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Capítulo 21

Estremeci violentamente quando os flashes da lembrança vieram... Meu pai sobre meu corpo, esmagando meu pulso, seus olhos cheio de ódio e nojo, sem um pingo de pena ou remorso. Os gritos que preenchiam o ambiente pareciam de outra pessoa, ou de uma criatura ferida. Senti minha garganta arder e as lágrimas quentes escorrerem por meu rosto contorcido de dor.

Acordei coberta de suor, arfando. Coloquei uma mão no rosto, tentando me acalmar. Meu corpo tremia violentamente por medo e frio.

Seth se sentou ao meu lado, preocupado e assustado.

A memória me pegou de surpresa. Já fazia alguns meses que eu não tinha esses pesadelos violentos. Essas lembranças revividas em sonhos...

Me senti impotente enquanto eu tentava me acalmar. As lembranças eram tão vívidas que eu podia sentir aonde meu pai desferira cada golpe. Tapei o rosto com as mãos, tentando, em vão, conter as lágrimas e os soluços.

- Sam... – Seth encostou cuidadosamente em meu rosto, mas eu o afastei com força, o medo irracional de que ele iria me machucar me cegando. Me levantei da cama e saí do quarto cambaleante, mas ele me seguiu.

Entrei no banheiro e desabei, porém seus braços me ampararam antes que eu atingisse o chão.

Seu rosto se contorceu quando eu levantei meu olhar para ele. Tentei me levantar novamente e alcançar a cabeceira de remédios, mas não consegui me manter em pé.

Entendendo minha intenção, ele se levantou e abriu a portinha, olhando rapidamente para mim quando eu concordei com a cabeça, confirmando que aquele era o frasco certo. É o único.

Seth me entregou o remédio e me ergueu, para que a gente fosse buscar água na cozinha, mas o impedi. Me apoiei na pia e enchi a boca com a água dali mesmo.

Descansei minha cabeça no mármore, sobre minhas mãos. Agora é só esperar.

Pouco a pouco meu corpo foi amolecendo, mas não o suficiente para me fazer cair novamente.

Seth afagou minhas costas e me ajudou a voltar para o quarto, me sentando na cama. Voltou ao interruptor e acendeu a luz.

- Você tá bem? – seus olhos estavam arregalados e ele parecia assustado.

Concordei fracamente com a cabeça.

- Desculpa. Não era pra você ter visto isso – sorri um pouquinho, apoiando meu rosto em minhas mãos, onde meus cotovelos estavam apoiados em minhas pernas.

- O que houve? – se sentou ao meu lado.

- Eu te machuquei? – perguntei, me voltando para ele, percebendo as marcas avermelhadas de minhas mãos em seu peito.

Ele suspirou pesadamente.

- Não muda de assunto, por favor – ele segurou minha mão e eu estremeci, quase o empurrando novamente, mas como o remédio já está começando a fazer efeito, eu me contive. O medo gritante estava dando lugar à um tipo de torpor.

- Bom... Acho que eu não preciso dizer o óbvio, não é? Eu tive uma crise de pânico e ansiedade.

- Você parecia estar tendo um pesadelo – ele disse, afastando meu cabelo da minha testa suada. – Você acordou gritando, Sam. Você estava com tanto medo que começou a chorar! Você me olhou com tanto medo que eu achei que eu tivesse feito alguma coisa – seu rosto se contorceu.

- Desculpa. É só que você me surpreendeu, por isso eu reagi daquela forma...

- Eu nunca vi isso acontecer antes – suspirei.

- Já fazia um tempo que não acontecia. Alguns meses, na verdade... – fechei os olhos com força, tentando tirar as imagens que eu revivi há poucos minutos da cabeça. – Não são pesadelos. Não no modo convencional, pelo menos. É o meu pesadelo – esclareci. - São memórias, lembranças... do meu pai... – hesitei. - Lembra quando você falou sobre usar o meu medo contra mim e eu disse que você nunca teria coragem de fazer isso? – perguntei e ele confirmou com a cabeça. – Acontece que a única coisa que me assusta a ponto de me paralisar é ele – o soluço cortou minha frase e ele me segurou, me aninhando em seus braços. Apoiei a cabeça em seu peito. – Nesses sonhos... É tão vívido que eu consigo senti-lo. Mesmo agora depois de acordar eu ainda consigo sentir aonde ele me bateu – estremeci ao lembrar de seu rosto cheio de ódio me olhando de cima, enquanto ele me acertava.

- Shhh, tudo bem. Chega. Não precisa me explicar mais. Eu não quero fazer você ficar revivendo isso – Seth beijou minha testa, eu me estiquei e beijei seus lábios. – Você consegue voltar a dormir? – perguntou depois que eu me afastei. Fiz que não com a cabeça.

- Nunca consegui voltar a dormir. E eu também prefiro não dormir. Eu tenho medo do que pode acontecer se eu apagar novamente depois disso...

Pensando sobre isso, ele me recolocou na cama e se levantou. Andou até a televisão e pegou o controle.

- Qual foi o último jogo que você começou? – perguntou, se virando para mim.

- Donkey Kong Tropical Freeze – respondi e ele se virou para a tv novamente, ligou o Wii U e colocou o jogo para rodar. Sentando novamente ao meu lado, ele me deu um dos controles. Suspirei. – Você devia voltar a dormir. Você ainda pode fazer isso, não é?

Ele me ignorou e cutucou um botão qualquer no meu joystick para poder definir a ordem dos players.

Antes que eu tivesse tempo de falar qualquer coisa, ele se adiantou.

- Não vou deixar você acordada a madrugada toda sozinha e voltar a dormir depois do que aconteceu. Eu não faria isso antes sendo só seu amigo e não vou fazer isso agora sendo seu namorado. Você não devia sequer me sugerir isso – me olhou, sério. Suspirei e concordei. É claro que eu entendo a raiva dele. Eu também ficaria se fosse o contrário.

Jogamos a madrugada inteira, até a hora que o meu celular despertou, e então nos levantamos. Enquanto eu desligava tudo, ele desceu para preparar o nosso café da manhã.

- Está preparada para as férias? – Seth falou quando me sentei. – Agora a gente vai ter muito tempo livre para eu te encher o saco – disse, me arrancando uma risadinha fraca.

- Você fala como se a gente já não ficasse o dia todo junto – revirei os olhos e ele me olhou, fingindo indignação e mágoa.

- Já está cansada de mim?

- Não poderia. Ainda não, pelo menos – brinquei e me levantei da cadeira. – Eu vou te ajudar – falei e ele sorriu agradecido.

- Você tá melhor? Consegue mesmo ir pra escola hoje?

- Tudo o que eu menos quero nesse momento é ficar sozinha em casa, Seth. Mesmo que eu não me sinta segura o suficiente para ir, pelo menos lá eu tenho você, a Lucy e até o Matt... Jogar também vai me ajudar a colocar a cabeça no lugar – ele me abraçou. – Só uma coisa: se por acaso você perceber que eu estou entrando em crise de novo, não se aproxima – pude ver o lampejo rápido de dor em seus olhos. – Não é isso – falei. – É só que a chance de eu fazer a mesma coisa que eu fiz mais cedo é bem alta. E você não vai conseguir me conter à força, porque vai ser pior – coloquei a mão no bolso do meu casaco e entreguei o case de comprimidos para ele. – Dê para a Lucy se eu precisar deles e por algum motivo não conseguir tomar os que eu estou levando comigo. E não deixa nenhum homem se aproximar de mim.

Ele concordava, prestando atenção em tudo o que eu dizia.

- Ainda dá tempo de você dar pra trás – brinquei, mas senti um pequeno medo de que ele poderia realmente querer isso.

- Nah – beijou a pontinha do meu nariz. – Eu já falei: enquanto eu tiver você, todo o resto são detalhes – sorriu. – Você acha que eu desistiria de você por causa disso? – deu de ombros.

Sorri, passando meus braços ao redor de seu pescoço para poder beijá-lo. Pelo menos assim eu me sinto menos ansiosa e esqueço o que aconteceu.

- Vamos, a gente devia terminar de fazer logo as coisas pra gente poder se arrumar – falei, mas não fiz menção alguma de soltar ele.

- Eu não me importo de continuar aqui – debochou quando percebeu que eu não ia largar mesmo. – A gente pode terminar o que começamos ontem – sorriu maliciosamente pra mim e eu ri.

- Ideia tentadora – me estiquei e dei mais um beijo em seus lábios. – Mas a gente vai levar muito tempo pra terminar de zerar DK – dei de ombros. – O jogo é grande...

- Você é muito sem graça. Como você sabia que eu estava falando do jogo?

- Eu te conheço – falei com simplicidade. Deixei meus braços caírem e me virei pra bancada para ver o que ele estava aprontando antes de eu aparecer.

- Eu não tinha certeza se você ia aguentar comer ou se estava com fome, então eu fiz só chá e torrada.

- Obrigada. A verdade é que eu só ia comer pra você não reclamar muito comigo, mas eu realmente não estou com fome...

Sentamos à mesa e comemos, de vez em quando um implicando com o outro.

- Você vai ficar bem enquanto toma banho? – perguntou, preocupado. – Eu posso ficar do lado de fora do banheiro caso você precise de mim.

Sorri.

- Relaxa. Eu não vou ter um ataque de pânico tomando banho. Nunca aconteceu antes e tudo me leva a crer que não vai acontecer agora... Além do mais, você também precisa se trocar. Você não tem roupa aqui, não é? Você ainda vai ter que ir em casa para se arrumar. Se você ficar aqui de guarda na porta do meu banheiro, a gente vai se atrasar.

- Eu posso tomar banho com você – propôs, só pra implicar. Ri.

- Você vai continuar sem roupas... E vai ser ainda pior, porque vai ter que ir pelado pra casa pra buscar outras – pisquei um olho pra ele. – Não se preocupa – percorri a mão por seus cabelos, bagunçando ainda mais os fios já rebeldes. Quando fiquei satisfeita com a aparência sorri e concordei com a cabeça.

- Podemos fazer uma chamada então? Enquanto você toma banho? Você consegue apoiar o celular para que eu te escute, mas não te veja, não é?

Suspirei.

- Precisa mesmo de tudo isso? Eu estou meio acostumada a lidar com o que vem depois de uma crise, Seth – ele me olhou com sua cara de filhote abatido e eu simplesmente desisti. Eu não vou ganhar essa discussão, ainda mais que eu não estou realmente com saco pra sequer tentar. – Tá, tá, vou colocar o celular lá no banheiro e você diz se você consegue me ver – falei, revirando os olhos.

Peguei meu celular de cima da mesa e iniciei a chamada de vídeo com ele enquanto subia as escadas para o meu banheiro.

- Isso é ser superprotetor demais, você sabe, não é? – falei, fuzilando ele pela câmera e ele sorriu. Entrei no box e coloquei o celular na saboneteira, olhando pelo meu retorno de câmera se ele seria capaz de me ver... Hmmm... Não sei... Me posicionei onde eu fico para a água do chuveiro pegar em mim e esperei ele falar alguma coisa.

- Eu acho que não consigo te ver – ele disse por fim. – Mas por via das dúvidas, vira um pouco mais o telefone pra direita, assim a câmera vai sair um pouco mais da sua direção – concordei e virei minimamente o aparelho, me questionando porquê eu estou fazendo isso... – Agora sim.

- Bom, já que a gente já passou por tudo isso, eu vou entrar no banho agora – ri quando ele se levantou rapidamente.

- Ok, você pode descer com a minha mochila para mim quando terminar, por favor? – fiz um joinha e ele sorriu. – Então estou indo – vi o movimento de câmera que indicava que ele estava colocando a sua calça de ontem para poder sair.

- Bem na hora – falei quando ele parou o carro na frente da minha casa enquanto eu saía. Abri a porta e entrei no carona, jogando nossas mochilas no banco traseiro.

Buscamos Lucy, que parecia num mal humor terrível. Eu e Seth nos entreolhamos, mas não falamos nada, então o carro permaneceu num silêncio esquisito.

Só tive coragem de abordá-la quando paramos no estacionamento, que foi quando ela parou de bufar.

- Algum problema, Lucy? – perguntei, quando a gente saiu do carro, Seth ficando um pouco para trás.

- Nenhum, só estou com uma enxaqueca que tá até me cegando – fez uma careta.

- Não conseguiu dormir hoje? – perguntei.

- Dormi. Pode ser alergia, não sei. Ou só castigo divino por sei lá qual motivo – revirei os olhos para o drama dela. Enfiei a mão em um dos bolsos da mochila e tirei uma cartela de remédio e entreguei para ela.

– É o mesmo que você toma, não é? Então não vai te fazer mal – seus olhos brilharam e ela pegou a cartela com avidez.

- Obrigada – agradeceu genuinamente feliz, e fazendo uma careta em seguida pela provável pontada de dor que sentiu. – Aliás, Sam... – se virou para mim depois de tomar o comprimido e beber um gole de água. – Como foi sua noite? – seu tom e seu sorriso malicioso sem motivos aparentes me deixou confusa.

- Normal? – perguntei, sem entender a mudança repentina dela.

- Tem certeza? – questionou. Peguei a cartela que ela me devolvia e guardei novamente na minha mochila.

- Sim, ué. Eu hein, Lucy. Se quer falar alguma coisa, fala logo. Eu deixei minha bola de cristal em casa hoje... – bufei.

- Estou perguntando por causa disso – Seth nos alcançou nesse exato momento e ela o puxou, apontando super (in)discretamente para o seu pescoço. Seu sorriso se alargou quando eu encarei o chupão no pescoço dele sem expressão. Puta. Que. Pariu!

Coloquei as mãos na boca e me aproximei.

- Meu deus, Seth! Eu esqueci dessa merda. Como eu não vi isso hoje de manhã?!

- Tá tão feio assim? – ele perguntou. Ele também parecia ter esquecido.

- Feio? – Lucy debochou. – Pasta de dente nenhuma dá jeito nisso aí. O que vocês aprontaram ontem à noite?

Seth deu de ombros.

- Nada de mais, na verdade – arqueei a sobrancelha, mas preferi deixar quieto. Ela não precisa ficar sabendo que a gente quase transou no sofá.

- A cara de vocês diz que foi tudo, menos "nada de mais" – sorri amarelo e desviei o olhar.

- Tem coisas que você não precisa ficar sabendo, maninha – Seth colocou a mão na cabeça dela e bagunçou seus cabelos. Ela sorriu, achando graça.

- Nada que vocês falarem que fizeram me surpreenderia – deu de ombros. – Mas esse é um chupão bem forte – me olhou com um sorrisinho e eu desviei o olhar, fingindo que não era comigo. – Quem diria... – ri.

- Acho que com todo o meu histórico, se você realmente não achou que eu poderia fazer uma coisa dessas, você tá sendo bem inocente, Lucy – falei com sinceridade, o que fez ela rir.

- Você tem razão. Eu acho que até agora eu estava vendo tudo isso que você me contou como se fosse outra pessoa e me esqueci que você provavelmente guarda os mesmos trejeitos daquela época... Ou seja, você ainda é uma tarada.

Ri achando interessante sua escolha de palavras. Seth concordou levemente com a cabeça, distraído.

Franzi o cenho para ele e ele sorriu sem graça.

- Você me assusta às vezes, sabia disso? – perguntou. – Mas eu gosto – se aproximou para sussurrar bem perto do meu ouvido, para que só eu escutasse: - Me excita – o olhar que ele me lançou me fez estremecer, me excitando. Me senti crescer e tive que morder a língua para poder controlar o início da ereção. Não seria uma boa ideia isso acontecer aqui.

- Vocês conseguiram ficar ainda pior de ontem pra hoje – Lucy falou. – Esses olhares e esses sorrisos diz muito o quanto vocês querem se despir e só não fazem isso aqui porque tem muita gente olhando.

- Faz parte do jogo – Seth falou. – Ver quem vai ceder primeiro – sorri pervertidamente, fazendo ele grunhir. Olhei para baixo, percebendo que seu membro estava começando a marcar na calça jeans.

- Mas agora as regras mudaram, não é? Antes não era permitido toques. Agora tá basicamente tudo liberado... – ele me encarou perplexo. - Sério mesmo? Depois de ontem você acha que eu vou ficar perdendo meu tempo me controlando? – perguntei, revirando os olhos.

- Vocês não têm ideia do quanto eu gosto de ver essa interação de vocês. Vocês dois têm uma sintonia tão louca que faz a gente querer sentar e ficar olhando – riu. – Mas eu realmente queria saber o que vocês fizeram.

- Se o que você quer saber é se a gente transou a resposta é: não – respondi por fim.

Ela parou e nos encarou por um momento e depois sorriu.

- Sabe o que é pior? Eu acredito que seja verdade mesmo – ri. – Mas eu sei que vocês fizeram algo muito ousado ontem – piscou pra mim. Quando chegamos à sala ela colocou sua mochila em sua carteira e voltou para a porta com um band aid na mão. – Não é perfeito, mas pelo menos vai esconder.

- Obrigado – Seth agradeceu e me entregou o curativo para eu colocar nele.

- Pronto – falei. – Não dá nem pra notar... – suspirei. – Pena que metade da escola já viu – ri e ele deu de ombros.

- Assim todos ficam sabendo que eu sou seu – falou provocativamente.

- Meu deus – Lucy falou e saiu de perto. Rimos.

- Você devia ir. Se o professor chegar à sala e você não estiver lá, vai levar bronca. Mais tarde a gente se vê.

Ele concordou, cabisbaixo, mas se virou para poder seguir seu caminho. Antes de se afastar muito ele olhou em volta furtivamente e voltou correndo até mim, roubando um beijo e depois saiu correndo, rindo que nem uma criança.

Suspirei, mas acabei sorrindo também, e me virei para entrar na sala.

Lucy estava sentada à sua carteira, mexendo no celular.

- Sua enxaqueca está melhor? – perguntei, ao me sentar ao seu lado.

- Ainda não, mas o remédio não deve demorar pra aliviar. Pelo menos agora eu consigo piscar de novo.

- Que bom – sorri e passei a prestar atenção na janela, no céu nublado. Agora que o Seth se afastou e toda a distração das brincadeiras cessou, eu estou começando a sentir de novo os efeitos do pesadelo. Suspirei, contemplando a possibilidade de tomar o remédio antes de ter outra crise, e me questionando se eu evitaria a crise ou se eu só iria me dopar e apagar na escola pelo resto do dia...

- Você tá bem? – ela perguntou preocupada.

Dei de ombros.

- Noite complicada... Não consegui dormir – apoiei meu rosto na mão e a encarei.

- Mas aconteceu alguma coisa? – seu tom não era malicioso. Eu preferia que fosse malicioso. Enquanto ela tá se focando em coisas com teor sexual, ela não presta muita atenção no resto, mas quando ela tá focada em mim, ela consegue me ler com muita facilidade. – Ok, eu acho que eu prefiro não saber – suspirou. – Quando você começa a fazer essa cara, eu já sei que é coisa pesada...

Suspirei.

- A não ser que queira uma reprise do que aconteceu ontem, é melhor deixar quieto mesmo... – disse com sinceridade, sem confiar em minha capacidade de lidar com outra enxurrada de emoções. Ela concordou com a cabeça.

Me senti sonolenta e meus olhos começaram a pesar.

- Sam, se você continuar assim, você vai acabar dando de cara na mesa. Dorme de uma vez por todas – sussurrou quando a professora entrou em sala.

Hesitei. Não vou mentir em dizer que eu estou realmente quase fazendo o que ela sugeriu. Entretanto, se por algum motivo eu tiver outro sonho daqueles, aqui, no meio da sala, onde um monte de gente vai me ver e consequentemente eu vou ficar ainda mais nervosa quando eu acordar, o resultado não vai ser bonito...

- Eu acho melhor não – falei por fim, com medo. – Eu vou fazer o possível para me manter acordada, mas se por um acaso eu dormir, eu preciso que você me acorde.

- Por quê? – seu olhar me examinou minuciosamente.

- Você só precisa saber que esse é um dos motivos que eu não consegui dormir hoje...

Ela concordou solenemente com a cabeça e se virou para prestar atenção na aula. Vez ou outra ela me olhava rapidamente, talvez checando se eu estava dormindo ou não. Sorri para ela.

Quando enfim cheguei em casa, eu já estava num mal humor tão terrível pela privação de sono que até Seth estava me evitando.

- Você quer que eu fique? – perguntou, quando paramos em frente à porta da minha casa.

- Não precisa. É provável que eu desmaie assim que eu encostar na cama, e você também precisa descansar. Não foi só eu quem não dormiu essa noite.

- Eu sei, mas mesmo assim, eu queria estar com você caso acontecesse de novo...

- Isso nem sempre vai ser possível. Você sabe disso, não é? – ele bufou.

- Você costuma ter sonhos constantes? Quer dizer, por dias consecutivos?

- Às vezes – admiti. – Depende muito, eu acho. Eu não sei o que ativou os pesadelos de hoje para começar, então eu não sei se tem ou não chance de acontecer de novo...

Ele me olhou, parecendo dividido, e então, como se fosse a coisa mais natural do mundo, ele me rebocou de novo para dentro do carro e me levou pra casa dele.

Arqueei a sobrancelha.

- Como eu não quero te deixar sozinha e eu não tenho roupas na sua casa, eu te trouxe para a minha – deu de ombros e saiu do carro. Saí também, indignada.

- Custava perguntar minha opinião? – reclamei, irritada.

- Você não quer ficar comigo? – perguntou e se virou, cruzando os braços. Suspirei. Ele foi esperto. Colocando a pergunta dessa maneira, seria muito mais difícil de confirmar.

Estalei a língua e peguei a chave de sua mão e entrei sem olhar para ele novamente. Subi até seu quarto e peguei uma blusa e uma calça em seu closet e depois rumei para o banheiro.

- O quanto você está irritada comigo nesse momento? – ele falou, aparecendo na porta do banheiro quando eu ia começar a me despir. Arqueei a sobrancelha para ele. – Acho que muito, pelo visto...

Suspirei, parando de encarar ele ameaçadoramente.

- Eu não estou com raiva, Seth. Eu estou cansada. Só isso.

- Tudo bem – me abraçou carinhosamente. – Quer comer alguma coisa? – neguei com a cabeça.

- Sem fome – murmurei contra seu peito.

- Ok, então enquanto você toma banho, eu vou preparar alguma coisa rápida pra eu comer – beijou minha testa e se afastou, fechando a porta ao sair.

Quando saí do banheiro o encontrei sentado na cama, me esperando.

- Você já comeu? - perguntei, estranhando a velocidade. – Eu demorei tanto assim? – me sentei ao seu lado.

- Não – sorriu. – Eu já tinha algo semi pronto na geladeira. Eu vou tomar banho – avisou. – Deita e dorme, eu não vou demorar – me deu um beijo rápido nos lábios antes de se levantar.

Resmunguei, insatisfeita, mas não o puxei novamente.

Seguindo seu conselho, eu me deitei, e em poucos minutos já estava dormindo.

Eu tive pesadelos novamente, mas dessa vez eles não foram intensos o suficiente para me proporcionar outro ataque de pânico. Mas foram o suficiente para tirar meu sono novamente.

Escutei Seth murmurar alguma coisa em meu ouvido, me acalmando, me embalando novamente para o sono quando eu despertei. Beijei seu pescoço e o puxei para mim, me aconchegando.

- São que horas? – perguntei roucamente.

- Não sei. Talvez uma e pouca da manhã. Talvez um pouco mais tarde do que isso – se movimentou na cama para poder alcançar seu celular e confirmar. – Isso, quinze para as duas – Suspirei. – Você tá bem?

- Sim – confirmei. – Não foi tão ruim dessa vez. Mas eu não acho que eu vou conseguir dormir de novo – completei. Quando ele fez menção de se sentar eu o segurei. – Volta a dormir. Eu vou me sentir mais culpada se você passar outra noite em claro por minha causa.

- Sam, eu falei isso ontem. Não me peça isso, porque eu não vou fazer. Eu não vou te deixar acordada, depois de sabe lá que tipo de lembrança, e voltar a dormir – me deu um beijo gentil nos lábios. – Então não me peça isso – falou baixinho.

Ele se virou na cama, me puxando para deitar em seu peito e começou um afago em minhas costas. Eu só percebi que eu tremia quando comecei a me acalmar com sua carícia.

Percorri meus dedos em sua barriga, seguindo o contorno de seu corpo. Subi até seu peito e depois desci novamente, até a barra de sua boxer. Alternei entre a unha e a pontinha de meus dedos explorando seu corpo, distraída.

A respiração pesada de Seth me surpreendeu. Ele quase ronronava sob minha mão. Sorri um pouquinho.

Desci a mão por seu corpo provocativamente, testando sua reação. Ele prendeu a respiração. Deixei uma risadinha escapar.

- A senhorita está me provocando? – perguntou retoricamente.

- Talvez? – depositei um beijo em seu peito e o abracei. – Mas você tem razão. Eu devia me comportar... – fechei os olhos. Será que eu consigo voltar a dormir? Acho que se eu realmente tentar, eu consigo sim.

- Ah não – ele murmurou, fazendo charme. – Não se comporta não – riu e eu acabei acompanhando.

- Boa noite, Seth – cortei, irônica. Ele gemeu e me abraçou mais forte, voltando a acariciar minhas costas.

Enlacei meus dedos aos de sua mão livre, trazendo-a para perto de meu tronco e tornei a fechar os olhos.

Ficamos nessa posição por bastante tempo até eu desistir e suspirar, me sentando.

- Por um momento eu realmente achei que você tinha adormecido novamente – ele disse.

- Desculpa – disse enquanto me virava para ele.

- Por quê? – perguntou confuso.

- Por nada – respondi. – Eu não posso começar a fazer isso agora. Senão tudo vai se repetir.

- Como assim? – ele se sentou também.

Desviei o olhar e não respondi.

- O que vai se repetir? O que você não pode começar a fazer?

Suspirei.

- Me auto sabotar. Foi por causa disso que eu e o Jack terminamos. As coisas começaram assim – comecei a falar. – A culpa foi minha. De tudo.

- Wow. Calma. Pera aí! Você não precisa se culpar por tudo. E você não está se auto sabotando. Nada vai se repetir, Sam, relaxa. Eu não vou deixar você se livrar de mim assim tão facilmente – assegurou. Ele se aproximou e depositou um beijo em meu ombro, me reconfortando.

Me virei para beijá-lo, segurando suas mãos com força.

Suas mãos deslizaram por meus braços.

- Você quer tentar e deitar de novo? – perguntou.

- Eu tenho ideias de coisas muito mais interessantes para fazer – sorri maliciosamente, arrancando uma risadinha dele.

- Ah, é? Tipo?...

Me inclinei para beija-lo novamente, colocando meu peso sobre seu corpo para fazer ele se deitar. Permaneci apoiada em minhas mãos e meus joelhos, apenas meus lábios tocando seu corpo.

Senti a firmeza dos músculos de seu braço com a mão, e depois seu peito e sua barriga.

Sua mão deslizou por baixo de minha camisa, erguendo-a. Seth segurou a barra da minha blusa, testando minha reação. Sorri quando ele tomou a iniciativa de tirá-la.

Me sentei sobre meus joelhos, para observá-lo. Uma sensação quente se espalhou por meu peito quando ele sorriu amorosamente para mim.

Seth segurou minha mão e entrelaçou seus dedos aos meus, me guiando até o seu lado. Me deitei de frente para ele e o puxei, deitando sua cabeça em meu peito. Seus braços envolveram minha cintura enquanto minha mão se perdeu em seus cabelos.


Seth POV


Me afastei cuidadosamente quando senti que sua respiração estava calma e regulada, com medo de acordá-la.

Observei seu rosto plácido enquanto ela dormia tranquilamente. Sorri. Espero que seu sono continue tranquilo assim.

Seu corpo delicado estremeceu levemente, então puxei o cobertor para cobrir seu torso nu e depois coloquei sua blusa sobre a cômoda ao seu lado, onde seria facilmente encontrada quando ela acordar.

Fiquei muito tempo ao seu lado, apenas observando, gravando cada detalhe da garota que dormia tranquilamente ao meu lado em minha memória, uma felicidade tão simples e tão completa me preenchendo.

Me deitei ao seu lado novamente e seu corpo procurou pelo meu. A embalei em meus braços e fechei os olhos.



Roi, bebês, tudo bom? Como estão nesse maravilindo dia? Mais um capítulo entregue e, bom... Quanta coisa, né?

Eu tô sem muita ideia do que dizer aqui, então, no resumo, só vim avisar que eu vou dar uma sumida por algum tempo, pra reorganizar a grade de postagem, já que eu adiantei 4 capítulos.

No mais, espero que tenham gostado :]

Beijinhos e abraços e até o próximo!

Fran

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