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Panquecas pela manhã

As pálpebras de Miguel se contraíram, sua respiração ficou densa e ele acordou de supetão. Com o rosto ainda sonolento e os olhos não muito abertos, ele moveu sua mão para o outro lado da cama, não encontrando nada e fazendo com que fosse obrigado a virar o rosto e abrir bem os olhos para encontrar o lugar ao seu lado vazio.

Miguel soltou um resmungo antes de finalmente criar coragem para se levantar, ouvindo barulhos na cozinha ao coçar os olhos.

Ele contornou a cintura de Robby com os braços ao visualizá-lo na cozinha, virando alguma coisa em uma frigideira.

── Bom dia, príncipe. ── ele murmurou contra o pescoço do outro.

── Bom dia, rayo de sol. ── Robby se virou, capturando os lábios do namorado em um rápido beijo.

Miguel não se afasta, muito pelo contrário, ele permanece no lugar e gosta de sentir o cheiro da loção de barba que reside na pele de Robby. Distraidamente ele começa a beijar sua nuca, o fazendo estremecer.

── Miguel... Assim eu vou queimar a comida.

── Desculpe. ── ele para o que estava fazendo.

── Não que eu não goste desse grude todo mas eu preciso terminar essas panquecas, Mi.

── Não me importo com as panquecas. ── ele diz, soando mais como um choramingo.

── Ei. ── Robby inclina a cabeça para encontrar os olhos do namorado. ── Aconteceu alguma coisa?

── Tive um pesadelo horrível. ── ele volta a enfiar o rosto no pescoço de Robby como se o mesmo pudesse fazê-lo esquecer do que havia sonhado.

── Quer me contar? ── Robby desligou o fogão, se virando para que pudesse ficar de frente para Miguel e levando as mãos até a carne de seu pescoço.

── Sonhei que sabíamos lutar karatê e estávamos brigando por causa de uma garota, ou Johnny, não entendi muito bem. Eu estava vencendo a briga mas acabei tendo compaixão e você se aproveitou para me jogar de uma escada que me deixou aleijado, sem contar que você tinha um cabelo horrível.

Robby enrugou a testa.

── Que absurdo! É óbvio que se brigassemos eu ia ganhar sem você precisar ter compaixão.

── Obrigado pela parte que me toca. Já mencionei que o seu cabelo era muito feio? ── Robby soltou uma gargalhada tão bonita que fez Miguel sorrir.

── O que tinha de tão errado no meu cabelo?

── Tudo, era comprido.

── É, eu nunca cheguei a ver ele assim porque sempre corto antes.

── E nunca vai ver! Deus, era simplesmente horrível. ── Miguel fez careta, estremecendo só de lembrar.

── Ok. E você ficou de cadeira de rodas? ── o moreno rolou os olhos para o duplo sentido inserido.

── Oh, por favor, cale a boca.

── Acho que isso foi fiel a realidade.

── Robby! ── enquanto Miguel ficava próximo a tonalidade de um morango, Keene sorria divertido.

Após Robby terminar as panquecas e as servir sobre os pratos eles se sentaram em uma mesa que ficava na parte aberta do quintal, próximo a piscina e o jardim, sentindo o vento da primavera bater em seus rostos e observando o sol nascer.

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