Prólogo
Mayara, 27 de Fevereiro de 2019
Uff! Finalmente só! Eu não estava acreditando que minha mãe iria. Foi embora. Eu não achei que meu pai conseguiria levá-la.
Desde o ano passado quando eu falei em fazer vestibular em Ouro Preto e vir morar aqui, ela tem feito todo o possível para evitar. Esta idéia surgiu na minha cabeça quando eu fiz 18 anos. Meu pai comentou que tinha que fazer a carteira de motorista para poder me dar um carro quando eu tivesse na faculdade. Um carro! Quase nem acreditei. Mas na mesma hora mamãe veio com a água gelada: "Carro é perigoso. BH é perigosa. Melhor não!". Aí pensei, se Belo Horizonte é perigoso então tenho que ir para um lugar "não perigoso", senão não vou ter meu carro. Fiz minha carteira de motorista e comecei a elaborar um plano. Depois de decidir que o que eu queria fazer, artes cênicas, lembrei de uma viagem da escola onde viemos fazer trilhas em Ouro Preto e Mariana, as quais considerei cidadezinhas pequenas e seguras. Resolvi que era o ideal. Aqui minha mãe não teria o argumento do perigo. Olhei a nota necessária para o Sisu, me preparei. Ela entendeu meu plano, mas ai já era tarde. Cá estou. Eu consegui.
Hoje, depois de minha mãe ter ficado 15 dias buscando uma casa para eu dividir com meninas que tivessem mães parecidas com ela, consegui minha liberdade. Minha mãe achou, em algum lugar espúrio, mães que também cuidam de suas filhas como se elas tivessem alguma doença contagiosa e que provavelmente morrem se ficam cinco minutos sozinhas. Assim somos três meninas agora em uma casa: Eu, a Nathy e uma outra menina, da qual ainda não aprendi o nome. OK, mamães! Não estamos sozinhas. Podem ir. Rio alto.
A outra menina ainda não chegou. A minha mãe e a mãe da Nathy foram embora, depois de deixar o apartamento todo bonitinho para nós. Quando a minha mãe viu a cidade e a distância do apartamento que conseguimos até o Campus, o carro não foi mais um problema. O maior problema é estacioná-lo. Mas tivemos sorte de achar um apartamento em uma rua estreita mas sem movimento, onde na maioria das vezes eu encontro um lugar.
Minha mãe, antes de eu nascer, trabalhou na área financeira. Ela fez toda uma carreira, ganhou dinheiro, construiu uma enorme casa e quando veio a pressão do tempo, de talvez não ter mais filhos, ela resolveu ficar grávida de mim. Ela e meu pai estavam juntos há três anos. Meu pai também é executivo de empresa, separado. Eu tenho, pelo lado do meu pai, uma meia irmã, do casamento anterior. Mas sou a única filha da minha mãe.
Quando ela ficou grávida, ela resolveu interromper a carreira. Ficou em casa e dedicou a vida dela para mim. Ela fala que já tinha trabalhado demais, ganhado dinheiro demais e estava na hora mudar radicalmente de vida. Ficar comigo, fazer academia, cuidar de nós.
Ela acha que me fez um grande favor. Eu odeio isso. Preferia ter vivido com uma mãe que trabalhava, com uns três filhos e que saisse todos os dias. Que deixasse a gente na creche e a gente tivesse liberdade. Minha mãe tá sempre em função de mim. Me leva para cá, me leva pra aula de inglês, vê o que eu quero comer, escolhe roupa para mim. Sempre em cima de mim. Cara, ela era uma executiva. Vai viajar. Vai trabalhar de novo, mãe! Mas não. Lá está ela, lá comigo, me esperando. Ou estava! Porque agora estou sozinha, completamente sozinha.
A gente acabou de ir no barzinho. A Nathy já estava me falando desse barzinho. Muito legal! Bem no centro de Ouro Preto. Cervejas artesanais. Só estavamos esperando dar o "Adeus" às nossas mamães para sentar lá vendo o movimento, os veteranos, direto em frente o museu de mineralogia. Vai que o crush dela traz um amigo.
Eu tinha estado de Ouro Preto há um ano atrás. A gente veio fazer uma trilha no Morro do Gogô, um sítio arqueológico. Uma trilha bem legal, de onde a gente enxerga cidade inteira, em cima de umas montanhas, cheio de histórias de minas antigas. Viemos com as professoras e assim não pude curtir a noite de Ouro Preto.
Eu tinha muitas expectativas de andar em Ouro Preto à noite. Ouro Preto à noite é muito cool.Todos estes estudantes entupindo a cidade de gente da nossa idade. Todo mundo começando uma fase nova, facul. Muitos arrumando um lugar para ficar. Os veteranos que já estão acostumados a morar aqui e fazer muita festa. Este monte de repúblicas com nomes hilários. Um monte de gente estranha. Tudo que é tipo de gente que tu puder imaginar. Gente alternativa, gente normal, gente de todas as cores. Eu tava bem cheia de expectativa para este barzinho que a Nathy falou. É que ela tem um crush aqui, que é um cara que é veterano. Ela até passou no vestibular da UFOP para ficar perto dele. Claro que a mãe dela não sabe.
Mas aí, ele veio com amigo gay. Eu tinha saído louca para beijar na boca. Vamo lá.. Melhor que nada, o cara era super divertido e me contou um monte de trem de Ouro Preto. Ele é veterano e já está há dois semestres aqui. Ele me contou que antigamente os bixos tinham que andar com placas esquisitas penduradas no corpo. Duas placas grandes presas juntas por tiras por onde passa o pescoço. Quase como vestindo uma placa. Dei muita risada dos exemplos de frases que ele contou, mas não consegui entender bem até ele tirar o celular do bolso, digitar "Bixo Ouro Preto" no Google imagens e me mostrar uma foto. O cara tinha que andar com uns letreiros muito loucos e pagavam o maior mico. Nó! Tadim! Mas isto parece ter sido proibido agora, pois é considerado parte do trote que foi abolido. Ele me falou também como que é as coisas aqui, mais ou menos, funcionam, os rolês.
O problema é que a Nathy desapareceu com o crush dela e me deixou sozinha. O meu novo amigo foi para casa a pé, porque ele mora aqui bem pertinho do barzinho que fica no centro. Eu acabo de pegar o carro para voltar para casa. Ficaria mais fácil com a Nathy olhando o GPS para mim.
Cara, é horrível dirigir em Ouro Preto. Essas ruas são super estreitas e... sei lá, eu acho que eu não deveria ter bebido. Mas, enfim, Eu estava tão feliz com a ida da minha mãe. O papo tava bom.
─ A minha mãe foi embora! Vai mãe! Tchau. Que bom ficar sozinha, Sô! ─ falo alto comigo mesma e minha voz soa feliz.
Eu acho que eu bebi umas cervejas a mais. Que gastura! Mas tudo bem! Só que agora estou descendo esta ladeira e.. Véi: Como é mesmo que funciona? Piso no freio? Posso soltar a embreagem? Não lembro direito. Mas eu faço isto a vida toda lá em Belo Horizonte. Só que lá é plano. Eu não andava em ladeiras deste jeito. Puxa, se eu morasse em Nova Lima eu estaria acostumada. Mas não. Meu bairro não tinha ladeiras. O carro está me parecendo um pouco rápido demais. Não está indo bem como eu queria. Como que eu faço para parar. Será que ajuda puxar o freio de mão. Ups. TUNC!
O que foi isso, caramba? Cara, eu bati em alguém! Deu ruim! Pára tudo! Pelo menos o carro parou.
Paro o carro. Abro a porta.
Olha! Tem uma menina no chão. Cara, tem uma menina deitada no chão!
Quase grito.
Ela tem que estar respirando. Ela tem que estar respirando! Não, ela não tá respirando.
Como assim? Mãe! Não, mãe não. Eu estava tão feliz que a mãe foi embora. Eu nem estava tão rápido.
Olho para os lados.
Será que alguém viu? Ninguém. A rua está vazia! Esse lugar não tem ninguém. Eu tava agora mesmo no centro, cheio de gente, e aqui não tem ninguém. Que bom que não tem ninguém! Ninguém, viu.
Será que ela tá morta, cara? O pulso dela não tá respondendo. Ela não tá respirando! Ela não tá respirando!
Será que eu ligo para o meu pai? Não, meu pai vai falar para minha mãe, minha mãe. E a minha mãe vai me levar para casa.
Cara, eu matei alguém. Mas não foi por querer. Eu não queria. Deus sabe que eu não queria.
Eu vou pegar essa menina e vou colocá-la no porta-mala. Depois eu vejo o que eu faço.
Uff. OK! Meu coração bate que nem louco. Ela até nem era tão pesada. Vai que ela acorda! Vai que ela tá só desmaiada.
Eu vou sair daqui porque eu tô no meio da rua. Eu tô meio da rua e não sei o que fazer. Vou dirigindo o carro e chego numa estradeca. Eu devia ter posto o GPS. Não sei bem onde eu estou. Esta estrada não tem ninguém. Paro o carro. Acho que sai de Ouro Preto no desespero. Eu tô com muito sono. Tô pingando de sono. Minha cabeça esta zoada.
Será que a Nathy está em casa?
Ela não deve estar. Deve ter ido para algum lugar íntimo com o crush dela. Sorri. Ela está lá beijando na boca ou até tendo uma experiência ainda melhor. E eu? Tadim de mim.
Eu tô aqui com uma moça desacordado no meu porta-mala. De repente até morta.
Se concentra Mayara. Prestenção! Se concentra!
Não sei o que fazer. Meus olhos pesam. O álcool no meu sangue pesa.
Adormeço.
Acordo. Susto, onde eu tô? Carro. Carro? Cara, tive um sonho horrivel. Não é sonho. Ainda estou na tal estrada no meio do nada. Escuridão total. A menina está no porta-mala. Abro a porta. Abro o porta-mala. Ela está lá.
Cara, estou num lugar escuro. Podia ter sido assaltada, estuprada, morta. Me senti minha mãe pensando isto. O que estou fazendo da minha vida?
O álcool dissipou um pouco. Minha cabeça ficou um pouco mais clara. Abro de novo o porta-malas dizendo para mim mesma:
─ Não tem ninguém aqui. Estou sozinha. Numa estradeca de chão. Não sei como cheguei aqui.
Pego o celular. Abro o google maps. Estou perto do tal morro onde fizemos a trilha. Pelo menos sei onde estou. Viemos com a van por esta estrada. Nó, eu dirigi até aqui? Estou quase em Mariana. Eu não lembro de nada.
Vou olhar a menina. Vai que ela acordou. Abro o porta-malas. Está escorrendo um fio de sangue da boca da menina. A realidade começa a penetrar no meu cérebro confuso. Ela não está viva. Estou parada no meio do nada com uma menina morta. Isto não pode estar acontecendo comigo!
aqui, o almoço ficou um pouco minha cabeça um pouco mais clara, abro denovo porta-mala, não tem ninguém aqui ninguém eu estou sozinha que eu não sei onde é que o celular abre perto do corpo pode até olhar menina, ela acordou também.
Tem que ser um pesadelo! E não estou acordando. Não é possível! Isto não acontece. Não é uma série de Netflix. Sou eu! Bom dia! Hello!
Estou em Ouro Preto. Minha faculdade vai começar daqui a cinco dias. Minha vida está inteira pela frente. Eu não matei ninguém! Não, eu não matei ninguém. Isto não pode estar acontecendo. Sento no carro, fecho os olhos. Espero para ver se muda alguma coisa. Se como num passe de mágica eu abro de novo o porta-malas e ela não está mais lá.
Mas ela ainda está lá.
Canso de brigar com a realidade e começo a pensar. Ninguém me viu. Não foi por querer. Tenho minha vida inteira pela frente. Eu não posso mais ajudar a menina. Ela está morta mesmo. Eu vou botar ela em algum lugar. E vou para casa antes que meu carro fique sujo de sangue. Antes qeu eu não saiba o que fazer. Será que eu ligo para a minha mãe? Mãe! Escorrem minhas lágrimas. Saco!
Não, eu não vou ligar para a minha mãe. Quero minha vida de volta. Quero que seja ontem. Eu queria ficar só. Agora estou só. E vou ter que resolver meus problemas sozinha.
Pronto, eu vou largar ela em algum lugar, vou voltar para casa e a vida segue.
─ Vida que segue. Vamos lá! ─ Falo em voz alta para convencer a mim mesma que é o melhor no momento.
Onde vou botá-la? Lembro da série do Netflix "How to get away with murder". Melhor colocar em algum lugar que ninguém ache. Eles podem achar algo no corpo dela que me comprometa. Meu DNA? O ideal seria algum lugar nde só a encontrem daqui a uns dois anos.
Se fosse fácil assim! Pensa, Mayara. pensa! Onde se coloca alguém e ninguém encontra em dois anos? Se tivesse um mar... Que besteira! O mar cospe corpos. Jogar no mar é coisa burra. Além disto por aqui não tem mar. Rio? Pensa, Mayara. Pensa! Fez merda e agora tem que pensar.
Começo a me embrar de um caso que me contaram durante a trilha. De um menino que caiu num buraco de sarilho. São buracos que existem nesta região que foram construídos como respiradouros para as minas e até para descer alimentos. Alguns te 25 m de profundidade e as minas embaixo estão desativadas. Lembro que antes da trilha a gente teve que identificar estes buracos, porque são muitos e espalhados durante toda a área. Eles muitas vezes ficam escondidos pela vegetação.
─ Cara, e se eu botasse a menina em um destes buracos? Cara, é genial. Eu sou um gênio! ─ bravejo.
Neste buraco ninguém vai encontrá-la. Estas minas estão desativadas. Se um dia a encontrarem, vai ser só uma ossada e qualquer pista estará destruida.
─ Desculpa, moça. Não sei quem você é. ─ Fal e logo me arrependo.
O que estou falando? Me pergunto. Esta moça é uma pessoa. Ela deve ter família. Ela deve ter um namorado. Mas não consigo mais resolver isto agora. Não tem volta. Deus sabe que eu não queria. Foi um acidente. Um acidente! Rio descontroladamente. Um riso e choro junto.
Cara, se foca. Prestenção! Resolve Sarilho. Onde tem este sarilho? Eu estou perto. Pego o celular e digito o lugar onde começamos a trilha da ultima vez. Eu lembro do nome do parque. Lá da entrada eu sei como achar um sarilho. Lembro como fizemos.
Dirijo o caro alguns quilômetros e chego. Reconheço o lugar. Ainda bem que é um parque sem entrada, sem controle. Selvagem.
Está começando a clarear o dia. Muito de leve. Olho para os lados, a estrada vazia. Cinco e cinquenta da manhã. Estrada de terra. Ninguém. Ligo o carro e estaciono de novo perto de uns arbustos. Um lugar para eu deixar ela enquanto busco o sarilho. Quero tirar ela do porta-mala do carro. Para o caso de alguém passar. Para o caso do sangue começar a sujar o meu porta-malas. Para voltar a miha vida legal.
De novo movimento ela sem muito problema. Ela não é pesada e consigo arrastá-la. Uff! Consegui!
─ E se tivesse passado alguém aqui bem neste momento! ─ o pânico me sobe.
Pára, Mayara. Foca! O carro não ficou sujo de sangue. Não passou ninguém. Agora é buscar o sarilho. You are safe!
Começo a andar muito devagar. O pior agora seria que eu caio no tal sarilho de 25 metros e desapareço. Começou a dar gargalhadas totalmente descontroladas. Eu tô descontrolada. Nunca passei por uma situação como esta. Eu nunca passei por nada desse tipo. Minha mãe sempre me protegendo. Não deixava sair. Não deixava sozinha. Não deixava eu fazer nada. E agora eu tô aqui no meio do mato com um corpo!
─ Foca, Mayara!
Começo a caminhar muito devagarinho procurando o tal sarilho. Cuidando para não cair em nenhum. Põe o pé no chão. Pisa, pisa, pisa. É terra firme, vamos adiante. Assim como vi o guia fazer no dia da trilha. E vai de novo. Bota o pé. Procura a terra firme. Vai adiante.
Caminha, caminha, caminha. Não lembro por quanto tempo. Já estou longe do local onde deixei a moça. Mas acho o buraco, coberto por grama. Agradeço. Sento no chão e um alivio me preenche. Agradeço quem fez esta mina. Agradeço por ter feito aquele passeio no passado e ter conhecido esses buracos. Gratidão. Estou exausta!
─ Não quero pensar no que eu fiz. Eu quero resolver o problema. Eu tenho que resolver um problema. ─ exclamo para mim mesma em voz baixa.
Minha mãe me mata. Minha faculdade acabou. Acabou minha vida. Acabou tudo no primeiro dia, na primeira noite. Será que amassou meu carro? Nem olhei se amassou o carro?
Foca, Mayara! Foco.
Pego um galho do chão e uso para identificar o lugar do buraco e volto para buscar a menina. Chego onde ela está, olho para ela de novo. Cara, eu não fiz isso! Não quero pensar em quem esta menina era. Não quero pensar na vida dela que eu destrui na minha irresponsabilidade.
─ Eu quero ir para casa! ─ Quase choro.
Foca, Mayara.
Começo a arrastar o corpo da menina. O dia começa a clarear.Pode chegar alguém. A cada minuto o risco aumenta. Quinze minutos. Vinte minutos. Chegamos!
Olho para o buraco, empurro ela devagarzinho e zupt. Vejo ela desaparecer. Caio sentada no chão soluçando. Não sei se de tristeza ou de alívio ou desespero. Queria que esta noite sumisse. Queria acordar. Queria ligar para minha mãe, mas eu não queria contar para ela isso. Eu vou ligar para minha mãe! Pego o celular. Abro os contatos. Leio lá: mãe. Ela vai achar que eu tô sentindo saudade dela, e pela hora ela vai quere vir me buscar. Vai querer me convencer a fazer fauldade em Belo Horizonte e morar de novo em casa. Desligo o celular.
Ouço um barulho de motor. Agora lá embaixo, passa um caminhãozinho de frutas. Eles param. Me deito no chão. E sei que eles não me vêem. O mato é alto. Eles vão embora.
Espero mais um pouco. Volto caminhando devagarzinho para não pisar em nenhum sarilho. Na verdade o caminho é mais fácil porque já sei onde não existe nenhum. Cair num sarilho agora e morrer seria a coisa mais irônica que eu conseguia imaginar. Nós duas, enterradas em uma mina abandonada.
Chego no carro. Ligo o carro.Começo a dirigir. Seis e meia da manhã. Um dia lindo. Céu azul. Véspera de carnaval. Olho a pedra do Itacolomi e começo a sentir um conforto absurdo. Como se a vida tivesse voltando ao normal. O sol inunda o carro.É como se a série de terror do Netflix que meu causou tanta adrenalina estivesse acabado de acabar. Chego na rua Xavier da veiga, na nossa casa. Um lugar de estacionamento na frente do prédio parece me indicar um bom augúrio.
A Nathy ainda não está. Abro a geladeira e pego uma coca-cola gelada. O gás queima minha garganta mas me ajuda a relaxar. Coloco água para esquentar no fogão e passo um café. Encho a xícara e penso. Vou estudar! Não sei nem o que estudar. Minha faculdade ainda nem começou mas sinto um anseio profundo de pegar um livro e estudar. Pego um livro de história da estante e começo a lê-lo com uma voracidade incomum. Foi para isto que vim para cá. Para estudar!
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