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Four.

As horas se passavam e nada de Meredith ter notícias de Addison, ela havia morrido? Estava pior? Estava em cirurgia? O que diabos estava acontecendo lá?

Sentia cada parte de si desmoronar, cada partícula se desfazer, sentia suas pernas fracas, não podendo mais aguentar o peso de seu corpo e sua preocupação.

Naquele momento não havia mais traição. Não havia mais brigas. Não havia mais Carina. Ela só precisava da sua mulher viva e bem, falando, comendo, rindo. Ah, a sua risada! Por um momento sentiu o medo de nunca mais poder ouvi-la, sentiu o medo de nunca mais poder olhar em seus olhos verdes azulados. Sentiu medo de não poder mais viver em um mundo sem Addison. Sem a sua mulher. Sem a mulher em que passou 17 anos da sua vida junto.

Aquilo era um pesadelo. O pior de todos que já tinha vivido. E era tão ruim porque era real. Não havia pesadelo pior que esse.

- Meredith - Callie veio ao seu encontro.

- Sim! Diga! Por favor! Diga que ela não morreu!

- Não, ela está acordada. Addison é um milagre. Íamos declarar o óbito quando seu coração começou a bater. Addison voltou. Addison voltou por você, Mer.

Ela desabou de alegria, suas pernas agora não aguentavam o tamanho do seu alívio. Sentou-se extremamente abençoada naquele momento. Agradeceu. Seu amor estava acordado! Sua mulher! Sua mulher havia voltado, por ela!

- Eu quero ver ela, eu quero ver ela agora.

- Addison não está bem, nós vamos levá-la para fazer exames daqui 15 minutos.

Ela precisava desses 15 minutos

- Tudo bem, só quero vê-la.

- Não toque muito nela, ela está com muita dor. E ela não está falando.

- Sim.

Quando abriu a porta daquele quarto pôde ver sua mulher ali, acordada! Seus olhos verdes azulados abertos. Agradeceu, ela podia ver os olhos de Addison.

- Ah, Addie - correu até a mesma e com cuidado a abraçou.

A mesma gemeu.

- Meredith, não! - Callie repreendeu.

- Desculpe, amor - pediu a sua esposa.

Addison a olhou e seus olhos se encheram de lágrimas, Meredith sabia bem o que aqueles olhos queriam dizer.

- Tá tudo bem, você está viva! Eu te amo, eu te amo, Addie! Eu te amo, Obrigada por ter voltado por nós. Obrigada.

Ela segurou sua mão.

- Precisamos levá-la para fazer alguns exames neurológicos, Mer.

- Okay, volte logo - falou beijando seus lábios.

Addison balançou a cabeça de leve e sorriu.

(.)

Acordou assustada ao ouvir os gritos de sua mulher e viu Amélia, a neuro e consequentemente sua irmã, tentando a levantar.

- O que? O que diabos você está fazendo?

- São procedimentos do pós operatório. Me desculpe, Mer, mas eu preciso fazer isso senão os ossos da Addie vão se atrofiar e ela não vai mais poder andar.

Não sabia o que dizer, olhou para Addison, a mesma estava chorando, implorando para parar apenas com o olhar, não conseguia falar, não conseguia se mover direito.

- Vai ficar tudo bem, meu amor, vai ficar tudo bem.

Amélia a levantou novamente e Addison gritou, ainda mais alto. Meredith estava apavorada, ver sua mulher ali, tão frágil, sentindo tanta dor, sem poder falar... A quebrava cada vez mais.

- Pode dar uma pausa, Amy? Por favor, ela está com muita dor.

Addison chorava.

- Somente até a cadeira, e depois eu peço a um interno para carrega-la.

Novamente ergueu sua esposa de pé e Addison gritou, já sem forças para isso, e o que pareceu uma eternidade, mas finalmente sua mulher já estava sentada na cadeira.

Um interno veio e a pôs na cama novamente, Addison chorava.

- Addison optou por não tomar remédios fortes como os que eu posso dar se ela estiver com muita dor, porque os remédios podem ajudar com a dor mas ela pode não se recuperar.

- Quando ela decidiu isso?

- Hoje pela manhã, você estava dormindo.

- MERDA, AMÉLIA! VOCÊ ACHA QUE A ADDISON TÁ EM CONDIÇÕES DE SE DECIDIR?

- Estou seguindo protocolos, Mer, me desculpe.

Meredith puxou a cadeira e se sentou ao lado da sua mulher, segurando sua mão enquanto a mesma chorava de dor.

- Addie, por favor...

- Addison, Vou fazer a pergunta de novo, tá legal? Você optou por não tomar os remédios porque pode não se recuperar como deve, tem certeza disso?

Ela olhou para Amélia e não respondeu.

As lágrimas caindo sem parar dos olhos dela, ela finalmente balançou a cabeça negativamente.

- Ela está consciente e disse que não quer, não posso fazer nada, Mer.

- O que diabos esses remédios podem fazer?

- É tudo complicado, mas resumindo, ela pode não ter total controle do corpo e pode ficar privada de atividades simples do dia a dia.

Droga.

Addison chorava e Meredith acabou optando por deixar pra lá, se deitou sobre o braço da sua mulher e chorou também, acariciando seus braços.

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