Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo 34


Abro a porta, eu finalmente estou em casa
E eu estou toda molhada.
Então você me oferece uma toalha
E tudo o que eu vejo é você.
E mesmo que a minha casa desmoronasse agora,
Eu não iria sequer notar
Porque você está perto de mim.

Thank You - Dido

~~~~~~~


Depois que Lucy foi embora fiquei olhando a chuva pela janela, me sentindo incomodada. Eu sinto que se eu não fizer nada agora, eu vou me arrepender.

Me levantei e saí de casa sem sequer pegar um guarda-chuva, ficando ensopada em menos de vinte passos. Sorri um pouco pela sensação da água gelada contra a minha pele.

Andei até a casa de Seth decidida e toquei a campainha, sem saber exatamente o que eu vou fazer e nem qual vai ser a sua reação.

Ele não demorou a atender a porta e ficou bem surpreso ao me ver parada ali, molhada até os ossos, com o ar condensado à cada respiração trêmula que saía de minha boca entreaberta.

- Sam? Quer ficar doente, sua maluca? – ele agarrou a manga da minha roupa e me puxou para dentro. – O que você tá fazendo aqui?

- Eu queria falar com você – falei.

- Por que não me ligou?

- Eu queria fazer isso pessoalmente.

- E custava ter usado um guarda-chuva pra isso? – franziu o cenho.

- Seth, só... só cala a boca e me deixa falar, ok? – estremeci.

- Você precisa se secar primeiro – ele começou a se afastar, mas segurei seu braço.

- Não. Espera. Me deixa continuar enquanto eu ainda estou com a adrenalina no corpo.

Ele me olhou e cruzou os braços, esperando. Me afastei um pouco e respirei fundo. Apertei meus punhos e olhei em seu rosto.

- Eu estive pensando muito sobre tudo o que aconteceu... – desviei o olhar. – Eu percebi que eu fui muito injusta com você. Não que eu ainda não esteja magoada e nem chateada com tudo aquilo, mas jogar toda a culpa para cima de você é injusto da minha parte – olhei para ele, mas sua expressão estava minimalistamente em cheque no neutro. – Eu sei que eu te magoei com o que eu fiz também, mesmo que você tenha dito aquelas coisas aquele dia no corredor... Eu errei em muito em me deitar com o Jack e eu não posso desfazer isso – fiz que não com a cabeça. – E eu me arrependo ainda mais de ter te machucado por causa das minhas decisões – seus olhos deram um pequeno sinal do que ele estava realmente sentindo e me aliviou perceber que não era nada negativo. – Você me deu inúmeras provas de como se sente e de que realmente quer ficar comigo, mesmo agora que a gente não está junto e as pessoas continuam pegando no seu pé e eu não quero te condenar por um único erro... – respirei fundo. – Então se você estiver disposto, eu quero tentar de novo. Sem inseguranças e sem nada disso para nos atrapalhar dessa vez.

Fiquei calada algum tempo esperando sua resposta, mas tudo o que ele fez foi me olhar de volta.

Concordei com a cabeça e tentei sorrir.

- Ok – coloquei a mão na nuca e respirei fundo, tentando ignorar a dor que começava, aos poucos, a me consumir. – Ok... – repeti para mim mesma e me virei para a porta e a abri, mas antes que eu conseguisse sair ele me puxou, me assustando.

Seth me virou e me abraçou apertado, tremendo.

- Se eu estiver disposto? Não tem nada que eu queira mais do que consertar a cagada que eu fiz e voltar com você! - envolvi meus braços ao seu redor e o apertei contra meu corpo. - Não me assusta desse jeito! – sussurrou contra o meu pescoço.

- Eu quem digo isso! Meu deus, Seth, quer me matar do coração? Eu realmente pensei que você fosse dizer que não – estremeci em seus braços.

Ele virou o rosto e me beijou com desespero.

- Você tá congelando – ele se afastou, mas o puxei novamente, colando minha boca à sua.

- Eu não ligo – sussurrei contra seus lábios. – Esse tempo sem você foi...

- Um inferno – ele completou e me beijou de novo. – Mas se você ficar doente não vai ser legal – sussurrou, grave, ainda contra a minha boca.

- Ok – sorri, cedendo.

Seth me arrastou pela casa, ainda agarrado em mim, até o seu quarto e pegou uma toalha no guarda-roupas e começou a me secar e depois me deu uma muda de roupas para que eu pudesse me trocar.

Tirei a camisa e a calça e coloquei as peças que ele me deu.

- Então agora eu tenho uma namorada de novo? – perguntou ainda parecendo não acreditar no que estava acontecendo.

Sorri e o puxei para mim novamente.

- Exatamente – o beijei, percorrendo minha mão por seu corpo até o seu rosto para poder senti-lo com os meus dedos.

- Termina de secar o cabelo, ele ainda tá muito molhado – brigou comigo.

- Até disso eu senti falta – admiti e peguei a toalha de suas mãos e tirei o elástico do meu cabelo para poder secar melhor.

- Quer usar o secador? – neguei com a cabeça.

- Assim já tá bom – peguei minhas roupas molhadas do chão e andei até a área de serviço pra colocar as coisas dentro da máquina de lavar. – O que a gente faz agora?

- Deixa eu me recuperar mais um pouco, porque eu ainda estou tendo dificuldade para acreditar que você tá aqui – sorri um pouco.

- Estou e não vou a lugar nenhum. Nunca mais.

- Vem cá – pegou minha mão com delicadeza e me puxou para um abraço. Enterrei meu rosto em seu peito, seu cheiro invadindo as minhas narinas. – Eu te amo – murmurou. – E eu senti sua falta – beijou minha bochecha com carinho.

- Eu também te amo – respondi com a voz falhando, já que está começando a me dar vontade de chorar. Me afastei para poder olhá-lo e sorri quando percebi seus olhos marejados. Levei minha mão ao seu rosto e com cuidado espantei suas lágrimas. Distribuí alguns beijos por seu rosto antes de finalmente beijar sua boca novamente. – Eu também senti sua falta.

- Você tá muito piegas – debochou, fungando, o que me fez rir.

- E eu não sabia que você era chorão – impliquei de volta e ele fez uma mini careta.

- Me deixa! Eu estou feliz, poxa – fez biquinho e eu o beijei, provavelmente o surpreendendo, já que ele demorou a reagir.

- Eu sei – falei enquanto acariciava seu rosto. – Eu sei... – repeti com a voz suave, quase não conseguindo mais conter minhas próprias lágrimas.

Ele sorriu e me abraçou - me abraçou tão forte que me tirou do chão, alegre.

- Essa chuva tá me lembrando aquele dia que você me sequestrou por um final de semana... – sussurrou, distraído. Afastei meu rosto de seu corpo para poder encará-lo.

- Eu não te sequestrei! – me defendi franzindo o cenho. – Mas é verdade. Agora que você disse isso, realmente faz lembrar aquele dia – sorri carinhosamente.

- Você ainda se lembra como chegar àquele hotel? Ou à cidade pelo menos...

- Sim, claro. Aquele final de semana foi especial. Eu consigo me lembrar de todo o percurso – até a vaga na qual eu estacionei no shopping eu lembro, embora eu não vá admitir isso para ele.

- Vamos? – chamou animado, sorrindo tanto que chegava a ser cativante.

- Tá doido? A gente não pode simplesmente sumir assim!

- Disse a pessoa quem fez isso pela primeira vez – debochou. – Vamos? – pediu, ainda animado demais para eu sequer pensar em estragar sua alegria.

Concordei com a cabeça.

- Vem, vamos arrumar nossas coisas.

- Você vai fazer isso, né? A única roupa que eu tenho aqui na sua casa nesse momento está dentro da máquina de lavar. Eu vou ligar para a minha mãe enquanto você se ajeita. Depois a gente vai à minha casa para eu pegar as minhas coisas.

- Eu poderia te emprestar roupas minhas – deu de ombros. – Eu acho sexy, aliás. É muito sensual te ver com a minha camisa, ainda mais quando você amarra ela na barriga – sorriu malicioso.

- Vou me lembrar disso – me estiquei e beijei sua boca rapidinho. – Eu já volto – falei andando até a porta, mas parei e me virei para ele, coçando a nuca. - Me empresta o seu celular? Eu não trouxe o meu – sorri sem graça.

- Tá ali na cômoda – apontou por cima do ombro e entrou no closet. Fui até lá e peguei o aparelho e o desbloqueei. Sentei em sua cama e liguei para a minha mãe, que já atendeu ao telefonema achando que alguma coisa ruim tinha acontecido, mas logo se acalmou quando eu expliquei toda a situação.

- Você sabe quando volta? – perguntou.

- Não, mas talvez a gente não fique mais do que dois dias.

- Que lua de mel curtinha – alfinetou, rindo em deleite.

- Não é isso! – corei. – Quando a gente chegar lá te mando uma mensagem – avisei.

- Ok e boa viagem – ouvi a voz de um homem ao fundo, falando apressadamente. – Preciso ir - disse e desligou antes que eu tivesse tempo de me despedir.

Coloquei o celular de Seth no lugar de onde o tirei e me deitei em sua cama, esperando que ele terminasse de organizar suas coisas. Me encolhi e agarrei seu travesseiro. Eu provavelmente estou parecendo uma criança desse jeito, mas eu não me importo. Eu senti falta de tudo isso, e eu simplesmente adoro o cheiro do Seth. Fechei os olhos e enterrei meu rosto em seu travesseiro, me sentindo sonolenta.

- Eu estou pronto – senti ele se sentar ao meu lado na cama e então levou sua mão à minha cabeça num carinho gentil. Sorri e abri os olhos. – Seu corpo todo grita "preguiça" nesse momento – ri alto e me sentei.

- É melhor a gente ir antes que eu perca a coragem – admiti.

Seth dirigiu até minha casa e me ajudou com as minhas coisas para poder acelerar.

- Tem certeza de que quer ir de noite? Tá chovendo bastante e eu não gosto de dirigir na chuva, ainda mais para um lugar longe assim.

- Sam, relaxa. Acho que não tá chovendo pra onde a gente vai.

- Tá bom – peguei a chave do carro e dirigi primeiro até um posto de gasolina, assim como eu fiz da outra vez e depois segui o caminho até o hotel que a gente se hospedou da outra vez. – É uma exigência que o hotel seja o mesmo?

- Sim – sorriu de canto.

Bufei.

- Eu ainda não entendi todo esse ânimo pra fazer isso agora, mas ok, eu vou concordar com tudo sem reclamar.

- Você se lembra... – Seth soou cabisbaixo, então olhei para ele rapidamente.

- Lembro – falei com simplicidade. Estiquei minha mão e peguei a sua, entrelaçando meus dedos aos seus, de alguma forma conseguindo fazer isso funcionar com a mudança de marchas no câmbio. – Esquece isso, ok? Eu te fiz uma promessa e estou cumprindo, só isso.

Seth apertou minha mão, mas acenou com a cabeça.

O hotel que nós nos hospedamos daquela vez está bem mais vazio agora, o que não é surpresa, na verdade, mas acabamos escolhendo um quarto com as mesmas características do outro.

O recepcionista era o mesmo que nos atendeu daquela vez e nos reconheceu imediatamente, e pareceu super empolgado quando descobriu que agora a gente namora mesmo. Conversamos com o homem animadamente enquanto passávamos por toda aquela burocracia do check in.

Acabamos descobrindo também que ele tinha acabado de se casar e se mudar com seu noivo, por isso toda a alegria não contida. Seth o parabenizou com um aperto de mão e um sorriso largo e sincero e eu percebi que seus olhos tinham um brilho diferente quando ele olhou para mim novamente.

Larguei minhas coisas num canto qualquer e fui para a sacada. Eu gosto muito de observar a chuva e aqui é o lugar perfeito pra isso. Fora que ficar sentada aqui me lembra da vez que eu estive aqui com Seth.

Seth se sentou ao meu lado e jogou o cobertor sobre nós dois como ele fez aquele dia. Sorri de canto e apoiei minha cabeça em seu ombro.

Senti sua mão percorrer minha cintura, me conduzindo com o seu toque. Virei o rosto e ele me beijou com desejo. Enrosquei meus dedos em seu cabelo para aprofundar mais o beijo e Seth colocou um pouco do peso do seu corpo sobre mim, me deitando. Sua mão que estava em minha cintura subiu pelo meu corpo, levantando um dos lados do casaco dele que eu estou usando, deixando minha barriga à mostra.

- Você me trouxe aqui pra isso? – perguntei enquanto Seth beijava meu pescoço com voracidade. Senti sua língua percorrer vagarosamente minha pele, me saboreando, me fazendo arrepiar. Gemi sob seu toque, muito sensível pelo tempo que eu fiquei sem ele.

- Claro que não – se afastou, sentando sobre suas pernas novamente. – A verdade é só que eu queria sumir por alguns dias com você. Ficar realmente só eu e você, sem ninguém para nos atrapalhar. E o melhor lugar que eu pensei foi aqui. Um lugar longe de tudo e de todos e que é especial para mim – o sorriso bobo tomou conta do meu rosto sem que eu me desse conta porque eu sei exatamente o que ele quer dizer.

- Eu entendo o sentimento. A ideia de sumir por alguns dias só com você de novo era tentadora demais – ri. – Mas graças à nossa conversa lá embaixo eu me lembrei de algo... – suspirei e me sentei de novo também. Algo que eu venho tentando lidar e encontrar a solução até agora...

Seth pareceu ansioso quando eu voltei a olhar para o céu. Eu agi com muita impulsividade quando eu fui falar com ele hoje, e eu nem sequer sei como eu vou fazer para resolver isso...

- A verdade é que antes de voltar com você, eu deveria ter avaliado melhor algumas coisas...

- Você tá me dizendo que se arrepende de ter voltado comigo? – sua voz soou magoada, então eu me virei para encará-lo. Seus olhos estavam doídos e eu me xinguei por não ter conseguido ser mais direta e clara logo de início.

- Não é isso – respondi por fim. – Eu agi por impulso sim, mas eu não me arrependi do que eu fiz. Eu realmente já não estava mais aguentando toda aquela situação em que a gente estava, então fique tranquilo com relação a isso... – ele confirmou com a cabeça, ainda sério. – Mas teve sim algo que eu não levei em consideração quando fui falar com você hoje...

- Sam, por favor, para de ficar enrolando e fala logo. Eu prefiro que você seja sincera comigo – ri um pouco. Ele provavelmente tá achando que é uma coisa completamente diferente, talvez até pensando que tem outra pessoa envolvida.

- Foi mal... É que talvez essa seja a minha sina...

- Do que você tá falando?

- Pelo visto a Lucy não te contou – ele parecia cada vez mais confuso e até um pouco inseguro. – A verdade é que eu passei para a faculdade que eu queria, mas ela é longe... E eu vou ter que me mudar... – concluí apertando minhas mãos enquanto olhava para o céu escuro de novo. A ironia de tudo isso é que, mais uma vez, eu corro o risco de ter que virar as costas para a pessoa que eu amo por causa de uma mudança.

Senti Seth soltar a respiração pesada ao meu lado, trêmulo.

- Não me assusta assim! – soltou uma risadinha nervosa. – Meu deus, Sam, eu quase tive uma síncope! – apertei sua bochecha de brincadeira. – O quão longe?

- Quatro ou cinco horas de carro. Insustentável continuar morando com a minha mãe se eu realmente quiser fazer isso.

- Tem algo que eu também não contei para ninguém – ele disse. – Eu não contei porque eu não achei que eu fosse conseguir, então preferi deixar em segredo para ser menos vergonhoso caso não desse certo... – sorriu orgulhoso. - Eu também passei para a faculdade...

- É sério? – sorri e o abracei, feliz. – E pra onde você vai?

- Ahh – riu um pouco. – Como eu decidi em cima da hora, mesmo que eu já estivesse estudando para isso há muito tempo, eu só consegui fazer o vestibular da que fic---

- Pera. Espera aí – interrompi ele, finalmente associando tudo. – Foi por isso que você simplesmente sumiu do nada? E que estava praticamente me evitando?... Era porque você estava estudando? Aliás, qual o nome da faculdade?

- Hum? – disse confuso e se levantou para pegar o celular. Quando retornou, me mostrou a tela com a página de pesquisa no navegador, provavelmente aberto naquela página desde que ele decidiu fazer a prova de admissão e foi pesquisar quais ainda estavam disponíveis. – É essa, por quê? E eu não estava te ignorando! Eu só estava tão pilhado por ter decidido em fazer o vestibular tão de repente que eu não conseguia me focar em nada que não fosse estudar. Se pareceu que eu estava te evitando, desculpa, eu juro que não foi de propósito – esse idiota... ele me preocupou totalmente sem necessidade!

Suspirei pesadamente e coloquei a mão no rosto, quase rindo.

- Essa faculdade fica bem perto de onde eu vou – apontei. Peguei o aparelho de sua mão e coloquei na pesquisa. Inclusive ela foi uma das quais eu considerei fazer a prova de entrada, mas acabei desistindo de última hora e mudando para a qual eu passei. – É aqui que eu vou estudar e provavelmente por aqui que eu vou morar – falei enquanto mostrava pra ele. Fiquei calada encarando a tela. – É ainda mais perto do que eu pensava... – Seth me olhou com os olhos brilhando.

- É uma coincidência incrível – riu e me envolveu com seus braços, me apoiando em seu peito. – Mas parece que você não vai conseguir se livrar de mim assim tão fácil – beijou a minha cabeça. – Eu poderia sugerir que a gente fosse morar juntos – levantei a cabeça pra olhar para seu rosto e ele sorriu. – Mas ainda é muito cedo pra gente fazer isso, mesmo que fosse apenas dividir a casa e não necessariamente como um casal. Bom, se você quisesse, eu não teria problemas com isso. A verdade é que eu sonho com o dia que eu vou poder chegar em casa e te encontrar lá, ou quando você vai chegar cansada de um dia puxado de trabalho e eu vou poder fazer alguma coisa pra te desestressar – ele fala tudo isso com um sorriso tão lindo e seus olhos brilham tanto... Seth virou o rosto e me beijou carinhosamente. – Eu estaria mentindo se dissesse que eu não quero que isso aconteça o mais rápido possível e que essa seja a nossa vida daqui para a frente, mas eu sei que não é tão simples assim... E você também é muito certinha – resmungou, o que me arrancou uma risada.

- Eu não vou dizer que eu não quero. Eu penso em tudo isso também. Com muito mais frequência do que você imagina. Eu sei que a gente acabou de voltar, mas eu não consegui afastar o pensamento nesse tempo em que a gente esteve separado – hesitei. – Morar com você... Eu também não me importaria e eu quero isso – sorri. – Mas é realmente mais complicado do que só decidir isso e irmos morar na mesma casa... E eu acho sim que é muito cedo. Mesmo contando com o tempo em que ficamos separados, nós ainda não temos nem sequer um ano de namoro...

- Falei: você é muito certinha – dessa vez eu quem fiz a careta e ele riu. – Eu sei. Eu também já ponderei sobre tudo isso. Eu gostaria de tentar usar argumentos para te convencer de que seria mais prático a gente morar junto, já que vamos para universidades bem próximas e seria mais barato dividir as contas, assim a gente não precisaria trabalhar tanto; fora que eu também sei que você ainda tá juntando dinheiro para a sua cirurgia, o que é um motivo a mais para economizar; sem contar que seria ótimo uma pessoa sempre disponível para cuidar de você no período de recuperação... Mas eu não vou tentar te convencer falando nada disso – sorriu sedutor, fingindo que nada do que ele disse eram argumentos pensados cuidadosamente, talvez até pensados de antemão, para serem usados nesse momento.

Seth me olhou cheio de expectativa e eu quase senti pena de falar que 'não'. Vamos ver quanto tempo eu vou conseguir manter a minha resolução.

- Você é um cara muito sagaz, sabia? – o beijei de forma carinhosa. Puxei seu lábio inferior para entre os meus e mordi com cuidado, arrancando um grunhido dele, e ele reagiu, suas mãos envolveram minha cintura.

Seth se deitou e me puxou para sentar em seu colo. Sorri maliciosamente.

- Hmmm? – provoquei. Apoiei as mãos no chão ao lado de seu rosto e me inclinei para beijá-lo. Sua boca se moveu apressada e sua língua roçou na minha, me explorando.

Segurei suas mãos que exploravam meu torso com avidez e as prendi sobre sua cabeça. Minha intenção não é que ele não me toque, já que eu absolutamente adoro sentir suas mãos em meu corpo. Minha intenção é meramente brincar e testar o seu controle.

Senti sua respiração acelerada quando encostei meus lábios em seu pescoço e beijei o local com calma, percorrendo minha língua por sua pele, sentindo seu gosto.

Rocei meus dentes numa insinuação de mordida e desci até sua clavícula exposta. Libertei suas mãos tempo o suficiente pra tirar seu casaco e sua blusa, mas ele parecia interessado no jogo e não fez questão alguma de sequer mexê-las, então quando atingi meu objetivo as segurei de novo, voltando minha atenção para o seu corpo.

De sua clavícula desci até seu peito, distribuindo beijos pelo local. Usei minha mão esquerda para tocar seu corpo, roçando meus dedos em seu mamilo. Sorri maliciosa quando seus olhos, grudados aos meus, cintilaram, quando percorri minha língua por seu outro mamilo.

- Eu já te falei que eu adoro o quanto o seu corpo reage a cada toque meu? – sussurrei em seu ouvido. – Me excita.

Seth virou o rosto à procura do meu e colou sua boca à minha.

Desci meus lábios e minhas mãos por seu corpo, tocando-o com toques leves até chegar à sua barriga onde levantei meu olhar para Seth não querendo perder sua reação quando envolvi seu pênis por cima da calça, sentindo-o com os lábios e a língua. Seu rosto se contorceu numa careta de prazer e só de poder ver isso eu senti meu corpo reagir em ansiedade.

Continuei a descer, fazendo a expectativa ser maior ao não me focar em seu membro agora. Beijei a parte de dentro de suas coxas, sentindo o contorno de suas pernas com as mãos.

- Sam... – Seth gemeu num sussurro rouco.

Levantei meu olhar para ele novamente. Talvez seja um pouco cruel torturar ele agora, porque eu sei exatamente o quanto ele quer isso, mas não teria a menor graça se tudo fosse simplesmente tão rápido... Sorri de canto.

Desci explorando seu corpo calmamente até chegar aos seus pés, onde retirei as meias e as coloquei em um canto, deliberadamente ignorando o olhar e os grunhidos de Seth enquanto sorria maliciosamente. Depois das meias, levei minhas mãos até o fecho de sua calça e abri o botão, arrancando outro grunhido de expectativa dele ao roçar minha mão em seu membro enquanto retirava suas calças e sua boxer.

Pensei em ignorar o sexo de Seth só pra ver sua reação, mas não é como se eu também não estivesse ansiando por sentir seu corpo. Envolvi seu membro com a mão, começando uma masturbação lenta.

- Você... – estremeceu e sua voz se perdeu no meio do gemido arrastado. – Você aprendeu novos jeitos de me torturar... – agarrou o cobertor sob seu corpo, mordendo o lábio inferior.

- Provocar você está me dando tanto prazer quanto me dá quando você goza por minha causa – sorri de forma sacana. Me inclinei e passei a língua por todo seu membro, arrancando outro grunhido de Seth.

Voltei a masturba-lo, alternando entre toques lentos e a língua, até finalmente me cansar do jogo e fazer o que ele ansiava, colocando seu sexo em minha boca, movimentando a mão em sincronia com os lábios, sentindo o seu corpo todo estremecendo.

Seth levou sua mão até meu rosto, me auxiliando. Não me importei. Já faz tanto tempo que a gente não tem um toque mais íntimo como esse que eu entendo a necessidade dele de querer sentir mais.

Me afastei para beijá-lo no exato momento que ele chegou ao orgasmo, o que me surpreendeu um pouco. Seth não é tão fácil de gozar com oral, e eu praticamente não encostei nele. Olhei para seu rosto e arqueei uma sobrancelha e ele deu uma risadinha.

- Já fazia um tempo... – falou com simplicidade, sorrindo malicioso enquanto se sentava.

Com cuidado ele me virou, ficando por cima, distribuindo beijos por meu pescoço até minha barriga e voltando, dedicando sua atenção ao meu seio enquanto sua mão que não o apoiava me masturbava.

Puxei seu rosto para mim, querendo seu beijo. Senti seus lábios se repuxarem em um sorriso quando um grunhido abafado soou por minha garganta quando ele roçou seu membro em mim de propósito. Se eu achei que o jogo de provocações era algo que somente eu faria, eu me enganei. Seth também consegue me provocar e arrancar reações bem fortes de mim.

- Com pressa? – sussurrou em meu ouvido, quando eu grunhi de novo, meio insatisfeita justamente por causa da pressa.

- Um pouco – admiti sorrindo pervertida.

- Se quiser que eu me apresse, é só me dizer – murmurou enquanto se afastava com um sorriso brincando em seu rosto. Soltei uma risadinha. Que sacanagem... Eu realmente não achei que ele estaria disposto a iniciar esse tipo de jogo, mas parece que ele quer pagar minhas provocações com a mesma moeda.

Sentei e me inclinei até ele.

- Eu quero que você se apresse – falei baixinho, olhando fixamente em seus olhos.

- Como eu posso negar com você me olhando desse jeito? – me beijou de maneira intensa, puxando meu corpo para o seu, me virando com facilidade em seus braços.

Senti que suas mãos tremiam levemente conforme me exploravam e não pude deixar de sorrir.

Sua mão esquerda envolveu meu seio e a direita foi para o meu queixo, erguendo meu rosto para que ele tivesse acesso à lateral do meu pescoço, onde passou a língua e mordeu sensualmente minha pele. Gemi em antecipação e coloquei minha mão para trás, estimulando seu membro.

Suas mãos percorreram meus seios, minha barriga e minha cintura até minhas nádegas, apertando-as um pouco. Suspirei quando sua língua percorreu meu pescoço até meu ombro, onde Seth mordeu com suavidade.

Ele se inclinou um pouco forçando meu corpo para frente, me conduzindo com sutileza. Sorri e resolvi ceder, fazendo o que ele queria, e apoiei minhas mãos no cobertor. Sua boca explorou minhas costas enquanto sua mão intercalava entre meus seios e meu sexo, vez ou outra me arrancando gemidos ou grunhidos de impaciência. Ele também tá se divertindo às minhas custas...

Cansando de vez da brincadeira me voltei para Seth com um sorriso malicioso brincando em meu rosto, o que arrancou uma risadinha dele. Me inclinei para beijá-lo, guiando-o até a porta de vidro onde ele se sentou e me puxou para o seu colo. Apoiei minhas mãos em seus ombros, o beijo ainda mais intenso, minha língua roçando contra a sua. Mordi levemente seu lábio inferior e o suguei para o meio dos meus quando seus dedos envolveram meus mamilos, brincando com eles.

Me afastei e Seth me olhou nos olhos e eu sorri de canto quando ele se inclinou um pouco, passando seu braço direito sobre minha perna para poder posicionar seu membro, me pressionando gentilmente contra si, me penetrando. E eu nunca, até esse momento, pensei que eu tinha sentido tanta falta de ter esse contato mais íntimo com ele até senti-lo em mim novamente, uma estranha sensação de completamento tomando conta de mim. Apoiei minha testa à de Seth e ele envolveu meu corpo com seus braços, parecendo pensar exatamente a mesma coisa que eu.

Enrosquei meus dedos nos cabelos de sua nuca enquanto suas mãos apertavam da forma mais controlada que ele parecia conseguir meus quadris, auxiliando no ritmo.

Apoiei minha mão esquerda no vidro gelado atrás de Seth, sentindo o arrepio pela diferença de temperatura percorrer meu corpo.

Beijei seu pescoço enquanto sentia sua pele morna em minha mão e meus seios roçavam contra seu peitoral. Seth envolveu meu corpo com seus braços e beijou minha clavícula, sedento, e se afastou, me erguendo em seus braços, sorrindo pervertido quando me largou na cama, um pouco rude, ficando sobre mim.

Me inclinei, levando minha boca de encontro ao seu ombro, até suas mãos segurarem minha cintura, me conduzindo, me virando de costas para si.

Seu peito prensou minhas costas, me forçando contra a cama enquanto ele beijava meu pescoço, meu ombro e a parte de cima das minhas costas. Prendi meus dedos em seus cabelos quando virei o rosto para beijá-lo, gemendo em sua boca quando ele me penetrou, o som do seu corpo se chocando contra o meu me levando quase à loucura.

Forcei meu corpo contra o de Seth, me erguendo, me apoiando em minhas mãos, ficando de quatro na cama.

Seth segurou meu ombro esquerdo com a mão enquanto sua outra se manteve no meu quadril. Apertei minhas mãos em torno do lençol enquanto ele me penetrava rápido, forte, tentando controlar os gemidos que escapavam com cada vez mais frequência, ainda mais quando ele se inclinou, tocando meu sexo ao mesmo tempo, me estimulando duplamente.

Ele deu um grunhido rouco e abafado, seus lábios contra minha pele quando ele me mordeu com cuidado, então virei o rosto para poder vê-lo. Sua expressão de prazer, seu sorriso malicioso, o brilho selvagem de desejo incontido em seus olhos... Eu não trocaria essa visão por nenhuma outra. Sorri maliciosa.

Esqueci completamente qualquer provocação quando o senti me apertar com as mãos trêmulas e os gemidos escapavam por seus lábios enquanto ele gozava, ainda me fitando.

Arfei, também sentindo a sensação de prazer percorrer meu corpo.

Seth se afastou e me puxou para si, me envolvendo com seus braços depois de se deitar na cama.

- Eu te amo – Seth sussurrou, me fitando com intensidade, mas sua voz soou amorosa e cheia de carinho.

Beijei sua testa de forma afetuosa.

- Eu te amo – respondi ainda com os lábios ainda contra sua pele e de olhos fechados.

Ficamos assim por mais alguns instantes até eu decidir me levantar. Sorrindo animado Seth se sentou e me puxou de volta para a cama.

Deitei minha cabeça em seu peito e puxei a ponta do cobertor para cobrir nossos corpos nus.

- A gente não deveria ter feito aquilo lá fora – disse alegre. – A sorte que nossa varanda só dá vista pra natureza.

- Eu não vou fingir que eu me lembrei ou sequer me importei com esse detalhe. Mas eu também não vou fingir que eu não pensei muito na possibilidade na primeira vez que a gente veio aqui, a ponto de já saber que era seguro – sorri um pouquinho.

- Então você tinha pensamentos impróprios comigo mesmo naquela época? – levantei meu rosto para poder olhar para ele.

- Toda hora – admiti e o beijei rapidinho, voltando a deitar em seu peito. Seth segurou minha mão que estava descansando em sua barriga e a apertou de leve.

- Isso é novidade. Eu achei que você não me via como nada além de amigo. Claro, eu não sou cego e eu sei que você tinha um interesse físico em mim, mas eu não achei que você pensasse muito no assunto e que só acontecia de passar pela sua cabeça nas vezes que a gente quase se beijou.

- Bom, embora a chance de a gente ter tido uma amizade colorida fosse zero, eu estaria mentindo se eu dissesse que nunca tinha pensado em simplesmente ceder ao que eu queria e transar com você. Depois daquele dia na minha cozinha ficou ainda mais difícil de controlar certos tipos de pensamentos, porque o meu corpo me lembrava com muita frequência do formato do seu – sorri. Foram tempos difíceis... – Quando a gente estava deitado lado a lado na mesma cama, eu me focava em pensar em qualquer coisa, menos na sua pele me tocando. Por vezes eu realmente pensei que eu ia perder o controle. Você era uma tentação sem fim – suspirei.

- Você sonhou alguma vez comigo?

Hesitei. Eu não queria ter que admitir que sim...

- Eu preciso responder? – perguntei fazendo carinha de filhote abandonado.

- Eu sonhei com você várias vezes – sorriu. – Mas nunca tinha sido um sonho erótico. Esses só começaram depois que a gente transou pela primeira vez.

- Eu sonhei... os dois tipos de sonho... – admiti baixinho, envergonhada. Nem eu acreditei quando eu tive um sonho erótico com Seth a primeira vez. Infelizmente o sonho nem se compara com a realidade.

Ele me olhou surpreso, o que me arrancou uma risadinha.

- Eu falei que eu pensava nisso. Eu sinto muita atração física por você e meu corpo reagia conforme esse desejo. Não é nada anormal – dei de ombros. – Eu pareço e até sou uma pessoa controlada, mas eu ainda sou uma adolescente.

- Você teve algum desses sonhos alguma vez enquanto a gente dormia juntos?

- Não, graças a tudo no universo não. Eu dificilmente conseguiria me manter tão indiferente se tivesse um sonho erótico contigo e acordasse com você do meu lado, provavelmente me abraçando... Seria demais pra mim.

- Você me acordaria no meio da noite e simplesmente ia me convidar pra transar? – perguntou divertido.

- Certamente. Mesmo que fosse difícil e eu estivesse excitada além da imaginação, eu não te tocaria sem a sua permissão, ainda mais com você dormindo. Eu não sou uma maníaca.

- Você já se tocou pensando em mim? – perguntou, curioso. Senti meu rosto esquentar e tive que desviar o olhar.

- Seth... – suspirei. – Tem coisas que não se perguntam... – ele deu uma risadinha, entendendo o que eu quis dizer. Embora tenha acontecido só uma vez, naquele dia em que a gente estava na cozinha. Eu não tenho esse tipo de hábito e sequer conseguiria me masturbar mesmo se eu quisesse... Me masturbar era algo que eu já tinha relativa dificuldade no passado. Depois da transição só se provou ser impossível.

- Hmmm... – Seth ficou quieto e pensativo por um tempo. – Eu acho que eu acabei pendendo pro lado sentimental da coisa muito rápido. No início eu não coloquei muito pensamento em tudo isso. Eu queria ficar contigo, mas eu não pensava em nada sério, mesmo que você tenha sido a primeira mulher em muito tempo a me despertar algum interesse. Quando eu comecei a perceber que a vontade de ficar por ficar diminuía cada vez mais e que a vontade de ter você como uma companheira crescia rapidamente, praticamente todo pensamento erotizado com relação a você simplesmente desapareceu. Eu quase me sentia culpado quando eu pensava algo desse tipo, porque eu comecei a ter uma visão muito carinhosa de você.

Sorri.

- Você é incrível por ter aguentado tanto tempo – beijei a bochecha de Seth.

- Sinceramente, eu nunca teria dado sequer um passo se eu não tivesse percebido que eu tinha alguma chance. Aquela declaração improvisada acabou saindo porque eu estava pensando sobre isso naquele exato momento enquanto a gente conversava. Mas eu me arrependi no momento que eu vi sua cara – ri.

- Eu travei tanto assim?

- Travar? Sam, você ficou pálida!

Agora todo o alívio dele quando eu falei que o responderia quando estivesse pronta e o abracei, não o afastando de mim, fizeram um sentido do caramba.

- Bom, você me pegou de surpresa. O clima não estava realmente propenso para uma declaração... e eu não tinha, até aquele momento, pensado em nada disso. Talvez, não sei se essa foi a sua intenção, mas essa sua declaração totalmente do nada me fez começar a pensar em você de outro jeito. Eu precisei parar de pensar em você como somente meu amigo para poder pensar na resposta que eu queria te dar, caso contrário, não seria uma resposta justa e eu só estaria fugindo de você e dos seus sentimentos...

- Não tinha sido – admitiu. – Mas fico feliz que eu fiz então, porque se aquela decisão, tomada numa fração de segundos, resultou nessa conversa de agora, então eu não me arrependo. Mas eu tenho uma curiosidade...

- Pode dizer – incentivei.

- Você disse que me via somente como amigo e que até o dia que eu me declarei, você nunca tinha pensado em nada sobre relacionamento ou sentimentos com relação a mim.

- Correto.

- A minha curiosidade é: quando você percebeu que estava começando a me ver de outro jeito? Que estava começando a gostar de mim?

- Primeiro você tem que entender que eu sou uma pessoa teimosa e orgulhosa – comecei e ele soltou uma risada leve e humorada.

- E eu já não sei disso?

- Sabe – sorri. – Mas provavelmente não sabe o quanto a insistência da Lucy fez eu negar ainda mais que eu estava começando a gostar de você e provavelmente atrasou em muito qualquer desenvolvimento entre nós dois por pura birra da minha parte.

- Preciso me lembrar de reclamar com ela quando a gente voltar – falou pensativo, mas não parecia estar só brincando. Ele pareceu realmente incomodado em saber disso.

- Calma, relaxa. Não fica com raiva dela ainda – apaziguei ele. – Porque tem a segunda parte da minha resposta.

- E que seria? – arqueou a sobrancelha.

- Lembra quando a gente veio aqui a primeira vez? Enquanto a gente estava vendo as lanternas pelo rio? – ele confirmou com a cabeça, então continuei. – Ali, naquele momento, se você tivesse desviado seu olhar para o meu rosto por pelo menos um instante, você teria percebido os meus sentimentos na forma mais pura e clara que poderia, porque naquele momento algo dentro de mim moveu e eu não tive a menor reação para esconder.

- Eu não sei o que dizer... – sorri, compreensiva.

- Depois que quebraram meu nariz e que eu me afastei do nada, isso foi por causa do Jack. Eu fiquei muito tempo pensando no que ele me disse. Eu não me afastei porque eu queria ficar longe de você. Eu me afastei porque eu sou uma medrosa e não queria dar um passo adiante. Eu precisei de verdade daquele tempo pra colocar minha cabeça no lugar e decidir o que eu realmente queria fazer. E tem mais uma coisa também, e isso você pode agradecer totalmente à Lucy: se não fosse ela ir aquele dia lá em casa na força do ódio reclamar comigo, eu não sei quanto tempo ou se eu sequer teria a coragem de ir à sua casa e pedir desculpa por ter me afastado. Ah, e é claro que a gente não teria ido àquele encontro, não teria rolado beijo e muito menos pedido de namoro lá em casa. Provavelmente nossa relação sequer teria desenvolvido alguma coisa nesse sentido se não fosse por ela porque, naquele momento, eu estava uma total bagunça por dentro e completamente confusa e em negação. Eu simplesmente não podia aceitar e nem acreditar que eu gostava de você além da amizade.

- Então eu preciso me lembrar de reclamar com a Lucy e agradecer a ela também...

Soltei uma risadinha.

- Se você quiser ver as coisas por esse ângulo, parece bom pra mim.

- Quer fazer alguma coisa? Ainda tá cedo... Podíamos ir àquela cachoeira que a gente não pôde ir da outra vez por causa da chuva, o que acha?

- Vamos! – sorri animada e Seth se levantou, me puxando consigo, depois pegou o cobertor do chão da varanda. Beijei sua bochecha, agradecida.

Cada um foi para a mochila pegar roupas para podermos sair. Entrei no banho primeiro, mas Seth acabou por se juntar logo em seguida.

Quase suspirei decepcionada quando ele ficou quieto no canto dele, tomando banho distraído.

- Você sempre briga comigo quando eu tento – disse divertido quando percebeu meu olhar. – Você ainda aguenta mais?

- Sempre – respondi meio brincando e meio falando sério e Seth me puxou para si.

- Você acha que aqui tá bom? – Seth perguntou sobre uma pedra grande e com a superfície relativamente lisa, bem perto da água e boa o suficiente para a gente sentar e sem perigos de nenhum dos dois se acidentar de qualquer maneira.

Concordei com a cabeça e me sentei ao seu lado, enquanto ele continuava olhando para a água, em pé.

- Você vai me jogar aí, né? – percebi. Ele se voltou para mim com um sorrisinho maligno e eu ri. Eu nem tentei me desviar, só deixei ele fazer o que queria.

Seth se abaixou ao meu lado e retirou minha blusa, me deixando só com a parte de cima do biquíni e me pegou no colo.

- Então se prepara – riu, parecendo uma criança, e pulou.

Pra minha surpresa – e felicidade – era mais fundo do que aparentava pela margem.

Me virei para Seth e o beijei com a gente ainda embaixo d'água e depois emergimos.

- Eu achei que você tentaria fugir ou ia pedir pra eu não fazer – comentou.

- Eu percebi que não ia adiantar. Além do mais, eu não queria estragar a sua alegria – dei de ombros. – E eu ia acabar entrando na água em algum momento, você só adiantou o processo – ri. Seth passou as mãos pelo meu rosto, ajeitando meu cabelo molhado.

- Aqui é mais fundo do que eu pensei – disse, olhando para o fundo pela água cristalina. – Será que tem alguma coisa ali embaixo?

- Quer dar uma olhada?

Com um sorriso ansioso concordou com a cabeça, mas o impedi antes que ele mergulhasse. Nadei até a pedra, onde eu tinha deixado a minha mochila, para pegar meu celular e depois voltei.

- Pra quê isso? – sorri de canto.

- Lanterna – respondi. – Ou tirar foto de alguma coisa caso eu queira – admiti. – Vem – mergulhei e Seth mergulhou logo atrás.

Logo no início não precisou da lanterna de fato, mas tinha uma área mais afastada que estava bem escura, e eu percebi que era a entrada para algum tipo de caverna ou gruta, sei lá. Fiquei bastante tempo parada, decidindo se valia a pena explorar e arriscar me perder. Provavelmente não...

Senti Seth cutucar meu ombro e me virei para ele, que apontava para cima e depois nadou apressado para pegar ar, mas eu continuei submersa. Me voltei novamente para a entrada, tentada a avançar... Bom, acho melhor eu subir e decidir com Seth se ele quer dar uma olhada superficial pelo menos na entrada.

Nadei de volta pra superfície pra perguntar, porém o olhar dele me fez ficar confusa.

- O que?

- Eu queria saber quanto tempo você ainda ia ficar lá embaixo. Eu cheguei a cogitar que eu estou namorando com uma sereia e não sabia... – falou, irônico.

- Ué? – ri. – E por que isso te irritou?

Deu de ombros, contrariado.

- Não me irritou... – arqueei a sobrancelha e ele suspirou, derrotado. – Eu não estou irritado, é sério, mas eu fico me perguntando de vez em quando como você pode ser tão boa em tudo... – quase ri novamente. Se ele soubesse...

- Eu tenho bom condicionamento físico, Seth. Eu pratico esportes literalmente minha vida toda. Isso não deveria te surpreender. Na verdade o que me surpreende mesmo é que sua capacidade pulmonar seja tão ruim – impliquei e ele fez cara feia.

- Ok, filhote de golfinho, minha capacidade pulmonar sempre foi uma droga. Mais alguma coisa a acrescentar? – ri e nadei até ele, passando meus braços ao redor de seu pescoço.

- Para de drama, ok? – cada palavra era um selinho e finalizei com um beijo mais profundo. – Tem uma entrada pra uma caverna lá embaixo e era isso o que eu estava tentando me decidir quando você subiu. Quer tentar dar uma olhada pelo menos no inicinho? Eu quero ver, mas não quero ir sozinha – admiti.

- Tá, eu acho que aguento. Qualquer coisa eu furto seu oxigênio – sorriu amarelo e eu fiz um joinha.

Mergulhamos de novo, eu na frente e ele me seguindo. Parei na entrada e religuei a lanterna do celular, iluminando as rochas e o caminho à nossa frente.

Olhei pra ele querendo me certificar e ele concordou, então entrei. Confesso que a escuridão opressora e o medo do caralho de me perder e morrer afogada me impediu de nadar muito à fundo, então a gente ficou praticamente só na parte da entrada mesmo.

Senti Seth começar a ficar incomodado e percebi que ele estava querendo voltar pra pegar mais ar, então sinalizei para ele, mais ou menos dizendo que a brincadeira da troca de oxigênio que ele falou antes da gente descer de novo poderia ser levada à sério, então ele se aproximou, colando sua boca à minha para que eu dividisse o ar.

Resolvi dar meia volta e olhar por outros lugares, que também pareciam tão interessantes quanto a caverna, porém menos mortais.

Percebi que Seth subiu duas vezes antes de eu precisar voltar, mas eu não sei se é porque ele que é realmente ruim ou se eu que consigo prender a respiração por mais tempo do que eu devia ser capaz. Sorri.

- Você me assusta...

Fiz um gesto de desdém e indiferença e nadei até a pedra e subi, cansada de brincar de exploradora.

- E o que a gente faz agora? – questionei, deitada olhando pro céu. Não tá calor e também não tá mais chovendo, mas as nuvens não estão tapando tanto o sol, então é provável que tenha bronzeado pra gente hoje...

- Sabe que eu nunca fiz sexo em um local aberto... – virei o rosto pro Seth, que sorria contido. Eu percebi que a sugestão era uma piada, mas que ele estaria mais do que disposto de ter a experiência se eu topasse...

- Eu estou começando a acreditar que eu te corrompi de verdade... – coloquei um braço sobre os olhos, me protegendo da luminosidade. – Não vai rolar... Eu já vivi minha quota de experiências sexuais em locais públicos. Não é algo que eu curto também, foi mal.

Seth colocou minha perna direita sobre as suas e começou uma leve massagem em meu pé. Removi meu braço de cima dos olhos e o fitei.

- Não é que você me corrompeu... – disse com os olhos presos no meu pé, concentrado na massagem. – É que eu sinto vontade de ter qualquer experiência que eu nunca tive antes com você. Mesmo eu sabendo que é uma péssima ideia, eu quero poder fazer, porque você, sua presença, me desperta esses desejos... Eu nunca senti essas vontades antes... Nunca teve alguém que me despertou qualquer interesse de explorar algo a mais. Você é a única que me causa isso...

Fiquei calada.

- Droga, Seth, fica muito difícil de te negar alguma coisa depois de você me dizer isso... – deitei a cabeça na pedra de novo, desviando o olhar.

Ele deu uma risadinha.

- Relaxa, Sam. Eu já perdi as contas de quantas vezes eu já te disse isso: você não precisa se forçar a fazer nada por minha causa. Eu não quero ser esse tipo de pessoa e eu não vou te forçar e nem ficar chateado. Eu entendo o seu lado perfeitamente bem e não acho que você tá errada – deu de ombros e colocou minha outra perna sobre seu colo pra poder massagear o outro pé.

Que impasse... Eu me sinto meio compelida a aceitar por causa do que ele disse, mesmo eu não estando tão disposta a me arriscar ser vista em um momento mais íntimo com meu namorado por alguém.

Suspirei.

Se eu disser que a ideia dele não me despertou nenhum interesse também seria mentira. A minha única questão é realmente a possibilidade de ser pega. Mesmo na água não seria seguro, já que é tão cristalina que daria para ver com muita facilidade o que a gente tá fazendo...

Soltei um grunhido, indecisa, e Seth riu.

- Você também quer, não é? Só tá com medo de nos verem... – levantei a cabeça para olhá-lo de novo. Ele sorria, os olhos ainda focados em meus pés.

- Eu sou tão óbvia assim?...

- Não. Mas eu consigo entender algumas das caretas que você faz enquanto pensa muito seriamente em alguma coisa... – levantou o olhar pro meu rosto. – Não precisa me dar esse olhar conflitante. Foi só uma ideia que surgiu aqui, do nada. Eu já estou absolutamente satisfeito em poder fazer coisas simples assim contigo de novo – alisou meu pé, exemplificando sobre o que ele estava falando. – Sexo a gente pode fazer no hotel, ou em casa. Não é o lugar que é importante. É você - deu de ombros. – Quer dizer, não só sobre sexo. Você ao meu lado é tudo o que eu quero.

Me sentei, observando cada detalhe do corpo de Seth me esquecendo completamente de todo a dúvida por alguns instantes. De alguma forma eu fiquei completamente ciente de que eu tive muita sorte em gostar de um cara que nem ele. E eu não achava que fosse possível, ainda mais porque eu sou totalmente o oposto de emotiva, mas quando eu fechei os olhos, sorrindo fraquinho, sussurrando num fio de voz que senti falta de Seth, as lágrimas de felicidade escorreram por minhas bochechas.

Com cuidado Seth se inclinou e beijou a lateral dos meus olhos e depois o meu rosto, acalmando meu choro com carinho. Rodeei seu corpo com meus braços e o apertei com força e ele logo retribuiu.

- Eu também senti sua falta – respondeu amoroso, beijando meu pescoço.

Funguei meio envergonhada por chorar aparentemente sem motivo nenhum e do nada. Embora só para ele. Seu olhar transmitia tantos sentimentos enquanto ele falava comigo e eu senti tanta coisa ao mesmo tempo que foi simplesmente impossível de segurar.

Seth me embalou em seus braços, apoiando parte das minhas costas e minha cabeça em seu peito.

- Você me assustou – admitiu com uma risadinha.

- Ah, não, eu tô bem – assegurei. – Eu fui pega de guarda baixa também – sorri e segurei sua mão. Suspirei. – Enquanto você diz que eu desperto vontades em você que nenhuma outra pessoa despertou, eu sou obrigada a admitir que a ideia de fazer qualquer coisa contigo nunca parece ser uma má ideia, mesmo eu sabendo que na verdade é sim...

- Você tá se referindo sobre a gente transar aqui ou sobre nós irmos morar juntos por causa da faculdade? – perguntou, entendendo o significado um pouco mais profundo por trás das minhas palavras.

Afastei meu rosto para poder olhá-lo nos olhos.

- O que você acha? – perguntei com seriedade.

- Tá falando sério? – falou incrédulo. Tão incrédulo que o sorriso demorou a surgir em seu rosto, iluminando suas feições.

Me levantei e puxei Seth comigo e dei um beijo longo nele e depois mergulhei.

(In)felizmente eu não me vejo me arrependendo de qualquer uma das decisões, mesmo que a possibilidade de tudo dar errado seja real...

Eu sóquero aproveitar a companhia dele.



Eu ouvi um aleluia? kkkkk

Diferente do que provavelmente pensaram, eles nem demoraram a se acertar, vai... ~ e acho que é certo dizer que meu pescocinho tá salvo por enquanto kkkrying

Cara, teve direito até a musiquinha no início da parada kkk e esse capítulo literalmente só existe por causa dessa música - e de outra que veio bem depois, quando eu já estava quase terminando, então tive que voltar pra mexer nele de novo, mas não vou citar qual e em qual momento que rola haha - porque a ideia veio enquanto eu brisava ouvindo isso.

No mais, espero que tenham gostado. E para as pessoinhas que estavam shippando a Sam com o Jack, sorry kkskdks

É isso, beijinhos e abraços pra vocês,

Fran


Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro