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Capítulo 19

Estávamos rindo, apesar que nem eu nem ele sabíamos mais o motivo das risadas. Particularmente eu estava apenas feliz, então o riso vinha fácil, transbordando, quase incontrolável.

As pessoas que passavam por nós nos olhavam como se fôssemos loucos, mas não nos importamos. Eu sei que parece aqueles clichês de filme, mas naquele momento, era como se só existíssemos nós dois ali.

Respirei fundo, tentando retomar o oxigênio. Seth ajeitou meu cabelo que o vento insistia em bagunçar. Seus dedos roçaram levemente em meu pescoço, subindo até meu queixo, até minha bochecha. Com cuidado, ele envolveu meu rosto com suas mãos.

Ele me olhou. Me olhou como se esperasse que eu o afastasse. Ou como se esperasse que eu desse algum sinal de que ele poderia se aproximar. Senti um leve frio na barriga quando segurei sua camisa levemente e o puxei, fazendo-o sorrir, se inclinando e encostando os lábios levemente nos meus no que não passou de um roçar de lábios.

A música que tocava mudou, saindo de uma balada estranha para uma música que eu reconheci no mesmo momento. Seth olhou ao redor, à procura da fonte de som que até esse momento só tinha reproduzido música ruim, mas agora tocava Lady Gaga.

- I'll Never Love Again – falou baixinho, também reconhecendo a introdução do piano. – Combina – riu, encostando seus lábios aos meus novamente.

Dessa vez o beijo não foi só um selinho. Ele exigiu mais de mim, e eu retribuí. Seus braços rodearam minha cintura, me puxando para mais perto, e os meus foram parar ao redor do seu pescoço, me dando um certo apoio, já que ele é bem mais alto do que eu.

A letra da música me causou sentimentos mistos. Era como se estivesse tocando no momento perfeito, mas a ideia de sentir isso tudo tão profundamente assim como a letra, estava levemente me assustando. Nunca foi minha intenção me apaixonar por Seth, e mesmo assim, aqui estou eu. E pela primeira vez eu entendi o que Lucy quis dizer aquele dia em sua cozinha. Ela falou que eu deveria prestar mais atenção, mas eu ignorei. E apenas agora, quando tudo chegou num ponto em que eu não poderia mais negar, eu entendi que eu estava apenas renegando algo que já estava fadado a acontecer.

Ele desfez o beijo, apoiando sua testa à minha. Ainda de olhos fechados um sorriso preguiçoso começou a surgir em seus lábios. Ele me deu mais alguns pequenos beijos antes de reabrir os olhos e me encarar.

Eu não sei o que dizer, então apenas fico calada, observando seus profundos olhos azuis brilharem levemente. Respirei fundo, apoiando minha testa em seu peito, inalando seu perfume, pouco a pouco me encontrando naquele abraço.

Seth depositou um beijo no topo da minha cabeça, me surpreendendo, e quando me afastei para olhá-lo, ele me beijou novamente. Senti sua língua na minha e por um momento senti que tudo estava no lugar, que isso era certo.

Nos beijamos e nos beijamos, até alguma coisa chamar nossa atenção no centro, fazendo a gente retomar as gargalhadas. Segurei sua mão, puxando-o para longe, de volta para o carro. Eu não quero voltar para casa ainda.

- Eu lembrei de um lugar que eu vou às vezes – falei, entrelaçando meus dedos aos seus, guiando-o.

- E que lugar seria esse?

- Você já viu o sol nascer, Seth? – parei ao lado do carro, sorrindo levemente para ele. Ele fez que não com a cabeça e meu sorriso se alargou um pouco.

- Gostaria de ter essa experiência?

Ele sorriu.

- Com você, quero ter todas essas experiências – falou, galante, e mais uma vez a gente caiu na risada.

- Ahh, os clichês – revirei os olhos. – Vamos.

Entramos no carro e eu dirigi por um tempo, até parar numa clareira que dava acesso à um vale, que tinha uma vista incrível.

- Como você descobre esses lugares? – perguntou maravilhado.

Dei de ombros.

- É bom para espairecer... – falei, e ele me olhou como se tivesse entendido exatamente o que eu quis dizer.

Me sentei no chão, olhando para o céu estrelado.

Seth resmungou, falando que eu ia me sujar sentando assim no chão, então me deu a toalha que ele usa para se secar depois dos treinos de vôlei, e eu a estendi no chão para que nós dois sentássemos.

Apoiei minha cabeça em seu ombro, observando a vista enquanto ele brincava com a minha mão e com os meus dedos.

Acariciei levemente sua nuca, chamando sua atenção. Quando ele se virou para mim, me estiquei, capturando seus lábios com os meus. Seth colocou um pouco de seu peso sobre mim, fazendo a gente deitar.

Ficamos assim por bastante tempo. Entre conversas, beijos e risadas, eu peguei no sono enquanto usava seu braço como travesseiro.

- Sam – escutei baixinho perto do meu ouvido. – Acorda. Acho que não falta muito.

Abri os olhos e vi que o céu já estava começando a clarear. Me virei para o lado, olhando Seth nos olhos. Ele sorria e seus olhos brilhavam.

Poder ver o nascer do sol ao seu lado foi uma experiência que eu nunca achei que teria, mas que eu não trocaria por nenhuma outra. Foi uma sensação única que eu não sei descrever, mas que me consumiu.

Quando o sol apareceu por completo ele se virou para mim e me beijou. Ainda ficamos ali por bastante tempo até decidirmos voltar para casa.

- Obrigada, Seth – falei quando ele estacionou na frente da minha casa. Me estiquei para trás para pegar minha mochila, mas antes que eu conseguisse segurar a alça, ele se inclinou, colando sua boca à minha. Fechei os olhos e retribuí, apoiando a mão no assento do seu banco. O beijo foi intenso. Mais do que os anteriores. Era como se ele estivesse tentando me dizer alguma coisa. Não vá. Era o que eu claramente entendia com isso.

Sua mão deslizou levemente por minha coxa, subindo até minha cintura, onde ele me puxou para mais perto – o mais próximo que se consegue ficar em um carro com a marcha no caminho. Quebramos o beijo, arfando.

- Eu não quero te deixar ir – ele murmurou, tão próximo que seus lábios roçavam os meus.

- Eu sei – suspirei, cerrando a distância entre nós dois novamente. – Mas eu preciso ir – falei por fim.

Saímos do carro e ele me acompanhou até a porta da minha casa. Me deu um selinho e foi embora dando um tchauzinho.

- E aí, como foi? – Lucy apareceu do nada quando eu cheguei na sala.

- Meu deus, Lucy. Quer me matar? – sentei ao seu lado no sofá. – Aliás, o que você está fazendo aqui?

- Sem enrolação. Eu quero saber de tudo. Por que não voltou ontem a noite? Que cara é essa de quem ficou a noite toda acordada? – perguntou maliciosamente. Ignorei o fato de que ela, deliberadamente, ignorou minha pergunta. Depois eu arranco essa informação dela.

Dei de ombros.

- A gente foi ver o sol nascer – falei. – Mas tecnicamente, eu não fiquei acordada a noite toda. Eu apaguei e ele me acordou lá pras 5h e tantas.

- Tá, tá. Não é isso que eu quero saber.

Suspirei e olhei para o outro lado, tentando conter o sorrisinho que começava a escapar o meu controle.

- Vocês ficaram! – ela quase gritou, em êxtase. – E aí, ele beija bem?

Me levantei e fui em direção ao meu quarto, ignorando ela e seus apelos para saber mais. Quando eu entrei ela fechou a porta e praticamente me encurralou.

- Qual é, Sam. Sabe há quanto tempo eu estou esperando pra escutar essas palavras? Não me negue essa alegria, poxa!

- Para de drama, Lucy – respirei fundo. Por algum motivo, era difícil confirmar pra ela o que tinha acontecido. – Sim, a gente ficou. Tá feliz? – disse, franzindo o cenho.

- Mas e aí, como foi?

- Como foi?... – perguntei, confusa. – Foi... normal?... O que você espera que eu diga? Que senti borboletas no estômago e que estava tão nervosa que quase saí correndo? Eu já falei que eu não sou a mocinha de um livro de romance.

- Mas você não sentiu nada? Nem um nervoso, nem uma sensação diferente? Nada?

- Não sei. Eu não sei descrever o que eu estava sentindo. Nem que você me peça, eu não vou conseguir colocar em palavras. Mas foi... bom... Toda a coisa foi uma experiência incrível. Eu acabei conhecendo mais dele do que eu já tinha visto, e ele também. Acho que é isso o que eu tenho a dizer sobre.

- Até sendo sincera você é chata, Sam – reclamou, me jogando um travesseiro. Me desviei facilmente, revirando os olhos. – Eu queria ver você corando que nem uma bobona, falando que foi incrível e que não consegue parar de pensar nele, sei lá. Não precisa ser tão prática e literal nesses momentos – ri.

- Que nem você falando do Matt? – perguntei, fazendo ela corar e me fuzilar com o olhar. – Ahhh, agora eu entendi. A reação que você quer que eu tenha é parecida com essa – impliquei mais um pouco, rindo de sua cara de poucos amigos. – Desculpa, Lucy, mas você está pedindo mais de mim do que eu posso oferecer. Eu gostei, foi bom, e ele beija muito bem. Mas sinceramente, eu não sei o que você quer que eu fale ou faça – dei de ombros, me deitando na cama.

- Ok, já que você é uma tapada, eu vou desenhar pra você: você está vendo ele de outra forma agora? Ou melhor, você quer vê-lo de outra forma? Além de amigo, você quer que ele seja outra coisa?

Ri. Ela não vai me deixar em paz enquanto eu não responder, não é?

- Você quer que eu admita que eu percebi que eu gosto dele, não é? – provoquei. Ela me encarou, sem reação, até um sorriso mínimo começar a surgir em meus lábios.

- Meu deus, aleluia! – quase gritou, passando as mãos pelos cabelos em euforia. Ri, um pouco envergonhada. Admitir isso foi mais difícil do que ela jamais vai saber. Por muitos motivos... – Mas e então? O que você vai fazer agora? Vai conseguir ficar longe dos beijos dele e se manter apenas no status 'amizade' ou vão apenas se pegar ocasionalmente?

- Bom, eu prometi pra ele que daria uma resposta em algum momento... – admiti, pensativa.

- Você pretende aceitar os sentimentos dele e admitir os seus? – perguntou, se sentando ao meu lado.

- Não sei. Eu não sei se quero mudar as coisas ainda...

- Você é uma medrosa – revirei os olhos. – Então o que você vai fazer?

- Sei lá. Eu vou descobrir na hora que rolar. Não tenho nada planejado... Até porque nunca sai do jeito que eu planejo mesmo – dei de ombros.

- Bom, eu fico feliz por você – falou, sorrindo e me agarrando em um abraço de urso. Envolvi meus braços ao seu redor, sorrindo. – Já estava na hora de você começar a seguir em frente.

- Obrigada, Lucy. Eu prometo que vou te contar quando rolar a tal 'declaração' – ela riu. Ela me obrigaria a falar de qualquer jeito.

- Eu espero que sim.

- Eu não tenho mais motivos pra esconder as coisas – falei. – Você já sabe de tudo: declaração, beijo, sentimentos etc.

- Agora só falta vocês começarem a namorar – cocei a nuca, pensativa, mas não concordei. – Você ainda tem dúvidas sobre isso?

- Hm? Ah, não. Não é isso. É só que eu nunca imaginei que eu fosse chegar ao ponto onde eu finalmente planejaria um relacionamento... Mas não tem a menor chance de eu dar para trás – assegurei. – Não tem motivos para eu fazer isso, na verdade.

- Minha menininha está crescendo – falou, bagunçando meus cabelos, rindo. Acompanhei, me sentindo feliz.

- Mas agora me diz... Por que você está aqui? – seu riso morreu instantaneamente e eu fiquei preocupada.

- Minha mãe me expulsou... – arregalei os olhos e me sentei na cama rapidamente. – Calma! Não é exatamente desse jeito que você está pensando... Ela só está conhecendo um cara novo, e ele foi lá pra casa pra poder almoçar, essas coisas – suspirei aliviada, me deitando novamente. – Ela falou que queria que eu participasse, na verdade. Que queria me apresentar a ele, mas eu falei que era melhor deixar para a próxima e que eles deviam aproveitar uma das poucas folgas dela sozinhos. Eu liguei pra sua mãe antes para saber se eu podia vim pra cá e ela falou que não teria problemas.

- E o Matt? Vocês não iam sair hoje? – ela suspirou.

- A irmãzinha dele caiu da escada e quebrou o braço. Ele tá no hospital com ela. Eu cheguei do hospital pouco antes de você chegar em casa, na verdade. Ele só vai poder sair de lá quando os pais deles chegarem.

Olhei pra ela com uma cara de vento, sem saber o que dizer.

- Quer reunir todo mundo aqui em casa, já que seus planos meio que furaram? – perguntei por fim.

- Pode ser – sorriu um pouquinho, em agradecimento.

Ela pegou o celular e ligou para Matt, para saber como as coisas estavam indo e depois para perguntar se ele queria vim pra cá.

Aparentemente os pais deles já tinham chego no hospital e agora todos estavam voltando para casa, então ele aceitou.

- Vai ligando para o Seth enquanto eu ensino o Matt como chegar na sua casa – falou saindo do quarto com o celular em mãos. Concordei com a cabeça, mesmo que ela já estivesse de costas para mim e não tenha visto.

Peguei meu celular no bolso da mochila e iniciei uma chamada de vídeo para Seth, que atendeu no mesmo segundo.

- Oi – falei e ele me respondeu com um sorriso lindo. – Então... Surgiram algumas situações e a Lucy tá aqui em casa e a gente decidiu se reunir. O Matt tá vindo pra cá e eu queria saber se você também quer vim – antes mesmo de eu terminar ele já estava concordando com a cabeça. Sorri.

- Chego aí em quinze minutos – falou. – Todo mundo vai dormir aí?

- Acho que sim... A Lucy é muito provável que durma, e se o Matt quiser ficar, eu também não me importo... Só espero que se esse for o caso, que ele traga os materiais dele para amanhã... – dei de ombros.

- Ok. Então te vejo daqui a pouco – sorriu e depois de se despedir, desligou.

Me levantei e fui até o guarda-roupas para pegar algumas coisas e depois fui para o banheiro para poder tomar um banho rápido e escovar os dentes antes que Seth e Matt chegassem e depois voltei para o quarto.

Fiquei sentada na cama olhando para o céu pela janela. Será que o que a gente compartilhou ontem de noite e hoje cedo vai mudar nosso relacionamento de alguma maneira? O que ele espera a partir de agora? Será que ele vai se sentir confiante o suficiente para ficar perto de mim e me beijar novamente ou será como se nada nunca tivesse acontecido?...

Suspirei. A gente muito mal conseguia manter as aparências antes... Eu não consigo imaginar que tenha algo que nos impeça agora.

Lucy entrou no quarto, interrompendo meus pensamentos.

- Matt falou que a mãe dele vai dar uma carona até aqui, então ele deve chegar logo – confirmei com a cabeça, mas continuei olhando pela janela. De repente me bateu um cansaço tão grande que a minha vontade é somente deitar e dormir. – Por que essa cara?

- Nada, só cansaço.

- Você parece triste – falou, se sentando ao meu lado. Olhei para ela, no fundo dos olhos, mas não respondi. Eu não tenho o que responder. – Ok, já entendi – levantou as mãos em sinal de rendição.

Sorri de canto e me apoiei nas minhas mãos enquanto olhava para o teto.

- Eu não estou triste – respondi por fim. – Não é só porque eu estou quieta e provavelmente com cara de vento que eu estou triste – brinquei.

- Você é muito transparente às vezes – comentou. – Aposto que você está pensando em como você e o Seth vão se controlar daqui pra frente para não se agarrarem em qualquer lugar – piscou um olho para mim e eu ri com gosto.

- Não é como se a gente estivesse namorando... Aliás, autocontrole mandou abraços – sorri. – Eu acho que as coisas não vão mudar tanto assim – eu sou mestra em desmentir para a Lucy os meus próprios pensamentos de poucos minutos atrás... Eu gostaria de saber como ela consegue fazer isso... – Sinceramente eu não acho que ele simplesmente vai me ver e vai me agarrar. E eu espero que ele não pense mesmo em fazer isso. Ainda mais em local público.

- E se ele tentar?

- Provavelmente ele ficaria magoado comigo, porque eu vou virar as costas e vou embora – sorri imaginando a cena.

- Você é uma péssima pessoa – riu. – Tão fria... – revirei os olhos.

- Lucy, eu nunca gostei de fazer essas coisas na frente de pessoas, ainda mais pessoas que eu não conheço – tentei ignorar o fato de que a gente se beijou ontem na frente de muitas pessoas que a gente não conhece, talvez até algumas pessoas do colégio, mas acabei fazendo uma pequena careta. – Além do mais, ele ainda é meu amigo. Não tem porquê a gente viver se agarrando – arqueei a sobrancelha quando ela sorriu maliciosamente. – Ok, eu desisto. Provavelmente vai acontecer de novo. Feliz? – bufei quando ela soltou uma risada cheia de satisfação.

- Relaxa, Sam. Eu duvido que ele vai ter coragem de te beijar assim do nada. Até porque, eu tenho certeza que ele vai esperar sinais de que ele realmente pode fazer isso. Caso contrário, a não ser que você tome a iniciativa, nunca mais vai acontecer.

Escutei a campainha tocar, então me levantei para poder abrir a porta. Pela velocidade, é bem provável que seja Seth.

Lucy me seguiu de longe e foi para a cozinha enquanto eu ia abrir a porta.

Seth sorriu quando eu abri a porta e me entregou uma rosa. Sorri em agradecimento.

Ele deu um passo à frente, em expectativa, e eu me lembrei do que Lucy disse à poucos segundos. Arqueei a sobrancelha e o encarei. A teoria dela estava comprovada. Ele realmente não fez nada.

Dei um sorrisinho de canto e me aproximei. Meu deus, que a Lucy não nos veja!

Seth se inclinou um pouco e meio que nos escondeu atrás da porta aberta, e então me beijou. Me afastei quando pensei ter ouvido algum barulho, mas quando espiamos através da lateral da porta, não tinha nada. Rimos nervosos e eu o arrastei pra dentro.

- Obrigada – disse novamente, gesticulando para a rosa em minhas mãos.

- Não por isso – sorriu. – Vou colocar a mochila no seu quarto – avisou. – Vocês já têm alguma ideia do que vão fazer?

- A Lucy comentou uma vez que Matt gosta de jogos de tabuleiro. A gente poderia tentar algum – dei de ombros. – Tem alguns interessantes aqui em casa.

Seth arqueou a sobrancelha mas não fez perguntas. Eu nunca demonstrei interesse em jogos de tabuleiro, então ele provavelmente está se questionando de quem eles são. E ele provavelmente também já sabe a resposta. Embora a presunção dele esteja errada.

Suspirei.

- Não é bem assim... A maioria deles são de fato meu – expliquei, mesmo que eu não tivesse nenhuma obrigação de fazer isso. – É só que o assunto nunca surgiu e eu também não lembrei da existência deles até Lucy falar aquilo.

Seth revirou os olhos.

- Relaxa – passou um braço por meus ombros e foi andando e me levando com ele – Quais você tem? – perguntou animado. Sorri.

Subimos até o quarto de hóspedes, que é onde ficam guardadas boa parte das minhas coisas antigas. Peguei minha chave no meu quarto e voltei, destrancando a porta do closet.

Seth parou na porta e me olhou com os olhos arregalados. O closet é um santuário de jogos, peças colecionáveis como action figures, vários quebra-cabeças que foram enquadrados e que estavam empilhados por não haver onde coloca-los e várias peças de roupas que eu usava antes da transição e que eu não uso nem para dormir, e guardo como valor sentimental.

Seth foi andando e chegou aonde tinham alguns consoles de vídeo game e começou a ler o título das pilhas e pilhas de jogos que estavam ao lado.

- Você já jogou todos? – sorri um pouquinho arrogante.

- Eu já zerei todos – ele voltou a analisar título por título vagarosamente. – Eles só vêm parar aqui depois que eu termino – dei de ombros.

- Você ainda está atualizando a lista? – perguntou ainda surpreso. Ri.

- É claro – me aproximei. – O último que eu coloquei foi... – passei o dedo pela pilha de fitas de Super Nintendo, procurando o jogo. – Esse – apontei.

- Rei Leão? – perguntou confuso. Sorri.

- É mais difícil do que parece – pisquei um olho para ele, me lembrando de quantas vezes eu quase joguei o joystick na televisão, por raiva. – Gostaria de te ver tentar depois. O jogo é incrível.

- Claro – sorriu debochado.

Andei até o canto e apontei, mostrando as caixas dos jogos de tabuleiro que estavam ali.

- Por que não me surpreende que a maioria seja de terror? – perguntou e eu sorri.

- Não tem como ter medo de um jogo desses, Seth. Deixa de ser chato – falei. – Vou perguntar para Lucy se ela quer ajudar a escolher.

Quando cheguei na cozinha, a campainha tocou. Ela sorriu e foi comigo atender a porta.

- Eu estava lá em cima mostrando os jogos de tabuleiro pro Seth – comentei. – Eu vim perguntar se você queria ajudar a escolher, mas agora que o Matt chegou também, ele pode dar a opinião também – abri a porta e cumprimentei ele. Ele parecia meio sem jeito, mas não me importei. Daqui a pouco ele se acostuma.

Expliquei rapidamente para ele sobre o que eu e o Seth estávamos fazendo lá em cima e ele pareceu animado. Subimos e enquanto Lucy colocava a mochila dele no meu quarto, ele me seguiu até o quarto de hóspedes. A reação dele foi ainda melhor do que a de Seth. Ele parecia uma criança num parque de diversões enorme...

- Eu não imaginei que você gostava dessas coisas – comentou, enquanto olhava jogo por jogo, colecionável por colecionável, tudo.

- Se quiser algum jogo emprestado, pode levar – dei de ombros. – Eu dificilmente jogo de novo um jogo que eu já platinei.

- Obrigado – ele continuou olhando animado. Seth parou do meu lado e ficou observando o amigo.

- Ele parece uma criança, não é? – disse baixinho. – É fofo... – concordei, sorrindo.

- Eu só tenho uma dúvida... – Matt falou do nada, se virando para nós dois.

- Diga – incentivei e Lucy entrou no cômodo em seguida.

- Esse quarto só tem coisa sua, não é? Digo, pelo menos aqui no closet – confirmei com a cabeça. – Então por que tem tanta roupa masculina aqui?...

- Ahh... – um riso tremulo escapou por meus lábios. Olhei para Seth em busca de ajuda, mas ele também tinha um sorriso nervoso no rosto. Já Lucy muito mal se mantinha em pé de tanto rir da nossa reação.

- Cara, você é muito idiota – ela me cutucou. – Agora não tem jeito... – passei a mão na nuca, nervosa. – Ele é confiável. Eu prometo – piscou um olho para mim e eu suspirei.

- Essas roupas também são minhas – confirmei de novo. – São as roupas que eu costumava usar antigamente – eu sei que eu estou dando voltas no assunto, mas eu não tinha exatamente me preparado para esse tipo de conversa com ele ainda... Ele confirmou com a cabeça, parecendo sentir que tinha se metido em um assunto, no mínimo, delicado.

- Sam, para de enrolar e fala logo – Lucy revirou os olhos. – Ou simplesmente fala que o assunto não tem nada a ver com ele e pronto.

- Você e sua delicadeza – ri, me sentindo um pouco menos nervosa. – Tudo bem. Ele ia ter que ficar sabendo algum dia... – dei de ombros. – A verdade é que, bom, eu não nasci exatamente assim... – falei vagarosamente e ele ficou me olhando, sem reação.

- Pelo amor – Seth reclamou e me olhou irritado. – Matt, Sam é uma mulher trans. Ela nasceu fisicamente homem, mas na verdade se identifica com o gênero feminino. Pronto! – Lucy soltou outra risadinha e eu soltei a respiração pesadamente.

- Ah – ele falou baixinho e depois deu de ombros, voltando a olhar os jogos. – Eu tive a sensação de que aquela primeira bolada nas áreas baixas tinha te afetado muito mais do que eu já vi afetando outra garota naquele dia que quebraram o seu nariz.

Suspirei. Talvez eu não tenha escondido tão bem quanto eu achei...

- Só não conta pra ninguém – pedi. – Não falta muito para o fim das aulas e essa não é a formatura que eu quero. De preferência, eu prefiro evitar a dor de cabeça.

Ele concordou. Dentre os três, a reação dele foi a mais "sem graça".

- Eu nunca te perguntei como a Lucy descobriu – Seth perguntou, se virando para me olhar. – Conhecendo você do jeito que eu conheço, eu duvido que você contou para ela.

- Faça as honras – falei pra Lucy e fui ver as caixas de jogos de tabuleiro que Matt olhava pra gente poder escolher.

- Eu vi ela pelada – contou e depois riu da cara de Seth.

- Explica isso direito – olhei em sua direção, fuzilando ela com o olhar.

- Tá, tá – revirou os olhos. – Foi logo no primeiro dia de clube. Ela ficou para trás fazendo algumas coisas na quadra e quando ela entrou no vestiário, já não tinha mais ninguém, então ela não se preocupou muito... e foi aí que eu entrei também – riu. – A cara dela foi a melhor coisa que eu já vi na minha vida. Ela não sabia se me olhava com raiva ou com desespero.

- E depois disso eu nunca mais consegui me livrar da Lucy – brinquei, sorrindo minimamente pra ela quando ela me olhou, franzindo o cenho. – O que? Eu te amo, garota, mas eu não queria que você tivesse visto aquilo...

- Bom, foi uma visão e tanto – sorriu maliciosamente e eu grunhi, tapando o rosto com a mão, me sentindo extremamente desconfortável. Seth me encarou meio corando e meio sem reação e Matt riu. Esse tipo de implicância infantil entre eu e ela não é novidade. Só que agora Matt entende as entrelinhas...

- Fico feliz que eu tenha te satisfeito – chacoalhei a cabeça negativamente.

- Não só a mim, imagino – piscou um olho para mim e eu parei de ajudar Matt a tirar uma caixa do meio das várias.

- Você não tem ideia de quantas – sorri de canto, voltando minha atenção para o que eu estava fazendo.

Matt nos olhava, parecendo muito entretido com toda a situação.

- Você não conhece a verdadeira natureza da Samanta – Lucy falou pra ele e eu ri. – Você vai se surpreender quando ela acabar escorregando com alguma coisa...

- Tá, eu era uma babaca sem moral ou escrúpulos, mas isso não me define! – não mais, pelo menos... – Para de espalhar meus podres assim! – bufei.

Depois de muita discussão, acabamos voltando para a sala com jogos variados. Começamos com o clássico Banco Imobiliário, mas depois partimos para outros jogos tipo Zombicide, Resident Evil 2 Board Game, Clue, Imagem e Ação e por aí foi.

O dia foi divertido e passou rapidamente.

- Quer que eu prepare alguma coisa para vocês comerem? – Seth perguntou. – Já que vocês me usaram de isca... – me encarou pesadamente e eu ri.

- Desculpa, mas era você ou todos nós – ele fechou ainda mais a cara e se inclinou na minha direção, ficando bem perto de meu rosto.

- Mesmo assim foi sacanagem – seus olhos brilharam e eu antecipei sua investida, me afastando no último segundo. Sorri.

- Precisa ser mais rápido do que isso para me pegar de guarda baixa – provoquei e ele grunhiu.

- A gente ainda tá aqui – Lucy se pronunciou e eu me voltei para ela, dando de ombros.

- Eu sei – sorri e me levantei. – Acho que tem algumas lasanhas pré prontas no congelador – falei.

- Tudo bem, eu consigo fazer isso sozinho – ele falou quando eu comecei a seguir ele até a cozinha.

- Sei não... Da última vez você conseguiu queimar a comida inteira – olhei para ele com a sobrancelha arqueada e ele desviou o olhar, culpado. – Eu já volto – avisei pra Lucy e Matt.

- Sem pressa. A gente espera vocês fazerem o que têm que fazer – eu não me virei para olhar seu rosto, mas seu tom malicioso diz muito bem o que ela pensa que a gente está indo fazer na cozinha.

Abri a geladeira e tirei alguns maracujás de lá e entreguei para Seth, gesticulando para ele cortar e colocar no liquidificador para bater, e depois peguei o que pretendia do congelador, colocando no microondas.

- Depois que terminar de coar o suco, guarda na geladeira. Depois eu volto para ver o microondas... – comecei a voltar para a sala, mas ele me impediu segurando minha mão.

- Você realmente não vai tirar uma casquinha? – me olhou com cara de filhote abandonado, me fazendo rir. A gente tá parecendo mais namorados do que apenas duas pessoas que só ficaram...

- Eu deveria? – perguntei provocativamente, dando um passo em sua direção. Ele se inclinou um pouco, sua mão se posicionando na minha cintura.

- Por que não? A vida é muito curta para não aproveitar esses momentos – sussurrou, me fazendo arrepiar.

Me estiquei na ponta dos pés, mas antes que seus lábios se encontrassem com os meus, eu desviei e sussurrei em seu ouvido:

- Eu concordo... Mas não vai rolar – ele se afastou como se tivesse levado um tapa e me olhou indignado. Ri de sua reação e me afastei, começando a voltar para a sala.

- Você realmente vai fazer isso? – perguntou perplexo me seguindo até a sala. Lucy e Matt nos olharam especulativamente. - Isso é sacanagem em tantos níveis!

- Uma pequena vingança – informei e depois pisquei para ele. Seus olhos cintilaram e dessa vez eu não tive tempo de fugir. Ele me agarrou por trás, me erguendo com facilidade. Tentei me soltar, mas ele não aliviou, então eu simplesmente parei de me debater. Lucy sorriu ironicamente e me deu um tchauzinho me fazendo revirar os olhos.

Ele me carregou de volta para a cozinha e me colocou no chão, sorrindo vitorioso.

- Pronto. Agora a gente pode tentar de novo – franzi o cenho.

- Não é bem assim que as coisas funcionam – avisei.

- Você não quer? – questionou. – Eu não vou fazer nada contra a sua vontade nunca – sorriu novamente quando eu fiquei calada. Suspirei.

Ele se inclinou, seus dedos roçando minha bochecha, seguindo seu caminho até minha nuca e então me beijou.

Senti sua língua na minha, seus lábios exigentes.

Eu não deixei o beijo durar muito, então logo me afastei.

- Não esquece do suco – relembrei, apontando as frutas no balcão. – Conto com você para não arrancar um dedo enquanto corta os maracujás – provoquei e me afastei, gesticulando por cima do ombro.

Voltei à sala com um sorriso mal contido de satisfação brincando em meus lábios.

- Foi mais rápido do que eu pensei – Lucy comentou.

Dei de ombros.

- Eu deveria demorar?

Retomamos o jogo, Seth retornando alguns minutos depois de fazer o que eu tinha pedido e lavar o que tinha sujado.

Algum tempo depois me levantei para tirar a comida do microondas e chamei todos para a cozinha.

Depois de comer, resolvemos encerrar a noite, já que já estava ficando tarde e todos teríamos que ir para a escola amanhã.

- Vocês podem usar o outro quarto – falei. – Mas por favor, não façam barulho! Além do mais, eu não tenho preservativos para emprestar – sorri maliciosamente quando Lucy corou violentamente e olhou para o outro lado. É tão fofo ver ela desse jeito...

- A gente não vai transar na sua casa, caramba! – se defendeu e Matt riu um pouquinho, concordando.

Dei de ombros.

- Eu vou fingir que vocês não pensaram na possibilidade... – pisquei um olho para eles e ambos desviaram o olhar. – Enfim. Tenham uma boa noite – sorri.

- Você também – Lucy falou maliciosamente quando Seth começou a rumar para o meu quarto. Ele parou e arqueou a sobrancelha para ela.

Usei o meu sorriso mais pervertido e malicioso antes de responder.

- Teremos – ela me olhou com a boca meio aberta e eu tive que me segurar muito para não começar a rir. Eu absolutamente adoro fazer isso...

- Agora eu entendi a parte do "você não conhece a verdadeira natureza da Samanta" – Matt comentou, olhando para Lucy embasbacado. Perdi a compostura com o comentário, rindo.

- Você vai se acostumar – falei. – Boa noite – falei mais uma vez e me afastei.

- Aquele sorriso me surpreendeu – Seth falou, se sentando na cama. – Sendo a primeira vez que Matt o viu, até que ele reagiu bem.

Ri.

- E qual reação era suposta ele ter? – perguntei curiosa.

- Sei lá. Eu esperava a mesma que a minha e da Lucy: cara de bobão, falta de reação, essas coisas – revirei os olhos e apaguei a luz. Seth se deitou e eu me deitei de frente para ele.

- Ele namora uma pessoa incrível. Não tem porque esse sorriso afetar ele – confessei. – Eu me decepcionaria com ele se funcionasse.

Ele concordou com a cabeça.

- Você parece feliz – comentou.

- Bom, o final de semana foi incrível... – sorri e ele logo me acompanhou.

Seth me encarou por alguns segundos, sem saber o que fazer. Sua intenção estava escrita em seu rosto da forma mais límpida, mas mesmo assim ele hesitou. Me estiquei, capturando seus lábios com os meus, o surpreendendo.

O beijei por alguns segundos, mas logo me afastei. Aquela leve movimentação que surge em meu peito quando eu estou com ele voltou.

- Você tem certeza? Não tem problema? – questionou, soando inseguro. Suspirei.

- Na verdade, não – cocei a nuca e desviei o olhar. O que eu realmente quero? É realmente certo simplesmente seguir em frente? Ou eu estou sendo insana demais em ficar me condicionando à essa reclusão sem sentido? Quanto tempo eu preciso me penitenciar até eu achar "tempo o suficiente" para deixar o passado para trás?... Eu não sei a resposta para nada disso, mas eu tenho a sensação que se eu escolher a penitência, mesmo cinquenta anos não serão suficientes.

- Eu falei que eu não preciso de uma resposta até que você esteja pronta – ele sussurrou, me tirando dos meus pensamentos.

- Eu sei – sorri. – Eu não tenho certeza de qual é a resposta certa para nenhum dos meus questionamentos internos – comecei. – E também não sei até onde é certo continuar com as coisas desse jeito... Mesmo antes de hoje, nós já tínhamos há muito passado a "simples amizade", pelo menos essa é a sensação que eu tinha. Ou talvez eu só esteja pensando demais nas coisas – dei de ombros. Seus olhos brilhavam em expectativa e medo. Dois sentimentos tão opostos... – Eu não sei até que ponto eu vou ser capaz de seguir em frente. Ou se eu vou conseguir um dia – fui honesta. Eu sei que eu sempre vou amar o Jack e que nada vai ser capaz de ocupar o espaço que ele ocupa em meu coração. Mas eu também não posso negar que Seth tem um lugar próprio aqui dentro. – Eu provavelmente não vou ser boa o suficiente como não fui no passado, e isso também é algo que me assusta... A última coisa que eu quero fazer é magoar você... – respirei fundo. – Mas eu também prometi minha honestidade e a minha resposta, e mesmo eu não tendo a certeza de que o que eu estou fazendo é inteligente ou não, eu resolvi aceitar que eu já não consigo mais ficar longe de você... e que eu não quero continuar me forçando a te ver só como amigo...

Seth ficou em silêncio. Por alguns segundos eu quis me bater, levantar ou simplesmente abrir a janela e fugir por ali mesmo.

Comecei a ficar nervosa com a falta de reação dele. Eu sou péssima com esse tipo de coisa, porra!

- Você tá falando sério? – disse depois de muito tempo. Suspirei aliviada.

- Porra, Seth, não me assusta assim – me virei e olhei pro teto, passando as mãos no rosto. Senti seus dedos em minha bochecha, então virei a cabeça para olhar em sua direção. Seus olhos brilhavam tanto e seu sorriso era tão sincero que eu me acalmei um pouco.

- Desculpa, eu não queria te assustar – beijou minha bochecha. – É só que eu estava rezando tanto pra não ser uma alucinação... – revirei os olhos. – Eu fiquei em choque, na verdade. Eu realmente pensei que você fosse me rejeitar... Sua linguagem corporal não foi a mais calorosa para uma declaração – riu baixinho, beijando um pouco mais perto de meu lábio. – Eu fiquei tentando me convencer de que eu tinha escutado certo. Eu quase pedi pra você repetir porque eu não consegui acreditar – admitiu.

- Uau, eu sou tão pouco convincente assim? – bufei. – Desculpa se minha linguagem corporal não foi a certa, eu meio que improvisei, sabe... – seus olhos brilharam mais um pouquinho. – Até eu terminar de falar eu não tinha certeza do que eu estava fazendo...

- Eu fico feliz que você tenha conseguido se abrir... – do jeito que ele fala, parece que eu me declarei para outra pessoa e ele está me dando os parabéns por isso... Franzi as sobrancelhas, confusa. É isso? É só isso? Todo aquele papo de resposta, toda as vezes que a Lucy me pressionou para tentar me entender e depois que eu também me declaro, é só isso o que ele tem a dizer? – Você está me olhando como se esperasse alguma coisa...

- Talvez eu esteja – admiti, ainda confusa. – Parece que tem alguma coisa fora do lugar no meio de todo esse papo de confessar sentimentos... – me sentei, me virando de costas para ele. O que está me incomodando tanto?...

Senti a cama tremer um pouquinho quando ele riu. Me virei para olhar para Seth, mas ele já estava se levantando. Ele se posicionou à minha frente e sorriu.

- Eu acho que sei o que está te incomodando – segurou minha mão esquerda entre as suas e se ajoelhou à minha frente. – Você aceita namorar comigo, Samanta? – congelei. Suas mãos apertaram a minha carinhosamente. – Eu também não posso prometer que vou ser o suficiente e eu tenho medo de te magoar ou te machucar de qualquer forma, mas eu quero tentar. Eu não quero pensar nesses dias e me arrepender de não ter tomado uma decisão diferente e eu sei que você me entende. Eu quero conhecer todas as suas faces, todas as suas mágoas e todos os seus medos. Quero que você divida suas dores comigo e também quero que você entenda todos os meus traumas, minhas dores, meus medos e inseguranças – ele sorriu e eu pude sentir suas mãos tremerem levemente sobre a minha.

Eu fui pega de guarda baixa com o pedido. Claro, quando ele falou, eu percebi que eu o estava esperando desde o início, mas mesmo assim... Sorri levando minha mão livre aos seus cabelos numa rápida carícia, e então concordei levemente com a cabeça.

Seu suspiro de alívio me fez sorrir mais.

Seth se ergueu e me abraçou forte, me levantando da cama. Rimos parecendo duas crianças.

Coloquei minha mão em sua nuca, entrelaçando carinhosamente meus dedos em seus cabelos e o beijei profundamente.

Realmente, eu não sei se a decisão que eu tomei foi certa. Mas de uma coisa eu tenho certeza: eu vou me arrepender muito mais se eu desistir antes de tentar.



Roi, bebês? Eu ouvi um aleluia? Kkkkkkk

Cris, Helo, podem abaixar as armas, o beijo finalmente saiu!

Kai, Sara e Bia, as guerreiras que me aturaram e não surtaram tanto comigo assim, obrigada kkkkkk.

No mais, eu não tenho muito o que comentar aqui. Beijos e até o próximo <3

Fran

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