Capítulo 1
💔Ângela & Gabriel💙
🔥Inferno🔥
🌷ÂNGELA🌷
Londres-Nova Iorque foi um voo tranquilo, eu só esperava chegar ao hotel e descansar. Estava esgotada, tanto física como emocionalmente. Estava no meu limite, mas ainda tinha coisas para fazer. Em Londres, eu tinha tomado a maior parte das providências para desaparecer — sim, porque eu não podia voltar à minha antiga vida. Fiz acertos para mudança de identidade — ia ficar caro, mas, pela primeira vez na vida, fiquei feliz por ser simples e por nunca ter usado o dinheiro que Math depositava mensalmente na minha conta. Isso, mais o meu salário quase intocado, eu tinha mais de cem mil dólares em minha conta. Ia ser suficiente até eu me arranjar. Instalei-me em um hotel em Manhattan e desmaiei na cama.
Sábado amanheceu gelado. Com muito esforço, consegui me levantar. A primeira coisa a fazer era conseguir mais dinheiro: eu não podia usar meu cartão porque Math ou Gabriel rastreariam. Teria que esperar segunda-feira. Com o pouco dinheiro que eu tinha, saí às compras: peruca, lente de contato e roupas; voltei para o hotel, não podia fazer mais nada. Tinha avisado Math por e-mail — não era o certo, eu sabia, mas sabia também que não conseguiria falar com ele nas condições em que eu me encontrava. Eu tinha prometido que pediria ajuda a ele se não conseguisse resolver meus problemas, só que eles tinham se transformado em uma bola de neve incontrolável. Era tarde para pedir ajuda. Enviei outro e-mail para Stella, dizendo a ela que eu iria me ausentar e que ela cuidasse do meu apartamento. Sabia que ela nunca conseguiria alugar um lugar parecido; por isso, era importante para mim que ela continuasse morando lá — era mais seguro para ela também. Eu tinha feito tudo isso ainda em Londres, antes de destruir meus celulares com rastreadores. Agora a preocupação era aqui. Ainda estando em Londres, eu tinha ligado para meu editor e marcado uma nova reunião.
Não saí todo o fim de semana. Aproveitei para passar quase todo meu tempo na lan house do hotel, pesquisando um futuro lugar para morar. Não podia ser muito perto, mas tinha que ser perto do mar, lago, qualquer coisa: não ia poder me afastar da água. Depois de muita pesquisa, escolhi Norfolk.
Eu literalmente corri na segunda, depois de retirar e transferir meu dinheiro para uma nova conta, que eu consegui com os documentos falsos. Ainda bem que eu conhecia alguns colegas da faculdade que geralmente faziam esses documentos para alunos que queriam sair à noite e beber. Custou um pouco mais caro, porque não eram documentos só para apresentar em barzinhos (e que todos sabiam que eram frios), mas, mesmo assim, se eu andasse dentro da lei, não teria problemas. Reuni-me com meu editor e essa seria minha última vez como Ângela. Acertamos que eu usaria um pseudônimo, eles assinaram um termo de sigilo absoluto e eu também assinei outro documento me comprometendo a entregar um segundo livro. Depois de fazer tudo isso, eu fui de avião para Norfolk com minha nova identidade. Eu tinha chegado à Nova Iorque de avião como Ângela e, de lá, tinha ido para Boston de ônibus como Maria Prado. Eu já não era mais morena de olhos e cabelos negros, agora eu era ruiva de olhos verdes. Tinha me apresentado como Ângela em minha entrevista e fora a última vez. Depois disso, saí de Boston de avião. Eles tinham que estar muito a fim de me encontrar para conseguirem me rastrear. Procurei um hotel para descansar, teria que procurar um lugar para morar com urgência. Isso eu faria no dia seguinte, agora estava tentando dar sentido à minha vida. Minha barriga logo seria notória: eu era pequena e carregava dois bebês.
Terça-feira, eu fui para as ruas visitar apartamentos com uma agente imobiliária. O dia foi muito cansativo: eu ainda não tinha conseguido encontrar um lugar ideal para ficar. Quarta-feira, eu já não aguentava mais, mas continuei com minha maratona para achar um lugar perfeito, o que só aconteceu na quinta. Tinha valido a pena caminhar tanto: o apartamento não era grande, mas estava todo mobiliado e, o mais importante, no centro, perto de tudo (já que eu não tinha carro). Confeitarias, supermercados, farmácias, tudo perto; ao hospital, eu teria de ir de táxi. Com minha vida entrando novamente nos eixos, eu podia começar a relaxar. A tristeza começou a me abater: gostaria de ter Stella ou Math comigo.
Como eu ainda não tinha talão de cheques ou cartão, tive que pagar tudo com dinheiro. Comprei um novo laptop e um celular e voltei ao hotel só para me dar conta que não podia fazer as compras que queria para o apartamento pela internet usando cartão. Mais uma vez, eu tinha que esperar.
Era tarde de quinta. Eu teria que passar no banco no dia seguinte para retirar o talão de cheques e meu novo cartão, mas o resto estava se encaminhado. Por fim, eu teria uma noite inteira de sono tranquilo. Entrei no banheiro, agora eu tinha que seguir uma rotina: retirar as lentes, a peruca, e soltar meu cabelo preso em uma touca firme. Quando levei minha mão aos meus olhos para retirar a lente, senti um dor de cabeça muito forte que me deixou zonza. Minha cabeça começou a latejar e a doer tanto que desisti do banho e fui para a cama. Como não tinha nenhuma indicação de medicamento contra dor de cabeça para tomar na gravidez, tomei nota de consultar o quanto antes uma ginecologista. Por enquanto, uma xícara de chá e um sono tranquilo deveriam ser suficientes. Continuei deitada e estendi a mão para ligar e pedir um chá, quando uma dor intensa atravessou meu ventre. Eu já estava com o telefone na mão, pedi que ligassem para um médico que eu estava passando mal. Comecei a me desesperar: tinha alguma coisa muito errada acontecendo comigo. Bateram à porta, não consegui me levantar, a dor de cabeça tinha aumentado e a cólica também. Uma funcionária entrou.
— Calma, senhora, me conte o que está acontecendo.
— Acho que estou perdendo meus bebês.
— Acalme-se. Uma ambulância foi chamada e já deve estar chegando, há um hospital aqui perto.
Deitei-me em posição fetal e esperei até dois rapazes com uniforme hospitalar entrarem; foram direto ao meu lado fazendo perguntas.
— Ela está grávida e está sangrando — respondeu rápido a funcionária.
A esta altura, minha cabeça estava explodindo, e eu não tinha notado que estava sangrando.
— Vamos ter que internar a senhora. Sua pressão está muito alta.
— Tudo bem, mas meus bebês estão bem?
— Só saberemos com exames no hospital e temos que ir para lá já.
Avisei a funcionária que deixaria minhas coisas até a volta e, neste momento, senti mais do que nunca a falta de Math e Stella. Eu estava completamente sozinha, rezei para que meus bebês estivessem bem, que tudo não passasse de um susto. Eles me colocaram em uma maca, e a funcionária do hotel colocou minha bolsa do meu lado. Olhei para meu braço onde estavam injetando um medicamento. Com tudo feito, fui levada para a ambulância.
Acordei em um quarto do hospital. Uma doutora estava ao meu lado, eu ouvia o bip ritmado de um monitor. Não precisei perguntar, o sorriso dela me indicava que os bebês estavam bem. Percebi que minhas lentes e minha peruca estavam na mesinha ao lado da cama. A médica notou minha apreensão e me tranquilizou:
— Olá, Maria. Sou a Dra. Jay King, sou ginecologista. Estava esperando você acordar para podermos conversar. Não se preocupe: aqui só estamos preocupados com a sua saúde e a dos seus bebês, não com a sua vida particular. Relaxe.
— Sim, eu também quero saber o que aconteceu. Estava tudo bem. De repente, senti uma dor de cabeça muito forte e comecei a sangrar.
— Sua pressão subiu muito, esse foi o problema, e houve também um leve desprendimento da placenta. Foi isso que aconteceu.
— E é grave?
— A partir do momento que você não se cuidar, sim, pode se tornar grave.
— Mas eu sempre me cuidei.
— Vou dar a você uma dieta, sem sal, com muita fruta, e exercícios de relaxamento especial para grávidas.
— Então é muito grave?
— Sim, se você não levar a sério minhas recomendações. Fui informada que você está hospedada em um hotel sozinha, não posso te dar alta nestas condições: alguém tem que vir te buscar. Precisamos de um número de telefone para ligar para alguém.
— É que eu estou realmente sozinha, não tenho ninguém neste momento.
— Ouça, Maria, você não pode ficar sozinha. A qualquer momento pode se sentir mal, e o que vai acontecer?
— Eu acabo de chegar à cidade. Aluguei um apartamento, mas não conheço ninguém. Vou resolver isso o antes possível e contratar alguém, não se preocupe.
— Acho que posso ajudá-la a resolver este problema, se você confiar em mim.
— Como?
— Tínhamos uma senhora enfermeira, que sofreu um acidente e ficou com sequelas. Ela não pode andar rápido, e as mãos ficaram trêmulas. Por esse motivo, foi aposentada por invalidez. Eu soube por outra enfermeira que ela está procurando trabalho como acompanhante de idosos. Se ela ainda não estiver trabalhando, e se você quiser, posso pedir a ela pra vir aqui conversar com você. Ela poderá lhe fazer companhia até você achar outra pessoa. O que acha?
— Seria ótimo.
— Tudo bem. Vou ver se consigo falar com ela. Enquanto isso, aproveita para descansar. Estarei de volta amanhã. Qualquer coisa, chame as enfermeiras.
""""""""""""
Olá! ...Bem estamos de volta!!.
Espero que tenham gostado do primeiro capítulo.
Vou fazer postagens nas sextas, segundas e quartas.
Espero que gostem.
Como todas que me conhecem
sabem que eu adoro comentários
e sempre respondo a todas com carinho,
então espero que comentem bastante.
bjs meninas e meninos.
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