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Capítulo 17

Fiquei muito tempo pensando no que Jack me disse.

A verdade é que eu não me sinto diferente em nada com relação à Seth, mas no fundo, eu sei que tem alguma coisa que eu me recuso fortemente a aceitar.

Aquele dia, o dia que a gente estava vendo as lanternas, alguma coisa mudou. Eu sinto que alguma coisa mudou. Mas quando eu paro para pensar nisso, eu acabo percebendo que nada mudou, e isso me deixa confusa.

Respirei fundo.

Eu não sinto a mesma urgência de ter Seth ao meu lado, de beijá-lo, de abraçá-lo que eu tinha com Jack. Eu deveria sentir essas coisas se eu gostasse dele, não é?

Já se passaram alguns dias desde minha conversa com Jack no celular, e desde então eu estou calada e pensativa, o que rendeu muito questionário por parte de Lucy e Seth.

Depois de sair do hospital para remover o curativo do nariz e fazer a avaliação para confirmar se eu precisaria de outra cirurgia ou não, eu fiquei vagando pela cidade, sem querer voltar para casa.

Eu ainda não posso jogar e eu já não fico mais na quadra observando as partidas. Não por querer me afastar deles, mas por ser difícil lidar com a impossibilidade de participar.

Mas no fim, isso resultou no nosso afastamento.

Eu vou praticamente todos os dias para a escola de ônibus agora, como costumava ser antes de Seth começar a nos dar caronas diárias. E como eles ficam até tarde no clube, eu acabo voltando sozinha também.

Lucy vez ou outra aparece lá em casa, mas Seth parece magoado com alguma coisa, ou melhor, ele parece com medo de alguma coisa. Não sei se estou em posição de tranquiliza-lo nesse momento, de qualquer forma.

Destranquei a porta de casa e entrei logo em seguida, quase me arrastando. Sem perceber, enquanto eu andava perdida em pensamentos, voltei para casa andando mesmo.

Me deitei no sofá e liguei a tv, mesmo que não tivesse nada interessante para assistir.

Escutei alguém tocar a campainha, mas ignorei, sem o menor ânimo de ir lá atender a porta. Como se a pessoa soubesse que tem alguém em casa, começou a tocar insistentemente, me irritando profundamente.

Me levantei bufando e escancarei a porta, puta da vida, dando de cara com uma Lucy também puta da vida.

Ficamos nos encarando feio por vários minutos, até ela levantar o dedo e apontar na minha cara.

- Qual o seu problema? – exigiu. – O que que tá acontecendo?! – me empurrou e entrou, batendo a porta às suas costas em seguida.

- Não tem nada acontecendo – respondi, ácida. Voltei para a sala e desliguei a televisão e me joguei no sofá novamente.

- Sam, é sério. Do nada você tá toda fechada, não fala mais comigo e com Seth e vive encarando tudo e todos de cara feia!

- Eu não sabia que tinha assinado um contrato de sorrisos e delicadeza de vinte e quatro horas por dia, sete dias por semana – revirei os olhos e ela me jogou uma almofada, por pouco errando meu nariz ainda em recuperação. Arqueei a sobrancelha e me sentei, olhando para ela fixamente.

- Desculpa – falou e se sentou à minha frente, no chão. Ela segurou minhas mãos fortemente, me impedindo de afastá-las.

- O que você quer, Lucy?

- Eu quero saber porquê você está agindo assim. Você nunca foi grossa sem motivos.

- Eu tenho motivos. Você só não está ciente deles.

- Se importa de dividir então?

- Lucy, é sério. Eu não tenho nada. Eu só estou pensando. Eu só quero pensar em paz.

- Sabe... Você está assim desde o dia que Jack te ligou na quadra. O dia depois que você quebrou o nariz.

Senti meu corpo estremecer minimamente e os olhos de Lucy brilharam em entendimento. Ela sabe que acertou e eu não tenho como desmentir.

- Eu não quero falar sobre isso. E não, o meu problema não é com Jack – não completamente, pelo menos.

- Está pensando no Seth? – se sentou ao meu lado, ainda sem soltar minhas mãos, porque ela sabe que no momento que ela fizer isso, eu vou levantar e vou fugir. – Você tem olhado pra ele diferente de um tempo pra cá, sabia? Mas eu não consigo definir o que mudou, para ser sincera. Eu só sei que tem um brilho em seus olhos quando você o olha. E você parece muito pensativa também.

Deixei uma risada sarcástica escapar.

- Então seja bem-vinda ao clube – ironizei, pouco me importando se eu tinha cedido muito mais do que eu pretendia.

- Ele está com medo de você ter repensado e preferir se afastar do que acabar sofrendo outra agressão...

- Esse não é o problema, Lucy. Eu não me arrependi e não vou me afastar de Seth por causa de meia dúzia de pirralhas que acham que podem se intrometer na vida dos outros.

- Mas não é isso que você está fazendo? – por um segundo fiquei sem o que responder.

- Não é. Eu não me afastei...

- Sam, pelo amor! Você está saindo de casa quase trinta minutos mais cedo só para evitar ele! Sua mãe me ligou perguntando se vocês tinham brigado porque ela simplesmente não consegue se aproximar de você! Até ela tá preocupada, caralho! – gritou se exaltando. Suspirei pesadamente.

Puxei minhas mãos das suas com força e me levantei, andando pela sala pra lá e pra cá.

- Eu não posso responder à sua pergunta, Lucy – ela abriu a boca para retrucar, mas eu levantei a mão, pedindo para ela esperar. – Eu também não tenho a resposta.

De repente eu fiquei muito ciente do medo que eu sinto ao pensar em Jack e eu seguindo adiante com nossas vidas amorosas. Talvez inconscientemente eu ainda esteja me agarrando a esse sentimento, às memórias, tudo.

- É só tudo muito recente – admiti, me sentando em um degrau da escada. Passei a mão pela nuca, cansada.

- O que é muito recente? – sua expressão me dizia que ela já sabia a resposta, mas perguntou mesmo assim.

- Sabia que Seth se declarou? – perguntei retoricamente, quase rindo de sua expressão de choque. Ela negou com a cabeça. – Foi no mesmo final de semana que a gente sumiu.

- E não está um pouco tarde para você começar a se preocupar com isso? Quer dizer, você não devia ter ficado estranha com ele no dia que ele se declarou?

- O problema não é esse. Ele não me forçou a responder. Ele diz que vai esperar eu estar pronta...

- Ainda não entendo. Você está pensando em rejeitar ele e por isso está assim?

Fiz que não com a cabeça.

- Você vai se declarar também?! – ri, alto. Muito mais alto e por muito mais tempo do que eu deveria, mas não pude controlar.

- Não preciso fazer nada disso. E você está supondo que todo esse tempo que eu estou na minha é porque eu descobri que eu gosto dele, e esse não é o caso.

- Sam, é sério, eu sinto muita vontade de te bater quando você me olha dessa forma arrogante e mente assim na cara de pau sobre alguma coisa.

- Eu não estou mentindo – bufei.

- Tá, mas você ainda não me respondeu: o que é muito recente?

- Eu e Jack – admiti por fim. – Eu não sei se eu estou realmente pronta para seguir em frente e eu tenho medo de que ele esteja.

O rosto de Lucy se contorceu um pouquinho, seus olhos repletos de compreensão e tristeza. Ela se levantou e se sentou ao meu lado, também na escada.

- Mas você quer seguir em frente? – fiz que não com a cabeça, depois fiz que sim e depois dei de ombros, confusa. Na verdade, nem eu sei o que eu quero. – Você não quer admitir que gosta de Seth porque não quer pensar no pouco tempo que levou para superar seus sentimentos por Jack ou você só não quer voltar a se relacionar com alguém por culpa?

Sorri tristemente, mas não respondi. Ela não precisa da resposta.

- Como foi que você disse para mim aquele dia mesmo?... "Você só vai saber quando tentar. Nenhum "e se" supera a realidade"? – sorri. Agora ela vai usar minhas palavras contra mim...

- Esse conselho foi especificamente feito para você.

- Mas se aplica a você também. Se você já sabe que gosta dele, por que ficar adiando? Você precisa dar uma resposta para ele um dia...

- Preciso? – perguntei sorrindo amarelo e ela fez cara feia.

- Sam, só vai lá e fala com ele – abri a boca para protestar, mas ela me calou antes com um olhar irritado. – Eu não estou falando pra agarrar ele e gritar pela cidade toda que o ama – revirei os olhos. – O que eu quis dizer é que ele está, provavelmente, se culpando pelo seu sumiço recente. Vai lá, fala com ele, explica da forma que você achar melhor e pronto – sorriu calorosamente e eu suspirei.

- Eu só vou fazer isso porque eu sei que você está certa e que ele deve estar bem nervoso achando que a culpa é dele – fui andando até a porta e ela veio atrás. – Mas se você continuar me olhando com essa cara, eu juro que vou me irritar profundamente com você.

- Ok, foi mal! – seu sorriso se alargou o que me fez estreitar os olhos em sua direção. – É só que eu estou feliz por você finalmente ter admitido que gosta dele!

- Eu não me lembro de ter dito isso – arqueei uma sobrancelha enquanto a gente andava pela calçada até a casa de Seth. – Pelo o que eu me lembro, eu disse "você está supondo que todo esse tempo que eu estou na minha é porque eu descobri que eu gosto dele, e esse não é o caso".

- Tá, tá, tanto faz – bufou. – Estou indo. Vou deixar vocês conversarem à sós. Até amanhã na escola.

- Até, Lucy – acenei enquanto ela atravessava a rua, indo em direção ao ponto de ônibus.

Quando parei em frente à porta de Seth, toquei a campainha, me sentindo inquieta. Não demorou para ele atender a porta, parecendo surpreso.

- Oi – sorri sem graça. – Eu sei que devia ter avisado – comecei, mas ele só sorriu e me puxou para dentro da casa.

- Relaxa – me tranquilizou. – A Lucy te obrigou a vir, não é? – soltei uma risadinha.

- Mais ou menos isso – confirmei. – Vamos dizer que ela me "convenceu" – pisquei um olho para ele. – Me desculpa – pedi, todo o tom de troça desaparecendo de minha voz. – Eu sei que eu tenho agido feito uma babaca esses dias e que você provavelmente tá achando que é por causa da parada da bolada e do meu nariz, mas não é nada disso. Eu não te culpei e ainda não te culpo por nada do que aconteceu e o que eu falei se mantém até hoje: eu não vou abrir mão de ter você ao meu lado por causa desses ciúminhos infantis.

- Então por que você simplesmente passou a me ignorar? – senti como se eu tivesse levado um tapa ao perceber que ele está realmente magoado comigo por causa disso. Suspirei. Ele não tá errado de estar magoado...

- Não era a minha intenção. Eu só queria um tempo. Eu estava pensando em muita coisa ultimamente e acabou que eu me isolei por causa disso – olhei para ele longamente. – Eu não vou fazer isso de novo – prometi.

Ele suspirou, parecendo receoso.

- E o que prendia tanto a sua atenção a ponto de você se isolar? No que tanto você pensava?...

Sorri um pouquinho.

- Segredo – murmurei e Seth fez uma careta, mas depois sorriu. – Além do mais, eu não sei se você ainda se lembra, mas nós temos um encontro esse final de semana – ele me encarou como se eu estivesse falando outra língua, até seus olhos se arregalarem.

- Puta merda! Eu tinha esquecido completamente – sorriu envergonhado.

- Percebi... E isso porque foi você quem pediu para irmos só nós dois – revirei os olhos.

- Fico feliz que você tenha me lembrado... Eu não gostaria de desperdiçar essa oportunidade – concordei levemente com a cabeça.

- Pelo menos agora eu me sinto menos culpada da Lucy ter sido largada de escanteio – pensei alto. – Aposto que eles vão aproveitar muito bem a noite deles – um sorriso pervertido escapou meu controle e Seth me fitou de uma forma maravilhada.

- É sempre interessante ver esse tipo de expressão em você – comentou. – Por vários motivos... Eu sempre me pego pensando que você é tudo aquilo que não demonstra e que de vez em quando sua verdadeira natureza acaba escapando...

- Você não tem ideia – sorri de forma presunçosa. – Mas eu não sou esse poço de perversão e sacanagem que você tá pensando... – talvez eu seja um pouquinho pior... – É só que existe muito mais em mim do que os olhos podem ver – pisquei um olho para ele e sorri maliciosamente.

- Eu já falei o quanto esse sorriso é perigoso? – perguntou, se aproximando vagarosamente de mim.

- Algumas vezes, sim – dei de ombros. – Já tentou usá-lo contra mim também – relembrei e sua expressão se contorceu numa leve careta.

- A questão é que toda vez que você o usa em mim, eu perco um pouquinho mais a minha sanidade e minha mente começa a vagar por lugares impróprios – seus olhos escureceram e um sorriso lindamente pervertido preencheu seus lábios. – E eu me questiono se um dia eu vou ser capaz de senti-lo com a minha própria boca – senti o arrepio percorrer fortemente pelo meu corpo. Seu tom de voz era baixo e incontido e isso me excita.

Suas mãos se apoiaram na parede, me prendendo entre seu corpo e a superfície. Olhei para cima, para seus olhos... grande erro. O brilho que tinha ali era diferente de qualquer outro que eu já tenha visto até hoje nele. Era quase selvagem.

- Você não tem ideia da falta que eu senti de ter você perto de mim assim – apoiou sua testa à minha, suspirando pesadamente. Seus braços me apertaram com força contra si. Por um breve momento eu realmente achei que ele tinha perdido o controle.

- Você me assustou – admiti.

- Achou que eu fosse te atacar? – brincou, mas no fundo de seus olhos eu ainda podia ver aquele leve brilho selvagem de descontrole.

- Um pouco, sim...

Ele balançou a cabeça negativamente.

- Nesse momento eu fico satisfeito só em te abraçar. Eu realmente senti sua falta – me senti um pouquinho culpada pela minha atitude.

- Desculpa – pedi novamente e me estiquei para depositar um beijo em sua bochecha. – Eu também senti sua falta, na verdade – ele sorriu, contente, e me levantou do chão, me apertando mais ainda em seus braços. Rimos, nossos rostos à milímetros de distância, mas nenhum dos dois avançou mais.

- As pessoas da escola pensaram que a gente tinha terminado – sorriu e me colocou no chão.

- Por que isso não me surpreende? – desde que Lucy bateu na garota que quebrou meu nariz ninguém de fato ousou mais a fazer nada físico comigo, mas a quantidade de fofoca sobre mim e Seth triplicou. Umas são até interessantes, tipo a que eu estou grávida dele e que ele não quer assumir o filho, por isso brigamos e consequentemente terminamos. Eu gostaria de ver isso acontecer... sorri.

- Quer fazer alguma coisa? – perguntou esperançoso.

Dei de ombros.

- Eu só ia ficar em casa curtindo minha preguiça, então eu estou livre – ele se aproximou novamente, encostando sua mão levemente em minha bochecha.

- Ainda dói? – as marcas roxas no meu rosto estão quase recuperadas, mas meu nariz ainda está meio sensível.

- Não muito. Dá pra sobreviver – sorri.

- Quer jogar alguma coisa? – perguntou enquanto afastava meus cabelos dos meus olhos.

- Eu quero ver você jogando Fatal Frame V – sorri. Ele não esboçou reação por alguns segundos, até fazer beicinho e me olhar cabisbaixo.

- Não pode ser outro jogo? – perguntou por fim.

- Eu não consigo aceitar o fato de que você comprou o jogo pra mim. E você disse que gosta também, então eu quero que você jogue. Comigo com você não vai ser tão ruim, não é?

Ele balançou a cabeça negativamente.

- Vai ser ruim sim!

- Seth, nem de noite tá! O céu tá claro e você pode jogar com todas as cortinas do quarto abertas, luz ligada, não me importa. Como você vai sentir medo nessas condições?

- Sentindo, droga! Me deixa ser medroso em paz! – resmungou.

- Por favor? – olhei fundo em seus olhos. – Eu não estou muito no clima de jogar, mas eu gostaria de ver a continuação do jogo.

Ele ficou muito tempo calado, só me fitando. Suspirou.

- Um dia eu vou descobrir do que você tem medo também e vou te fazer enfrentar ele, pra você ver se é divertido – ficou resmungando baixinho enquanto ia para o quarto e ligava a tv e o vídeo game.

- Você não teria coragem de usar meu medo contra mim – falei, antes mesmo que eu pudesse perceber o que eu estava fazendo. Ele parou ajoelhado na frente da estante, com o jogo em mãos e se virou para me encarar. Seus olhos ardiam com a curiosidade, mas ele parece ter sentido que é um assunto delicado.

- Eu não vou nem perguntar – disse por fim.

- Obrigada – sorri minimamente, me sentando em sua cama.

Rapidamente ele terminou de fazer o que estava fazendo e se sentou ao meu lado.

- Tem certeza de que não quer jogar? – falou esperançoso, mas eu fiz que não com a cabeça. – Depois você vai embora e eu vou ficar sozinho – fez careta.

- Você pode dormir comigo hoje, se esse é o caso... – dei de ombros. Pela primeira vez estou parando para me questionar se toda essa proximidade é normal. Amigos dormem juntos assim com toda essa frequência? Eu nunca dormi com o Jack na mesma cama. Nem uma única vez!, mas em comparação, eu e o Seth parecemos que estamos casados há anos de tão frequente que a gente está dormindo juntos.

Suspirei.

- O que foi? Você ficou quieta do nada... – disse preocupado.

- Hã? Ah... Não é nada... – sorri. - Só me lembrei de uma coisa, mas não tem importância...

- Sei...

Ele jogou por algumas horas e depois foi preparar sua mochila. Minha mãe teve que fazer uma viagem à trabalho, o que eu estranhei, mas não questionei. Nem ela acreditou quando jogaram a responsabilidade pra ela... Ela teve que sair hoje e só volta semana que vem.

Seth preferiu tomar banho em sua própria casa, mesmo eu falando que ele podia tomar lá em casa sem problema algum.

Fomos de carro, já que teríamos que ir amanhã pra escola e seria um desperdício ir andando amanhã cedo até sua casa só para isso.

- Quer comer alguma coisa? – perguntei assim que a gente chegou. – Pode pedir uma pizza se quiser – ele deu de ombros.

- Pode ser.

Ouvi meu celular tocando na bancada da cozinha, então fui atrás dele para poder atender, Seth me seguindo de perto.

Vi a chamada de vídeo de Lucy e pensei em desligar e fingir que não aconteceu, mas eu sei que amanhã ela vai reclamar até não aguentar mais se eu fizer isso, então prefiro me poupar da chateação...

- Até que enfim – reclamou quando atendi. – Está ocupada? – perguntou, se tocando que poderia não ser um bom momento.

- Não – fiz cara feia para ela. Não está exatamente cedo para ela me ligar... – O que você quer? – perguntei grossa.

- Quanta delicadeza... – suspirou. – Só queria saber se você está bem – sua voz soou com tanta suavidade que eu até estranhei. Arqueei uma sobrancelha, mas não respondi. – O que?

- Nada – respondi por fim. – Eu estou bem. Algum motivo para não estar?

- Sei lá, vai que você surtou do nada de novo – Seth riu ao meu lado, fazendo Lucy arquear a sobrancelha. Fuzilei os dois com o olhar. – Certeza de que não estou atrapalhando nada?

- Se estivesse eu não teria te atendido, não acha? Ainda mais se estivéssemos fazendo o que você está insinuando – sorri maliciosamente e eu pude perceber que ela esperava tudo, menos essa reação...

- Certo – riu, se recuperando. É tão bom poder usar esse sorriso como arma. Funciona cem porcento das vezes. – Eu realmente queria saber se você está bem... Eu fiquei com medo de sua conversa com Seth desandar, ou sei lá...

- Não tem motivos para isso acontecer – afirmei. – Eu deveria só me desculpar por ser uma idiota insensível que sumiu sem motivos aparentes, não é? Eu fiz isso – dei de ombros e ele parou de mexer no celular, onde provavelmente estava pedindo a pizza, e me encarou. Sorri um pouquinho e ele estreitou os olhos em minha direção e chacoalhou a cabeça negativamente, saindo de perto, rumando para a sala.

- Falou pra ele? – ela perguntou, sorrindo um pouquinho, mas sem malícia.

- Falei o que?

- Eu juro que te estapearia se eu estivesse ao seu lado! A gente falou sobre isso enquanto eu estava aí... A declaração, essas coisas.

Ri.

- Eu já falei: por que eu faria isso?

- Por que você gosta dele?... – falou, como se fosse óbvio.

- Lucy, esquece esse assunto. Eu não falei nada disso hoje cedo. Você está só imaginando...

- Mas também não negou quando eu falei que você tem olhado para ele diferente ultimamente – sorriu de canto, quase vitoriosa.

Respirei fundo.

- Você ligou só pra isso? Porque se foi, eu vou desligar...

- Não, pera!

- O que foi agora? – fiz cara feia, só esperando.

- Não se esqueça de usar proteção – riu e eu desliguei, completamente irritada.

- A pizza vai chegar daqui a... wow – Seth parou na porta da cozinha e levantou as mãos em sinal de rendição. – Como ela conseguiu te irritar tanto em tão pouco tempo? – soltou uma risadinha. Respirei fundo. Ele tá certo.

- Não é nada, é só que ela tá pegando no meu pé por causa de uma coisa que ela acha que eu disse... – revirei os olhos.

- Por algum motivo eu tenho a sensação que eu tenho alguma coisa a ver com isso.

- Claro. Tudo com que a Lucy pega no meu pé tem relação a você. Não me surpreende que você tenha consciência disso – sentei no sofá da sala e ele se sentou no outro.

- Enfim, a pizza chega daqui vinte minutos – completou sua frase anterior. Concordei, agradecendo.

Nenhum de nós dois tem muito o que dizer, então a gente só ficou calado.

Também comemos em silêncio, mas eu reparei que ele tem furtado olhares em minha direção. Será que ele ouviu o que Lucy falou no celular? Não acho que seja o caso. Além do mais, ele não é do tipo que fica bisbilhotando a conversa dos outros...

- Seth? Você está bem? Você não costuma ser tão calado assim... – comentei. Ele sorriu de canto.

- Só pensando – grunhi. – Dia 23 é seu aniversário, certo? Estou pensando no que eu posso te dar – esclareceu.

- Não precisa me dar nada – falei. – E você também já me deu o jogo, não é? Já é o bastante... – sorri.

- Se eu não pensar em nada que me agrade até lá, então eu fico na minha. Mas se eu achar algo interessante, eu gostaria que você aceitasse sem reclamar – pediu.

Suspirei.

- Isso é realmente o que você quer? – ele concordou com a cabeça. – Então eu prometo.

- Obrigado – sorriu animado. – A gente deveria ir dormir. Está ficando tarde...

- Ok, vai subindo. Vou só ajeitar as coisas aqui e já vou.

Me levantei levando os pratos e os copos comigo e depois voltei para buscar o que sobrou da pizza para guardar.

Me virei para a pia para começar a lavar a louça, mas Seth já estava lá. Revirei os olhos. Não sei porquê eu ainda tento...

Vendo minha expressão, ele se adiantou em dizer:

- Com dois é mais rápido, não é? E eu seria muito filho da puta de deixar você aqui fazendo a limpeza sozinha enquanto eu deito na sua cama.

- Tudo bem. Eu não sei porquê eu achei que você me escutaria, de qualquer forma. É a mesma discussão que a gente sempre tem na sua casa e eu não consigo ganhar nem aqui e nem lá... – ele sorriu satisfeito e concordou.

Assim que terminamos de organizar a cozinha fomos para o quarto e nos deitamos. Seth se deitou de frente para mim e apagou quase instantaneamente. Como ele consegue dormir tão rápido?!

Já eu fiquei acordada por muito tempo só observando suas feições. Cuidadosamente levei minha mão ao seu rosto, a pontinha de meus dedos roçando seus lábios. A mesma sensação que eu tive quando via as lanternas vagando pelo rio abaixo me preencheu. Era quase como se algo quente se espalhasse pelo meu corpo. A sensação não é ruim.

Me aninhei, um pouco mais perto, seu corpo automaticamente reagindo ao meu, me acolhendo confortavelmente em seu abraço.




Roi, bebês, tudo bem? xD

Mais um cap concluído, e nada, né? Pois é... Cês tão querendo me bater que eu sei... Mas fica tranquilo que vai dar tudo errado... Quer dizer, confia que vai dar tudo certo (kkkkkk)

No mais, espero que gostem. Até o próximo :D

Fran

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