CLXXXV
Estou insone por mais uma noite
estou pensando nos que nós não fomos
e nunca seremos
Estou insone e não é tua presença o motivo
não é teu olhar invasivo
nem tuas palavras decoradas
sou só eu, poeta mal amada
Estou insone e a culpa é completamente minha
que insisto em sentir por dois
o que nem sequer sei se sentes
a culpa é minha
poeta de beira de esquina
que de qualquer coisa quer fazer rima
Que se joga de cabeça em rasas piscinas
você nem sequer estava cheio
Estou insone
e sou eu, moça que escreve
o único motivo
de não ser leve
a bagagem que carrego nas mãos
ou será que perdi no caminho?
e, por isso, meu corpo clama
a volta
de onde vim
sem saber pra onde vou
Estou insone
e não me recordo teu cheiro
só o teu jeito apressado
de querer ser amado
eu te amei
como poeta, por lei
me entreguei
de corpo, alma e tudo que sou
te dei tudo e você pisou
deixei que pisasse
e ainda assim
te faço poema
por que é tudo que de mim
sai de forma plena
Estou insone
e a culpa é minha
por querer ser amadora
nesse marque só entra profissional
que desconhece o passional
Estou insone
e sou eu quem chora
pela tua demora
porque de poeta e louco
todo mundo tem
um pouco
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