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15 • Traga o ciúme de volta

Com um ruído seco e vagaroso, a porta do cômodo abriu-se e a figura de Benjamin Dolan surgiu pelo umbral. Parecendo um pouco confuso, ele olhou de Lila a Harold até lorde Chapmont e eu, e seus olhos fixaram-se em mim e no homem com o qual eu dançava. Por fora, nenhuma reação transpareceu no rosto austero de Ben, mas eu o conhecia e, só pelas suas írises escuras, podia dizer que estava irritado. Soltando-me do meu companheiro de dança suavemente, eu recuei um passo.

— Ah, não! Por favor, não me digam que interrompi a música. — Ben lamentou, um sorriso não muito sincero em seu rosto.

— De forma alguma. — Harold respondeu, alheio ao clima tenso que se instalara de repente no cômodo.

— Não quer se juntar a nós, Vossa Graça? — Lila perguntou educadamente.

Benjamin sorriu e agradeceu, mas balançou a cabeça em negativa logo em seguida. Ele tinha as mãos atrás das costas e a postura muito ereta. De longe, podia ver o quanto estava retesado. Seus olhos passavam por todos na sala, mas sempre paravam em mim. Às vezes, pensava se era uma benção ou uma maldição conhecer alguém tão bem.

— Muito obrigado, senhorita, mas hoje, precisarei recusar esse deleite. — Ele disse mansamente. — Preciso falar um minuto com a Lady Greaves, se ela me permitir. E claro, ficaria muito feliz em apreciar o talento de lorde Dumbleton em outro momento.

— Quando desejar. — Harold logo concordou.

Com um aceno educado, Benjamin aquiesceu e voltou a me observar com um pedido em seus olhos antes mesmo que sua boca o proferisse.

— Lady Greaves, a senhorita me acompanharia por um instante? Prometo não tomar muito do seu tempo.

— Claro — concordei rapidamente, ansiosa em saber o que ele queria me dizer. Seria algo sobre o que Lila o havia ouvido conversando com meu pai pela manhã?

Virando-me para lorde Chapmont para me despedir, eu o flagrei com olhos atentos em toda situação, mas logo disfarçando, ele pôs um sorriso elegante e fácil no rosto e me entregou uma cortesia. Retribuindo o gesto, eu pedi licença e caminhei até Ben. Depois, tudo que vi antes de dar as costas ao lindo piano e tomar o braço de Dolan foram os olhos ladinos de Lila, ao mesmo tempo em que ela pedia a Harold que continuasse a tocar. Então, quando meus pés e os de Benjamin passaram pela soleira da porta, a primeira nota lúgubre de Moonlight Sonata* impregnou-se na sala e nos meus pensamentos como uma erva daninha.

Quando eu e Benjamin nos afastamos o suficiente do piano, meus ouvidos precisaram até mesmo de um segundo para adaptar-se ao profundo silêncio que tomou nosso caminho pelo corredor. Ele andava devagar com meu braço enroscado ao seu, olhando sempre para frente, a boca numa linha fina. Ele estava irritado com algo, eu sabia, mas não daria mais nenhum passo naquela quietude estranha. Parando bruscamente de andar, eu quase o fiz tropeçar, então Ben também estacionou. De cenho franzido, ele me fitou profundamente.

— O que está acontecendo? — perguntei. — Disse que queria falar comigo, mas não pronunciou uma palavra desde que deixamos o piano. Há algo errado?

Benjamin tomou uma longa inspiração, parecendo surpreso com meu questionamento impaciente. Seus lábios espremeram-se numa linha ainda mais fina e ele checou os arredores do corredor como se se certificasse que não havia mais ninguém ali. Tendo sua certeza, virou-se totalmente para mim e desenroscando seu braço do meu devagar, se aproximou.

— O que estava acontecendo entre você e lorde Chapmont? — despejou, a voz grave e muito baixa.

Sem entender, eu arqueei uma sobrancelha e minha cabeça pendeu um pouco para o lado. A pergunta soara acusadora e ressentida, e eu sempre odiara quando Benjamin utilizava aquele tom.

— O quê? Do que está falando?

Você sabe. — Ele murmurou. — Você e lorde Chapmont estavam muito próximos na sala do piano... próximos demais para uma mulher que está prometida.

Sem acreditar no que ouvia, eu coloquei as mãos nos quadris, a boca entreaberta em incredulidade. De repente, as lentes vermelhas da raiva nublaram a minha visão e os meus sentidos. A acusação e a irritação na voz dele me enraivavam profundamente. Benjamin sempre foi muito ciumento e, naquele momento, era como se eu estivesse vivendo um déjà-vu da minha antiga vida. Tinha muitas recordações de crises de ciúmes como aquela, mas lembrava ainda mais claramente de uma vez que ele levara meu almoço na Editora Nurbury e, ao chegar lá, me encontrara em reunião com um escritor. Na ocasião, brigamos seriamente pela milésima vez por esse mesmo motivo. Eu havia pensado que todas as coisas ali seriam diferentes, mas ao que parecia, Ben continuava o mesmo naquele ponto.

— Não acredito que está fazendo isso! — exclamei. — Nós estávamos apenas dançando. Nada mais! O que estava pensando?

Em silêncio, Benjamin me fitou seriamente e checou os arredores outra vez. Quando voltou a me olhar, nada havia em meus olhos além de irritação.

— Por favor, fale mais baixo — pediu, aproximando-se um passo. — Não queremos entregar boatos aos bisbilhoteiros.

— Eu não estaria falando alto se não estivesse me acusando dessa forma. Por que estava me procurando, afinal? Para isso?

Ben não me respondeu no primeiro momento. Ainda quieto, ele engoliu em seco e tomou uma longa inspiração antes de se aproximar mais de mim.

— Não, é claro que não — disse por fim, segurando as minhas mãos suavemente. — É claro que não, meu amor. Por favor, me perdoe. Não foi minha intenção acusá-la de nada, nunca. Sei que é uma dama, mas é tão estonteante que tenho medo de perdê-la para outros olhos. Isso é apenas meu instinto de proteção que grita quando está na sua presença, me fazendo perder a cabeça. Isso não irá mais acontecer, eu prometo. — E levou minhas mãos até seus lábios, beijando os dorsos delicadamente.

Respirando fundo, eu mirei o olhar arrependido de Benjamin. Ainda estava irritada, mas como um eco, a voz dele repetiu em minha cabeça: eu te amo como ninguém mais vai te amar, ele dissera na sala do meu apartamento, quando me deixara por... por minha culpa. Parei e pensei. Eu viajara no tempo para estar ali com Ben e ele me amava através dos séculos. Quem mais poderia sentir o mesmo por mim, especialmente quando eu estava presa naquele estado?

Com um suspirar cansado, eu cedi e segurei também suas mãos nas minhas.

— Não devia estar na reunião? — questionei.

Percebendo que eu havia o desculpado e estava mudando de assunto, Ben abriu um sorriso genuíno e esfregou o polegar carinhosamente nos dorsos das minhas mãos.

— Ela já acabou. Os assuntos hoje eram breves.

Quais assuntos? Minha mente gritou, implorou para que perguntasse. No entanto, o que saiu da minha boca foi:

— E sobre o que queria falar comigo?

— Não era nada importante, podemos deixar para depois.

— Agora eu quero saber.

— Sempre tão curiosa, meu amor... — Ele murmurou, soltando minha mão para acariciar minha bochecha. Um sorrisinho malicioso surgiu em seu rosto. — Sinto que tenha que deixá-la na curiosidade dessa vez.

Eu abri a boca para protestar, mas fui interrompida pelo som de vozes se aproximando de nós. Afastando-se rapidamente de mim, Benjamin deu dois passos para trás e colocou as mãos nas costas, deixando-nos tão distantes quanto se jamais tivéssemos nos tocado naquele vão. No instante seguinte, Lila, Harold e lorde Chapmont surgiram rindo e conversando no corredor. Assim que nos notaram, eles desaceleraram o passo e pareciam até mesmo tímidos pela possibilidade de terem interrompido algo.

— Era apenas isso, senhorita. — Benjamin disse para mim de repente, disfarçando o teor de nossa conversa. — Tenha um excelente dia.

Eu assenti e Ben beijou minha mão, despedindo-se de mim e dos mais distantes com um aceno. Em minha mente, só o que havia restado eram traços de ira e extrema curiosidade; tinha tido muitas conversas inacabadas para tão poucos dias.

Eu ainda observei Benjamin virar e descer as escadas, sumindo do meu campo de visão, e um instante depois, Cordelia surgiu atrás de mim com um olhar que indagava, sem uma palavra sequer, o que havia acontecido. Balançando sutilmente a cabeça em negativa, eu a segredei que não era nada de importante, e apesar de Lila concordar e continuar conversando normalmente comigo e com os lordes ao nosso lado, eu sabia que ela não deixaria aquela pergunta passar com aquela resposta.


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*(Moonlight Sonata): sonata n.º 14, Op. 27 n.º 2 composta por Ludwig Van Beethoven em 1801.

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Olá, Vossa Graça! 💜

Esse capítulo foi bem mais curto do que o habitual, mas garanto que por nobres propósitos. 🫣 Por favor, não esqueça de deixar por aqui seu voto e seu comentário, amo saber o que está achando! 💌

Obrigada pela leitura e até as cenas dos próximos capítulos! 🔮

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