trás. — Afagou seus cabelos. — Você é como o inverno de Reverie, constante e inconveniente na minha vida. — Desceu suas carícias até a bochecha do rapaz. — Mas então, por que é que eu não consigo dizer adeus?

— Porque você é a minha princesa Amber, dona do meu castelo e de todos os meus pensamentos. Você pode simplesmente apagar isso tudo?

— É o que venho tentando fazer — justificou.  — Vendi todas as roupas e velharias minhas e de meu falecido pai em um brechó..., mesmo sabendo que cada uma daquelas peças valia muito mais do que alguém daqui pudesse imaginar.

— Por que fez isso?

— Precisava de dinheiro para deixar Reverie, para sempre. — Colocar aquelas palavras para fora trazia, aos poucos, a convicção de que ela tanto necessitava para abandonar de uma vez por todas a sua antiga vida. — E ninguém vai me impedir. — Falou tão determinada que até se desprendeu do abraço no qual Park Jimin a envolvia. — Nem a minha madrasta cruel, nem as suas duas filhas metidas e muito menos você.

Amber Chaase detestava sentir algo por Park Jimin; detestava como ela amava o jeito doce e terno no qual ele era acostumado a admirar; detestava todos os arrepios que sentia com o seu toque; e detestava grandemente a maneira que ela se derretia sob o seu beijo único. No entanto, Chaase se detestava especialmente por fugir de forma tão suja.

Dando alguns passos para trás, ela tentou escapulir ainda muito transtornada. Porque sabia que se ficasse muito tempo em sua presença não aguentaria longos minutos sem que logo desistisse da ideia de abandonar Jimin, para recomeçar sua vida longe de Reverie.

— Então vamos juntos. — Jimin sugeriu, segurando o seu braço em uma nova tentativa de mantê-la por perto. — Eu quero ir com você, onde quer que seja.

— Não Park Jimin. — Chaase puxou o braço no qual Jimin a segurava com brutalidade, soltando-se definitivamente. — Você não pode ir comigo.

— Por quê? — O Park não podia compreender.

— Porque eu vou me casar.

Antes que partisse, Chaase fez questão de mostrar o anel de compromisso que carregava em seu dedo a Park Jimin. Buscando, ao olhar em sua grande pedra preciosa, algum valor que ultrapasse o sentimento que ainda mantinha pelo Park.

E o encontrou.

Amber Chaase decidiu, naquele momento, que precisava de mudança definitiva, mesmo que isso significasse ficar longe de sua paixão. Por sorte, não era amor.

Os fogos foram queimados pouco antes da meia-noite, e mesmo estando longe o barulho foi ouvido em intensidade o suficiente para que a garota soubesse que estava na hora de partir.

E ela correu, o mais rápido que conseguiu.

Seus sapatos de diamantes, que foram presentes de seu futuro marido, a incomodavam no percurso de corrida. Por isso, ela os tirou e os carregou em suas mãos, sem demora e, muito desesperada.

Decidida porém, ela percorreu o seu caminho sem olhar jamais para trás, sabendo que nunca mais retornaria novamente até Reverie.

De outra maneira, completamente arrasado, Park Jimin se deixou cair no chão. Derrotado.

Ele a tinha perdido. Para sempre.

Alguns contos de fadas não teriam finais felizes. Algumas histórias de amor teriam fim.

As lágrimas que escorriam pelo rosto de Jimin ficavam gradualmente geladas, graças à temperatura congelante; e foi em meio a essa situação dramática que ele finalmente entendeu que a sua princesa não voltaria jamais.

Na verdade, ele mal sabia se a podia chamar assim.

O castelo no qual ele tanto se firmou foi construído com areia movediça, e o seu reino nunca havia existido fora de sua imaginação.

Amber nunca foi uma princesa.

E Jimin não era um príncipe encantado.

Suas fantasias desmoronaram de uma única vez.

Agora, única coisa que tinha certeza é que aquilo significava o fim.

Mas não era o fim do mundo.

Convenientemente com o momento, Jimin foi abraçado de repente; enquanto ainda se lamentava, jogado no chão gelado.

Jeon Jungkook o tinha encontrado, e estava extremamente feliz que ele estivesse bem.

— Quando vi a Amber correndo igual a uma louca, jurei que você tinha virado comida para lobo, hyung. — Jungkook falava ainda abraçado ao amigo, temeroso. Olhos carregados de lágrimas. — Eu fiquei com medo. 

— Agora você acredita em lobos, Jeongguk? — Jimin sorriu em meio ao seu sofrimento amargo, Jungkook era o único que conseguiria fazê-lo rir depois de ter vivenciado toda aquela noite de mistifório. Mas estava tudo bem, ele sabia que ficaria bem com o tempo.

Talvez o ano novo, para Park Jimin, significasse que algumas histórias deveriam ter final. Desistir não era sinônimo de fracasso, e sim de entender que acabou.

Aprender a colocar pontos finais. Se reconstruir.

Decidido a recomeçar, levantou-se do chão.

— Vamos maninho, vamos para casa!

Em conformidade, Jungkook também se levantou em seguida, e ele segurava um sapatinho de cristal em suas mãos no instante, apenas o pé esquerdo do par.

Hyung, depois você entrega isso para a Amber quando encontrá-la novamente. Eu a vi deixar cair.

— Um sapatinho? — Jimin se impressionou, franzindo o cenho.

Todavia, o mais estranho de toda aquela história foi ele ver na frente de si o tão valorizado sapatinho de sua mãe.

Era uma peça produzida pela fábrica de sua família. Inclusive, continha o brasão dos Park, uma relíquia que era passada de geração em geração. Por isso era quase impossível que Jimin não pudesse o reconhecer.

Sendo uma peça rara e única, feita completamente de diamantes preciosos. Caríssima.

Mas como Amber poderia estar calçada justamente com o sapatinho de cristal mais precioso para a sua família?

Foi apenas quando ele observou novamente que pôde enxergar a existência de um bordado recente sobre a superfície do sapatinho. Ele era discreto, mas bastante legível, e dizia assim:


Com carinho para, Amber Chaase, minha futura esposa.

— Park Jiwoon.


Park Jimin sabia que Amber Chaase estava de casamento marcado quando partiu de Reverie e o abandonou. 

Ele só não imaginava que era com o seu irmão mais novo.

MISTIFÓRIO: mistura indistinta de coisas ou pessoas; mixórdia, confusão.


V O C A B U L Á R I O

Hyung: termo coreano utilizado entre homens, para se referir a um outro homem mais velho.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro